Resenhas - Tudo é Rio

char_benji 09/05/2024

Tudo é rio e me afoguei
Carla Madeira escreve de uma forma tão singular que me faltam palavras para descrever.

Amei o livro, sofri com a história; amei os personagens, sofri com suas atitudes. Essas páginas estão repletas de humanidades.

Cada ato, cada respiração, cada corrente que perpassa o rio, entorna, lava, deságua eternamente em corações diferentes. Lucy, Venâncio e Dalva, falar que são um triângulo amoroso não dá conta da profundidade de suas relações. A história deles se cruza de maneira simples e inusitada. Uma puta, um monstro, uma coitada. São somente isso?

Dani 09/05/2024

Me deixou meio biruteteia no começo, porém, com o passar do livro, consegui entender a dor de Dalva. Ver a maneira como ela consegue perdoar as pessoas que mais lhe causaram essa dor e ir aos poucos voltando a ser ela mesma é emocionante. Ótimo livro, forte, intenso e incrível!

Yuri_Kneipp1 09/05/2024

Como um Rio, de fato
Carla Madeira sabe mexer com assuntos sensíveis como ninguém, o que quase me fez abandonar o livro ainda nas primeiras páginas. Bom que não o fiz. A história dói, machuca, traz pensamentos intrusivos e te faz duvidar de si mesmo. Mas a história também cura, resgata e lava. Lava o Rio.

Uenzeu 09/05/2024

O Romance nacional que não tem nada de romantico...
A história realmente é bem intensa.
Eu adoro livros nacionais pelo fato de conseguir entender melhor as referências usadas mas nesse livro, com a escrita da Carla que é extramamente singular eu consegui ver quanto a nossa língua é bonita, sobre tudo em diversos trechos ela usa palavras que deveriam se assimilar a elogios de tão bonitas e são muito bem usadas.
Não foi um livro que terminei pela história, na verdade foi por puro fanatismo a autora, ela escreve muito bem mesmo!

mathxus 09/05/2024

Nem tudo é rio, esse daqui é um oceano
Me arrisco a dizer que foi uma das melhores experiências da minha vida!

A forma como a simples escrita é capaz de complexar cada centímetro do seu coração, esse livro mostra claramente que não é preciso de muito para fazer uma história boa, é preciso saber o quê está sendo feito.

Personagens bem escritos e humanizados, sentimentos a flor da pele, tudo é rio ficou eternizado como um oceano em minhas memórias, que todos leiam e sintam cada palavra.

yohash 08/05/2024

Difícil de digerir
A escrita da Carla me conquistou desde o primeiro parágrafo. Ela consegue usar as palavras de uma maneira que o leitor sinta cada cena na sua própria pele.
Eu conheci esse livro através da internet, e me chamou muita atenção em como as suas avaliações não eram unânimes. Era como se metade amasse completamente e entendesse absolutamente tudo que a autora quis dizer com determinadas situações não tão ?coerentes? com o que a sociedade atual considera ?correto?, enquanto outras pessoas odiavam e taxavam o enredo como uma romantização de relações abusivas.
Eu particularmente gostei, mas entendo quem não considera bom. É um livro pesado e de emoções muito intensas. Talvez, eu não recomendaria para determinados públicos, porque é um texto com infinitos gatilhos.
É encantador como a Carla detalha cada personagem e conta a trajetória de cada um. Mas, a que mais me chamou atenção foi a Lucy, que pelo que eu interpretei, foi vítima do seu tio, apesar dela sair tanto como a ?responsável? pela situação.
Uma outra coisa que me fez entender o final desse livro foi a história de vida do Venâncio. Me parece que a relação dele com o pai influenciou completamente em seu comportamento na vida adulta, e, com tantos anos de convivência, a Dalva pôde entender de onde vinha aquelas atitudes do seu marido. Mas, me parece duro demais essa ideia de entender o porquê do comportamento do outro e aceitar, mesmo que te machuque da forma mais cruel possível, eu classificaria como uma atitude quase de ?submissão?.
É interessante como a Dalva age ao longo de todas as cenas de humilhação contra ela. É como se ela também fosse um pouco como a sua mãe, a Aurora. Também é muito bonito como ela cuidou do João, toda a leitura se tornou leve e alegre, assim como a vida dela naquele momento.
O final é muito difícil de digerir. Talvez eu não tivesse essa mesma atitude, mas consegui compreender como os personagens chegaram nesse fim.
Para finalizar, ?Tudo é rio? é um ótimo livro, tem uma escrita deliciosa, e, de fato, faz jus à fama que possui. E retomo, só não recomendo para quem é sensível demais.

