Prisioneiras

Prisioneiras Drauzio Varella




Resenhas -


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Raissa 09/07/2022

O trabalho de Drauzio Varella como médico voluntário em penitenciárias começou em 1989, na extinta Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru. Os anos de clínica e as histórias dos presos, dos funcionários e da própria cadeia seriam retratados nos aclamados livros Estação Carandiru (1999) e Carcereiros (2014). .
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Grazielli.Soares 12/03/2021

Drauzio nunca decepciona. Li a série de livros sobre seu tempo como voluntário em prisões e não tenho uma vírgula negativa a dizer a respeito. Narrativa cativante, fácil ?e surpreendente. Os relatos que são feitos e a exposição das mazelas do sistema carcerário são de tirar o fôlego... é uma aula sobre o porque o sistema prisional brasileiro é tão falho. O mais bacana de tudo é a postura jornalista do autor: relata, denuncia mas não toma partido.
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PorEssasPáginas 13/07/2017

Resenha: Prisioneiras - Por Essas Páginas
Tenho um grande interesse pelo tema carcerário, especialmente quando se trata de prisões femininas. Portanto, quando a Companhia das Letras lançou Prisioneiras, de Drauzio Varella, fiquei muito curiosa. Não-ficção não costuma participar da minha zona de conforto, mas o que seríamos de nós, leitores, se não a abandonássemos de quando em quando em nossas leituras? Já conhecia o prestigioso médico, claro, mas nunca havia lido nada dele; sua narrativa envolvente, bem-estruturada e emocionante foi uma grata surpresa e transformou Prisioneiras em uma das minhas melhores leituras de 2017.

Você já percebe que Prisioneiras é um livro brilhante logo no começo; com habilidade, Drauzio Varella nos transporta para dentro da Penitenciária Feminina da Capital logo nas primeiras linhas. Ele nos apresenta o ambiente, fala um pouco sobre sua experiência em presídios masculinos da capital paulista – especialmente sobre seu trabalho no extinto Carandiru, cujo livro de mesmo nome é o primeiro de sua série prisional -, explana brevemente fatos e dados importantes sobre violência, drogas e, claro, sobre os encarcerados. No começo, estava com o pé atrás, mesmo porque o próprio Varella confessa que, apesar de todos seus anos de experiência em presídios, uma cadeia feminina era imensamente diferente e ele teria que aprender tudo de novo; como, então, um homem poderia ter o respeito e a sensibilidade de retratar uma prisão feminina, a realidade triste e brutal das mulheres encarceradas no Brasil?

Mas Drauzio não decepciona; ao contrário, surpreende e causa admiração. Com imparcialidade e uma narrativa sensível, o autor consegue contar as mais diversas histórias daquelas mulheres e comover o leitor. À medida que as páginas viram, a antiga visão e os preconceitos arraigados caem por terra, soterrados por uma realidade que sequer conseguimos imaginar, uma realidade mais dura e terrível que qualquer ficção conseguiria emular. Através de cada história narrada pelo autor, percebemos o quanto somos privilegiados, até mesmo inocentes, perto dos horrores que estas pessoas viveram – e continuam vivendo. Você se dá conta de que não existem razões simples para uma pessoa entrar no mundo do crime; evocando a velha máxima, nada é preto no branco, o mundo é cinza, e assim são os motivos para uma pessoa acabar em uma prisão.

Abandonadas à sua própria sorte nas cadeias, diferente dos homens, as mulheres raramente recebem visitas de seus familiares; não apenas dos maridos/companheiros/namorados – o que, talvez, já fosse esperado de homens que descartam como lixo uma mulher à primeira oportunidade -, mas também são abandonadas por mães, pais, filhos e filhas, irmãos e irmãs. É só mais um exemplo claro do machismo arraigado na sociedade brasileira, dentro e fora das prisões. O autor explica essa diferença com clareza no livro, em uma fala dura e direta:

“Há anos procuro entender as razões que levam as famílias a visitar o parente preso, enquanto esquecem a irmã, a filha ou a mãe no cárcere. Talvez porque a prisão de uma filha ou da mãe envergonhe mais do que a de um filho ou do pai, já que a expectativa da sociedade é ver as mulheres “no seu lugar”, obedientes e recatadas.” Página 271

Existem alguns temas polêmicos (ou tabus) que muitas pessoas defendem fervorosamente. E nem adianta dizer que nunca foi desse tipo, todo mundo já defendeu alguma coisa e mudou de ideia algum dia (e que bom que podemos mudar de ideia!). Lendo esse livro, acho difícil não se questionar, pra dizer o mínimo: prepare-se para desgrudar unhas e dentes de suas opiniões sobre questões como sexualidade, aborto, feminismo, racismo, drogas, violência urbana, maioridade penal e, claro, a questão carcerária no país. De duas uma: ou você vai fechar o livro se sentindo outra pessoa – e esse é um dos pontos fortes e maravilhosos desta obra e dos grandes livros, ter o poder de mudar o leitor de alguma maneira – ou você vai insistir em suas opiniões já formadas e virar um dos memes hilários dos vídeos “lendo comentários” do canal do Drauzio Varella. E por isso mesmo, por propor o questionamento, a reflexão, por cutucar a ferida, Prisioneiras é leitura obrigatória, especialmente para os brasileiros, um povo que se gaba de ser caridoso e aceitar todo mundo, mas no fundo é preconceituoso e vingativo.

