Prisioneiras

Prisioneiras Drauzio Varella




Resenhas -


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Daniel 09/12/2018

Repetitivo, previsível e superficial
A maior parte do livro é dedicada a histórias de mulheres presas, que são narradas de forma "objetiva", sem apreciações morais. Os relatos até têm seu valor, mas o leitor menos impressionável logo se habitua ao cenário social em que se desenrolam essas vidas e, com o decorrer dos capítulos, o interesse vai diminuindo.

Embora de início o autor até demonstre algum ceticismo em relação ao que ouve de suas pacientes, a constante utilização de uma linguagem desprovida de noções de agência e responsabilidade me parece indefensável. As personagens "se veem" levadas ao tráfico, apaixonadas por homicidas, envolvidas com as "pessoas erradas", obrigadas a transportar drogas etc.

Uma consequência da unilateralidade das versões apresentadas é que, em todo o livro, não encontramos um só caso de deslealdade com um companheiro de crime, de indiferença ou crueldade com os filhos, de, enfim, algum ato que realmente pudesse envergonhar as mulheres retratadas. No máximo, além dos crimes confessados com orgulho, indiferença ou autopiedade, temos uma ou outra admissão de "falta de juízo" na juventude. Às vezes, as pacientes do Drauzio acabam por parecer quase heroínas admiráveis...

Como só as presas puderam ser ouvidas, isso em parte é inevitável; ainda assim, fica a impressão de que o autor não teve interesse ou não se sentiu confortável em perguntar a respeito de pontos mais delicados de suas vidas. (Isso para não falar que um ou outro caso é de verossimilhança muito duvidosa...)

Por sua vez, as análises sociais feitas pelo autor já são todas lugares-comuns, e entediarão qualquer um que já tenha passado o olho num jornal ou frequentado uma faculdade de direito ou ciências sociais nos últimos 10 anos. Às vezes, os raciocínios são de uma fragilidade assustadora.

Exemplo: Drauzio aponta a concomitância dos aumentos da população carcerária e dos índices de criminalidade como prova de que o aprisionamento não exerce função de prevenção. Ora, estranho seria se, existindo menos crimes e criminosos, o número de presos crescesse! Dada a endogeneidade e a multiplicidade das variáveis, apenas estudos econométricos poderiam nos dar uma aproximação do efeito preventivo da prisão.

Se o autor evita utilizar verbos como "escolher", "decidir" ou "fazer" na descrição da vida das personagens, tais termos abundam quando o sujeito da oração é "a sociedade", em considerações cheias de julgamentos e condenações contundentes, mas desprovidas de análises de fundo a respeito das causas dos aspectos criticados.

Em suma, o livro é decepcionante: falta coragem para retratar de forma inteiramente franca a realidade que descreve, e seus comentários "críticos" são superficiais e previsíveis.
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Aécio de Paula 29/05/2021

Prisioneiras - Drauzio Varella
Sinceramente, eu achei bem mediano o Carandiru, do Drauzio, por isso fiquei receoso de pegar esse, publicado em 2017. Mas me surprendi, Prisioneiras é muito bom. Além de contar os crimes que várias delas comenteram, o escritor relata a vida homossexual que levam, os costumes e regras carcerárias, em meio ao crime organizado, o Comando vemelho. Achei muito boa, recomendo a todos.
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Carol 20/07/2020

Prisioneiras - Drauzio Varella
Existem alguns livros que, na minha opinião, são essenciais pra qualquer ser humano. Este, em especial, é uma grande lição de empatia para com o próximo.

Sem julgamentos morais, é um relato extremamente humano sobre o cárcere feminino no nosso país!
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Vitoria 12/06/2022

Genial
Como Estação Carandiru, Prisioneiras é genial, triste, visceral, doloroso e acima de tudo real, real o suficiente pra quebrar barreiras, desarmar o mais cético sobre o sistema prisional.
É um livro que deveria ser lido nas escolas, livro que você, sua mãe, seus pais, seus irmãos e tios deveriam ler.
Um espaço especial pra falar sobre o Epílogo, a construção inteirinha desse capítulo é melhor que muita coisa que já li nessa vida.
Se você tá na dúvida de ler esse livro (ou os outros do Drauzio, homem e escritor genial, o tipo de pessoa que eu pagaria pra passar uma hora conversando) vá e leia o quanto antes.
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Denise.Marreiros 05/08/2020

Difícil falar desse livro pois ainda estou digerindo suas histórias.

