Tudo é rio

Tudo é rio Carla Madeira
Carla Madeira




Resenhas - Tudo é Rio


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Lu 28/03/2021

Viva a literatura brasileira!
Estou sem ar.
Um dos melhores livros lidos deste ano .
Uma escrita poderosa, envolvente , sensível , profunda .
Eu estou apaixonada !!!!!!!!!!!!!
Leiam ! Leiam!
Quero mais.
Andreza 11/04/2021minha estante
Um dos melhores livros que li nos últimos tempos!! Emoção a cada página ?


Lu 11/04/2021minha estante
Verdade !!!!!!!


Angel 26/04/2021minha estante
Um livro maravilhoso e poético! Um dos melhores que li esse ano. Indico pra todo mundo.


Lu 26/04/2021minha estante
Eu concordo e assino embaixo.


Vivi.Trentini 01/05/2021minha estante
Realmente, um rio (livro) que nós atravessa! Excelente ?


Lu 01/05/2021minha estante
Verdade !


Alanis 27/07/2021minha estante
Esse livro com suas descrições de sexo está mais para o pornográfico do que até mesmo um livro de Bukowski
Chulo, rasteiro, só se salva por algumas digressões inteligentes


Van 09/10/2021minha estante
Simplesmente maravilhoso! Poético e verdadeiro. Personagens viscerais. Recomendo demais!! Um dos meus preferidos da vida!


Heloisa.Agibert 16/12/2021minha estante
Uma escrita linda, gostei das personagens fortes femininas.O final não me agradou.


Branca 16/01/2022minha estante
Realmente uma excelente leitura! Acho que cada personagem nos apresenta algumas características que trazemos em nós. Podemos refletir sobre os relacionamentos, sentir o frescor do início, visualizar o tal tédio da rotina, ver a ousadia de uma personagem fora dos padrões também, nos faz refletir sobre nossos desejos! Nos tornarmos juízes, reavaliamos à sentença quase ao final. Sentimos a dor latente e a espera do que será? E o final bem aí é pra ler tudo!


Beatriz.Bezerra 26/01/2022minha estante
Maravilhoso!!!!! Leitura deliciosa


Lala 23/02/2022minha estante
Horrível? ? na verdade, achei a história até um pouco sem pé nem cabeça. Odiei


Maria.Tereza 28/02/2022minha estante
Muito fraco


Guilherme 01/03/2022minha estante
Eu entrei no Instagram do fotógrafo da capa, é uma foto bem aproximada da água e está de cabeça pra baixo.


Laura 04/03/2022minha estante
É um livro ambíguo, dei uma nota mediana justamente por isso.
Não sei ainda se gostei do livro, é uma história estranha e um tanto problemática. Há partes lindas e outras repugnantes. Mas eu devorei essa história em um dia e poucos livros fizeram isso comigo.


Tati 25/04/2022minha estante
Gostei muito do livro em si. Devorei quase numa sentada, se não tivesse que parar pra trabalhar Rsrsr. Mas, o final, pra foi forçado. Desnecessário aquela suavizada toda


camila.lustoza. 17/06/2022minha estante
Tô na metade do livro e não consigo parar. Ao mesmo tempo não quero que acabe rs


Adriana 18/08/2022minha estante
Estou impressionada com a escrita da Carla Madeira! Amei o livro, é imperdível! Estou tão orgulhosa de nossos escritores brasileiros?


Renata 27/09/2022minha estante
Gostei muito da maneira de Carla escrever. Fiquei fissurada pela narrativa, mas confesso que meu gosto pelo o que aconteceu com as personagens é dúbio: achei o final MUITO problemático, fiquei bem incomodada. Ao mesmo tempo, gostei muito da maneira como as personagens são descritas, como as ações das mulheres são moldadas ao longo da vida. Tô confusa, galera hahaha


AndrAa.Tostes 21/11/2022minha estante
Um livro poético ,com uma escrita linda e forte !


DELIA 30/12/2022minha estante
Concordo


Maria 04/01/2023minha estante
Esse livro é MARAVILHOSO!!!!!!
Hoje é 04/01/2023 e posso afirmar com certeza que é o melhor livro que já li!! Leiam vcs não vai se arrepender


Ari 13/01/2023minha estante
O tempo nesse livro é muito confuso. Não informa a idade dos personagens, quanto tempo se passou, fiquei muito perdida. O enredo todo é ótimo, mas o final deixou á desejar


Kirla 23/01/2023minha estante
Que livro!!! Sem palavras


Bruna.Zuqui 14/03/2023minha estante
Um livro muito bonito. Leitura rápida.


sarinha:-) 18/03/2023minha estante
simplesmente perfeito!


Kamilla 31/03/2023minha estante
Não gostei do final.


Mauro Silveira 06/04/2023minha estante
Terminei hoje e não sei se gostei. A leitura flui num ritmo acelerado, existem digressões muito interessantes, mas fica sempre um gostinho de que tem algo errado, talvez exagerado, talvez fora do lugar e o final beira a inverossimilhança.


Maria.Teresa 10/05/2023minha estante
Quando acabei abracei e beijei o livro! Forte delicado poético... tudo!


gabi 17/05/2023minha estante
não gostei do desfecho, mas é um livro incrível! Recomendo


Isabelle.Furquim 03/07/2023minha estante
Um dos melhores livros que ja li! A escrita tem uma poesia intrínseca. Perfeito!


Angélica 24/07/2023minha estante
Eu quero chorar de tão bom que esse livro é!!!!!!


Estevao 26/08/2023minha estante
Antes de ler Tudo é Rio li várias resenhas e assisti a alguns vídeos , a maioria elogiando. As críticas que li foram mais no sentido do falso conservadorismo . Tudo é Rio me conquistou por ser uma história atemporal. Os "problemas" apontados por alguns leitores para mim não passam de verdades que a sociedade e muitas das "famílias tradicionais " tentam colocar para debaixo do tapete, e a exposição incomoda a alguns . Porém, não é uma exposição vulgar, é delicada, não é fantasiosa. Enfim , mergulhei no rio da leitura e deixei que a correnteza me levasse. E que venham os próximos ! E viva a literatura brasileira!


thaismdeirs 27/08/2023minha estante
Eu só não compreendi a necessidade de ressuscitar o Vicente..


thaismdeirs 27/08/2023minha estante
Além disso, achei algumas partes bem problematicas, a relação da Lucy com o tio, a questão da agressão e do ciúme doentio que não teve consequências além da repulsa de Dalva. O Venancio é extremamente problematico e um filho não resolve todos os dilemas, não ressuscita o amor e não deveria apagar tudo que aconteceu.


Estevao 28/08/2023minha estante
Esses problemas é que tornam o livro atemporal pra mim. São o que comentei sobre jogar pra debaixo do tapete . Ao invés de fazer um romance fofo, a autora dá um soco e sai da mesmice clichê no final , o que nos faz discutir sobre a história. Essa é a missão da literatura também, fazer com que a gente debata sobre temas que fazem parte do dia a dia .


JAssica137 30/08/2023minha estante
Gente, eu vou precisar ler esse livro de novo em outro momento. Pois eu detestei... Hahahaha comecei a ler por indicação e foi um suplício pra terminar, a história não me envolveu, foi bem difícil concluir.


Estevao 30/08/2023minha estante
O estilo de literatura que se consome às vezes influencia, ou então o momento . Por exemplo, eu li Orgulho e Preconceito com muitas expectativas, por ter gostado , no passado , de livros como Helena , Dom Casmurro , Lucíola , Diva , Senhora e A moreninha . No entanto , não me empolguei, achei um livro normal . Porém, lembrando com calma do que trata a estória , a época , como foi contada e a por quem foi contada, passei a valorizar e respeitar mais . Conclusão: muita expectativa e o nosso momento pessoal influenciam bastante no gostar ou não de um livro .


Helô 11/09/2023minha estante
É um livro arrebatador.


Liceli 21/09/2023minha estante
Incrível ver a literatura brasileira se fortalecendo cada vez mais. Livro profundo, lindo e feio ao mesmo tempo. Nos fala sobre amor, ciúmes, obsessão, perdão. A leitura me prendeu de uma forma diferente. Doida pra conhecer os outros livros da autora.


Cecilia331 05/10/2023minha estante
Li a carta de Aurora para Dora - estou sem ar, quanta profundidade !


Sara.Barbosa 22/10/2023minha estante
Que livro lindo, poético, sensível. Temos que ter maturidade pra ler e entender que o que acontece ali, são fragmentos da vida real.


ÃgathaMares 23/10/2023minha estante
A forma que a autora escreve é incrível e envolvente, estou lendo sem parar, mas sobre a história em si, tenho outra visão, algumas descrições me trouxeram repulsa e achei até uma ?normalização? de coisas problematicas..


Estevao 11/11/2023minha estante
ÁgathaMares,, mas literária é isso , não podemos nos apegar a expectativas de que todo livro seja phopho e que ignore realidades da nossa sociedade . A autora joga pro ventilador uma realidade , e que bom que nós identificamos ! Ela não normaliza , apenas cutuca , como se falasse na cara : ei, deixe de ignorar a realidade! Por mais que você não queira que exista , isso ainda existe e ainda é tratado de maneira comum. Exemplo: um famoso político que disse que pintou o clima entre ele e menores de idade . É muito o "clima " da personagem com o esposo da tia. O que gostei bastante foi o fato de que a história não é datada , o que faz com que a gente pare pra pensar qual o tempo real da história, por exemplo.


Gilmara.Pessoa 12/12/2023minha estante
Continua sendo um dos melhores livros dos últimos tempos!!


Thika 16/12/2023minha estante
Concordo! Livro poético, intenso que prende com a leveza da escrita.


LariCerqueira 17/12/2023minha estante
Gostei mas algumas passagens são muito chulas e grosseiras?


acriscarv_ 30/12/2023minha estante
Foi o melhor livro que li esse ano ??


Renata.Nunes 05/01/2024minha estante
esse livro é um furacão! um dos meus livros favoritos dos últimos tempos. me deixou sem palavras. que escrita, que história!


Wemerson22 12/01/2024minha estante
MEU DEUS!!!
Não me arrependo de ler esse livro, é incrível a forma de como o autor tira lições das vidas dos personagens e de suas ações fazendo o leitor pensar por horas e por dias seguidos, com certeza vou ler denovo.


Greysi0 12/01/2024minha estante
Que obra prima!! Que escrita!!


Jôsy 14/01/2024minha estante
Conclui a leitura em 3 dias . É um livro em que a história dos personagens são narradas de forma envolvente e poética, com um enredo que nos leva a refletir várias situações. Gostei, vou ler outros títulos da autora.


Mafilli 18/01/2024minha estante
fazia tempo que um livro nacional não me deixava assim, obrigada carla ? estou sem palavras


Tamyres.Diogo 24/02/2024minha estante
Não dava nada pelo livro e ele me entregou tudo. Uma escrita envolvente e poderosa. A quanto tempo não chorava tanto com uma leitura.


Karina.Marques 26/02/2024minha estante
Confesso que não foi um livro que me prendeu, achei pesado, com um enredo confuso, um desfecho ?? Enfim, esperava mais. Não me tocou.


Daniela642 15/03/2024minha estante
Apenas leiam! É simplesmente maravilhoso. Não sou apegada aos livros físicos, leio e empresto, dou, mas não vou conseguir me desfazer deste livro...é lindo.


Cris.Ramelo 19/03/2024minha estante
Carla madeira, boa demais li os três de uma vez só. E já tenho vontade de reler.


marcia277 01/04/2024minha estante
Nossa nada do esperado.. Que final horrível.


hwepinks 13/04/2024minha estante
quero ler pq a capa é linda, se eu comprar e for ruim eu estarei pedindo reembolso??


Talita608 15/04/2024minha estante
O livro é bom, tem uma narrativa linda e poética, com ótimas reflexões e personagens densos e com tantas camadas que nos faz ficarmos sem ar.
O livro vai se tornando cada vez mais emocionante conforme você vai entendo a complexidade de cada personagem, mas não gostei do final, achei romantizando demais uma relação tóxica, o perdão é importante, tanto para quem perdoa quanto para quem é perdoado, pois liberta, mas voltar para aquilo que te machucou, que te matou... é romantizar demais uma relação tóxica.

