É isto um homem?

É isto um homem? Primo Levi




Resenhas - É Isto um Homem?


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taisbellini 17/11/2020

Livro desconfortável e necessário
As descrições do livro são fidedignas: é um livro duro, mas com uma certa leveza que não se esperaria de um livro com essa temática. Primo Levi descreve cheiros, cores, fome, rotina, deixando o leitor desconfortável e por vezes enjoado. Porém, sem cenas fortes e detalhadas. Fácil e rápido de ler. É isto um homem? O título deixa a ambiguidade se quem perdeu a humanidade foram os presos ou quem foi capaz de fazer isto com o ser humano.
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Brito 26/04/2023

Se Isto é um homem – Primo Levi
Este livro descreve o conjunto de normas perfeitamente irreais, absurdas e ilógicas que fizeram parte da vida quotidiana dos presos em Auschwitz, no Lager. Estas regras e todos os procedimentos que os prisioneiros realizam com o objectivo de sobreviver são verdadeiramente animalescas. E, no entanto, todos procedem como se tudo aquilo fosse normal.
O livro é tanto mais desolador e acabrunhante quanto é contido, não há nenhuma lamentação excessiva, apenas descrição e reflexão sobre o trabalho abjecto, as condições onde dormem, comem, e o que aquilo os torna, enfim, o que é o homem?
A descrição asfixiante da estupidez em forma de vida de todos os dias.
Como foi que nos transformamos nisto, e porquê?
Livro seco, directo, escrito olhos nos olhos. Sem ódio.
Só isso.
E não é pouco.
Após lermos um livro com este impacto emocional, é comum repetirmos que é preciso contar para não voltar a acontecer.
Não creio que contar por si só chegue para alguma coisa. O importante era verificarmos até que ponto não existe algo semelhante, num grau muito menor, claro, mas com a mesma lógica, em algumas realidades quotidianas. Isto é, regras arbitrárias, relações sem empatia, desprezo e/ou indiferença pelo outro. Mais, a possibilidade que damos aos outros de ditarem regras completamente absurdas e arbitrárias. Estas lógicas de dominação do outro podem criar uma aceitação do inaceitável que um dia pode calhar-nos mal.
Não chega contar. Não chega ouvir. É preciso exigir um quotidiano onde as sementes de dominação se vejam impedidas de germinar.
Este é um livro sucinto e, no entanto, diz o que desse mundo urge dizer.
Para ler e tomar em devida conta na sua passagem para um real quotidiano cada vez mais bovinamente racionalizado.


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Maria 17/12/2022

Sem dúvida um dos melhores livros que já li. Te transporta para dentro de uma realidade terrível, sendo capaz de reproduzir no leitor os mais diversos sentimentos. Impossível não se transformar após ler uma obra como essa.
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Leh 19/05/2021

Até onde o ser humano é capaz de ir ?
Primo levi conta a verdade nua e crua dos dias que sobreviveu em Auschwitz, com relatos devastadores e histórias de vidas que se foram mediante a ignorância e violência incompreensível que os alemães tinham para com os judeus. Gostei do fato de misturar linguagens e como Levi não se prende em dar uma lição ou mostrar um lado bom, porque realmente não há.
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thabooks 18/01/2020

Necessário
?Os homens destas páginas não são homens. A sua humanidade ficou sufocada, ou eles mesmos a sufocaram, sob a ofensa padecida ou infligida a outros.?
O que dizer sobre um dos relatos mais famosos sobre o que foi Auschwitz e como as pessoas reagiram a ele? Desde o primeiro momento nos é passada uma angústia tão intensa que torna difícil terminar o capítulo. Há um relato de como agiam as pessoas que sabiam que iam morrer - as famosas câmaras de gás - e não é reconfortante.
As explicações são sucintas, sem rancores e nem qualquer sentimento. Apenas relatos simples do cotidiano no campo. O que mostra a indiferença que passaram a ter da própria vida quando o sofrimento não demonstrava ter fim.
Além de ser dito como os prisioneiros eram tratados pelos inimigos, Primo Levi nos diz como eles próprios se tratavam em meio ao caos. Imagine de repente ser arrancado de sua vida e ser ver envolto em um ambiente desumano, longe te tudo que conhece,tendo que lutar pela própria sobrevivência, só.
Buscar em pequenos momentos, como comer de forma civilizada ou se lavar, mesmo que com água suja, um jeito de permanecer humano.
É isto um homem? é um relato sobre a busca do ?não se perder? apesar de tudo. Uma leitura triste, aqui não há final feliz, mas é necessária para que não esqueçamos, nunca, o que foi o nazismo e o que ele fez com a humanidade.
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Luquinhas 03/02/2020