São relatos crus de mulheres marginalizadas que pagam por seus crimes muito antes de cometê-los.
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Gustavo Rafhael 03/11/2020

Excelente
Cara, que livro bom!
Drauzio Varella se mostra um ser humano diferenciado, uma médico extremamente competente e um escritor sensacional nesse livro.
Prisioneiras é um relato do que o médico passou e conheceu durante o tempo em que fez trabalho voluntário na penitenciária feminina de São Paulo. Além de relatar os seus dias ali, ele relata também as histórias de algumas das detentas. São histórias por vezes muito tristes, outras de superação, permeadas de desigualdade social, machismo, racismo e etc.
Prisioneiras é um livro que a gente lê por partes, tendo que parar para tomar um ar de vez em quando, é dolorido.
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jade martins 07/02/2021

Com uma linguagem simples, Dráuzio Varella nos coloca como ouvintes das histórias dessas mulheres, histórias essas cheia de dor, odio, vingança, vício e pouca ou nenhuma chance de redenção. Além de delatar vários problemas em relação ao sistema carcerário, onde reina a justiça do Primeiro Comando. Livro que entrega tudo o que promete, espetacular.
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E agora Fernanda?! 25/07/2020

Terceiro livro da trilogia do sistema carcerário do Brasil
Essa leitura nos mostra uma visão do sistema penitenciário brasileiro e que todos os cidadãos devem conhecer.

O autor aborda diversos problemas como o abandono da família e dos companheiros, por vergonha ou por simplesmente substituição dos relacionamentos, pela origem da criminalidade da maior parte das detentas (que se dá através dos próprios companheiros), pela questão da sexualidade que rege as relações entre as mulheres nos presídios, pelas facções criminosas que comandam o dia a dia das prisioneiras, e muitos outros.
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Nathália 14/03/2021

excelente! infelizmente, as histórias retratadas nesse livro são reais e muito comuns no país. quero ler os outros do autor
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Scarllet 13/02/2023

Sem palavras!
Sem palavras novamente para o misto de sensações que esse livro me trouxe. A escrita do Doutor Drauzio é extremamente sensível, e traz de forma nua e crua tudo oq acontece por detrás dos muros. As histórias de cada mulher, suas motivações, a inserção delas no crime por pobreza, preconceito, xenofobia, violência doméstica, abuso e miséria. Qualquer ser humano se dói com cada relato. A perversidade humana não tem limites, muitas desenganadas por seus cônjuges, quando são presas são deserdadas de suas famílias, seus filhos são tirados de seus braços, elas perdem tudo e até a si própria.
A narrativa sobre a homossexualidade em presídios femininos, a busca pelo afeto, carinho e atenção perdidos com a reclusão.
A medicina que esse homem praticou nesses presídios é de encher os olhos de lágrimas, tratar de todos sem ver a quem, acompanhar e ouvir cada história, cuidar e não julgar. Relatos como esse me fazem continuar tendo fé na área da saúde e saber que escolhi a coisa certa.
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Brena.Nobre 12/04/2022

Prisioneiras
Tão bom quanto Carandiru. É um livro muito esclarecedor e abriu meus olhos para coisas que eu não sabia. Muito rico e cheio de histórias incríveis.
°°° 12/04/2022minha estante
Muito bom esse livro, um dos meus favoritos, o Drauzio tem um escrita envolvente, e os relatos são impressionantes.