Perdão é se libertar de toda mágoa e rancor, é seguir adiante, é não se permitir viver mais aquilo, permanecer no ambiente que te adoeceu é a mesma coisa que permitir que tudo aquilo ocorra de novo.


Getulio.Paulino 09/05/2024minha estante
Esse me fez chorar.


Lais 12/05/2024minha estante
o livro eh impecavel ate a ultima pagina. ela custou meua estrela e teria sido muito mais poetico e satisfatorio se ela tivesse tomado outra decisao


Bruna.Emanuelli 14/05/2024minha estante
Lindo lindo lindo!!


Veridianne 19/05/2024minha estante
Que livro maravilhoso! Prende do início ao fim!


Maria Do Socorr 22/05/2024minha estante
Achei péssimo.


Lorena.Steffens 25/05/2024minha estante
A escrita da Carla é cativante, maravilhosa! Você reflete em cada frase que ela escreve. Entretanto, esperava mais do final desse livro, ficou parecendo o desfecho de outro livro, pois contradiz os acontecimentos da história.


Bandeira3 31/05/2024minha estante
Eu tô querendo ler esse livro, mas estava em dúvida se era bom, mas com tantas pessoas elogiando, acho que vou dar uma chance




Ana Sá 04/04/2022

Um livro inacabado de uma boa escritora
ATENÇÃO: Se você é muito sensível a informações sobre enredo/personagens, este texto pode conter spoilers e eu não tenho Serviço de Atendimento às Consumidoras. Siga por sua conta e risco!

Li este livro num intervalo de 24 horas. Ele flui mesmo, acho que quase ninguém tem/terá reclamações quanto a isso. Ah, e também é daquelas obras nada mornas! Dificilmente uma leitora sai indiferente a este romance; por uma razão ou por outra, fica uma sensação de: "o que é que eu acabei de ler?". O livro incomoda e esse incômodo, por si só, pode fazer valer a leitura.

Para situar quem não faz ideia do que trata "Tudo é rio", são três suas personagens principais: Dalva, Venâncio e Lucy. Os dois primeiros casados, sendo esta última uma prostituta que se envolve com Venâncio quando seu casamento é abalado por um ato gravíssimo de violência doméstica por ele praticado contra a esposa e o filho recém-nascido (isso acontece nos primeiros 10% do livro, nem conta como spoiler!). E justamente devido à complexidade do tema, "Tudo é rio" levantou e continua a levantar um debate fervoroso sobre uma suposta romantização (ou não) da violência contra a mulher. É este o bafafá da vez e foi ele, também, que me fez antecipar a leitura desta obra... Mergulhei no rio de Carla Madeira com a intenção de dar muita atenção a esse ponto: "Há romantização? Não há romantização?"... Mas eis que, para a minha surpresa, esse aspecto acabou se tornando secundário. Antes de chegar a ele, fui acumulando outras inquietações ou, para ser precisa, outras insatisfações...

Na minha humilde opinião, a autora escreve bem. Há muitos elementos que provam isso. Contudo, seu estilo, cheio (mas muito cheio mesmo) de aforismos me cansou! A gente não consegue seguir com a leitura sem tropeçar numa frase de efeito. Há quem goste, já eu me canso quando percebo excessos. Tive vontade de poder dizer para a autora: "amiga, eu já entendi que você escreve muito bem, que você faz coisas lindas com as palavras, agora me deixa respirar um pouquinho! guarda alguma metáfora pro próximo livro!". Por exemplo: tem um momento que para anunciar que Venâncio vai 'mijar' (verbo usado logo em seguida), tem-se a frase: "...já estava lá fora no portão, quando pôs sentido na bexiga cheia e pesada". Então... me cansa. Quebra o ritmo. Eu encaro como um excesso. Pode ser meramente questão de gosto, mas o fato é que: ai que preguiça!

Pois bem, mas mais grave, a meu ver, são as lacunas que o romance coleciona:

[Lembre-se, eu não tenho Serviço de Atendimento às Consumidoras, e a partir daqui eu posso mesmo ferir os olhos de quem é sensível a spoilers!]

* Dalva opta por uma postura silenciosa e retraída após sofrer a violência doméstica. Por quê? Que elementos de sua personalidade e trajetória explicam essa escolha?

* Lucy é prostituta por escolha (o que é, de início, um ponto forte da narrativa, pois nos traz uma visão pouco usual da prostituição), mas como foi construída sua sexualidade? De onde vem tanto desejo, tanta sensualidade, desde cedo? Aliás, de onde vem esse profundo ódio de Lucy por Dalva, num momento em que elas nem sabiam direito uma da existência da outra?

* Venâncio supostamente se arrepende? Como, quando, onde começou esse arrependimento?

Enquanto lia "Tudo é rio", eu tive uma sensação recorrente de "mas DO NADA isso?". Há afirmações genéricas, sugestões, indícios de respostas, mas será que esses temas, será que essas personagens permitem uma narrativa de superfícies?

Chega a ser paradoxal porque são personagens marcantes mas que, ao mesmo tempo, acabam ficando rasas pois a complexidade de suas trajetórias e ações nunca é devidamente trabalhada (repito, na minha humilde opinião!). E por isso dei o título que dei a esta resenha: "um livro inacabado de uma boa escritora". Carla Madeira escreve bem, mas parece que seu livro sofreu de certa desatenção por parte da editora, parece que faltou ali uma profissional para sugerir, por exemplo, que a linguagem fosse lapidada ou que o conteúdo fosse expandido. Raras são as vezes que fecho um romance com a sensação de quem faltaram páginas. E neste eu senti isso. A força do enredo e dessas personagens não cabiam nessas 200 e poucas páginas.

Sei que pode parecer pedante ou oportunista, mas, assumindo o risco, acho que vale compartilhar aqui um relato pessoal bastante sincero: parte dessas reflexões foram guiadas pela minha própria experiência de escrita. Ano passado, eu decidi publicar de forma independente um livro de contos. E precisamente por não ter editora, e precisamente por escrever sobre temas delicados, tive muitos receios envolvendo o excesso ou a falta na minha escrita. Eu sabia o que estava (e estou) a perder por não ter um editora. E é por essa razão que às vezes eu encaro bem algumas críticas negativas que eu recebo... Às vezes, uma leitora pega num ponto de excesso ou de falta em um dos contos e eu penso: "você tem toda razão... se você tivesse sido minha editora, e me criticado antes da publicação, teria sido bom!". Foi um pouco disso que senti em "Tudo é rio": "poxa, que pena que a obra não caiu nas mãos de uma boa editora" (e aqui não falo de editora no sentido de empresa, mas de uma boa profissional/crítica literária mesmo, sabe? que inclusive são difíceis de encontrar!).

E para não dizer que não eu falei da tal "romantização":

[Eu avisei dos spoilers... amiga, ainda dá tempo de você fechar o Skoob!]

Para mim, também essa chave de leitura, a de que o livro romantiza o "irromantizável", cai de novo na questão das lacunas deixadas pela autora. A priori, a premissa da punição que vem do remorso do agressor e da indiferença passivo-agressiva da vítima, seguida de redenção, que é o que Venâncio experimenta, é muito válida artisticamente e, se bem trabalhada, poderia nos entregar uma baita personagem! Há verossimilhança possível num crime de violência doméstica que passa despercebido ou ignorado numa cidade pequena. E haveria, imagino eu, caminhos para se construir um sofrimento e um arrependimento à altura de uma violência tão bárbara. Na arte, haveria. Crime, perdão, redenção, amor, ódio, o humano e suas contradições... Quer mais literatura do que isso? Mas aí é que está... Uma vez mais, lá estava eu, me perguntando: "mas DO NADA isso?" (o desfecho do Venâncio foi, para mim, o famoso "de cair o c* da bunda!"). Ou seja, na minha humilde leitura, nem chega a ter romantização, pois até para isso teria sido necessário escrever mais! Ou então, quem sabe, há margem pra essa crítica à romantização justamente por causa daquilo que não foi dito.

Fechei a minha avaliação de leitura num "bom" (3.5 estrelas), pois como é de se esperar de uma boa escritora, como é Carla Madeira, há passagens, capítulos, descrições muito autorais e interessantes. Algumas, quando não pecam pelo excesso, são belíssimas! Eu lamento que a autora tenha deitado a caneta tão antes do fim.

Agora, com licença. Já escrevi demais e estou apertada... preciso "pôr sentido na bexiga cheia e pesada" (ah, gente, sério?! rs).
Joao 04/04/2022minha estante
Resenha sensacional, Ana!!


@voulerdenovo 04/04/2022minha estante
Adorei a resenha!!
p.s.: a pessoa aqui não sabia que tu era escritora! ?


Dhewyd 04/04/2022minha estante
Resenha muito boa, fiz críticas fortes e sinceras, que refletem bem o que a obra nos mostra, mas, acredito que a predileção por enfeitar a narrativa não atrapalhou minha leitura, assim como o título do livro, para mim foi bem fluída e ágil, terminei em um dia, e gostei... Achei até algumas passagens com um toque de poesia, mesmo tratando de assuntos tão complexos.


Douglas Finger 04/04/2022minha estante
Excelente resenha Ana, me fez revisitar varias questoes abordadas pelo livro? parabens!


Fer Paimel 05/04/2022minha estante
Adorei a resenha, Ana!! Seu olhar crítico é fundamental para o debate! Obrigada pelas reflexões? eu, particularmente, tive uma experiência bem diferente lendo kkkk acho que um mérito desse livro foi justamente isso: a infinita possibilidade de debate pelo que a autora preferiu obliterar? sua resenha me fez pensar mais sobre isso, adorei!


Paloma 05/04/2022minha estante
Muitas de seus questionamentos me foram surgindo ao longo da leitura, mas acabei adotando a chave de leitura - muito pela escrita arrebatadora - de fazer aquela leitura pelo que ela era e não pelo que eu queria que fosse, e se tornou um favorito.
Até o final - extremamente incômodo - deixei ele ser lido pelo que era, pelo que estava ali (apenas um exemplo da realidade?escolha da autora? Não sei.)
Acho que pode ser tbm uma daquelas leituras em que cabe ao leitor "preencher as lacunas", nos fazemos elaborar cenários e destinos a partir de nossas próprias vivências e visão de mundo.

Excelente resenha. Extremamente assertiva.


luamagnetica 05/04/2022minha estante
ótima resenha, ana!

eu nem lembrava da frase usada pra mijar confesso que quando leio obras escritas de forma mais poética ou cheias de frases de efeito eu me deixo levar por aquele universo e raramente me incomodo, mas agora que você levantou a questão, é engraçado mesmo! kkkkkkk


Estante.Naiara 06/04/2022minha estante
Adorei a resenha, Ana! Muito obrigada! Digo isso porque li o livro, me incomodei do início ao fim e lendo as boas avaliações e a repercussão positiva do livro fiquei pensando que péssima leitora eu sou que não consegui apreciar uma boa obra..
Agora vc me deu um pouco mais de sentido e entendimento.
Gde abraço!


Ana Sá 06/04/2022minha estante
Gente, eu adorei os comentários porque tem rolado mesmo uma troca legal entre quem gostou mais e quem gostou menos do livro...

Não é fácil escrever uma resenha com críticas a uma obra que é tão querida por muita gente, então é bom saber que meus apontamentos somaram alguma coisa ao debate!

Agora estou pensando no que Paloma disse... No quanto 'Tudo é rio' se divide entre o que é, o que não é e o que a gente queria que fosse rs...


Ana Sá 06/04/2022minha estante
Alba, eu não me considero escritora não rs... É uma palavra forte demais! rs Sou só uma pessoa que escreveu uns contos e criou coragem de jogá-los na Amazon... ?


Ana Sá 06/04/2022minha estante
E vendo os comentários de vocês, tem um ponto que não frisei, mas que não pode ser menosprezado: gosto! Não é? Tem gente que curte mais, tem gente que curte menos esse estilo que pesa na prosa poética... E talvez a pobi da Carla Madeira não tenha culpa de ter gente, como eu, que se contenta com o "mijar", né? rs


Paloma 07/04/2022minha estante
Verdade Ana. Eu acho que antes de qualquer coisa falar sobre a experiência de leitura é começar pela questão do "gosto", que é extremamente subjetivo. Cada pessoa é um universo. Determinada escrita, enredo, etc., vai conversar com algumas pessoas e outras não. E tá tudo bem! Muitos debates sobre isso nem teriam início se começasse a partir dessa premissa.


