spoiler visualizarSávio 21/10/2023
E que bom que elas não sabem de si!
Que livro lindo eu amei, ele veio de uma forma inesperada, numa leitura conjunta que fiz com uma amiga muito especial, a história parecia muito interessante, mas eu não esperava que fosse tão boa.
Vamos para o fundo do mar em uma estação que está realizando uma pesquisa sobre vulcões marinhos, o Cientista Martin lidera a pesquisa, enquanto eles recebem o investimento de uma empresa que pede para eles testarem trajes que aguentam alta pressão, Corina é uma mergulhadora que aprendeu apneia e possui experiência e concordou em usar o traje, seu amigo Arraia é o parceiro de mergulho, temos Susana que cuida do ambiente e Maurício que é assistente do Martin.
O negócio desse livro é que além de tratar desses personagens e explorar como essa missão afeta cada um deles e como eles são pessoas que faltam pedaços, ele vai além, ele explora o mar e suas criaturas, desde reais ou ficcionais, são fascinantes, os Azulis que tinham consciência, mas com o tempo foram engolidos pela solidão, os espectros que imitavam os sons que ouviam, mas sem consciência, um capítulo sobre as águas-vivas que me fez chorar muito, tratou de uma forma tão delicada e profunda sobre sentimentos tão humanos sobre existir e sentir-se solitário em um mundo tão grande.
Esse livro é sobre sentir, muito bem escrito, traz reflexões sobre a dimensão do desconhecido, sobre a consciência e sobre existir, ser pequeno e solitário, morrer tentando encontrar uma resposta ou viver sem nunca sabê-la, é fascinante e fiquei muito feliz de ter encontrado algo tão belo.
"Entender nunca foi o mais importante. A urgência sempre foi pelo impulso de preencher aquela solidão, estabelecer um contato, saber- se como apenas um ponto numa complexa rede de vida; mandar um sinal e receber uma resposta, estabelecer um diálogo, ter algo ou alguém a quem se conectar."
(Outubro de 2023)