Impactante.
Simplesmente um dos melhores livros que já li, a história real de um sobrevivente do Holocausto, Primo Levi. Impactante.
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@aiinulindale 06/02/2020

Um ensaio sobre a lenta e dolorosa perda do "eu".
Por vezes quando se lê um livro de temas obscuros e pesados precisamos de algum tempo para digerir as informações expressas ali, para trazer para si seu conteúdo, ruminá-lo, mergulhar em seus fatos e emergir unindo as informações conquistadas com seu conteúdo pessoal. Este livro não.
São 255 páginas de pura bile.
É amargo, introspectivo, indigesto, te convida a entrar no ambiente inóspito do campo de concentração, e mesmo que seja somente por leitura, você não sai imaculado.
O autor conta sua experiência dentro de um campo próximo a Auschwitz, desde o início alertando ao leitor que este não é um livro somente para contar sobre os horrores praticados pelos nazistas, tão pouco apontar o dedo sobre pessoas, não, é bem mais profundo que isto. Este livro é muito mais sobre quão fácil alguém pode deixar de ser "alguém" e se transformar, nas palavras do autor, em "cinzentos e idênticos, pequenos como formigas e altos até as estrelas, comprimidos um contra outro, inumeráveis, por toda a planície até o horizonte; fundidos, às vezes, numa única substância, numa massa angustiante na qual nos sentimos presos e sufocados; ou, às vezes, numa marcha em círculo, sem começo nem fim, numa ofuscante vertigem, numa maré de náusea (...)"
Basta cortarmos suas amarras sociais, privá-lo de seus pertences, de sua casa, de sua família. Um passo para a bestialidade, um fino véu rompido, levando o ser humano à extremas necessidades, ao desalento, medo extremo, fome imensurável, fadiga, exaustão.
Fora do campo não conhecemos exaustão.
Exaustão é comer um pedaço de pão e um pouco de sopa por dia, trabalhando desde que se acorda até quando dorme em labutas manuais, físicas, pesadas. Exaustão é não poder dormir com medo de lhe roubarem seus poucos pertences ainda existentes (alguns trapos, uma olher improvisada feita de chapa de alumínio, pedaços de metal podre), é viver em constante tensão sobre as seleções que os levam, indigentes, à uma morte impiedosa e cruel. Exaustão é estar em tão profundo desespero que sua luta pela sobrevivência diária inclui atos antes impensados, como furto, violência, desonestidade, agora tratados como simplesmente necessários para respirar por mais um dia.
São livros como este que nos fazem repensar como levamos a vida, o quanto somos realmente gratos, o quanto as coisas simples e os pequenos confortos são enormes em vistas de brutalidades recorrentes.
Uma experiência de leitura extremamente válida e enriquecedora.
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dani.valentim 22/02/2020

É isto um homem - Primo Levi
Um livro fácil de ler, que nos faz rever conceitos.
Nunca me imaginei lendo este tipo de livro... não é meu estilo. Mas a forma como Primo Levi descreve sua experiência no campo de Auchwitz, mostrando até que ponto um homem morre, psicologicamente e eticamente, para sobreviver é, se é que posso definir assim, apaixonante!
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Fabianna.Batista 06/08/2020

"...infin Che un giorno senso bom avrà più dire : domani"
"Até que um dia, dizer amanhã não terá sentido algum"
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Jéssica Libranumo 09/08/2020

Livro pesado, difícil de digerir. A escrita é limpa.
Um dos melhores livros que li sobre o holocausto.
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Anna 19/08/2020

Duro, porém necessário.
Se você espera um livro rebuscado, prazeroso, não vai encontrar isso em "É isto um homem?".
A forma como Primo descreve é relativamente simples, porém tão pesada, literal e profunda que se torna difícil de se ler muito rápido. Tive de fazer várias pausas pois são tantos detalhes que me transportei totalmente.
Difícil, aspero, quase incômodo, mas extremamente necessário.
Daqueles que você termina de ler, fecha o livro e tem que se esforçar pra voltar a sua realidade.
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Soraya 17/10/2020

Importante livro da literatura de testemunho do Holocausto
Esse livro e um classico da literatura de testemunho do Holocausto. Primo Levi registra o seu calvario no campo de concentracao, como foco no dia a dia no campo e como faziam para sobreviver.
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willian.coelho. 21/10/2020