Jamile.Almeida 26/04/2022minha estante
Eu particularmente gosto da prosa floreada, é meu estilo. Mas fiquei com a mesma sensação de que ela parou antes de acabar? de que muita coisa deixou de ser dita e que eram importantes na construção dos personagens. Eles começam como leoes na selva e terminam como gatinhos domésticos. Mas gostei. Acho q a Carla tem muito a nos entregar ainda.


Ana Sá 26/04/2022minha estante
Jamile, adorei essa imagem do leão versus gatinho doméstico... Você resumiu o que senti sobre as personagens!
Fiquei desmotivada a ler mais da autora, mas concordo com você sobre ela ter mais a entregar... Escrever bem ela escreve!! Vou ficar de olho nas resenhas de outros livros dela, quem sabe...


Beatriz 23/12/2022minha estante
Muito obrigada por essa resenha, ana! isso aqui irá agregar muito nos debates sobre esse livro. Eu, particularmente, gostei bastante do livro, mas muitas vezes, durante a leitura me peguei pensando "de onde esse sentimento surgiu? como a construção desse personagem chegou até ali? como ninguém da cidade soube do crime? por que venâncio não foi preso?". e, ao ler sua resenha, descobri e conclui junto contigo: a escritora "deitou a caneta" cedo demais. Isso não atrapalhou minha experiência, massssss poderia ter sido melhor.


gabriel 29/12/2022minha estante
Você foi generosa. O livro é ruim mesmo. Se a Madeira é escritora, eu sou o Papa. Mas não avacalhei na nota mesmo assim, pois pelo menos ela foi criativa (com a escrita "poética" e tal).


Arianna Machado 24/04/2023minha estante
Amei sua resenha!! Fechei o livro também cheia de dúvidas. Por que raios Dalva permaneceu na sua casa e não foi morar com a amiga e o filho???


Alê | @alexandrejjr 22/08/2023minha estante
Eu gosto de usar o Skoob, mesmo com todos os seus crescentes defeitos, por uma única razão: poder ler textos de leitores atentos, aqueles que sabem o valor do tempo dedicado a uma leitura. E Ana, toda vez que dedico tempo ao teu olhar criterioso e expansivo, sei que saio um leitor melhor do que era antes de me deparar com os teus apontamentos. Obrigado! E parabéns por essa resenha singular.


Ana Sá 23/08/2023minha estante
Alexandre, a recíproca é totalmente verdadeira: suas resenhas são sempre uma aula de leitura e, assim como vc, eu insisto no Skoob apesar do app ser muito precário, o que limita às vzs bons encontros e interações... Obrigada pelo comentário tão gentil! :)


Gustavo Carnelós 27/08/2023minha estante
Excelente resenha, muito bem expostas e justificadas suas impressões, as quais eu tive também, especialmente sobre o excesso de frases de efeito e trocadilhos, dos quais eu gosto, porém realmente são tão frequentes num mesmo texto que chega uma hora que cansa. Sobre a profundidade ou motivações dos personagens, não demorou para eu perceber que seria melhor ler esse livro como uma fábula, aquelas histórias que são compostas de algum exagero, fantasia ou sobrenatural (como O Auto da Compadecida, Incidente em Antares, etc), com aquele velho cenário de uma cidade onde tudo o que acontece envolve a toda a população ou se oculta deles todos. Pois, como exemplo, uma prostituta que encanta e domina todos os homens, fazendo de seu comportamento um espetáculo orgulhoso, acabou caindo na caricatura - mais parece uma bruxa que está lançando um feitiço em cima da cidade (lembrei do conto O flautista de Hamelin - aqui, com os homens indo atrás da mulher que os seduz como mágica, tipo um canto de sereia). Ou seja, acionei esse modo de ler, flexibilizando a realidade, relativizando a verossimilhança, sem questionar para onde os personagens vão, e sim apenas me propondo a ver para onde a autora quis levá-los.


Julie 08/11/2023minha estante
Concordo muito e o que muito me incomodou diversas vezes foram as descrições exageradas e que se excediam muito. Tenho um pouco de preguiça dessas descrições exageradas quando se fala de relações sexuais, acho que fica muito apelativo.


Fernando 24/11/2023minha estante
Compartilho de várias das suas reflexões sobre esse livro.


Elly 06/12/2023minha estante
Resenha muito boa e realista. Me senti exatamente como você em diversos momentos e não soube explicar tão bem quanto você!


Ana Sá 15/04/2024minha estante
Pessoal, o Skoob não tem me enviado direito as notificações de comentários em resenhas mais antigas... Cruzei agora com os novos (já não tão novos) comentários e fico muito feliz com a troca! Legal saber que a resenha faz sentido pra mais gente... :)


Ana Sá 15/04/2024minha estante
Gustavo Carnelós, gostei muito da sua chave de leitura... Se eu cogitasse reler o livro, tentaria ir por esse caminho com certeza!




Vanessa.Castilhos 30/03/2023

Um rio de emoções
Ao meu ver, não poderia ter um título mais perfeito que se encaixasse nessa história.

Tudo é rio não merece spoiler, merece ser lido! Merece que nos entreguemos nessas águas e que deixemos ela nos conduzir.

E foi exatamente assim que me senti, levada por essa correnteza de emoções.

Por ora mansa, suave, pacífica, por ora agitada, turbulenta, desconfortável, quase me afogando, mas sem querer deixar esse rio.

Não há enchente, transbordamentos, excessos, como diz Martha Medeiros, é na medida exata!

Uma história de entrega, desejos, paixão, recolhimento, abusos, violência, morte, renascimento, construção, desconstrução, tristeza, alegria, bondade, perdão... mas também de muito amor. Um rio caudaloso...

"Tantas correntezas trouxeram a surpresa maior de todas: querer o bem ainda que doesse nela." p. 175

Leiam! Somente leiam!

E a vida segue o seu curso... porque Tudo é rio!
CPF1964 30/03/2023minha estante
Que resenha foi essa, Vanessa !!! ?????


CPF1964 30/03/2023minha estante
Sou de Exatas e morro de Inveja !!


CPF1964 30/03/2023minha estante
Ainda não li este livro.


Vanessa.Castilhos 30/03/2023minha estante
Ahh que bom que gostou! Mt obrigada, Cassius!!


Vanessa.Castilhos 30/03/2023minha estante
Me esforcei p ela não ficar tão poética ???


CPF1964 30/03/2023minha estante
Como ninguém está nos vendo mesmo.... Você tentou... Mas ficou bem Poética. ???


CPF1964 30/03/2023minha estante
A melhor que vi deste livro. Apesar do final clichê...????


Vanessa.Castilhos 30/03/2023minha estante
Ah que legal! Kkk


Jóice D. 31/03/2023minha estante
Resenha maravilhosa! ?????


Vanessa.Castilhos 31/03/2023minha estante
Mt obrigada, Jóice! ?


Núbia Cortinhas 31/03/2023minha estante
Uauuu!! Que resenha linda, poética!! Amei!! ?? ?? ?? ?? ????????


Núbia Cortinhas 31/03/2023minha estante
Kkkk, agora que eu estou lendo os comentários, Vanessa, não tinha como não ficar poética... ficou de uma delicadeza, um primor! Parabéns!


Vanessa.Castilhos 31/03/2023minha estante
Querida ? Mt obrigada, Núbia!


Vanessa.Castilhos 31/03/2023minha estante
P mim, livro bom é aquele que desperta emoção, te desloca, te agita, mas tbm te conforta. Pq a vida é assim! E esse livro consegue fazer isso tão bem...


CPF1964 31/03/2023minha estante
Primor.... Fiquei confuso. O assunto é Literatura ou Margarina ? Refletindo ?


CPF1964 31/03/2023minha estante
Núbia, Discorra sobre o tema proposto....


Vanessa.Castilhos 31/03/2023minha estante
Eu ajudo! Margarina derretida tbm é rio... Tudo é rio ?


CPF1964 31/03/2023minha estante
?????????????????


CPF1964 31/03/2023minha estante
Então posso jogar o rio na minha pipoca....?


CPF1964 31/03/2023minha estante
Uma pena... Sendo Rio irei precisar colocar sal na pipoca....?


Vanessa.Castilhos 31/03/2023minha estante
???


Núbia Cortinhas 31/03/2023minha estante
Kkkkkkk, Cassius vc não existe!!! Rindo até 2024 com essa!! ???????????????????????????????????


ealveselis 01/11/2023minha estante
Resenha maravilhosa Vanessa!! Vou ler! ???


Vanessa.Castilhos 01/11/2023minha estante
Muito obrigada, Elis!! Torcendo para que vc goste tbm! ?




Juliane Raquel 11/08/2022

Não funcionou pra mim...
Em primeiro lugar me frustrei com altas expectativas, fiquei esperando o tempo todo por aquele plot bombástico que todos mencionavam, mas não aconteceu. E acho que todo o hype em cima do livro tenha prejudicado ainda mais minha experiência.

Não posso negar que a autora tem uma boa escrita e que inúmeras vezes me peguei refletindo. Mas eu achei que muita coisa nesse livro ficou forçada, cheio de frases de efeito, e o maior problema pra mim foi passar pano pra algumas situações, como se as coisas que acontecem ali não fossem erradas.

Eu entendo que tudo que se passa no livro são situações que tanto podem acontecer, como infelizmente acontecem na vida real. Entendo muito bem que as pessoas cometem erros, se arrependem, e devemos sim dar uma segunda chance, mas nesse livro eu não senti que a autora buscou uma retratação para os erros que Venâncio cometeu. Gostaria que ela tivesse de alguma forma tratado o tema com um pouco mais de cuidado, buscando explicar um pouco as motivações de cada personagem, e talvez de alguma forma ter conscientizado e debatido um pouco melhor a temática.

Eu acredito que se a autora tivesse trabalhado a temática de forma um pouco mais aprofundada, ou até mesmo tivesse explicado quais foram as motivações para Dalva sofrer calada depois de tudo que passou, ou o que levou Venâncio a se arrepender pelo que fez, eu poderia até ter gostado do livro.

Infelizmente senti que ela acabou romantizando coisas que não podem ser romantizadas.

Mas a autora tem uma escrita crua, e eu sofri junto com a Dalva, e para mim a Aurora foi o ponto forte dessa história.
Queria ter gostado mais do livro, mas infelizmente não foi isso que aconteceu, vale a experiência.
Lets 12/08/2022minha estante
Desculpa mas se você leu esse livro e achou que a autora romantizou isso você leu de olhos fechados. Talvez não seja um livro pra você,mas claramente se a pessoa sabe distinguir ficção e realidade esse livro é isso, ficção, que nos dá muitos ensinamentos e reflexões,e uma delas é a reflexão do quanto isso é tóxico,se você viu isso a autora conseguiu oq queria


Juliane Raquel 13/08/2022minha estante
Desculpa, mas se eu tive uma percepção diferente da sua, não quer dizer que li o livro de olhos fechados, apenas que eu vejo um grande problema em romantizar situações que jamais deveriam ser romantizadas, sem contar que retratação é completamente diferente de romantização. Se a autora tivesse buscado outros caminhos, talvez deixado palavras de conscientização, e debate, minha opinião poderia ter sido outra, inclusive tinha tudo pra ser um bom livro, mas fechar os olhos e fazer de conta que os problemas não estão ali, não dá, isso vai contra tudo que eu acredito.