Aninha 14/04/2024

Prisioneiras
Neste livro pude ter mais conhecimento sobre as mulheres na cadeia, muito bem detalhado por Dráuzio Varella contando o período que trabalhou voluntariamente num presídio feminino. Algumas histórias de mulheres que sofreram o pão que o diabo amassou para chegar a ser presas, outras que foram presas por causa de seus namorados serem traficantes e a envolve-las, mulheres que não tiveram opção e entraram para o mundo do crime etc. Enfim Dráuzio Varella nunca me decepciona, livro maravilhoso????
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Anna Raísa 19/04/2020

LEIAM!
Esse é daqueles livros que você começa e não consegue parar. Dráuzio Varella nos transporta para o interior do presídio feminino e para a realidade invisível e cruel das periferias do Brasil, ao contar as histórias de algumas detentas, contextualizando suas respectivas prisões. Obviamente, não devemos romantizar o crime, mas é extremamente necessário entender a raiz do problema e as condições que, na maioria das vezes, levam o indivíduo para a criminalidade.
Além disso, Priosioneiras nos leva a compreender como funciona o crime dentro e fora das cadeias e a enorme influência do Comando nos presídios. Triste perceber o quanto estamos nas mãos da criminalidade e da corrupção, em todos os níveis.
Mais que recomendo a leitura!!!!!
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Carolina.Buno 28/03/2022

Um relato sensível sobre o cotidiano das mulheres em cárcere
Último livro da trilogia Carandiru, em Prisioneiras Dr° Drauzio faz importantes reflexões e relata sua experiência no atendimento médico voluntário às mulheres presas em um presídio da capital paulista. Drauzio traz de forma muito sensível como as diferenças de gênero atravessam as dinâmicas de uma cadeia feminina comparadas às masculinas, fazendo um paralelo com a sua experiência no Carandiru. Conta as histórias de seus atendimentos da forma como a saúde e a medicina devem ser: humanizadas e sem julgamentos de moralidade, considerando os múltiplos fatores bio-psico-sociais que compõe o processo de saúde e doença e que também atravessam os cenários de violência por ele narrados.
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Caio 29/04/2020

O que é que a gente tá fazendo como sociedade?
Se o cotidiano dos presídios masculinos é obscuro para quem está fora desse mundo, imagina a vida em presídios femininos, muito menos abordada em novelas, filmes e noticiários. Em “Prisioneiras”, o médico Drauzio Varella conta um pouco da sua experiência de mais de uma dezena de anos como voluntário na Penitenciária Feminina da Capital, em SP.

Uma importante descrição do presídio é feita e ajuda a nos ambientarmos. Com sua observação fantástica e escrita bem detalhada, o autor nos conduz pelos portões de ferro, corredores, galerias e altos muros onde as histórias se dão. A comparação entre penitenciárias paulistas masculinas e femininas nos trazem a ideia das características, relações, afinidades e distinções que existem entre esses dois mundos do cárcere.
Por fim, histórias com mais semelhanças do que diferenças. Mulheres, em sua maioria jovens, negras e pobres que, em boa parte das vezes, não deveria estar ali (ou poderia não estar ali).
Histórias de solidão, trabalho duro (sim, trabalho duro!), abandono, violência, estupros, vingança, prazer, amor e ódio servem como fio condutor para o debate sobre o problema do sistema carcerário no Brasil!

O autor nos faz refletir para, além das causas dos problemas sociais que levam nossas cadeias (masculinas e femininas) à superlotação e ao fracasso em seu objetivo e para além das histórias de miséria, ódio e sofrimento que colocam as pessoas em situações de vulnerabilidade. Coloca o leitor para refletir sobre "onde queremos chegar com isso?". "Qual é a utilidade do nosso sistema prisional hoje?", "Para que ele realmente serve?", "Ele está servindo?". São perguntas que precisamos fazer se queremos um mundo diferente.

Leitura fácil, capítulos pequenos, rápidos. Isso facilita muito a vida lê na correria do dia-a-dia e de quem não consegue parar de ler antes de terminar o capítulo (meu caso, rs).

PS: Embora seja um livro que te impacta, te assusta, te desconstrói, te abre para o desconhecido e, possivelmente, te fará pensar diferente, é importante ressaltar alguns pontos:
1) Trata-se de uma única experiência e em um único presídio. Não podemos generalizar e pensar que todos os presídios são exatamente daquela forma.
2) O autor, por diversas vezes, incide em frases carregadas de preconceito que não contribuem para a compreensão do universo carcerário feminino.
3) Para uma crítica mais incisiva sobre essas questões, recomendo a leitura: https://www.justificando.com/2017/07/06/caro-dr-drauzio-vamos-conversar/
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