Bokah 12/05/2024
Oque é arte?
Para Nietzsche: "Ser, permanência e estabilidade versus devir, destruição e mudança"
Para Schopenhauer: "Uma obra de arte é ao mesmo tempo um objeto e uma ideia. A arte é um meio destinado a facilitar o conhecimento que constitui o prazer estético."
Para Kant: "A arte produz, sem dúvida, o prazer estético, que é puro prazer de reflexão e não prazer de fruição"
E para o leigo escritor dessa resenha: Arte é expressão.
A maneira como você se expressa, seja pintando, dançando, cantando, escrevendo ou seja lá qual outra atividade: isso é arte. A essência é você passar oque está sentindo, e nesse livro o King faz isso com a maestria: te fazer sentir oque o protagonista está sentindo.
A história começa com o nosso personagem principal Edgar Freemantle sofrendo um acidente que destrói o lado esquerdo do seu corpo, que arranca seu braço, compromete sua visão e o deixa manco da perna. Não sofrendo o bastante, passa por um processo de divórcio seguido de um afastamento da empresa que ele mesmo fundou. Com isso ele resolve tacar o 🤬 #$%!& pra tudo e ir pra o mais longe possível pra dar um tempo a si mesmo, e o lugar escolhido acaba sendo a remota e reservada ilha de Duma Key.
[Abbysus abbysum invocat]
Durante a estadia na ilha, Edgar escutando o conselho do seu psicólogo resove retomar um hábito que foi abandonado a muito tempo devido a sua falta de tempo: A pintura. Nosso querido Ed então começa fazendo rabiscos em papel, até que sente então que algo na ilha lhe dá ideias, lhe faz ir além de rabiscos e então passa a fazer quadros e mais quadros, cada vez mais belos e mais obscuros, até que Duma Key deixa sua verdadeira face emergir.
King tem uma delicadeza enorme em mostrar Ed como um personagem que não é lá o mais santo dos santos, mas que sempre planeja fazer bem. Ed é extremamente afetado pelos acontecimentos da sua vida, mas sempre consegue dar o seu melhor para as pessoas. Uma prova disso é fazendo amizade com o que na opinião desse que vos escreve é o melhor personagem da obra: O Wireman. Mas não irei falar dele, deixo que a pessoa que for ler se contente com a forma que o King escreveu essa amizade tão linda e tão rica que nem a mesma Duma Key que juntou poderia separar.
Embora seja mais um dos loooooongos romances do King, ele consegue manter a fluidez em sua obra fazendo com que 100 páginas pareçam apenas 10 e ainda sim prendendo a atenção do leitor. Os personagens e suas emoções são os mais bem escritos e interessantes, king se preocupou em mostrar o quão humanos eles eram, com suas falhas, qualidades, desejos e ambições. Um espetáculo!
Recomendo a leitura, recomendo a meditação após cada capítulo. Recomendo Duma Key.