Lets 13/08/2022minha estante
Não foi pela percepção que eu disse isso,e sim pelo lance de ter romantizado, é diferente retratar um relacionamento tóxico e romantizar ele


Lets 13/08/2022minha estante
E segundo q tá na cara pra todo mundo que lê que não é saudável,a autora deixa isso claro várias vezes,agora ela não precisa trazer esse debate no livro pq não é um livro de auto ajuda ou coisa do tipo,somente uma ficção que tem casos o livro todo de pessoas totalmente transtornadas e vários acontecimentos horríveis que na história não teve consequências,como na vida real,mas não foi romantizado pela autora,dizer isso acaba cancelando um livro que traz uma reflexão de tudo isso que você disse pras pessoas,e é sobre isso o livro,a autora queria fazer a gente ficar indignados com o final,era o propósito


Juliane Raquel 13/08/2022minha estante
Não, isso não está na cara de todo mundo, pois pouco se vê falando desses pontos problemáticos na história, sem contar que não foi isso que senti da autora, infelizmente em nenhum momento senti que ela trouxe isso como um problema. De toda forma lamento que você não consiga aceitar que as pessoas tem opiniões distintas, e que a minha é diferente da sua. Fico feliz que tenha gostado do livro


Marrenta_literaria 13/08/2022minha estante
Amei seu ponto de vista, vejo poucas pessoas falando sobre essa problemática, sou de acordo com tudo o que você disse, esses temas por avisam ser tratados no livro sim, não pode ser romantizado e muito menos passar pano, porque nem todo mundo consegue ver problema nisso, nós que já somos leitores a mais tempo conseguimos ver que aquilo é errado, mais tem muita gente que não vê, é tanto que tem centenas de pessoas que amaram esse livro e nenhuma delas fã lá a respeito da problemática.


Lets 13/08/2022minha estante
PQ A AUTORA NÃO ROMANTIZA, é um livro +18,se a pessoa não vê a problemática q tá escrita com todas as palavras pela autora a culpa não é da autora,tem muita gente amando esse livro pq ele é muito bom,n tem pra que dizer q ele romantiza só pq no final o casal fica junto, literatura não tem q ter o final q a gente acha certo


Juliane Raquel 13/08/2022minha estante
Olha, se você não entendeu meu ponto de vista, o problema não é meu, segundo eu não disse que eles não poderiam ficar juntos, mas que faltou desenvolvimento de alguns pontos na história. De toda forma não tem o que debater com pessoas como você, que acham que só o seu ponto de vista é válido, e que só você está certa, sendo assim, eu li o livro errado e não sei interpretar o que a autora quis mostrar. Ok que assim seja então, eis o principal motivo pelo qual muitas pessoas têm medo de expressar suas verdadeiras opiniões, pq tem um bando de gente que não sabe respeita a opinião alheia


Lets 13/08/2022minha estante
Eu respeito super o seu ponto de vista,só tô te mostrando que por a história ser assim não significa que a autora romantiza essas coisas entende?


Juliane Raquel 13/08/2022minha estante
Spoiler....














E agora sendo bem sincera, desde quando o cara espancar a mulher e quase matar seu próprio filho, e no final eles viver um felizes para sempre, como se nada tivesse acontecido, desde quando isso não é romantizar? Sendo que a mulher ficou mais da metade do livro sem falar e nem poder olhar pro marido e aí do nada, Deus entra na vida deles, mostra que pode existir amor e tá tudo certo? Ah me poupe né, não gostou, atura ou surta, pois a minha opinião é essa e pronto, não vejo a dificuldade em aceitar que tivemos visões diferentes de um livro!


Lets 13/08/2022minha estante
Nem toda história vai ter o final que a gente quer,como eu disse,ele saiu impune,a mulher deu outra chance,e a autora fez isso propositalmente pra dar essa indignação na gente,ela mostra o livro todo como isso é doentio. Você não é obrigada a gostar,mas eu acho errado dizer que a autora tá romantizando uma coisa que ela não tá,só pq a história é desse jeito,pq faz com que muita gente veja isso e cancele um livro muito bom atoua,pela história ser pesada


Lets 13/08/2022minha estante
Mas é isso,só meu ponto de vista,não vou mais incomodar vc


Juliane Raquel 13/08/2022minha estante
Eu não entendi dessa maneira, pra mim a autora não fiz isso propositalmente, mas né, cada um entende do seu jeito


Lets 13/08/2022minha estante
Sim


Marlonbsan 30/03/2023minha estante
Tenho uma opinião parecida com a sua, o fato de não pontuar que pode ter algum erro ocorrendo ali em várias situações do livro, acaba romantizando sim a história, já que há vários pontos positivos, como falar sobre amor na relação deles, o livro termina com "Deus estava de volta" que são construções positivas, mas em nenhum momento fala-se sobre nenhuma atitude negativa ou que há algo de errado acontecendo ali


Janinha 17/06/2023minha estante
Não compreendo como alguém pode gostar desse livro. O que tem pra gostar aqui, a não ser a escrita poética?


Yasmin.Amaral 20/07/2023minha estante
Concordo 100%!


Juliane Raquel 27/08/2023minha estante
Vejo muita gente amando esse livro, mas pra mim também não funcionou muito bem, faz parte né




Milena 20/02/2024

Tudo é rio, livro q só o título é bacana.
A escrita é envolvente mas a trama é fraca. Me senti lendo uma novela farofa de Walcyr Carrasco. Um livro superestimado, não vale a pena a leitura.
Manú Tristíssimo 20/02/2024minha estante
E a violência doméstica no final sendo romantizada como um conto da Disney onde o amor cura tudo????


Mary Ann 20/02/2024minha estante
A escritora ñ estava romantizando, as pessoas ñ enxergam a lição por trás da historia


Mary Ann 20/02/2024minha estante
Enfim, cada um tem seu gosto.


Krist_Hyna 20/02/2024minha estante
Vale sim! Vão me dizer que a Lucy não é incrível? (KKKKKKK ?)


Mary Ann 20/02/2024minha estante
@Krist_Hyna Simm! eu tenho tendências a gostar de putas literárias ksksk (em "jantar secreto" tinha a Cora)


Gi Santos 20/02/2024minha estante
Talvez não tenha gostado da lição que esse livro passa e tá tdo bem, mas ele mostra o verdadeiro sentido da palavra perdão, pois é mto fácil perdoar quem falou mal de vc, mas e perdoar o imperdoável? Porém uma coisa é certa esse livro divide opiniões e isso é bem legal.


Krist_Hyna 20/02/2024minha estante
Eu perdoaria o Vincêncio, se ele fosse pra cadeia e pegasse pena de violência doméstica, tentativa de homicídio e agressão de incapaz. Afinal, devemos sempre perdoar, não é?


Krist_Hyna 20/02/2024minha estante
@Gi Santos


Mary Ann 20/02/2024minha estante
Eu ñ perdoaria, eu ñ ia conseguir sabe. Mas a vida é dela e ela resolveu perdoar todo aquele ciúme dele e tals (pq foi o ciúme a causa de tudo neh)


Krist_Hyna 21/02/2024minha estante
Mary Ann
Não foi ciúmes não mona...


Mary Ann 21/02/2024minha estante
Foi oq ent?


Krist_Hyna 21/02/2024minha estante
Vários fatores ao longo da infância que desgastaram a sanidade dele, certa obsessão pela Dalva, rancor, mágoa e etc


Mary Ann 22/02/2024minha estante
Mas foi ciúme também, desde sempre, ele mesmo falou isso


Krist_Hyna 22/02/2024minha estante
Não existe ciúmes igual o que ele teve com o próprio filho, aquilo era doença. Ele só não sabia identificar


Mary Ann 22/02/2024minha estante
Você já leu Verity por acaso? Tem praticamente a mesma situação


Krist_Hyna 22/02/2024minha estante
Li sim, gostei bastante até. Mas como eu digo: não confundam ciúmes, com obsessão que beira a loucura. Ele entendeu como ciúmes o que fez, pois não é psicológico, e sendo do interior nem deve ter se consultado com um. Ciúmes era a única definição que ele foi capaz de pensar, de acordo com seus conhecimentos e vivências. Mas espancar a esposa e quase matar o próprio filho numa explosão de ódio, misturado com paranóia e insegurança, isso já é outra coisa. Bem mais funda, que deriva do passado doloroso com o pai. Onde ele era insuficiente e abusado, apesar de amado.




Michele Boroh 07/02/2023

Nem tudo é.
Os números de venda e a média de avaliação deveriam servir como um alerta, não como incentivo. Não é uma obra-prima (nem num deserto), como inacreditavelmente diz Martha Medeiros na orelha. É, sim e somente, a obra de uma época.

Linguagem rápida e capítulos brevíssimos, como uma sequência de stories. Narrativa hipersexualizada, mesmo fora de contexto, obedecendo ao algoritmo. Frases curtas de efeito, clichês remodelados, como legendas perfeitas para dedos apressados. Relativizações no mínimo irresponsáveis e no geral absurdas, o sensacionalismo que agride e choca e divide e, por isso, engaja.

Uma época de tragicamente confundir o bobo com o belo, o polêmico com o potente, o raso com riqueza.

Felizmente também há sorte em toda época e nem tudo se entrega à mesma correnteza. Nem tudo é apelação, nem tudo é pressa, nem tudo é fígado.

Mas é preciso estar atento e sereno para não levar respingo por rio e madeira barata por madeira de lei.
Carla Maria 07/02/2023minha estante
Gosto é gosto


Michele Boroh 07/02/2023minha estante
Esse é o argumento relativista por excelência, Carla. E falei disso no texto, ao mesmo tempo que não falo de gosto em nenhum momento.


JanainaF13 07/02/2023minha estante
Obrigada por isso, Michele! Não consegui avançar no livro e alguns dos motivos você elencou bem na sua resenha.


m_riana 07/02/2023minha estante
obrigada, Michele! você resumiu bem o que senti. Não consegui seguir na leitura.


Malphys 07/02/2023minha estante
quando li, gostei bastante do livro, apesar de não ter enxergado como uma obra-prima. Tu trouxe pontos que eu não tinha parado para refletir e que fazem muito sentido. a história, ao meu ver, é boa, mas falta profundidade nos personagens. tudo começa e termina muito rápido, falta um mergulho maior no rio. mas faz sentido que tenha feito todo o sucesso diante da sociedade de apressados em que vivemos.


Michele Boroh 10/02/2023minha estante
Imagina, Mari e Janaina! Fiz questão de publicar também porque recebi muitas mensagens no privado como as de vocês, de gente que não gostou/abandonou o livro, mas que tinha receio de expor isso porque o fã clube logo atacava de volta. Sigamos com independência, nosso tempo é muito precioso pra insistir em algo só porque uma multidão quer nos constranger a isso. Abraço nas duas.


Michele Boroh 10/02/2023minha estante
É isso, Malphys! Acho que o que pega muito é que falta essa sua sensatez em muita gente. Não é, definitivamente, uma obra-prima, muito menos intocável. Tive amiga que foi atacada no Twitter porque foi dizer que não gostou. Eu mesma pensei se publicava a resenha já pensando na reação do fã clube raivoso. Mas sigamos! Ah se todo mundo soubesse somar como você... ??


Katia.Borges 11/02/2023minha estante
Nossa!! Tenho sentido essa mesma sensação ao ler o livro. Personagens superficiais, cenas chocantes que priorizam o choque do leitor; não envolve o leitor. Tudo é rio, mas nesse caso um rio raso.


Michele Boroh 12/02/2023minha estante
Exato, Katia! Bem raso e vendido/propagandeado como obra-prima. E você ainda tá lendo, espera só chegar o final... ?


GiSB 17/02/2023minha estante
Eu gostei da resenha. Já não via essa cocada toda que o povo dizia. Sua resenha foi honesta e não foi indulgente, mas fez muito sentido.


Michele Boroh 20/02/2023minha estante
É isso, Giovani! É um livro inacreditavelmente superestimado, não é mesmo essa cocada toda. E essa publicidade acaba influenciando a percepção de muita gente. Obrigada pelo comentário!


Alex 02/03/2023minha estante
Ahh que bacana. Gostei da sinceridade. Eu nunca li nada dela, porém via muitos elogios sem fundamento, o típico "gostei, maravilhoso, fácil de ler". Não me convencia. E vc trouxe luz onde faltava!


priscyla.bellini2023 13/04/2024minha estante
Sensatíssima.


Vício em sebo 08/05/2024minha estante
É por isso que o Brasil é um dos campeões mundiais em feminicídio. Olha o tipo de livro que os intelectuais daqui acham sensacional. A história é de um proselitismo religioso estarrecedor. Concordo plenamente com a sua opinião.




