As intermitências da morte

As intermitências da morte José Saramago




Resenhas - As Intermitências da Morte


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João Pedro 08/06/2022

Morte em crise
"As intermitências da morte" foi um livro que me pegou pela premissa - a par, claro, de ser uma obra de Saramago, autor do qual eu já havia lido e adorado o livro “Caim”. Já na quarta capa tem-se o trecho que marca o início da trama, no qual se lê o seguinte: "No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado [...]" (p. 11).

É isso mesmo. Nesse romance, em determinado país, no dia primeiro de um ano novo, ninguém mais morre. Essa ideia intrigante foi suficiente para me atrair. Mas Saramago foi tão genial que conseguiu extrair de inusitado cenário uma oportunidade para escrever um romance com vezes de ensaio, ora profundamente filosófico, ora incisivamente mordaz, descrevendo em nuances quais rumos a sociedade imaginária tomaria caso a morte resolvesse parar de trabalhar.

Considero que esse livro possui duas tramas distintas. Em um primeiro momento, Saramago nos mostra a dimensão coletiva da ausência da morte. Sem focar em personagens específicas, ele põe em xeque as ações do governo, da sociedade civil, da igreja, dos filósofos, da ciência e de tantos mais setores, tornando a experiência muito mais factível do que fantasiosa. Foi nesse ponto que senti certo enfado na leitura. Depois, porém, o enredo se volta para uma personagem específica, e aqui me abstenho para não quebrar surpresas, mas desde logo garanto que é a melhor e mais intensa parte do romance.

Penso nunca ter lido um narrador tão imparcial e destacado da história. Saramago, como um exímio contador de histórias, faz-nos sentir como se estivéssemos vendo a um filme, com ele a nosso lado descrevendo cada cena. Saramago genial.
Kamyla.Maciel 08/06/2022minha estante
Amo esse livro!




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Ket 19/12/2022minha estante
Do Saramago só li ?um ensaio sobre a cegueira? e me impactou de tantos sentidos que eu nunca majs tive psicológico para ler outro?


Meus Anos Em Livros 19/12/2022minha estante
Antes de ler esse eu já tinha lido Ensaio Sobre a Cegueira, então já sabia o que esperar da forma de escrita do Saramago. Não sei se recomendaria ele como primeiro livro dele ou par um leitor iniciante não por causa do que você comentou. Mas lembro de ter gostado! Legal ver mais gente lendo esse livro por aqui! ????




Sue 31/05/2021

E se as pessoas deixassem de morrer?
Saramago em muitos dos seus livros nos propõe alguns "E se" tal coisa acontece e se essa outra deixasse de acontecer. Neste a proposta é essa: E se as pessoas deixassem de morrer? Ele explora os problemas que a sociedade sofreria, como se comportariam as famílias dos doentes, o que a Igreja diria ou o governo. Como em muitos de seus livros a crítica a religião é presente e contundente. Depois de mais ou menos metade do livro, o livro se transforma. Somos apresentados a morte, como personagem neste livro. Só não dei 5 estrelas porque é um livro um pouco "arrastado", mas é um dos livros com um dos melhores finais que já li. Recomendo fortemente.
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Jow 23/08/2011

Morrer é um direito de quem vive.
“O homem é a criança enlouquecida diante da morte” Leneru

Único ser vivo a ter consciência de sua finitude, o homem tenta encontrar consolo - ou afastar o medo talvez - falando da morte e de sua inevitável chegada. Por ela ser uma constante na sua experiência da vida, antes de se tornar o fim para ele próprio, esse homem elabora teorias filosóficas e cria formas artísticas sobre o enigma do sentido de viver para morrer. A vida inclui a morte que o homem não deixará jamais de rejeitar, mesmo tendo consciência da impossibilidade de viver para sempre. Ao olharmos para a história das artes encontramos pinturas e obras literárias cuja temática é a morte, aparecendo freqüentemente como começou a ser representada a partir do século XII: Um esqueleto coberto por um manto monástico e uma foice na mão. Temos então, uma forma universal de abordar a face da morte. Mesmo assim, o homem do ocidente não está preparado para a morte, e o desejo de uma vida eterna na terra sempre está na pauta dos sonhos do ser humano. Mas, quais as reais conseqüências se um fato dessa magnitude realmente se realizasse?! Temos então o romance de José Saramago, “As Intermitências da morte” e uma explanação simplesmente fantástica para um fato que mudaria totalmente a face do mundo.

