carolina.trigo. 04/10/2016Um Livro Que Não Precisava Existir!O que dizer de um livro que tinha todos os elementos para ser "O Livro", e que no final se tornou um livro fraco, com uma protagonista irritante e um final chato. Além da escrita chegar muito perto da escrita de uma criança...
Quando vi na livraria "Meia-Noite na Austelândia" da Shannon Hale (Ed. Record) fiquei super interessada com a ideia do livro. Misturar os crimes da Agatha Christie com os romances da Jane Austen, em um local que imita seus romances é algo diferente.
E além de ter adorado a ideia (mesmo não tendo lido nenhum livro dessas duas autoras), fui cheia de expectativa. E você ir cheia de expectativa em um livro ou filme tem aquele problema: a obra até poderia não ser tão ruim, mas no momento que esperamos muito, a chance de acharmos fraco é gigante.
Nossa protagonista, Charlotte Kinder é muito bem sucedida no trabalho, porém sua vida amorosa não vai nada bem. Recém divorciada e vendo seu ex-marido se casar com a amante, ela passa a enfrentar o mundo dos programas arranjados com homens desconhecidos. Para tentar solucionar sua vida, ela começa a ler os romances de Jane Austen e acaba lendo todos os seus livros em uma semana só. Começa então uma procura pela internet por lugares baseados nos romances da escritora, e logo descobre a Austelândia, uma mansão interiorana que reproduz a época de Jane Austen.
Lá todos devem se portar de acordo com os costumes da Inglaterra regencial, ou seja, homens são perfeitos cavalheiros e o espartilho é item obrigatório nos trajes de uma dama. Porém, na verdade, os homens são atores, contratados para entreter as hóspedes.No entanto, as coisas não parecem ser tão bonitas assim. O lugar começa a ficar misterioso e Charlotte começa a pensar que houve um assassinato na mansão. Agora, todos parecem suspeitos e nem Jane Austen pode mudar o que está por vir. Um caso que era para ser estilo Agatha Christie, mas nem perto chegou!
A personagem principal é chata e neurótica, além de ser muito irritante. Ela sempre fica imaginando o lado ruim de todas as situações, acha que sempre é a culpada, mas no instante seguinte se faz de coitadinha. Personagem muito mal feita.
Os problemas começam por ai.
A escrita da autora é infantil e horrível. Os romances que ela criou são fracos e cheio de reviravoltas desnecessárias. E as explicações de tudo são meio que jogadas ali. E para piorar, no final, ela tenta deixar a personagem mais "legal" e coloca um final de "felizes para sempre" muito bobo.
Não tinha o porque tornar a protagonista uma heroína, isso só me deixou mais irritada.
Esse é o segundo livro. O primeiro é "Austelândia", que até filme teve em 2013, porém não tenho nenhum interesse em ler. Só esse já foi frustração suficiente. E pelo que vi pelas sinopses, o segundo não é bem uma continuação do primeiro, só têm a mesma ideia de trazer o mundo de Jane Austen para atualmente.
A única coisa boa que o livro tem é a capa que é linda e a ideia, porque de resto, podia ficar só na cabeça da autora.
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