Craotchky 07/05/2023

Existir, resistir ou desistir?
"Meu espaço de manobra é a imperfeição." Carla Madeira em entrevista ao programa Roda Viva. (Disponível no YouTube)

Surpreendente. Impressionante como livro de estreia. Simplesmente adorei. Um dos melhores do ano até aqui. Ênfase para a narrativa super dinâmica e envolvente, intercalando momentos de suavidade, delicadeza, e grande beleza poética, com momentos duros, rudes e violentos. Abram alas para a literatura contemporânea brasileira, em especial para a mulherada que têm produzido obras de grande destaque. Vide Aline Bei, Andréa del Fuego, Martha Batalha e claro, Carla Madeira, só para citar quatro das escritoras que li nos últimos sete meses.
Sem mais delongas, quero discutir algumas questões que orbitam a obra. Em minha opinião não há spoilers abaixo, ainda que haja alusões superficiais.

Conheço as fortes críticas quanto à romantização da violência doméstica e em relação à postura de Dalva ao final. Entendo essas críticas e considero elas pertinentes; bastante, aliás. Muitos alegam que esses pontos podem servir de incentivo para mulheres reproduzirem atitudes similares em situações análogas, e de fato podem sim. Contudo, penso que a potencial leitora merece o voto de confiança de que terá o suficiente discernimento para reagir ao livro conforme o entendimento de que a obra é literatura, arte, e não um manual de conduta. De maneira semelhante, qualquer indivíduo que lê Mein Kampf do Hitler, deve contar com a autonomia de seu próprio discernimento para não sair por aí perpetuando as maluquices que o livro provavelmente abriga.

Também tenho dúvidas se o que acontece na história pode ser considerado romantização.
Carla optou por construir um enredo que segue por caminhos inesperados através das escolhas dos personagens que, principalmente para o(a) leitor(a) que está de fora, parecem intuitivamente erradas; escolhas tão problemáticas quanto aparentemente condenáveis (esclarecimento: neste ponto, quando me refiro a escolhas, estou pensando principalmente em duas: a permanência de Dalva naquele contexto e sua atitude ao final da história. Ou seja, não estou me referindo ao crime brutal). A autora não conduz seus personagens por caminhos comuns, isto é, aqueles mais críveis, mais óbvios, mais esperados, de aceitação intuitiva.

Em verdade, acho algumas atitudes/posturas/reações de certos personagens improváveis, porém passam longe de ser inverossímeis. Carla retratou possibilidades. A complexidade humana é grande demais e cheia de contradições que coexistem. Nesse sentido, as pessoas são imprevisíveis em grande medida, ainda que possamos supor comportamentos adequados em determinadas situações (sobretudo quando estamos do lado de cá). Entretanto, como disse a autora no programa Roda Viva no finzinho de março sobre a tão criticada conduta adotada pela personagem Dalva ao permanecer na casa após o crime:

"Ela poderia muitas coisas, mas ela fez só o que ela pôde. Quem vê de fora faz arranjos melhores."

Penso que é verossímil que Dalva tenha permanecido ali para punir/se vingar de Venâncio como de fato faz. E quanto ao tão polêmico perdão; sem pretender fazer juízo de valor; sem almejar dizer se é certo ou errado, eu acho possível sim que alguém sob determinadas condições de vida, estados de consciência, contextos emocionais, constituição psíquica, trajetória biográfica e os mais distantes e insondáveis fluxos de variáveis que movem o ser humano, possa perdoar.

Carla, na entrevista já mencionada, explica que perdoar é cessar o ódio, como condição sem a qual a vítima não consegue se libertar do agressor e retomar a vida. Ainda na entrevista, Carla explica que o perdão ao final não implica em um "felizes para sempre". Cita uma das frases do último parágrafo como indicativo disso: "[...] o próximo passo trazia a possibilidade dos abismos." Fala também que nem ela própria sabe dizer o que acontecerá após a cena derradeira.

Por último: se você pretende ler este livro, recomendo veementemente que não veja nada antes; evite saber das críticas. Conhecer elas antes da leitura não tenho dúvida que influenciará na sua experiência, assim como ler Dom Casmurro sabendo da não confiabilidade de Bentinho já o(a) induz a procurar na história elementos que confirmem o fato. Leia a obra e forme suas próprias percepções de maneira independente, com o mínimo de interferências externas.

(Em paralelo com o que discuti sobre assiduidade da leitura de mulheres por homens no meu recente texto sobre A vida invisível de Eurídice Gusmão: segundo o Skoob tenho 14 amigos que leram Tudo é rio; destes, 13 são mulheres.)
Paloma 07/05/2023minha estante
Excelente resenha ????
Conseguiu colocar boa parte dos meus sentimentos sobre o livro e sobre as críticas à ele. É isso msm. ???


Craotchky 07/05/2023minha estante
Oi, Paloma, muito obrigado! De fato Tudo é rio é um livro que possibilita percepções plurais devido seus temas e os caminhos nada convencionais que segue. Acho que talvez a riqueza da obra esteja justamente aí. Louco pra ler os próximos da autora.


Nath 07/05/2023minha estante
Há uns meses eu assisti a resenha da Mell Ferraz (do literature-se) sobre esse livro; a opinião dela q foi um dos piores livros que ela leu, justamente pela questão da romantização da violência doméstica.. daí me desmotivou a leitura, confesso. A minha visão feminista sobre os direitos da mulher na sociedade é muito forte, (e parecida com a da Mell Ferraz, aliás, pelo q já ouvi dela), justamente pq a minha própria mãe foi uma feminista atuante em grupos de mulheres feministas no curso de filosofia da Universidade Federal de PE no período da ditadura brasileira.. e claro, eu fui uma criança educada por uma feminista humanista, então, eu carrego muitos ensinamentos dela comigo.. Justamente por isso me deu certa "gastura" de comprar e ler esse livro devido a essas críticas todas de tantas mulheres leitoras.. Até eu ganhar o livro de presente no dia do meu aniversário e me parecer q o "cosmos" estava querendo q eu desse uma chance a esse livro e tirasse as minhas próprias conclusões. rs Enfim. Como ganhei o livro de presente, lerei. E sua opinião tão positiva me deixou muito surpresa, aliás.. mesmo existindo grandes chances d?eu achar esse livro "problematico", justamente por ser mulher, feminista, filha de feminista, e sentir na pele o quanto a sociedade patriarcal é nefasta para todas nós mulheres todos os dias das nossas vidas.. mesmo assim, darei uma chance e verei qual é a desse livro afinal ?


Craotchky 07/05/2023minha estante
Pois é. Por isso seria melhor chegar na leitura ser ter consumido previamente outras percepções, coisa difícil hoje em dia com tanto conteúdo por aí.
Insisto: suponha que um grupo de pessoas lessem Dom Casmurro sem saber nadinha da obra. Neste cenário, quantos questionariam e descredibilizariam Bentinho? Pouquíssimas, creio.
Quando comecei a leitura de Tudo é rio eu sequer sabia da sinopse, embora soubesse do sucesso comercial da obra. Procurei não fazer juízo de valor no texto. De qualquer forma sem dúvida é uma história questionável, mas também é bem escrita e quase viciante.


Paloma 07/05/2023minha estante
Então Nath, eu provavelmente estou nessa fileira do feminismo como você. Sou bem crítica mesmo, o povo aqui em casa nem me aguenta falar kkk. No momento estou sofrendo com a leitura do Jorge Amado, Capitães da Areia (machismos, sexismo, racismo com meninas negras ... arg! ) Mas relevo (criticamente) pela época e por ser um homem escrevendo. Procuro apreciar a obra pelo que ela é. O que eu quero dizer com isso é que enquanto leitora crítica e feminista eu vou ter uma outra visão do texto, e lendo Carla Madeira eu sabia que eu estava lendo uma autora que além de uma escrita poética, quis colocar o real na sua história. E aqui eu concordo muito com a fala do Croatchky na resenha: que "a potencial leitora terá o discernimento para reagir ao livro conforme o entendimento de que a obra é literatura, arte, e não um manual de conduta". É isso. A leitura vai ver que obviamente aquilo é errado, mas tbm vai perceber (espero) que aquela foi a forma que a personagem soube lidar e não quer dizer que está tudo bem. Pra mim um exemplo quem romantiza abuso e relacionamento problemático é a Disney, que incute desde de sedo nas meninas o ideal de homem, o príncipe encantado. A Carla Madeira só deixa claro o quando é mais complexo a forma/possibilidade com que as mulheres (diversas) e reais podem vir a lidar com os abusos que sofrem. Não é simples, e eu acho que a Carla Madeira que dizer no livro.


Paloma 07/05/2023minha estante
Eu tbm entendo a visão da Mell Ferraz. Não vi a resenha dela, mas presumi que não gostou pelo título: ela já dizia que era uma livro muito problemático. Cada uma (feministas ou não) reage à uma obra de forma diferente, é por isso que devemos tirar nossas próprias conclusões, por mais que tenhamos gostos parecidos com os produtores de conteúdo literário. Tento fazer isso.


Paloma 07/05/2023minha estante
E outra coisa: enquanto leio Jorge Amado e vejo o quanto ele sexualiza e vulgariza muitas personagens (e olhe que nem estou lendo os livros dele que devem ter muita mais disso), não vejo tanta crítica a ele, um ESCRITOR, como as críticas que a ESCRITORA Carla Madeira recebeu, em relação a sexualização da sua personagem. É de se pensar né. ?????


Craotchky 07/05/2023minha estante
Colocações super pertinentes as suas, Paloma. Obrigado por enriquecer o debate.
Concordo sobretudo quando você diz que a autora quis apontar para o quanto é complexa a forma/possibilidade com que as mulheres reais, tão diversas, podem reagir em situações como a retratada.
A questão de que cada pessoa tira suas conclusões a partir de suas realidades se torna problemática quando essas impressões são formadas A PARTIR de percepções pré-consumidas.
Quanto ao Amado, é popular a presença da sexualidade em suas obras. Olha que em Capitães nem é tão quanto em outros livros... talvez a crítica a ele seja mais tênue por conta do contexto histórico no qual ele se insere.


Craotchky 07/05/2023minha estante
Ah, acho que vale a pena ver a entrevista dela no Roda viva e no programa Provocações. Ela é muito tranquila, consciente, parece muito segura, com domínio de si mesma e se expressa muito bem.


Paloma 07/05/2023minha estante
Eu ouvi a entrevista no modo podcast. Muito boa mesmo! Me fez percebe que eu "li " de fato oq ela queria passar.


Nath 08/05/2023minha estante
Massa as suas colocações sobre as obras, Paloma! (tanto a relativa a Carla Madeira quanto o do Jorge Amado). Sobre o Amado, eu ainda não li nenhuma obra dele (VERGONHA ?), mas tenho dois livros dele na minha estante (Dona Flor e Tieta), o qual um deles eu pretende ler ainda esse ano! ?? Mas, como todo bom brasileiro, eu assisti na época as novelas da Dona Flor e da Tieta produzidas na Globo (por isso até eu comprei os livros para começar a lê-lo). Sobre ele, eu entendo as suas colocações sobre a sexualização feminina nos livros dele, a qual não se aponta o "dedo" como com as autoras mulheres como a Carla Madeira, mas imagino que no caso do Amado acontece a questão tão discutida hoje em dia do famoso "contexto histórico" em que o livro foi escrito (sem querer justificar CLARO), mas nos anos 40/50/60 a realidade era outra e a condição da mulher na sociedade era quase nula e nem se sonhava em debater assuntos de direito da mulher como hoje se debate. Agora já se torna bem complicado quando o autor(a) no dias de HOJE romantiza questões as quais ele(a) tem o conhecimento que são problematicas para o momento histórico atual dele/dela. Enfim. E também compreendo quando o (PETULANTE/ Craotchky) fala da questão de ler a obra sem se influenciar por opniões de terceiros pré-estabelecidas.. Como eu disse, eu ganhei o Tudo e Rio de presente e vou lê-lo muito em breve, aliás, por ser fininho será rápido rs. Fiquei curiosa para conhecer minhas próprias impressões sobre essa história tão criticada por umas e amada por outras.. rs. Mas assumo que particularmente o livro A Pediatra, da autora Andrea Del Fuego, me chama muito mais atenção e curiosidade para leitura do que o Tudo é Rio. Enfim, AMEI o nosso debate por aqui ??????


Paloma 08/05/2023minha estante
Sim Nath, por mais que leia o Amado com visão crítica, entendo o contexto histórico sim. Só quis colocar que, no geral, mulheres são mais criticadas né, por TUDO, e pior: por outras mulheres (qui tristeza). Comparei com Amado pq apesar da época (pra mim não é uma grande desculpa não), ele ainda é muito lido hoje.