Como realidade invisível, porém implacável, ela é o centro dos dois núcleos que constituem o romance do autor português. Sua ausência desencadeia - em um espaço sem nome e num tempo não datado, mas que certamente se trata do nosso por uma série de indícios - uma catástrofe em termos romanescos, o que leva o leitor a pensar na real necessidade da morte para a renovação da vida. Mesclando situações absurdas, impossíveis, com outras que seriam realidades caso os homens não morressem, Saramago mostra um mundo ambíguo formado por milhões de pessoas que, eufóricas porque a morte desapareceu de seus horizontes, sentem-se paradoxalmente aliviadas quando ela volta a ser uma presença, independente da suas vontades e atos.

Seguindo-se a essa verdadeira reportagem, ainda que fantástica, onde a ironia reina pela voz do narrador, o romance desenvolve um segundo núcleo onde o leitor vê tanto a imagem tradicional da morte como a sua transfiguração numa bela mulher que decide verificar o que impede que a comunicação sobre uma morte próxima chegue a seu destino, um violoncelista. A partir do não-lugar em que vive, a figura mortal que comanda os destinos do mundo envia uma fatídica e temida correspondência sob a forma de uma carta lilás para os homens que sabem então estar com seus dias contados.

O romance de Saramago, neste segundo momento, é atravessado por uma outra espécie de ironia quando a mulher-morte se apaixona pela vida e decide adiar o fim daquele que estava marcado para morrer porque ela passa a amá-lo. Mais especificamente, conhece os prazeres do sexo e não quer abrir mão deles. A situação é irônica traduzindo uma postura de desmistificação da morte, algo como um enfrentamento para afastar o horror.

A ausência da morte em níveis reais constituiria uma tragédia, e é isso que vem para o romance. Necessária à perpetuação da vida, sua inexistência definitiva, aparente sonho da humanidade, mesmo daquela sua parte sofredora, traria o caos social. Num mundo onde a população aumenta a níveis assustadores enquanto o trabalho diminui de maneira mais assustadora ainda, a não-morte levantaria, de imediato, problemas como os que o romance de Saramago aborda de maneira irônica. Toda a indústria que necessariamente existe - e é preciso que exista - em função do final da vida entraria em colapso.

Seria impossível uma obra de Saramago não atacar a Igreja que “como não podia deixar de ser, saiu à arena do debate montada no cavalo de batalha do costume, isto é, os desígnios de deus são o que sempre foram, inescrutáveis, o que, em termos correntes e algo manchados de impiedade verbal, significa que não nos é permitido espreitar pela frincha da porta do céu para ver o que se passa lá dentro”. A ironia corrosiva contra uma Igreja que aparece desde sempre enredada aos negócios da terra - leia-se do estado -, muito mais que aos do céu, aparece na figura do cardeal sendo obrigado a admitir para o primeiro-ministro “que se se acabasse a morte não poderia haver ressurreição, então não teria sentido haver igreja” e a conclusão óbvia do narrador é “que toda a história santa termina num beco sem saída”.

A leitura do romance de Saramago no seu todo, constitui uma reflexão sobre o sentido da vida e da morte. Da morte como necessidade; da vida como o tempo a ser bem vivido e celebrado, o que certamente não é a realidade do mundo. Da morte, brota a vida, a sua renovação; ela habita ironicamente o mundo dos vivos. A ironia do fato de a morte se apaixonar pela vida é a representação da celebração. Mas “ninguém morreu” apenas naquele dia, onde termina a história
Alan Ventura 23/08/2011minha estante
?que se se acabasse a morte não poderia haver ressurreição, então não teria sentido haver igreja? Grande dilema, preciso realmente ler a obra e descobrir quais outros dilemas estão espalhados. Parabéns pela resenha. Abração.


Luh Costa 24/08/2011minha estante
Belíssima resenha!
Você escreve magnificamente bem!
Já tinha vontade de ler esse livro e agora depois de ler essa resenha fiquei com muito mais!
Cada vez mais admiro o Saramago com sua imensa genialidade!Falo do Saramago no presente pq, pra mim, gênios como ele não morrem se tornam eternos!
Abraço da sua fã.


Fran Kotipelto 28/08/2011minha estante
Deu vontade de reler o livro, sem dúvida um dos melhores de Saramago, sua resenha está a altura da genialidade da obra. Parabéns dear Jow. Beijo.




