Maria - Blog Pétalas de Liberdade 26/09/2015Maravilhoso! "Maravilhoso!" "Muito bom!" "Excelente!" e "Encantador!" são as expressões que posso usar para descrever o livro. Bee mora com os pais em Seattle, numa casa velha e caindo aos pedaços; mesmo seu pai, Elgin, sendo funcionário da Microsoft, e sua mãe sendo uma ex arquiteta, a casa está em condições precárias. Bee é uma garota adorável, inteligente e excelente aluna. Está concluindo o ensino fundamental e pretende continuar seus estudos em um colégio interno, como os pais fizeram. Como prêmio por seu brilhante desempenho escolar, ela pede aos pais uma viagem à Antártida.
Elgin é um pai meio ausente, ficar longe do trabalho e rodeado de pinguins seria difícil para ele. Bernadette, a mãe, é antissocial, mas aos olhos de Bee, ela é maravilhosa, Bernadette teria muita dificuldade de enfrentar a viagem e as pessoas. Até que ela desaparece, e na tentativa de encontrar sua mãe, através de bilhetes, e-mails, e até do FBI, Bee descobre quem era Bernadette Fox muito além do lado mãe. O que fez com que ela deixasse de ser uma arquiteta genial e se tornasse deprimida? Logo nas primeiras páginas a gente já percebe que Bee não a conhece verdadeiramente.
"Porque tem uma coisa: não importa o que as pessoas falem sobre mamãe, ela sabe muito bem como deixar a vida mais divertida." (página 62)
Cadê você, Bernadette? é um livro tão bom, mas tão bom, que por mais que eu fale, só mesmo vocês lendo para conseguirem captar a beleza dessa história! A autora mostra vários lados de um mesmo personagem ao longo da trama; nos fazendo amar, admirar ou odiar profundamente cada um deles: Bee, Elgin, Bernadette, Audrey Griffin (a vizinha mala de Bernadette). Em alguns momentos eu fiquei desesperada para saber onde estava Bernadette, a história foi me deixando curiosíssima para saber o que aconteceria em seguida. A trama é divertida e emocionante ao mesmo tempo (ainda mais emocionante no final). Depois de terminar a leitura, fiquei me lembrando do livro por um tempão. Além de ter ficado encantada ao poder conhecer um pouco mais da Antártida.
"Tentei amar o papai e não odiá-lo pela sua empolgação forçada e pela maneira como ele se veste. Tentei imaginar o que mamãe tinha visto nele quando ainda era uma arquiteta. Tentei me colocar no lugar de uma pessoa que acha cada coisinha que ele faz um delírio total. Mas era triste, porque sempre que eu pensava nele com todos aqueles acessórios, eu ficava enjoada. Eu queria jamais ter pensado que papai era como uma menina gigante, porque uma vez que você percebe algo assim, é difícil voltar atrás." (página 317)
A história é contada com o auxílio de bilhetes e e-mails, então é preciso estar atento para fazer as relações corretas entre o que vai sendo dito. O único ponto mais difícil para mim, é que tem muitas referências ao modo de vida norte-americano, coisas ou pessoas famosas que não conheço. Mesmo assim, o livro merece 5 estrelas, nota que só dou para livros que mudaram minha vida, esse talvez não tenha mudado, mas me fez refletir sobre até que ponto conhecemos as pessoas que mais amamos.
Nessa parte, lágrimas brotaram nos meus olhos:
"E eu não quero nem ouvir falar no coelhinho fujão. O coelhinho fujão vai ficar." (página 369)
Achei a capa super bonita e colorida, ela tem a ver com a história e foi um dos motivos que me fizeram querer ler o livro. As páginas são amareladas, o livro está bem revisado e com boa diagramação (margens, espaçamento e fonte de bom tamanho).
Enfim, Cadê você, Bernadette? é uma história divertida e emocionante, sobre família e sobre pessoas. Um daqueles livros que tocam a gente e que nos deixam querendo mais livros do tipo. Meu conselho para vocês é: Leiam!
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