Paloma 08/05/2023minha estante
Sobre A Pediatria: eu já li e esse é outro cheio de polêmica kkkk. Mas eu gostei. Dizer mais nada, para que você tenha suas próprias opiniões sem interferência ?




Flávia Menezes 25/03/2022

SE AS ATROCIDADES SÃO POETIZADAS, DEVEM ELAS SER PERDOADAS?
?Tudo é Rio?, de Carla Madeira, publicado em 2021, é um dos livros de autores nacionais mais lidos no momento. Com uma escrita ao estilo folhetim, que se caracteriza por uma narrativa ágil, com profusão de eventos e ganchos que são acrescentados intencionalmente para prender a atenção do leitor, a autora conta uma história através de um narrador onisciente, com uma linguagem poética bem à brasileira.

Confesso que esse tipo de estilo não é algo que me mantem muito interessada, mas tentei me esforçar ao máximo para tentar captar mais à história, deixando de lado essa ausência de conexão com a estrutura do romance.

Inicialmente, quando a autora apresenta uma de suas personagens principais, Lucy, confesso que fiquei bem empolgada, sentindo no ar aquele estilo Nélson Rodrigueano surgindo, porém, que infelizmente não foi sustentado ao longo da história.

Lucy é uma personagem que tinha tudo para se tornar uma personagem chocante, que viria a conquistar um lugar de destaque na literatura brasileira contemporânea, porém que ao longo da história foi se revelando mais do mesmo, mais parecendo (para mim!) a mistura da Lolita de Vladimir Nabokov, com a Anita de Mário Donato, com uma pitada da história de vida da Bruna Surfistinha. Nada novo, nada marcante...

Ainda referente a personagem, acredito que algo que não ajudou muito na sua construção, é que a autora perdeu um pouco a mão quando tenta expor o perfil escandaloso e excessivamente sexualizado da personagem, deixando sua escrita muito mais pornográfica, retirando assim, todo o caráter do erotismo que a história deveria ter. Era a pitada certa, que teria envolvido o leitor muito mais (pelo menos, a mim). Algo que Nélson Rodrigues dominava! Mas enfim...

Agora, meu maior incômodo com essa história, e o que me fez dar essa nota, é a personagem da Dalva. A trama, nesse ponto, traz a questão do ciúmes doentio e da violência contra a mulher, e o que acontece na história? A personagem, frente a violência e atrocidade cometidos pelo personagem Venâncio, assume uma postura infantilizada de ?agora eu não quero mais falar com você?, e se cala. Não por medo, não por consequência de um abuso psicológico, mas porque sim. Tipo, ?estou de mal? mesmo.

E os outros personagens que se aproximam dela fazem o que? Eles também não fazem nada! O que me fez pensar: por acaso ela é de borracha? Ou vamos deixar as marcas do abuso assim, sem dizer nada? Se até tivesse a função de falar de como as pessoas se fazem de cegas frente a esse tipo de abuso, eu até teria visto um brilhantismo. Mas não foi o que eu vi. Foi assim, e ponto! Não existiu. Ela teve cura ao estilo supernatural.

O mesmo acontece em relação a história de Vicente, que é inserido na narrativa para trazer a questão familiar da tendência dos filhos em repetir os erros dos pais, porém que mais uma vez me fez pensar: ele também era de borracha? E por que uma pessoa passaria dois meses com ele, sabendo do sofrimento da outra, para só depois pedir para falar com a Dalva? Ela fez mágica? O que aconteceu aqui? Essa parte foi inserida tão do nada, que ficou excessivamente surreal.

Quanto aos outros personagens, suas histórias de vida vão sendo apresentadas ao longo da narrativa, se unindo à história dos personagens principais para dar sentido ao final, trazendo assim, uma moral da história. Uma parte bem construída, bem contada, mas quanto a mensagem final, senti que foi mais imposta, do que realmente foi onde a história nos levou. Até porque todo aquele ?perdão?, pra mim embutiu muita coisa que não confere a história uma mensagem boa, já que o que acontece com as mulheres (todas elas, até a Lucy), todas as injustiças e estigmas foram deixados de lado para que o personagem masculino tivesse seu ?grand finale?. Complicado?

A verdade é que o livro da Carla Madeira está conquistando muitos leitores brasileiros, e já ocupa o topo dos livros mais lidos no momento. A história é bem poética, bem descrita, fluída, e por ser bem curtinha, decidi focar no que para mim me pareceu ?pontas soltas? deixadas, permitindo assim abrir discussões mais profundas sobre pontos de vista mais controversos.

E sabe o que é melhor? É poder mergulhar na história, e se permitir ter a sua experiência pessoal com ela, ao seu modo, com seus olhos, seus sentimentos e sentidos bem atentos. Pode ser que você veja pontos que eu não vi. E é isso que deixa a história ainda mais viva, e ainda mais forte do que ela por si só já é.
Dhewyd 26/03/2022minha estante
Que pena que não gostou tanto... dos livros novos nacionais foi o que eu mais gostei...


Flávia Menezes 26/03/2022minha estante
Jura, Dhewyd? Mas que bom que ele funcionou pra você! Até porque os livros falam com cada um de nós de uma maneira diferente ?


Dhewyd 26/03/2022minha estante
Sim... tô até lendo o outro dela... Véspera... segue a mesma linha de tudo é rio... bem poético também... só que parece que vai ser melhor rsrs


Flávia Menezes 26/03/2022minha estante
Vou acompanhar as suas impressões pra ver então o que você vai achar desse outro. Mas parece que vai ser bem promissor, hein? ??


Joao 26/03/2022minha estante
Flávia, é bem chover no molhado, mas a sua resenha tá uma maravilha e eu tenho a ligeira impressão de que elas estão melhorando (o que pra mim é difícil de entender pois já as achava espetaculares).
Eu tô com esse livro como meta e adorei as suas considerações. Quando eu ler, vou te aperrear hahahah


Joao 26/03/2022minha estante
Flávia, a impressão que eu tenho é de evolução mesmo. E como já disse, isso me impressiona e muito. Como evoluir o que já era tão maravilhoso?
E quando eu começar a ler, compartilharei minhas impressões com você. Pode deixar :D


Flávia Menezes 26/03/2022minha estante
Puxa, João. Que feedback gostoso de receber! Obrigada mesmo ????
Vou ficar te aguardando para comentarmos. Até porque terei tantas perguntas pra você ?????????


Ana Sá 03/04/2022minha estante
Flávia, adorei sua resenha! Só tem um ponto que eu comentaria: a ideia de a punição vir da indiferença da Dalva, desse silêncio, sobretudo por eles morarem na mesma casa, tinha a meu ver um potencial artístico-literário bom... De início, botei fé, mas depois, por ficar sem explicação/aprofundamento, daí sim acaba dando margem pra infantilizacao que vc cita... Lendo sua resenha, repensando a minha leitura, parece um livro de promessas né... Uma pena, eu queria ter gostado mais!


Flávia Menezes 03/04/2022minha estante
Ana, obrigada pelas palavras!! Que bom ter sua opinião, porque como sempre falo pro João, vocês são pessoas que entendem de literatura brasileira e me ajudam muito a entrar nesse universo. E tenho que dizer, concordo plenamente contigo. Como não gosto de fechar as resenhas, fico com muito receio de escrever muito e dar spoilers, mas eu também senti isso que você falou. E confesso que fiquei surpresa. Como a autora descreve uma mãe que não luta pelo filho? Como essa Dalva deixou o cara sair correndo com o filho dela? Como a Dalva e a mãe da Dalva não falaram das agressões dele? Porque ele bateu nela, e não há como não ter deixado marcas. Até porque não é uma história sobrenatural. Ficou faltando a função do silêncio, da apatia da Dalva, sem falar que dava pra explicar melhor essa história de onde ele arremessou a criança e dessa milagreira que passa 2 meses com essa criança e nem fala nada pra mãe, sabendo o quanto ela estaria sofrendo? Pior que isso foi ?jogado? assim, apenas para que a Dalva pudesse acolher o filho da Lucy. Entende? Não conseguiu desenvolver a ideia. Triste viu? O que traz um alerta de falhas no nosso mercado literário ?????.


sara 05/08/2023minha estante
Gostei muito dos seus pontos Flávia, mas queria discordar um pouco do fato que a autora colocou a população como um silêncio em questão da agressão! O pronto principal do livro é ninguém saber nada, ninguém sabia o que aconteceu no fático dia da agressão (a não ser Francisca), todos agiram com o que tinham de conhecimento do assunto. Dalva não deu apenas um castigo do silêncio, ela se fez de fantasma na própria vida, foi como se ela tivesse ido embora para o Venâncio. No contexto histórico, era uma cidade pequenas, cidades pequenas é muito improvável alguém tomar pardito de alguma coisa.
Sobre a Francisca ter passado dois meses com a criança, também tenho um ponto a defender, como ela mesma disse, foram dias entra a vida e a morte, ela não sabia se o menino iria sobreviver. Como a Lucy mesmo fala, é melhor o não saber completo do que saber e logo depois perder.
Sobre a Lucy concordo que a autora perdeu um pouco do fio da meada dela, realmente tirou toda a essência que ela carregava, mas penso que a redenção foi mais como um perdão da lucy criança que não aceitou as mortes do pai do que qualquer outra coisa.
Por final, com o decorrer do livro você percebe que a autora quer evidenciar o perdão, quer te fazer pensar nele e se ele vale a pena, não quer te explicar nada a mais, apenas quer te levar o sentimento de revolta por todas as atitudes tomadas, para o choque do perdão logo no final.


Guilherme Amin 17/02/2024minha estante
Ótima resenha, amada!
Eu quase odiei esse livro kkkkk


Flávia Menezes 17/02/2024minha estante
Obrigada, meu lindo! ?
Somos dois! Quase o odiei. Até porque tinha tanto potencial? mas foi muito fantasioso e algumas partes muito forçadas.




Nathalia1007 07/12/2023

Extremamente problemático
A escrita da autora e a construção dos personagens realmente são muito boas, não tenho oq reclamar em relação a isso
Porém uma autora (mulher ainda),escrever um livro em que a personagem viveu um relacionamento abusivo, foi violentada e seu filho quase morreu, do nada perdoa tudo q esse homem fez para ela só pq ela tava sofrendo ?
na desculpa de q o tempo cura td?
oq ele fez com o filho dele foi uma tentativa de homicídio, agrediu a mulher, traiu ela e quase matou a amante na porta de casa,
e o livro perdoa td isso pq ele tava só arrependido?
tbm foi um livro q romantizou mts outros assuntos, mas esses pontos que citei foram os q eu mais fiquei chocada por ngm comentar
bhrzaira 07/12/2023minha estante
eu acho a construcao do livro mt boa mas nao da pra entender o final... nao entendo o hype


Deise 07/12/2023minha estante
Não sei como tem pessoas que gostam dessa bomba. Inaceitável esse final


Carolmoonreads 07/12/2023minha estante
Eu lendo isso pós tatuar o título do livro KKKKKKK esse é meu livro preferido da vida


Magnus 07/12/2023minha estante
uau e isso nem acontece né! nao eh como se fosse a realidade de centenas de brasileiros ?? chocado


Carolmoonreads 07/12/2023minha estante
A autora escreveu um final REAL não é conto de fadas. É vida real


Tati Bertoldo 07/12/2023minha estante
Eu amo esse livro justamente por mostrar tudo de errado que mostra, e mostrar de um jeito simples e real a redenção do personagem. Nada reluzente e brilhante. Nada milagroso ou fantástico. Apenas alguém que fez, se arrependeu e foi perdoado mediante ao arrependimento.


Deise 07/12/2023minha estante
Eita como ele se arrependeu. A criança deveria morrer então para ficar mais emocionante


Lais.Black 13/12/2023minha estante
Final real? O que querem dizer com isso?
Eu tenho pena do homem que ousar tocar em mim e tenho mais pena ainda se tocar em um filho meu. Essa veneração aos homens, principalmente aos homens que são pessoas ruins e nojentas me deixa doente. Nem terapia pode curar o combo de mulheres e homens que romantizam e normalizam isso.


Magnus 14/12/2023minha estante
parabéns por vc n aceitar isso, mas é inegável a criação extremamente machista no brasil, você é minoria


Lais.Black 14/12/2023minha estante
Sim, parabéns para as mulheres e os homens(que são gays) por não serem lambem bolas de homens. ??


