Kelly Oliveira Barbosa 27/12/2021Não sou de ler livros de ficção científica. Que me lembre do gênero eu só li Frankenstein (que é considerada a primeira obra de ficção científica da história) e metade de outro que nem vale a pena mencionar. Mas acabei chegando nesse livro pelo filme da Netflix com esse mesmo nome ?Aniquilação? de 2018.
Coisa rara também é eu parar para assistir um filme ou série. Mas me lembro bem de depois de toda estranheza desse filme e o típico final aberto que me faz pensar todas as vezes ?foi para isso que eu perdi duas horas da minha vida??, que pesquisei no Google rapidamente se era uma adaptação ou algo do tipo. Era uma trilogia chamada Comando Sul. Eu então printei aquela informação na minha mente por quase dois anos até finalmente ler o primeiro volume.
E assim, eu não gostei do livro, por isso vou direto ao ponto: Livro e filme são bem diferentes, e entre os dois, eu fico com o filme. O filme ainda te deixa com uma pulga atrás da orelha. O livro parte do nada e não te leva há lugar nenhum. É um livro vazio.
São quatro personagens principais, todas mulheres, sendo uma delas a narradora ? não gostei de nenhuma. A narrativa é fluída em alguns momentos, e o autor conseguiu algumas frases e insights legais, mas a maior parte do tempo é confusa quase cansativa ? e vazia, muito vazia. Mas a cereja estragada do bolo da narrativa no final das contas, isso é no decorrer do livro e principalmente (FIQUE TRANQUILO SEM SPOILERS) chegando as últimas páginas é que é inverossímil (encontrei alguns furos nessa escolha que o autor fez para contar a história).
Vale dizer que o autor tenta alguma beleza na escrita com toda a descrição da natureza etc., toda a construção psicológica da narradora, mas é justamente isso que eu estou querendo dizer com vazia, pois nada me tocou.
Um dos caminhos que tentei para entender (filme e livro) é a causa ambiental obvia, mas não chega a ser um livro declaradamente ideológico ou planfetariamente ideológico. A causa ambiental só está lá dentro em todo canto, toda a natureza com a sua complexidade e grandiosidade está dentro do livro, porém não se encontra seu Criador. E talvez, só talvez seja por isso que é um livro tão vazio. Tudo o que foi invocado, tudo que foi descrito, desde pequenos fungos ao imenso mar, a vida e a morte, o desejo pela eternidade? por um Lugar? exigem uma Presença e tudo o que se tem no livro é uma profunda ausência. É isso!