Ler Prisioneiras é um exercício de empatia e humildade. Você vai se revoltar, vai se comover, vai rever seus velhos conceitos. E, principalmente, vai admirar e respeitar este autor e médico que dedica parte de sua vida às pessoas esquecidas pela sociedade. Com uma narrativa honesta, direta e sensível, Drauzio Varella traz um livro que protagonista mulheres anônimas, contando suas histórias com consideração e compaixão, uma obra sobre a natureza humana e suas diversas e ricas facetas, uma leitura marcante e imperdível. Você vai terminar de ler mudado e desejando que todo mundo também leia Prisioneiras.

site: http://poressaspaginas.com/a-cuca-recomenda-prisioneiras
Felipe 17/07/2017minha estante
Concordo com tudo que disse. Sou outra pessoa após este livro.




Maaria_ 21/02/2024

Já pensou se a maioria tivesse tido oportunidade de estudar
Mais um livro incrível que o dr. Drauzio Varella descreve como funciona o sistema prisional na prática, só que dessa vez dando destaque às Prisioneiras. As casas de detenção possuem suas particularidades, diferenças notórias entre o presídio masculino. Um livro direto sem julgamentos morais, apenas contando o relato de cada uma delas.

É muito difícil ler os relatos das presas e não se emocionar, mulheres novas de apenas 11/12 anos que nem sequer tinham noção do que estavam fazendo, mulheres/adolescentes sem oportunidades de estudos ou até mesmo de um trabalho digno. Doeu-me ler do começo ao fim as histórias contadas por cada uma delas.

O livro não possui julgamentos de valores e o cuidado de descrever os relatos é de um altíssimo profissional competente, Drauzio foi imprescindível para esse livro acontecer. Com certeza, fiquei mais presa nesse livro do que no Estação Carandiru.
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mrj8rie 25/07/2023

Espetacular
É o primeiro da trilogia que eu li, mas com certeza não o último. Drauzio Varella dá uma noção que eu nunca tive sobre o sistema carcerário, não conhecia. Ele mostra como a prisão feminina é tratada e diferenciada da masculina numa sociedade historicamente patriarcal e LGBTfobica e ainda expõe como o sistema carcerário atual não funciona. Queria colocar esse livro na mão do prefeito de São Paulo, uma pena que não dá.
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Maju Deolindo 06/10/2022

Sistema carcerário feminino
Levei dois meses para concluir essa leitura e sem dúvidas será um dos livros mais marcantes da minha vida. Extremamente forte e necessário para saber como é a realidade do sistema prisional feminino. Outra questão super importante é a análise que o Dr. Drauzio fez entre os presídios femininos e masculino. Foi uma experiência totalmente impactante, tinha momentos q eu tinha q da um tempo na leitura pq é bem pesado. Acredito q não seja um livro para todos, mas deveria ser uma utilidade pública. Tenho pretensão de ler os outros livros do autor como Estação Carandiru e Carcereiros, mas não por agora.
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GotikaOMG 29/01/2023

Escrita e vivencia huminazada
Drauzio produziu uma obra incrível ao adentrar na perspectiva feminina e todos seus flagelos atras das grades, que ao longo da obra vemos que não se delimita apenas aos portões gradeados dos presídios. A trajetória feminina em qualquer contexto é marcado pela opressão e em "Prisioneiras" é evidente como a mulher sempre é colocada em um nível hierarquico inferior.
A solidão e a angústia são o que mais define as histórias de cada uma detenta.
Drauzio traz reflexões para além do crime e sua punição prescrita pela lei.
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Geórgia 29/09/2020

Se Drauzio escrever um livro de receitas eu leio
Terceiro livro de Drauzio lido em 2020! A escrita dele é fantástica (foi sem querer o trocadilho,juro rs), me sinto ouvindo alguma entrevista dominical dele em todos os momentos. A prosa é explicada com calma, detalhada e objetiva ao mesmo tempo, como um bom médico deve ser. Achei um pouco problemática a parte em que ele discorre sobre a sexualidade na prisão, mas entendo a perspectiva dele.