Ellen647 22/12/2023minha estante
deixa ela que ela fez redação enem




Giovanna Araujo 22/10/2023

Eu, honestamente, não consigo entender como as pessoas gostaram desse livro. Um desserviço os assuntos tratados e a forma como eles foram tratados, uma mensagem bem problemática para se passar às mulheres e um final tosco de ruim. A relação da Dalva e da Lucy foi a única coisa que realmente valeu a pena e fez sentido.
Marcia.Cristina 22/10/2023minha estante
Como todo livro, toca cada um de um jeito. Cada perspectiva de vida é única...


Giovanna Araujo 22/10/2023minha estante
Sim, só não entendi como, em uma era da literatura em que cada vez mais é debatida a questão da problematização e as formas de se lidar e retratar certos assuntos, um livro que beira o irresponsável virou um queridinho.


Marcia.Cristina 22/10/2023minha estante
Queridinho não é a melhor palavra. Acredito ser uma leitura necessária exatamente pelo tempo de intolerância e preconceito que vivemos. A história retrata o que acontece há gerações no Brasil. Mulheres que vivem, sobrevivem e sem rede de apoio. Mulheres sem grandes exemplos para seguir... Entende?


Giovanna Araujo 22/10/2023minha estante
A premissa de retratar histórias de mulheres como a Dalva é muito importante e interessante, principalmente no contexto atual, mas a forma como a autora fez isso foi irresponsável. O final teria sido muito mais significativo, bonito e passaria a mensagem de que devemos proteger e cuidar dessas mulheres para os leitores se fosse diferente, se a Dalva não tivesse voltado com o marido, por exemplo. O final ter sido ""realista"" não faz nada em relação à conscientização, principalmente quando a autora joga no leitor essa ideia de que o final foi um "final feliz" e "justo", principalmente porque o homem que espancou o filho e a mulher "se arrependeu" do que fez. E "queridinho" no sentido de é um livro bem popular. Mas é que nem você disse, né? Todo livro toca cada um de jeito, e foi essa a minha experiência.


25/10/2023minha estante
exatamente kkkkk falam tão bem desse livro pra no final ele ser uma história que não sabe pra onde quer ir com umas citações bonitinhas no meio ? decepção total


Fanny 29/10/2023minha estante
Concordo! Tantas mulheres lutando contra a violência doméstica dentro de casa e vem esse desserviço?


Marcia.Cristina 29/10/2023minha estante
Independente do texto de qualquer livro, a violência doméstica assim como todo tipo de preconceito não vão mudar nessa sociedade patriarcal de m... Infelizmente... A educação e a coletividade são a esperança de várias meninas e mulheres, especialmente no Brasil...


Giovanna Araujo 29/10/2023minha estante
e escrever um livro onde o agressor tem uma redenção com um final considerado ?bonito? e ?feliz? vai fazer algum favor à sociedade? eu ein?


Marcia.Cristina 31/10/2023minha estante
Mas quem disse que a autora tinha a pretensão de fazer algum favor à sociedade? Colocam expectativas demais num livro...


Giovanna Araujo 31/10/2023minha estante
KKKKKKKKKKKKK eu ein pqp


Fanny 01/11/2023minha estante
Não é que colocamos expectativas demais. É que achamos que romantizar violência doméstica prejudica as mulheres que lidam com esse problema e por isso não gostamos do livro. Beeeem resumidamente, é isso.




Vivi 01/02/2024

Dedo no cool e gritaria
Posso definir esse livro como "Caótico e problemático do começo ao fim".

Esperava reflexões e recebi, mas juntamente com as reflexões recebi sexo e depressão???

Achei o final sem graça.
Doodu 01/02/2024minha estante
Kkkkkk ótimo título para a resenha


carolindesar_ 01/02/2024minha estante
O AMG KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK nossa eu amei esse livro para


Vitóriathalia 01/02/2024minha estante
"Dedo no cool e gritaria" kkkkkk ainda não li o livro, mas tô rindo com sua descrição!


luiza luiza 01/02/2024minha estante
KKKKKKKKK melhor resenha desse livro que eu vi


Leticia 01/02/2024minha estante
Kkkkkkkk Obrigada pela resenha, essa foi a primeira avaliação ruim que vejo e que provavelmente seria minha avaliação tb rsrs


charlie54 01/02/2024minha estante
eu também.


Canoff 01/02/2024minha estante
Esse livro é um problema. A autora não soube abordar um tema problemático no Brasil. Esse livro romantiza crimes sexuais e outros problemas que assolam ferozmente o Brasil.


Vitoria.Zurc 01/02/2024minha estante
Amei tanto esse!!!


Zandoteri 01/02/2024minha estante
que resenha incrível kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


Raiany44 01/02/2024minha estante
Melhor título kkkkkk eu ainda nao li mas está na minha lista




Canoff 06/08/2023

Primeira coisa que deve ser expressa aqui é: romantizar cenas pornográficas é nojento, ainda mais com crianças. Tornar atos carnais, uma coisa romântica demais é estranho. Isso inclui poesia e qualquer outra coisa que costume romantizar esses assuntos. Fa
Ler esse livro foi uma tortura. 70% do livro é estranho e, muitas vezes, nojento. Há muitas cenas desconcertantes e repulsivas, incluindo abandono e pedofilia. O problema disso tudo está no modo como a autora lida e apresenta tudo. Carla é de uma insensibilidade imensa. Muitas vezes, senti vontade de abandonar a leitura, mas queria saber onde aquilo iria dar, queria saber como ela finalizaria e, principalmente, como daria sentido a toda aquela trama problemática. Tenho mais críticas do que elogios, porém, não compensa listar todos aqui. Sem dar muitos spoilers, achei que grande parte do livro foi desnecessária.

As cenas ocorridas na Casa da Manu são desnecessárias. A forma como Carla inicia o livro é nojenta, e o enredo escolhido pela autora não agrega NADA à história. Não há beleza ou qualquer outra coisa agradável em esmiuçar a sexualidade de uma criança daquela forma. Não há necessidade de traçar relacionamentos pedófilos entre ela e o tio. Principalmente, conduzir as cenas como se fosse um filme pornô.

A forma como Carla descreve a lascívia de Lucy é extremamente preocupante, pois abre portas para uma sociedade pensar que algumas meninas já nascem sexualizadas e maduras. Em vários momentos do livro, Lucy é descrita como uma menina que, embora seja criança, sabia como provocar os homens e também o tio. Há cenas pornográficas dela e do tio. Há uma parte em que Lucy decide ser “puta” e sai procurando os homens aparentemente mais “conservadores” e difíceis de conquistar. Nisso, começa a corrida dela atrás de comerciantes da cidade visando sexo. As cenas de Lucy flertando com homens são nojentas, repulsivas e, em vários cenários, criminosas. Há descrição de sexo entre ela e vendedores, dentista e afins.

Esse lado de Lucy é extremamente desnecessário. Não havia necessidade nenhuma de criá-lo. Há inúmeras formas de dizer que Lucy era uma menina de passado problemático e sofrido. Não é expondo a menina a cenas nojentas e pornográficas que a autora conseguirá retratar esse cenário social problemático. Embora essa seja a crítica central, há outras coisas que não gostei. O livro não é bem narrado. Por mais que Carla saiba serpentear acontecimentos e desenvolvê-los bem, os diálogos são bem pobres. Não há diagramação nos diálogos e em outros pontos. Isso dificulta a leitura substancialmente. Aliás, parece muito que Carla quis ser hermética. A narração, no começo, lembra um livro clássico, lembra aqueles livros que foram escritos para serem difíceis. Ao longo da obra, essa linguagem vai se dissolvendo, mas já é tarde. A leitura já foi prejudicada e, muitas vezes, abandonada.

Entretanto, o livro não é inteiramente ruim. Isentando essas cenas listadas, todo o resto é muito bom. Carla realmente conseguiu retratar o sofrimento de alguns grupos periféricos no passado. Não posso negar que ela conseguiu fazer isso muito bem. Tudo é Rio é, claramente, um livro brasileiro. Cheira à brasilidade. Todos os acontecimentos entre Dalva, sua família, Venâncio e coadjuvantes são muito bons. O envolvimento entre eles, as histórias, o aspecto cultural é bem construído (uma das poucas coisas bem construídas por aqui). Tudo que remete ao Brasil é bem retratado.

O livro teria ficado imensamente melhor se não tivesse essa “romantização” da pedofilia e as outras cenas nojentas. É completamente possível escrever um bom livro sem essa apelação. Aliás, quem acredita que Carla seja poetisa ou qualquer outra coisa nesse sentido definitivamente não sabe o que realmente é poesia e o que significa erudição.

Não lerei outros livros da autora. Para mim, escrever dessa forma sobre um tema delicado é uma coisa irremediável. Há coisas que só fazemos uma vez. Uma delas é ser irresponsável com temas problemáticos.
Carolina 06/08/2023minha estante
É mais problemático do que eu pensava. Meninas são abusadas por parentes todos os dias, e sexualizar uma personagem infantil dessa forma é corroborar com a ideia de que crianças são sexualmente disponíveis.

Selo ?Aprovado pelo lobby do amor intergeracional como parte da diversidade sexual? ?


Carolina 06/08/2023minha estante
Não vejo problema em romantizar o sexo, inclusive acho que o sexo deve ser romântico, praticado com afeto.
Mas é bizarro romantizar o sexo sem amor e as relações pervertidas.


Canoff 07/08/2023minha estante
Sim, mas o problema na romantização do sexo dessa forma é que foi feito exclusivamente com uma criança. O sexo entre os adultos, no livro, não é descrito com tantos detalhes. Isso me leva a pensar que era realmente para dar ênfase na menina.


Jessica M. 07/08/2023minha estante
??? Está aí um livro que nunca me chamou atenção por conta de sua capa nada atrativa, mas o conteúdo, pelo que vi da sua resenha, é muito aproximado de Os sete maridos de Evelyn Hugo, que também tem fama, mas é uma romantização de tudo o que há de errado na sociedade.


Canoff 07/08/2023minha estante
Jéssica,

Grande parte do conteúdo é nojento. Aliás, obrigado por avisar que Os Sete Maridos de Evelyn Hugo segue a mesma premissa. Colocarei-o numa lista negra, hahaha!


Ivy Dos Reis 07/08/2023minha estante
Finalmente alguém fez essa crítica.


Rose349 28/09/2023minha estante
Caramba...esse livro está(ou estava) na minha lista.
Ninguém ainda havia feito este tipo de crítica, não que eu tivesse lido. E sinceramente não gostei do enredo...


Canoff 28/09/2023minha estante
Rose,

Não direi a você para não ler o livro. Desejo que todas as pessoas leiam esse livro para entenderem o quão problemático ele é. Entretanto, saiba que encontrará uma autora que é totalmente irresponsável com temas sexuais e, além disso, ainda romantiza pedofilia, prostituição, violência doméstica e outros crimes hediondos que, por serem crimes de grande incidência no Brasil, ela deveria ter abordado esses assuntos com mais cuidado. O que me espanta são mulheres elogiando um livro desses e encontrando "senso poético" na escrita da Carla Madeira. Essas mulheres simplesmente ignoraram a negligência com temas delicadíssimos e apegaram-se ao "senso poético" da autora, que, aliás, não existe. Esse livro é nojento.


Rose349 28/09/2023minha estante
Verdade...só lendo pra entender melhor sua crítica né?Obrigada!


Biancacm 11/10/2023minha estante
Encontrei sua resenha. Vim ler depois de terminar minha leitura. Realmente, me incomodou muito a parte sobre a sexualidade da Lucy. Eu queria ver mais da personagem, outros lados, outras questões. Ninguém tem a vida 100% voltada à sexualidade. E abordar isso desde a infância foi bem ruim de ler. A parte dela adulta também não foi escrita de um jeito legal. Como você disse, até 70% o livro é "estranho". Depois, a personagem começa a ter outros lados e ficou mais fácil de ler.




Joy 20/01/2022

Odiei, 5 estrelas
Eu até pensei em colocar o fato de não ter gostado desse livro na conta das minhas expectativas, mas a verdade é que acho que a autora foi bem irresponsável sobre vários assuntos abordados.

