Vitoria.Milliole 23/09/2023
"Mas acho que lágrimas são vírgulas invertidas. Quando o mundo desabou sobre mim, precisei ser um comprador de vírgulas para continuar a compor minha história..."
Existe um enorme preconceito com o gênero autoajuda, e existe um enorme preconceito com os livros do Augusto Cury por serem ? em minha opinião, erroneamente ? classificados como autoajuda. Confesso que não sou a maior entusiasta do gênero, mas minha intenção aqui não é retirar esse rótulo dos livros do autor só pra poder continuar não gostando do gênero sem culpa, até porque acredito que existam bons livros de autoajuda. É que o próprio autor menciona, em algum momento, que precisou mudar sua forma de escrever para que pudesse alcançar mais pessoas e ser mais aceito pelo mercado editorial, e que isso poderia levar seus livros a serem classificados, equivocadamente, nesse gênero. São palavras dele, não minhas. E eu entendo o porquê.
Nunca Desista de Seus Sonhos não se trata de uma fórmula mágica pra ser feliz ou de um passo a passo pra ter sucesso. Longe disso. É um livro sobre e para sonhadores e para aqueles que almejam sê-lo.
Quando estive em depressão profunda e era medicada pra conseguir sobreviver, foi um livro do Cury que mais me marcou: O Futuro da Humanidade. Não é, nem de longe, o meu livro preferido, mas foi o mais marcante. Então, quando um amigo me emprestou Nunca Desista de Seus Sonhos por saber que eu estava passando por um momento meio ruim, é claro que aceitei e não duvidei que seria bom. Também quando estive em depressão profunda, foi sonhar que me permitiu vencer essa doença maldita. E é disso que o Cury, que também é psiquiatra, fala nesse livro.
Ele conta a história de alguns sonhadores e do maior vendedor de sonhos que já se teve notícias, o próprio Jesus Cristo. Sem nenhum teor cristão ou religioso, apenas como a pessoa que ele foi. Também conta a história de Martin Luther King e a de Abraham Lincoln ? a que, particularmente, foi a que mais gostei. Sempre fui meio obstinada, teimosa mesmo quando se trata dos meus objetivos. Foi uma boa dose de incentivo ler sobre pessoas tão ou mais obstinadas que, mesmo com uma sequência considerável de fracassos, persistiram e venceram.
Cury também fala sobre como a falta de sonhos reflete no comportamento social. Como a tecnologia e as facilidades tem acabado cada vez mais com a necessidade de sonhar e, consequentemente, com a vontade de viver. Como psiquiatra, acho que ele tem propriedade pra falar disso. É ele o profissional que lida com as frustrações da geração atual, afinal.
Alguns equívocos na escrita não passaram despercebidos por mim, como a repetição de um mesmo raciocínio apenas usando exemplos diferentes. Mais de uma vez, mas não muitas. Mas eu passo um pano porque o objetivo da minha leitura aqui foi outro, e deu muito certo. Defendo o Augusto Cury, sim. Favor não falar mal dele na minha frente ??