Fernanda631 05/07/2023
Aniquilação (Trilogia Comando Sul #1)
Aniquilação (Trilogia Comando Sul #1) foi escrito por Jeff VanderMeer.
Ficção Científica é um gênero peculiar e que é necessário ser muito bem trabalhado, pra não passar dos limites da razão e da realidade provável com o que nossa mente consegue suportar.
Na história, em determinada região dos Estados Unidos, o governo e as Forças Armadas criam uma divisão chamada “Comando Sul”, cujo objetivo é investigar a Área X, um local de surgimento subido, isolado por terra e ar forças incompreensíveis, e onde as leis da natureza não funcionam como deveriam e que, para piorar, esta se expandindo. Para investigar a área de tempos em tempos, envia expedições que entram no local por meio do único acesso disponível, a fronteira. Porém todas as expedições fracassam, sendo marcadas por acontecimentos violentos tais como assassinatos entre os integrantes e desaparecimentos.
A obra se concentra na decima segunda expedição, composta por quatro mulheres: uma bióloga, uma psicóloga (a líder), uma topografa e uma antropóloga.
Em aniquilação temos um mundo devastado pela “mãe natureza” em que ela assume a posição de “um ser mortal” e coloca os humanos à deriva. O termo que conhecemos como natureza selvagem com as famosas expedições a savana africana é distante do tipo selvagem que o autor apresenta. Os humanos são presas.
A história tem uma narrativa feminina em que acompanhamos uma bióloga com um grupo de mais três mulheres, que são enviadas a uma área para expedições de rotina. Mas, como nem tudo são flores e mel, as coisas vão tomando rumos perigosos e riscos precisam ser assumidos.
Aniquilação retrata uma expedição de quatro mulheres em um local misterioso e isolado, chamado de Área X. As expedições anteriores terminaram de formas muito suspeitas – mesmo bizarras – e a tensão aumenta à medida que passam os dias. Descobertas medonhas, desconfiança dentro do grupo e fatos do passado permeiam o relato da Bióloga, a protagonista da trama.
A bióloga é uma personagem especulativa e que gosta de ter respostas e para tanto não se importa em assumir riscos, no entanto, tem ciência de que os riscos são inevitáveis e que pode custar a vida.
O livro possui uma história arrastada, lenta e muito detalhista. Possui muitas pontas soltas e mal resolvidas, entretanto é especulativa e traz à tona discussões importantes, como por exemplo: O que estamos fazendo com o mundo?
A narrativa em primeira pessoa, através do diário deixado pela bióloga cujo marido esteve na expedição anterior, na função de medico, sem nunca ter retornado. Na medida em que as mulheres vão adentrando a Área X fenômenos estranhos e assustadores vão ocorrendo a elas. Após um intenso treinamento e condicionamento mental elas podem entrar na Área X.
O grupo não pode carregar nada que seja eletrônico, tudo é antigo, usado, ultrapassado. Seus nomes não importam e a psicóloga usa de intenso condicionamento hipnótico para manter o grupo, o que logo vemos que não parece surtir o efeito desejado.
O grupo logo encontra uma construção que não consta do mapa, uma torre que desce pelo subsolo, onde estranhas frases estão escritas nas paredes com material biológico. Apesar da cautela em mexer no desconhecido, a bióloga comete um erro ao investigar tal lugar e coisas estranhas passam a acontecer com ela.
A bióloga, sem dúvida, é uma personagem bem construída e mesmo sem saber seu nome, sabemos sobre seu passado, sua solidão, o casamento falido, sua inaptidão para relações sociais.
É uma leitura agradável aos fãs do gênero e que estão acostumados a digerir coisas estranhas. Aos que não estão acostumados, vale a pena o risco de tentar ler a história.
Essa obra é do gênero “New Weird” subgênero literário que unifica elementos do Horror, da Fantasia e da Ficção Científica, causando um certo estranhamento proposital no leitor.