Toda uma narrativa construída com a intenção de chocar sem promover nenhuma reflexão profunda, pedofilia sendo justificada com um "ah, ela nasceu para ser put*", sem falso moralismo, mas várias coisas aqui beiram o absurdo, inclusive essa ideia do que é "perdão", mas que tem cheirinho de culpa cristã.

Mas assim, inegável que a Carla é extremamente talentosa e uma grade escritora, mesmo desgostando de quase tudo não conseguia parar de ler, embora só quisesse acabar logo.
Rafa 20/01/2022minha estante
Concordo totalmente! Li recentemente e é bem problemático! Trás assuntos extremamente sérios de forma leviana, até "normal"... Surreal


andisxn 21/01/2022minha estante
CONCORDOOO MUITO, e o final? ela perdoou o venâncio da agressão que sofreu junto c o filho, indignante


Brito 22/01/2022minha estante
Não tinha pensando assim


Adriely40 22/01/2022minha estante
Desse livro só salva a escrita fluida e poética a autora, de resto ele é bizarro!


savio.jacyntho 26/01/2022minha estante
Bom, não concordo...

A pedofilia veio primeiramente por parte de Lucy, o tio disse que ela usaria a sedução pra conquistar o quê ela quisesse depois que ele já estava conquistado. Ela usou o tio inicialmente como cobaia para ver até onde seus poderes de sedução iam e para atacar a tia.

Em questão da culpa cristã... concordo, mas o livro claramente é envolto de personagens cristãos, então acredito que seja natural os personagens reagirem dessa forma. Apesar que achei o livro bem crítico em relação ao cristianismo em algumas partes. A frase final até me soou irônico.


Joy 26/01/2022minha estante
tem uma passagem no livro que diz isso começa logo quando ela entra na adolescência, devia ter uns 13/14 anos. Para mim é o cúmulo do absurdo dizer que um homem adulto com duas filhas foi seduzindo por uma criança


Rafa 27/01/2022minha estante
Parece o Humberto falando da Lolita ? quem leu ou conhece esse clássico polêmico sabe! Homem adulto que se imponha e se controle. Uma criança, que perdeu os pais, que não tem nem estrutura dentro da casa, acolhimento emocional, claro que vai fazer escolhas mal estruturadas. Afinal É UMA CRIANÇA


savio.jacyntho 27/01/2022minha estante
Vou reler futuramente e prestar atenção nessa parte... eu entendi que ela inicialmente queria seduzir o tio pra magoar a tia e gostando daquela sensação, quis seduzir outros homens pra ver se conseguiria fazer daquilo uma profissão pra sair da casa da tia e ter sua independência.


Rafa 27/01/2022minha estante
savoqo, sim, ela pode até ter tido essa intenção, mas concorda que uma criança não tem maturidade pra entender que aquele não é um caminho saudável? Se ela tivesse um adulto pra orientar e não incentivar isso, talvez teria sido diferente. E claro que refletir sobre isso não faz o livro ser ruim, porque eu sinceramente adorei rs. São livros assim que faz com que a gente evolua


savio.jacyntho 27/01/2022minha estante
sim, totalmente!




cintia gomes 19/06/2023

Mudou meu conceito de horrível.
Esses dias no twitter estavam indagando "o que você prefere? ler um livro bem escrito, mas como uma péssimo enredo, ou ler um livro mal escrito, mas com um ótimo enredo?" Tudo é rio não é nenhum dos dois, é somente péssimamente escrito e péssimamente enredado. A estreia de Carla Madeira revela uma autora que muito quer ser, mas não é nada, sobretudo, uma pessoa que quer escrever sobre um contexto que desconhece, se baseando numa série de fetiches e símbolos que, pra ela, devem ser no mínimo catárticos, contudo, Carla roda roda roda roda como num redemoinho e não sai de lugar algum e não vai para lugar nenhum, isso insistindo em 70% do livro em chocar por chocar, sexualizar por sexualizar, erotizar tudo, de uma maneira piegas, mal escrita, com as piores contextualizações, a lá Bukowski.

Repete termos inventados de uma mente pouco inventiva, desgastada pela retórica da própria visão de vida encerrada no único mundo que habita, isso, sem dúvidas, é o que fica claro durante toda a experiência. É um livro flácido, sem o MÍNIMO de nuance, sem o MÍNIMO de compromisso com a história que um dia quis propor fazer, e assim, se tudo isso ainda fosse - como levantado ali acima na suposta escolha - bem escrito, com alguma justificativa do alvoroço que foi se criando positivamente acerca deste livro, tudo bem. Mas é péssimo.

Carla Madeira é piegas, ela serve muito bem pra uma dúzia de seus iguais, sentados em cadeira de madeira fina nas livrarias recém abertas dos bairros de alto giro capital do país, a postarem fotos de uma frase ou outra deste livro, numa rede social, e sentirem que fazem parte de algo. Que representam uma literatura fina e nacional, que são reflexos dos seus parentes e do seu saudosismo de uma suposta vida boêmia e original, e, acima de tudo, que estão "ligados ao mundo real dos horrores", mas de uma forma muito poética, muito distorcida, muito... estética! Não é quase, é, um romance fuleira sem eira nem beira e condescendente com tudo que propõe, pela forma como foi escrito. Mas é feito de uma forma tão tão piegas, numa escrita tão forçosa e forçada pelas líricas que não se encaixam em momento algum, muito pelo contrário, se veem ridículas em contraponto de quem leu alguma coisa bem escrita. Não me interessa que ela tenha dito sobre "coisas feias", a resenha não diz respeito a prova moral de quem escreve o que as pessoas tem como "imoralidade" em seus conceitos, é que Carla, não sabe do que fala, e não escreve bem, é isto.

A minha peleja com esse livro foi de, a cada página, superar esses floreios bestas que são feitos pra serem frases de efeito forçados goela abaixo a todo momento, mesmo quando não fazem sentido; para saber, até onde ia a falta de desenvolvimento e a falta de profundidade das personagens que se propunham tratar de assuntos a "desnudar a vida real na frente de meus olhos", mais do que já ter visto e saber bem como são as coisas, e por isso, sei que isso foi feito tão porcamente e cheio de pretensões de uma retórica própria de ser vista com um prestígio social por causa disso, que não consegui levar a sério uma só palavra, e de enfim, saber então o quanto essa ladainha se estenderia e até onde a autoria iria a fim de tentar concluir esse "feitiço", que não tem nada de mágico, somente de fetiche.

Enfim, depois de ter percorrido um monte de subjetivos jogados a esmo a fim de tentar convencer, uma trama que se perde na vontade de prender o leitor a qualquer custo pelo choque de um horror que é erotizado sem razão de crítica alguma, pois se alguém me vier dizer que isso aqui é uma "sátira" uma "crítica", seguirei sem problema algum, mas sabendo que é pela mesma razão que a autora provavelmente falaria a mesma coisa a fim de esconder suas vergonhas de uma falta de competência e uma prepotência de lírica e de vida que chegam a ser patéticas.

Raso, raso, raso. Em roteiro, em escrita, em princípio de literatura. Um horror, ruim mesmo. Se esse era pra ser uma enchente, não desagua, e eu dou decreto final de seca. Boa sorte àqueles que forem ler.
Luana.Iannone 19/06/2023minha estante
eu achei que tinha esculachado muito esse livro, aí você vem e esculacha MAIS E MELHOR. que resenha incrível kkkk


cintia gomes 19/06/2023minha estante
foi necessário pq deu não


Charlene.Roncolatt 19/06/2023minha estante
Esse livro é preocupante! As pessoas acharem normal o que a autora escreveu. Tem pedofilia, tem assassinato, tem prostituição, tem agressão a mulher, ninguém presta nesse livro, não tem redenção de ninguém.


cintia gomes 20/06/2023minha estante
Charlene, acho preocupante, acima de tudo, não por se tratar desses assuntos, mas da forma como trata! É tudo romantizado, erotizado, a escrita atesta que a autora é condescendente dessas narrativas a fim de vender mesmo essa obra. Péssimo, real! Na arte e na literatura, faz parte retratar essas facetas das pessoas e do mundo, mas é >como< se retrata que pega muito, sabe? Carla Madeira não sabe fazer isso dando aprofundamento e uma crítica e/ou reflexão adequadas.


Charlene.Roncolatt 20/06/2023minha estante
Sim Cintia. A autora pra mim já nem tenho desculpas pra ela, o que acho preocupante é a quantidade de pessoas acharem normal um Venâncio poder conviver com duas crianças denovo, Dalva colocando essas duas crianças em risco, esse homem precisa de muita terapia. Uma sobrinha seduzir um tio, o tio se envolver com uma adolescente. Uma mulher afirmar no livro que o sonho dela sempre foi ser puta, gente? Todo ser humano quer ser amado e respeitado. Numa discussão em outra página um cidadão disse que tem que ver o lado bom da situação. Lado bom? Pra mim ninguém foi redimido. Imagino uma mulher que sofre de agressão física ler esse livro e ver um Venâncio da vida, vai achar que é correto ser agredida. Quantas mulheres morrem no Brasil por agressão e a autora faz tanto pouco causo. ???


Charlene.Roncolatt 20/06/2023minha estante
Mas fico muito feliz quando vejo alguém como você avaliando esse livro com a nota tão baixa. Uma amiga acha que muitos tem medo de avaliar baixo por causa da fama, espero que no fim seja isso mesmo, uma luz no fim do túnel rs


cintia gomes 20/06/2023minha estante
Sim, Charlene, total! Justamente por isso, o que me incomodou não foi abordar esses temas, e sim a romantização e essa descolação da realidade que você mesma levantou! Achei bizarro também, não pq não aconteçam casos assim, de violência e de naturalização da violência, mas pq ela decidiu ser como disse, conivente! Ela escreveu um negócio desses, e não satisfeita, romantizou! Colocou todos juntos de novo como "maior prova de amor, o amor supera tudo, ai tudo é mágico, quase folclorico"?! TA MALUCOOOO!! Nem comento sobre a Lucy, pq eu achei a coisa mais descarada de uma fetichista romantizadora da pedofilia, da prostituição e da pornografia, do cunho mais misógino mas com essa cartada de "a mulher faz com o corpo dela o que ela quiser" AH TA, aham, engraçado que o que esse "o que ela quiser" é sempre o que o homem quer, que é essa figura da Lucy a "puta perfeita" pq ser puta é um sonho e uma fantasia né? Igual se vende pra muitas meninas que se acham Lucy's hj em dia, NÃO EXISTE esse contexto onde uma criança começa a se sexualizar pq ela é "puta naturalmente" e que isso é lindo e maravilhoso e romantico, isso aí é misoginia PURINHA, das mais baixas, travestida de "liberdade feminina", não existe sonho de ser puta coisissima nenhuma pq isso é sempre produto da misoginia e do capitalismo (inclusive seja homem ou seja mulher dentro desse contexto, NUNCA vou ser conivente com estupro pago, que é a prostituição, pode vir esperniar quem quiser). E sim!! Totalmente, ela é conivente com tudo que escreve, só pra vender e pagar de conceitual bonita, e vendeu mesmo e o livro rodou, agora os impactos de quem ela supõe representar, ai que se lasque né? Falo mal mesmo!


cintia gomes 20/06/2023minha estante
Ai mulher, mas se a gente não abre a boca e não fala, as pessoas acham que podem montar em cima mesmo. Eu nem ligo, as pessoas já me descredibilizam normalmente por outros motivos, vou lá me importar com uma dúzia de fãs vindo encher meu saco nas redes sociais? Nah, e a gente tem que falar mesmo pra quebrar esse circulo que fortalece e enternece esse livro pras pessoas que é meio "sim senhor" "ah sim se a minha colega gostou desse livro, se quem me indicou amou, eu gostei sim, nem que seja um pouquinho, se todo mundo gosta, só pra não contrariar" mesmo isso me causando um rebuliço lendo essas coisas mal escritas, mal desenvolvidas e problemáticas a esmo? Vixe, taca-lhe pau!


Charlene.Roncolatt 26/06/2023minha estante
Cintia exatamente isso. Quando entro e vejo as resenhas positivas me dá um negócio tão ruim, eu penso no que estão se formando as famílias, graças a Deus, não vejo ninguém na minha família lendo e amando esse livro. Eu tenho vergonha desse livro e é o primeiro e último livro que leio dessa mulher.




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