ELB 31/01/2017
Every Little Book
Ok, eu estou tentando um jeito de explicar isso direito para vocês, espero que entendam.
Como a sinopse diz, (e odeio sinopse que contam demais, por isso nunca as leio) Nels é um rapaz muito honesto e querido por todos por sempre ajudar ao próximo. Ele é o Cavalheiro de Vila das Pedras, como as pessoas o chamam. Mas o verdadeiro sonho de Nels é se tornar um cavalheiro do Rei. E para isso ele precisa ir ao festival de verão, onde a cavalaria escolhia seus escudeiros, e isso uma vez por ano.
O único problema de Nels é sua mãe; por algum motivo, ela nunca o deixou ir a esse festival. Eles moram afastados em uma cabana no meio da floresta, e em vários momentos ele se pergunta o que ela pode estar escondendo. Então, em um belo dia, Nels recebe a visita de um senhor que diz ser amigo da sua mãe, que no momento está na cidade vizinha, e o convence a ir com ele ao festival.
Nesse festival, com alguns empurrões desse senhor, Nels se vê em uma disputa com o Cavalheiro favorito de Avërand, e o vencedor receberia um beijo da princesa, Tyra. Assim que Nels a vê, ele fica impressionado pela beleza, mas logo ele descobre que a personalidade da mocinha não está muito a altura da beleza quando ela o rechaça por ser um simples plebeu, e não lhe dá o beijo de vencedor.
Voltando para casa, após ser humilhado na frente de todos, e encontrando uma mãe chateada por ele tê-la desobedecido, Nels se sente arrasado e discute com a mãe, que decide que é hora de mudar, ou melhor, fugir da pessoa que matou o pai dele. Após implorar para a mãe lhe contar toda a verdade sobre isso e não ter conseguido, ele decide segui-la porque ela é sua mãe, afinal de tudo. Mas, ao se preparar para partir, ele é morto por uma pessoa misteriosa.
Após uma semana vagando, uma pessoa consegue vê-lo, e justo quem seria? Nossa princesa. Ele a convence a ajudar a falar com a mãe dele, e quanto não sai como ele planeja, ele a segue para o castelo, e juntos tentam descobrir porque apenas ela consegue vê-lo. E a única pessoa em comum com os dois era o alfaiate do castelo, que acaba por ser a amiga da mãe(Ickabosh).
Ickabosh então explica como o mundo funciona, e tudo está ligado ao desenho da Grande Tapeçaria, e que pode trazer Nels de volta com a ajuda de uma agulha, a Agulha de Gailner, e que eles deveriam sair em uma viagem em busca dela antes que o corpo de Nels não esteja mais apto para recebê-lo novamente;
– A Urdidura é uma arte tenaz que exige atenção meticulosa. Como eu disse, cada pessoa é um fio valiosíssimo no desenho da Grande Tapeçaria, mesmo que pareça insignificante. As escolhas das pessoas fazem o tecido, e o tempo o comprime. Quando uma vida acaba, o fio desse indivíduo é cortado e ele deixa para trás um padrão que foi tecido de forma permanente na Grande Tapeçaria durante toda a sua vida. Ainda que o fio de Nels esteja destecido, destrançado, algo o mantém ligado a nós.
– Então – Tyra olhou para Nels – você está dizendo que ele não foi totalmente cortado?
Nessa viagem em busca da agulha para salvar Nels, os dois vão enfrentar Rasmus, o aprendiz de Ickabosh, uma pessoa disposta a fazer de tudo para recuperar a agulha e remendar o que ele acha que foi roubado dele. Também, nessa aventura, Tyra ganhará algo que mudará a personalidade mesquinha que tem. De certa forma, o objeto mostra a verdade, fazendo com que ela enfrente todas as decisões que insiste em adiar e inventar desculpas para tomar as decisões certas.
Acho que preciso começando a análise desse livro pela Capa.
Você pode achar a capa ok, já vi mais bonitas, mas ela tem tudo a ver com o enredo. Eu simplesmente amo quando a capa remete algo do livro, uma cena, ou nesse caso, objetos que são importante para a história. O anel e a agulha possuem grandes papéis aqui. O anel parece mais um item de magia da Tyra, mas ele, de uma certa forma, faz com que ela realmente veja o que não quer ver, e pare de se esconder das decisões que precisam ser tomadas. Já a Agulha de Gailner, ela simplesmente significa a vida para o Nels.
A inteira construção do livro é muito inteligente, e lida com a fantasia de um modo tão prático. Quando você diria que a vida é baseada em costura, em tramas, em agulhas, e linhas?
O desenvolvimento da ideia foi extraordinário, tudo tem seu devido papel na trama e tudo é bem encaixado e explicado. É assustadoramente bem pensado.
– Desculpe se estou confundindo você com palavras estranhas. A Urdidura é cheia delas. Cada aspecto da costura e da tecelagem tem participação na magia. Um ponto, veja bem, é outro modo de dizer feitiço. O que você e eu chamamos de realidade não passa de linhas intermináveis que compõem o tecido do nosso mundo. A Urdidura nos permite remendar o tecido, de modo que ele possa continuar a ser tramado sem obstrução.
Sobre Nels e Tyra, os dois são personagens muito bem criados, cada um com sua própria e diferente personalidade. Eles estão em constante briga desde o começo do livro, pois eles tinham conceitos diferentes do mesmo assunto, visto que ele é apenas um plebeu, e ela uma princesa. Mas cada pequena discussão era bem fundada, com pontos válidos dos dois lados. Realmente, é interessante ver a convivência dos dois.
Embora o começo seja um pouco devagar, a forma como o enredo é conduzido, soltando pequenas pistas, te faz ansiar por ler e descobrir o que irá acontecer. A única coisa para mim, que foi o motivo por não ser cinco estrelas, é que eu precisava de mais páginas no final, mais drama e intensidade, eu queria que fossem mais difíceis algumas coisas como, por exemplo, matar o vilão. Mas como o livro é o primeiro dos dois autores juntos, eu estou confiante que no próximo eles estarão mais entrosados e vou ter o meu 5 estrelas, de pelo menos o dobro de páginas desse.
site: http://www.everylittlebook.com.br/2016/06/resenha-trama-michael-jensen-e-david.html