O que os homens são capazes de fazer com seus semelhantes?
É isto um homem é a obra memorialista mais célebre de Primo Levi - autor que desenvolveu inúmeros trabalhos relatando suas experiências num campo de concentração anexo a Auschwitz. Levi foi um italiano (1919 - 1987) judeu que, próximo aos 25 anos, foi capturado e enviado ao campo - onde permaneceu por quase 1 ano (período em que os soviéticos o libertaram). Em entrevista dada em 1982, afirmou que, ao contrário do que outros autores que discorrem sobre a mesma temática dizem, a sopa aguada de batatas, nabos e couve provida no campo jamais fora ruim: a fome certamente inibe a sensibilidade gustativa, as relações culturais e emocionais com o alimento estão deturpadas. Em uma passagem, ele escreve: “dentro de cinco minutos começa a distribuição do pão - do pão, Brot, Eroit, chleb, pain, lechem, kenyér -, do sagrado tijolinho cinzento, que parece gigantesco na mão do teu vizinho e, na tua, pequeno de fazer chorar.”.
A narrativa do livro está situada entre o momento da captura de Levi, ocorrida no norte da Itália por milicianos fascistas, e o desencarceramento, no fim de janeiro de 1945. Incontáveis fatos desumanos (neste ponto, há uma inclinação por citar “violações aos direitos humanos”; seria um anacronismo, contudo, uma vez que a declaração só foi assinada em 1948) são relatados com grande riqueza de detalhes. Talvez essa minuciosidade toda se deva ao fato de o livro ter sido escrito e publicado ainda em 1947, pouco após o autor conquistar a liberdade. Não há poupança quanto ao grotesco, ao escatológico; em um trecho, homens tentam comprovar seu estado disentérico, ou apenas permanecer mais um dia na enfermaria aquecida: “Os doentes apresentam-se dois a dois e têm que mostrar, ali e imediatamente, que a diarreia continua; dispõem, exatamente, de um minuto, após o qual exibem o resultado ao enfermeiro, que olha e julga”.
Todavia, certamente, o destaque vai para as partes que descrevem o processo da morte interior, da passagem da condição humana a algo não visto nem em espécies da fauna. É algo que perpassa o cinismo, o niilismo: não há perspectivas quanto ao suicídio, não há seres humanos - que filosofam e ponderam sobre suas ações -, há pupas vazias, parasitadas e aniquiladas por um ambiente absurdamente anômalo, artificial, aberrante. “De minha vida de então, só me resta o que basta para sofrer a fome e o frio; já não sou vivo o bastante para ter a força de acabar comigo.” e “Destruir o homem é difícil, quase tanto como criá-lo: custou, levou tempo, mas vocês, alemães, conseguiram. Aqui estamos, dóceis sob o seu olhar; de nós, vocês não têm mais nada a temer. Nem atos de revolta, nem palavras de desafio, nem um olhar de julgamento.” são períodos que demonstram, de modo nítido, a degradação da natureza humana.
É necessário, também, enfatizar um capítulo no qual são apresentados indivíduos que ou sofreram bizarras transformações de personalidade (a fim de sobreviver à seleção natural, ou melhor, à seleção artificial do campo), ou se enquadravam extravagantemente àquele contexto. “Se Elias recuperar a liberdade, acabará confinado à margem do convívio humano, num cárcere ou num hospício.”, discorre o autor sobre um “proeminent” - sujeito que, por se destacar de alguma maneira, gozava de melhores condições de vida.
Um segmento que merece ser citado, dado que mostra com genialidade narrativa a alucinação moral que afetava aqueles homens, demonstra um ancião rezando por não ter sido selecionado para ser enviado às câmaras de Zyklon B ao lado de outro que o fora. “Do meu beliche, no terceiro andar, vejo e ouço o velho Kuhn rezando em voz alta, com o boné na mão, meneando o busto violentamente. Kuhn agradece a Deus porque não foi escolhido. Insensato! Não vê, na cama ao lado, Beppo, o grego, que tem vinte anos e depois de amanhã irá para o gás e bem sabe disso, e fica deitado olhando fixamente a lâmpada sem falar, sem pensar? Não sabe, Kuhn, que da próxima vez será a sua vez? Não compreende que aconteceu, hoje, uma abominação que nenhuma reza propiciatória, nenhum perdão, nenhuma expiação, nada que o homem possa fazer, chegará nunca a reparar? Se eu fosse Deus, cuspiria fora a reza de Kuhn.”.
Para finalizar, deve-se salientar a importância dos textos de Levi como objeto de memória, absolutamente imprescindíveis à historiografia do holocausto. Essa obra, também, tem a capacidade de se comunicar com o momento atual e, mais que isso, representa um papel de caráter reflexivo, principalmente, sobre o que os homens são capazes de fazer com os seus semelhantes.
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