Libera 10/07/2017
“Preste atenção. O Santuário dos Redentores no Penhasco Shotover deve seu nome a uma grande mentira, pois há pouca redenção naquele lugar e ele tampouco serve de refúgio divino.”
Assim começa essa história, com um aviso, para que fique claro do que se trata o “Santuário dos Redentores”.
Neste lugar sombrio e sem esperança vive Cale, um garoto de 14 ou 15 anos, pois nem ele sabe ao certo sua idade; também não se lembra do próprio nome, no Santuário é chamado de Thomas Cale. Não se lembra de sua vida antes desse lugar, assim como os outros garotos que vivem no santuário.
Os “acólitos” como são chamados os garotos (mas não se engane, a missão deles não tem nada a ver com a dos coroinhas que hoje conhecemos) vivem sob um regime opressor dos Lordes Redentores, onde as coisas mais simples como amizade são castigadas brutalmente.
Mas Cale aprendeu a sobreviver neste lugar, a suportar todo o treinamento e toda tortura a que é submetido todos os dias. O melhor entre os acólitos, Cale é um garoto frio que foi escolhido entre todos os outros, para um propósito terrível.
Tudo muda no dia em que Cale e dois dos acólitos resolvem se aventurar nos corredores do santuário. (sim mesmo sendo proibida amizade entre eles, Cale tinha dois amigos, mesmo que por insistência deles, e não vontade de Cale). Eles encontram algo que nunca esperariam. E por coincidência (ou não) dias depois algo terrível acontece e Cale se vê novamente junto de seus amigos para fugirem deste terrível lugar, conhecendo um mundo totalmente diferente do que conheciam atrás dos muros do Santuário, mas essa fuga não será tão fácil.
“...O tom de voz de Cale era estranho, alarmante. Os outros dois ergueram os olhos, seguindo seu olhar sem vida. No topo do outeiro mais próximo, a cerca de 300 metros de distancia, uma fileira de Redentores olhava para eles. Então ela começou a se mover.”
Faz tempo que queria ler esse livro, desde que vi a capa pela primeira vez me encantei. E ainda bem que li, pois o livro é muito bom. Com uma narrativa envolvente, o autor consegue deixar o leitor confuso em certos momentos, ávido em outros. O personagem principal é Cale, mas os personagens secundários também chamam a atenção. Mesmo sendo tão maduros por toda a crueldade que vivenciaram, eles são garotos, e é muito legal perceber algumas atitudes que demonstram esse lado mais infantil deles.
O livro é narrado em terceira pessoa; a edição física tem a capa linda e com orelhas, as páginas amarelas, e se preparem, as letras são pequenas, no começo sofri um pouco, comecei a ler e parei diversas vezes, mas depois me envolvi tanto com a história, que segui tranquila a leitura.
O que posso dizer é que adorei a leitura, mas fiquei com muitas perguntas ainda sem resposta, pois como é uma trilogia, as respostas virão nos próximos (espero ansiosamente que sim). Recomendo que leiam e espero que gostem da leitura, como eu gostei.
"A solidão é uma coisa maravilhosa Cale, e por dois motivos: Em primeiro lugar, ela permite que um homem esteja consigo mesmo e, em segundo, evita que ele esteja na companhia dos outros."
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