Léo 02/03/2021
Elefantenhochzeit
É com grande estranheza que começo esta resenha de "As Duas Torres" com uma expressão ainda mais estranha que a própria estranheza. Elefantenhochzeit. Talvez "brinde" em alemão? Ou quem sabe um palavrão? Tecnicamente sim. É uma palavra grande, ou seja, um palavrão. Porém não em seu sentido. Os alemães me encantam com suas formas de expressarem frases com palavras ou até mesmo um sentido, que levaria pelo menos um parágrafo grande pra ser explicado, com uma frase de algumas sílabas praticamente impossível de pronunciar. Mas cá estamos. Elefantenhochzeit! (Hochzeit = casamento, Elefant = elefante). No caso, "casamento de elefantes" é um termo usado na área de economia para designar a fusão de grandes empresas. Se olharmos com carinho e pensarmos que em "As Duas Torres" estamos falando de duas potências diferentes com um propósito comum, podemos casar essa expressão com as torres de Orthanc e Minas Morgul. Os lugares onde dois grandes vilões presentes na história residem. Esse "casamento" iminente é mais uma das grandes ameaças presentes dentro do mundo de Tolkien, que nessa sequência, nos leva a lugares que jamais pensamos ir sob os olhos inocentes dos nossos queridos amigos Hobbits. A cansativa estrada revela novos vilões e aliados inesperados, que trazem aos protagonistas, um lampejo de esperança para enfrentar o eminente mal de Sauron. É impossível não notar a grandessíssima influência da cultura nórdica nas terras de Rohan, fazendo jus às tradições e vislumbres de uma riquíssima cultura que teve um papel imenso na vida de Tolkien. Ler tolkien é um mergulho não só pela aventura, mas também pelo mundo que ele criou. As línguas e todo o universo que transborda das páginas no colo do leitor. Se você está procurando somente uma aventura, você certamente irá encontrar. Se estiver buscando algo muito mais profundo do que isso... você também irá encontrar. Tolkien tanto pode ser uma leve canção com alguns acordes como uma sinfonia complexa que, ainda assim, toca os corações de quem a degusta. Que este "Elefantenhochzeit", caro leitor, seja mais do que um casamento entre duas torres, porém, também, um casamento entre o que se lê e vossos olhos.