Ophelia.0 01/02/2023

GENIAL!
José Saramago, eu virei sua fã. Mesmo com a escrita um pouco cansativa, estou simplesmente abismada com a sua criatividade e com todas as reflexões que você me arrancou ao longo destas 200 páginas. E essa proposta de evidenciar como os seres humanos enxergam a morte ? ao mesmo tempo que coloca a morte como protagonista e demonstra o que ela própria pensa dos seres humanos ? é uma das coisas mais incríveis e inteligentes que eu já li. Cada crítica foi certeira, cada personagem foi essencial e cada linha contribuiu para a construção de uma obra prima da literatura. Brilhante. Viva Saramago!
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@unirversoecafe 08/02/2022

Um jeito diferente de ver a morte !
E se de repente, as pessoas parassem de MORRER?
É respondendo a esta pergunta que Saramago entrega ao leitor uma obra leve, bem humorada e muuuito irônica, principalmente por parte da igreja. Embora seja uma ficção, o autor traz acontecimentos e aflições reais do cotidiano que torna o leitor refém da leitura: ESSE LIVRO É UM VÍCIOOOO, não dá pra parar de ler!!
A obra conta a aflição de um país que em um belo dia, sem mais nem menos, as pessoas pararam de m0rr£r!! Isso mesmo, até aquelas que estavam em leito de m0rt£, nos seus últimos suspiros não morreram.
Cansada de ser odiada pelos humanos e ser vista apenas como uma caveira, a morte decide dar um tempo, ficar em off! E é aí que a coisa começam a desandar, porque embora ninguém morresse, a velhice estava presente e as pessoas envelheciam e ficavam agonizando e sofrendo sem chegar ao último suspiro, e para a família, isto era mais doloroso que a própria morte.
Para o governo, em primeiro momento, foi maravilhoso: Se ninguém morre, está tudo bem. Dizia o Primeiro Ministro.
Para o clero era o fim: ?Sem morte, não há ressurreição?
Para as funerárias era o fim dos negócios.
No meio de todo esse caos, Saramago explora de forma irônica a postura da igreja com seus fiéis, o sofrimento dos enfermos e como o ser humano lida com a não morte.
O que me chamou a atenção é que embora a morte seja um evento que ninguém, ou quase ninguém, esteja preparado é ela que torna a vida tão preciosa, tão única. A vida só tem sentido porque a morte existe. É um fato estranho de se dizer, eu sei. Mas Saramago explora de forma sábia e precisa esse acontecimento natural, e além disto, ele traz a visão da própria morte tornando-a personagem principal.
Quer saber o que acontece no país que ninguém morre??? Só lendo para saber hahahaha
Rafael Kerr 08/02/2022minha estante
Oi. Tudo bem? Talvez você já tenha me visto por aqui. Desculpe o incomodo. Me chamo Rafael Kerr e sou escritor.  Se puder me ajudar a divulgar meu primeiro Livro. Ficção Medieval A Lenda de Sáuria  - O oráculo.  Ja está aqui Skoob. No Instagram @lenda.de.sauria. se gostar do tema e puder me ajudar obrigado.




Michele 26/06/2021

Antes a morte que tal sorte
Genial. Tanto na ideia quanto na execução. O uso que o Saramago faz do humor, ao mesmo tempo em que recheia as entrelinhas do relato com críticas sociais, religiosas e morais, tornou a leitura muito fluida e gostosa de acompanhar. O texto corrido e sem pontuações, típico do autor, de nada me incomodou, muito pelo contrário, deixou a experiência de leitura ainda mais singular.
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Everton 12/07/2021

MEU DEUS!
O começo foi bem difícil, talvez por ser a primeira obra que leio do autor e não estar habituado à sua escrita, mas da metade em diante não consegui largar. A forma que a morte (com m minúsculo mesmo rs) é retratada, qnd é a protagonista, é impecável. Dei boas gargalhadas com os seus diálogos ?
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Drighi 29/07/2021

Saramago foi um escritor que fez parte da minha grade de estudos na faculdade, mas por conta da "fama" que o autor tinha não me atrevi ler nenhuma de suas obras. No entanto, por conta do grupo de discussão literária que faço parte em minha cidade, As Intermitências da Morte foi escolhida pelo voto coletivo e senti-me, de certa forma, obrigado a ler.

Confesso que essa foi uma das obrigações mais prazerosas que já tive. Digo mais, num momento oportuno para ler sobre a morte quando ela bate às nossas portas todos os dias. José faz uma crítica às dois pilares da sociedade: religião, estado. Ele aborda de uma forma crítica a morte e como a ausência dela é a instauração de caos para as esferas citadas.

Percebe-se no decorrer da obra tanto o riso irônico quanto a comicidade como instrumentos de crítica mordaz a instituições sociais, políticas e religiosas do mundo contemporâneo. Exemplar, nesse sentido, é o diálogo entre o primeiro-ministro e o cardeal, o qual se dá
no início do relato, logo que se difunde a percepção de que ninguém mais morre no
país; eles conversam, por telefone, sobre as situações complicadas do Estado e da Igreja ante a ausência da morte.