Prisioneiras é um livro para sair da zona de conforto. Sobre mulheres marginalizadas, suas dores, cicatrizes e existências múltiplas. Sobre uma sociedade paralela à que vivemos.Sobre ouvir as vozes dessas mulheres esquecidas até pela família. Quando um homem é preso, a família continua o visitando e a parceira corre o risco de ser assasinada se abandoná-lo. Quando uma mulher é encarcerada, na maioria das vezes por algum crime relacionado ao parceiro, ela é exilada das suas relações, torna-se vergonha para a família e é logo trocada por outra pelo parceiro.
Prisioneiras é o terceiro de uma série de livros sobre a experiência de Drauzio no sistema prisional brasileiro, o primeiro que li e já quero ler os outros.
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Gabi 22/10/2020

Drauzio sempre tem uma visão muito humana sobre os presidiários. O livro conta diversas histórias de mulheres que estão em um presídio feminino e como essas histórias se enlaçam por conta do cárcere. Ótima escolha pra quem gosta do tem.
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Julia 11/11/2023

Prisioneiras
Histórias envolventes sobre como é dentro do maior presídio feminino do Brasil. Li para ver de um outro ponto de vista, sem ser o ponto de vista jurídico.
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Julinhafox 01/09/2021

“…o interesse pela complexidade das interações humanas, sem o qual viver perde o encanto.”
Em seu livro, Drauzio Varella expõe de forma muito aberta o que representa o sistema penitenciário brasileiro, suas raízes e reflexos na vida de quem está dentro e fora dos presídios. Seus relatos pessoais não só ensinam sobre essa realidade que a sociedade ignora, mas compartilham histórias humanas, de pessoas vítimas de suas escolhas, da sociedade e do estado e que também fizeram vítimas em suas trajetórias - vítimas diretas e indiretas. No decorrer de suas reflexões, o médico apresenta claras soluções para alguns dos muitos problemas do encarceramento. Ele não cita, e gostaria que ele lesse isso aqui, mas seu livro também faz parte da construção dessa saída. Acho que todos deveriam ler esse livro e deixo aqui algumas de suas palavras:

"A tendência natural é a de nos aproximarmos de pessoas da mesma classe social, com gostos, ideias, posições políticas e estilos de vida semelhantes aos nossos. Embora esse formato de convivência nos traga conforto, não abre espaço para o contraditório nem dá acesso a modos de pensar e de viver radicalmente diferentes. Impossível imaginar como eu chegaria aos 73 anos se não fosse a experiência nos presídios, mas sei que saberia menos medicina e desconheceria aspectos da alma humana aos quais só tive acesso porque me dispus a chegar perto daqueles que a sociedade tranca atrás de grades. (…) porque posso dispor desse tempo e manter aceso o interesse pela complexidade das interações humanas, sem o qual viver perde o encanto."

"Nos apegamos às leis que criminalizam o uso e o tráfico de drogas. Quanto tempo será necessário para nos convencermos de que essa legislação nos conduziu ao pior dos mundos: roubos, assassinatos, quadrilhas em disputa permanente pelas rotas de tráfico e pontos de venda, tiroteios, morte de inocentes, cracolândias, corrupção da polícia do judiciário e do legislativo, sem impedir que as drogas cheguem às mãos dos usuários? Quanto dinheiro investido em repressão policial, construção e manutenção de presídios para resultados tão pífios?"

Sobre mulheres que levam drogas e outros produtos para dentro das cadeias: "O que a sociedade ganha trancando essas mulheres por anos consecutivos? O que representa, no volume geral do tráfico, a quantidade de droga que cabe na vagina de uma mulher? Que futuro terão crianças criadas com mãe e pai na cadeia? Quantas terão o mesmo destino? As mulheres-ponte flagras todos os fins de semana nas portaria poderiam ser condenadas a penas alternativas e a sanções administrativas, como a proibição de entrar nos presídios do estado. O preso a quem se destina a encomenda poderia ser punido com a perda de benefícios e a extensão da pena."
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Lu 27/06/2020

Uma lição de empatia através de histórias que não poderíamos imaginar. Dr Dráuzio traz os fatos de maneira isenta, imparcial. Muito bom!
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Duda 10/03/2021

Necessário
Esta obra traz a realidade de muitas pessoas que vivem na periferia e o que as levam a praticar um crime. É inacreditável ver que a maldade humana não tem limites, e como tantos traumas causados na infância acabam aproximando as pessoas de uma vida aparentemente mais fácil e feliz, onde ela poderá obter tudo aquilo que não recebeu de sua família: afeto.
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Hangla 03/11/2021

Prisioneiras
Provavelmente o melhor livro que li esse ano, um conteúdo que apesar de ter curiosidade, eu nunca cheguei a ler sobre. Drauzio escreve de forma fluída que prende desde as primeiras páginas, os casos são impressionantes e em alguns momentos tão absurdos que chega a ser até engraçado.
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isa gusmão 14/05/2021

Excepcional
Drauzio Varella traz um relato excepcional a partir de sua experiência como médico voluntário em uma penitenciária feminina. Visceral, merece a leitura de todos que querem refletir sobre o sistema carcerário brasileiro.
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