spoiler visualizarLizzie 08/08/2013
"Odiei as palavras e as amei, e espero tê-las usado direito".
Isso é mais um desabafo pessoal do que uma resenha, e me desculpe por isso, quem quer que esteja lendo.
Eu comecei a ler Menina que Roubava Livros faz duas semanas, no máximo; sempre fui doida pra ler o livro, mas eu queria estudar a Segunda Guerra Mundial na escola antes. E assim foi. E eu realmente amei a "história" da Segunda Guerra, de como Hitler foi "genial" e como a Aliança estava quase a altura dessa genialidade.
Sabe quando as pessoas te dizem que você só sente a dor de uma pessoa quando ela vem de perto, direcionada pra você?
Essa foi a primeira vez que eu realmente vi a segunda guerra como a Morte (literalmente), e não como uma história de terror. Algo que realmente assolou famílias inteiras e faz isso até hoje, apenas pela memória do que poderia ser. E, dessa vez, Markus Zusak acabou comigo, pisou no meu coração e o deixou em pedaços, de cara no travesseiro. E eu gostei.
Lendo as 100 últimas páginas de A Menina que Roubava Livros, presenciei 3 coisas inéditas que, como leitora, nunca tinha acontecido comigo:
1. Eu não queria terminar o livro de jeito nenhum. Li em uma semana as 350 primeiras páginas e, só ai, já tinha chorado umas 4 vezes. Sou meio chorona, admito, mas se for chorar, choro no final. Foi nesse momento que eu decidi que nunca gostaria de terminar esse livro, gostaria de ter pra sempre palavras novas de Liesel Meminger, gostaria de poder experimentá-las como neve, caindo graciosamente na minha boca e me fazendo chorar de satisfação. Infelizmente, a curiosidade falou mais alto e, não tão rapidamente quanto o usual, acabei terminado o livro.
2. Eu chorei tanto, mas tanto no final do livro, que realmente precisei falar com alguém que me entendesse. Só pra ter uma certeza de que o mundo não ruiu e de que continuava lá. Mas como poderia? Meus personagens favoritos estão mortos, como sequer poderia ouvir os cantos dos passarinhos lá fora? E foi isso que eu fiz, uma ligação para uma cidade que fica a mais de 1000km da minha própria, apenas para uma confirmação a qual ainda não creio.
3. Eu achava que A Culpa é das Estrelas tinha me tocado. E realmente, o fez. Mas, se TFIOS abriu as portas para novos pensamentos, novas ideias e um olhar para o mundo, A Menina que Roubava Livros é um vento infinito, delicioso, inteligente e trágico, que me faz pensar no mundo (e nas pessoas a qual o habitam) de uma forma diferente... melhor e pior, igualmente.
Eu já sabia que o Herr Steiner iria morrer, até porque mais de uma pessoa já tinha me contado. E eu li o livro já preparada, falando pra mim mesma "não apaixone nesse personagem, apaixone em outro". E assim, foi, em Herr Hubermann. Mas quem me disse que esse outro também não teve muita sorte?
Minhas palavras, no entanto, vão para Liesel: De menina que não sabia ler para sacudidora de palavras. Assim como eu, ela tem 14 anos. Mas as palavras dela me tocaram (sendo honesta: acabaram comigo) mais do que qualquer outra, mais do que qualquer adulto, professor ou escritor jamais fez. Eu me identifiquei muito com ela, mesmo que jamais qualquer personagem ou pessoa poderia ser comparada a coragem, bondade e inteligência de Meminger.
Eu não tenho certeza se um dia, na minha vida toda, acharei um livro melhor do que A Menina que Roubava Livros. Mas, se ele existe, por favor me apresente, pois acho difícil alguém chegar perto de supera-lo, em qualquer aspecto.