Vitoria.Milliole 22/01/2024
A Traidora do Trono faz o que muitas continuações não conseguem: ser melhor do que o primeiro livro.
Se A Rebelde do Deserto me despertou a curiosidade e me deixou com um gostinho de quero mais, esse segundo volume serviu pra responder algumas perguntas e desenvolver aquilo o que eu senti falta no primeiro. Mais focado na política, aqui vemos muito da relação entre essa família da realeza completamente desfuncional.
Li muitas resenhas e até na própria sinopse que aqui a autora brinca um pouco com o leitor, fazendo a gente duvidar se o lado da rebelião é, de fato, o lado certo da guerra. Tudo o que tenho a dizer é que achei preocupante se alguém realmente teve essa dúvida. Não ter fraquezas não cria um bom governante, cria um tirano.
Além da treta entre a realeza ficar muito mais clara, um ponto positivo nesse em relação ao primeiro volume foi o desenvolvimento acerca do funcionamento desse universo. As lendas foram aprofundadas, as relações entre imortais e humanos foram explicadas, coisas que achei bem corridas no primeiro livro.
Aqui foi tudo muito intenso: traição, captura, resgate, traição, amor, amizade, traição, traição, casos de família, traição e... já falei traição? Nossa, foi o que mais teve aqui! E muitas surpresas também.
Apesar de estar tudo muito bom, muito frenético, muito do jeito que eu gosto, eu pensei mesmo que tava tudo "muito fácil" (e essa é a hora que a Amani deveria materializar na minha frente e gritar: "fácil? O que é difícil pra você?"). Afinal, tem um motivo pro sultão ser o aclamado sultão. Ele não deveria ser mais esperto? Então vêm os capítulos finais e... isso mesmo, traição.
A forma como o sultão e seus aliados contam pequenas verdades rodeadas de mentiras (vulgo fofocas) chega a me contorcer de ódio. Como alguém conseguiu em algum momento pensar que ele poderia estar certo? Mas é engraçado pensar que, desde o primeiro livro, a Amani e a rebelião não passam disso: uma enorme fofoca, sendo mais distorcida a cada versão. Assim como todas as lendas sobre a criação do mundo e os seres imortais. Eita, povo fofoqueiro!
"E dessa vez o sultão tinha nos dado uma vantagem, a única coisa realmente invencível. Não uma criatura imortal. Mas uma ideia. Uma lenda. Uma história."
É essa uma das últimas frases do livro, e eu me arrepiei todinha. Tô numa enorme expectativa pro próximo, acho que o favorito vem aí...