Uma obra necessária e que recomendo a todos leitores. Termino, minha resenha, com o trecho a seguir:

“Houve uma nova pausa, que o primeiro- -ministro interrompeu, Estou quase a
chegar a casa, eminência, mas, se me dá licença, ainda gostaria de lhe pôr uma
breve questão, Diga, Que irá fazer a igreja se nunca mais ninguém morrer, Nunca mais é demasiado tempo, mesmo tratando-se da morte, senhor primeiro-ministro, Creio que não me respondeu, eminência, Devolvo-lhe a pergunta, que vai fazer o estado se nunca mais ninguém morrer, O estado tentará sobreviver, ainda que eu muito duvide de que o venha a conseguir, mas a igreja, A igreja, senhor primeiro-ministro, habituou-se de tal maneira às respostas eternas que não posso imaginá-la a dar outras, Ainda que a realidade as contradiga, Desde o princípio que nós não temos feito outra cousa que contradizer a realidade, e aqui estamos, Que irá dizer o papa, Se eu o fosse, perdoe-me deus a estulta vaidade de pensar-me tal, mandaria pôr imediatamente em circulação uma nova tese, a
da morte adiada, Sem mais explicações, À igreja nunca se lhe pediu que explicasse
fosse o que fosse, a nossa outra especialidade, além da balística, tem sido neutralizar, pela fé, o espírito curioso, Boas noites, eminência, até amanhã, Se deus quiser, senhor primeiro ministro, sempre se deus quiser, Tal como estão as cousas
neste momento, não parece que ele o possa evitar".
Meus Anos Em Livros 08/02/2022minha estante
Estou lendo atualmente e essa foi uma das passagens que eu marquei por ter me chamado muita atenção! O livro realmente está sendo excelente!




Mari Mignac 10/02/2022

Como sempre, Saramago trouxe uma crítica genial e de uma forma totalmente desconstruída (Até pq fazer o leitor pensar sobre a própria realidade era o passatempo preferido de José Saramago kkkkkkkk).
bia 10/02/2022minha estante
Ansiosa pra ler ?


Mari Mignac 10/02/2022minha estante
Tu vai gostar de certeza




Fabi 08/08/2021

No dia seguinte ninguém morreu.
Um livro que tem pouco mais de duzentas páginas mas que se tornou uma das melhores coisas que já li na vida.
Esse foi meu primeiro contato com a escrita do Saramago e já esperava pelos parágrafos gigantes, sem tomar fôlego com diálogos com dois pontos travessão, etc... e apesar de eu achar cansativo em alguns momentos, na maior parte da leitura eu fiquei encantada.
Um texto irônico, ácido, denso e impressionante.
Só sei que vou levar esse livro para toda a vida!
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Suelli.coelho 13/05/2024

É sempre aquela coisa
O livro é bem bom e é bem dificil de ler como todo mundo ja sabe o quao dificil é saramago,mas a historia é muito boa mesmo daquele tipo que vc nao consegue tirar ele da cabeça
Ellen Seokjin 14/05/2024minha estante
Também quero ler, parece interessante.


Suelli.coelho 14/05/2024minha estante
É muito
Só tem que ser insistente pq o jeito que ele escreve é bem cunfuso,mas acho que vc ja sabe né
A historia valeu a pena na minha opnião


Ellen Seokjin 15/05/2024minha estante
pois é, mas acho que me acostumei rápido a escrita dele


Suelli.coelho 15/05/2024minha estante
Que bom entao




Caio 27/02/2024

Genial
O segundo livro do Saramago que eu leio. E assim como o primeiro (Ensaio sobre a cegueira) vinha a todo instante na minha cabeça que a capacidade de descrever as reações humanas são o ponto forte do escritor, além da escrita fantástica, óbvio. Praticamente metade da história para frente, as reações não são humanas. As reflexões são profundas. As frases escritas com cuidado. Os diálogos, o narrador, tudo feito à Saramago. Você passa a entender a definição de Gênio (com G maiúsculo) quando lê um cara como este. Gostaria de saber um adjetivo que pudesse qualificar a leitura como merece. Entretanto vou ficar com o conhecido e eficiente: Cinco estrelas! Favoritado!
Pri.Kerche 28/02/2024minha estante
Boa resenha! Ensaio Sobre a Lucidez e Memorial do Convento tb são mto bons!


Caio 28/02/2024minha estante
Obrigado, Priscilla. Estão adicionados em minha lista. ?




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Rafael Kerr 29/01/2022minha estante
Oi. Tudo bem? Talvez você já tenha me visto por aqui. Desculpe o incomodo. Me chamo Rafael Kerr e sou escritor.  Se puder me ajudar a divulgar meu primeiro Livro. Ficção Medieval A Lenda de Sáuria  - O oráculo.  Ja está aqui Skoob. No Instagram @lenda.de.sauria. se gostar do tema e puder me ajudar obrigado.




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