gksskck 08/05/2024

Um chute no estômago
Escrita poética e madura narrando as tragédias da vida e do amor sob uma perspectiva extremamente eloquente. Senti pequenas doses de Clarisse Lispector e Machado de Assis emaranhados nas linhas duras de cada frase. Carla Madeira condensou o que há de melhor na literatura nacional quando escreveu sobre Dalva, Lucy e Venâncio. Sem sombra de dúvidas foi uma das minhas leituras mais profundas.

felipesjunq 08/05/2024

Um certo milagre nos encontros
Arrebatador. Tudo é rio tem uma história tão grande e ao mesmo tempo tão simples, mas com uma escrita tão bela, uma execução tão bem elaborada, que torna tudo magnânimo. Os personagens criados nessa história são pura arte, tantos sentimentos conflitantes em relação a Venâncio, Lucy e Dalva, que sinto-me extasiado até agora.
Em relação ao polêmico final, sinto que entra pra lista de finais que eu não queria que acontecesse, que acho que os personagens mereciam mais, entretanto, foi um final coerente para o que foi apresentado e que faz sentido dentro do universo e espaço da obra, infelizmente.
Agora, para mim, o maior destaque desse livro é a escrita, a forma que Carla Madeira desenvolve seus personagens, apresenta frases e reflexões é simplesmente visceral. Existem algumas sequências desse livro que me atingiram de uma forma que eu não consigo e provavelmente demorarei um tempo para conseguir explicar.
Realmente, existe um certo milagre nos encontros, fico genuinamente feliz de poder ter encontrado essa obra e sendo realista, não sei quantos verbos dentro do amor seriam necessários para definir o quanto amei esse livro. Fantástico, apenas.

biagomesbg 08/05/2024

Não è bom todo dia, mas é bom toda a vida
Gente, que livro incrível. Perturbador, mas incrível!
Tive uma certa resistência no início, mas ele foi me ganhando aos poucos e me prendeu muito.
Admiro a capacidade de Dalva de se reconstruir e perdoar


?Um dia feliz tem mais poder que a tristeza de uma vida inteira.?

?Não é bom todo dia, mas é bom toda a vida.?

?Ele melhora sozinho, depois piora e torna a melhorar, e a gente vai assim tomando distância e diminuindo distância. Caminhando.?

?A gente passa a vida pelejando com o dilema de existir ou desistir, com o que é bom e o que é ruim, o certo e o errado, a morte e a vida. Essas coisas não se separam. O lugar que dói é o mesmo que sente arrepios. É no corpo, no amor e na liberdade de escolher as coisas que a gente fica inteiro ou despedaçado. Então, pede para a parte boa dar conta da parte ruim.?

?A vida dá um jeito de manter a gente vivo mesmo quando a gente morre de dor.?

?O amor é alegre, disse Aurora. Para que serve o amor se não é para trazer a alegria para perto??


?Deus estava de volta.?

patricia1307 08/05/2024

Muito reflexivo
Ouvi por um audiobook que contava com um narrador impecável. acredito que se tivesse lido teria sido uma experiência três estrelas, não curto muito esse estilo de texto corrido/poucos parágrafos.

não achei romantizado e nem propaganda cristã, e veja que eu deliberadamente evito cristãos, tamanha eh a aversão que sinto por eles. as personagens são coerentes, bem construídas, um pouquinho caricatas talvez? mas nada exagerado. todo o papo de deus foi bem inserido já que, afinal, fazia parte delas; entendo o porquê de estar ali.

também eh interessante levantar o ponto que tragedias não seriam tragedias se não fossem? tragedias. romeu e julieta poderia ter sido diferente caso romeu não tivesse se envenenado, mas aí não seria trágico. dalva e lucy poderiam ter vivido um milagre, uma mudança, mas aí não seria trágico, não traria a proposta do livro à vida. tudo eh rio eh um grande exemplo dos ?se fosse eu, eu não deixava?. poderia ter sido diferente, sim, mas essa eh a história de duas mulheres que, infelizmente, não foi; espelhadas direto em mulheres reais que continuam na mesma situação que elas.

acho a tragedia uma abordagem muito importante de se acostumar? posso ser suspeita a falar por ser um dos meus gêneros favoritos, mas acredito que devemos entender, no nosso papel como leitor, que se sentir desconfortável com histórias infelizes não as tornam automaticamente ruins ou problematicas.

clara 08/05/2024

UAU
Eu li esse livro do início ao fim sentindo um peso na consciência, por amar, entender e pensar em perdoar as atitudes de cada personagem.
Antes de ser um livro sobre perdão, é um livro sobre até onde você pode perdoar e se o perdão se fizer presente entender o porquê ele se estabeleceu ali.
Tudo é rio, te mostra todas as facetas de um acontecimento e que nem tudo é 8 ou 80, existem nuances em cada ação e reação.
Pra mim o plot não é o foco do livro, e sim como Dalva lidou com a tragédia que destruiu e despedaçou o seu amor. Não só o seu amor, como sua esperança e sua vivacidade.
Simplesmente inexplicável e profundo, um profundo que chega ser desconfortável em certos momentos.

marianasaad 08/05/2024

Vi muita gente falando sobre não ter gostado do final, mas não me surpreendeu e acho que a intenção foi exatamente essa: causar esse sentimento de frustração nos leitores.
Eu gostei bastante do livro, não sou de marcar páginas mas nesse fiz algumas, acho que ele pega em algumas reflexões sobre relações e de fato não foi feito pra ser devorado.
Não consegui ter empatia pelo Venâncio em momento nenhum, pra mim, todo sofrimento foi merecido.

ThAvini 08/05/2024

TÃO perturbador e TÃO bom.
A única coisa ruim é quando fica alterando entre presente e passado, isso me estressa e me deixa toda perdida.

isbellaleal 08/05/2024

Confesso que esperava mais, pelo tanto de comentário positivos que tinha visto, mas não me surpreendeu tanto assim

Mama 08/05/2024

As aguas que passam na vida
Tudo é rio me fez pensar. Me fez pensar sobre a importância da família na criação de quem somos. Me fez pensar sobre vulnerabilidades. Sobre não sermos de todo bom, mas isso não significa ser de todo ruim. Me fez pensar sobre até quando queremos convencer o Alto sobre nossa bondade. Me fez pensar sobre perdão. Me fez pensar sobre a importância da terapia. Ah, se essas traumas fossem tratados na terapia tapas não teriam ocorrido, mordidas também nao, grosserias desnecessárias e ilícitos affairs? A cura do interior é algo necessário, precisa ser encarado para que haja saúde nos relacionamentos.
Não gostei de ter muitas falas de cunho sexual, então acabei pulando muita coisa?
Mas enfim, ainda bem que a caminhada de justo é como a luz da aurora, o nome da minha personagem preferida nesse livro, que vai brilhando, brilhando ate ser dia perfeito.
Nisso meu coração descansa, aquele que começou a boa obra é fiel para que termine e não importa como foi o começo, nada é tão quebrado que não possa ser restaurado nas mãos de um Bom Carpinteiro.