Hiroshima

Hiroshima John Hersey




Resenhas - Hiroshima


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AleixoItalo 11/01/2020

Hiroshima conta a história de 6 sobreviventes da explosão da bomba atômica, e é um dos precursores do jornalismo literário.
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Escrito como um artigo e só posteriormente publicado como livro, a narrativa mostra todos os momentos desde a detonação da ogiva até os dias subsequentes. A história preza pelo primor jornalístico e exposição dos fatos, e faz criar laços e afeição pelos personagens através da narrativa de sua história de vida antes e depois da bomba.
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O livro ganhou um novo capítulo mostrando como estavam os sobreviventes 40 anos após a explosão, embora seja destoante o ritmo deste com o resto do livro
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@injoyce_ 07/02/2023

Hiroshima
Triste e histórico, conteúdo importante, para se informar e continuar odiando nossos governantes.
O mundo é nojento demais, a guerra, a política, é tudo podre. Vivemos em um mundo muito injusto, em que só pensam no poder e nada mais.
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Karol 23/10/2012

Jornalismo de verdade
Imagine uma reportagem que tem um texto tão eficiente e informal, que convida o público a ter expectativas complexas e descontraídas a cerca de um povo e um tempo que hoje muitos nem chegam a conhecer em suas aulas de História. Uma reportagem que faz o público experimentar algo excluído do jornalismo convencional e das matérias da sessão de cotidiano dos jornais diários. Em linhas gerais, é assim que se constroem as 161 páginas daquela reportagem que mudou o jornalismo e que por isso foi eleita a melhor do século XX. Uma reportagem tão particular que conseguiu ocupar uma edição inteira de uma das maiores revistas americana, a The New Yorker.

A função de John Hersey, um ano depois de o avião americano Enola Gay despejar sobre a cidade de Hiroshima uma bomba atômica, era contar as consequências da bomba. Mas ao invés de colher uma série de entrevistas aleatórias e montar uma reportagem, digna de capa, mas talvez não digna da repercussão que teve, Hersey optou por algo mais particular e peculiar para a época. Escolheu seis pessoas, sobreviventes do ataque americano e contou suas histórias de superação aquela situação caótica. Quarenta anos depois, ele retornou ao local e continuou sua história. Explicando como estavam os seis sobreviventes, transformando a reportagem em um livro ainda mais detalhado.

A ideia de Hersey em si não era original se observássemos pelos olhos das técnicas de literatura. No entanto para jornalismo aquilo sim era original e definitivamente radical. John Hersey então, aposta na observação pessoal, na valorização de elementos, em uma minuciosa apuração da vida dos seis biografados que farão fluir Hiroshima. A parte final de seu livro, que investiga o que foi a vida de seus personagens nos 40 anos posteriores a bomba, é desfecho perfeito e deixa o leitor com o gosto de querer mais de tão cativante que é a narrativa. Aliás, é interessante notar que Hersey, e todos os outros jornalistas literários como Gay Talease e Truman Capote, apostam nos adjetivos, sempre bem utilizados e que fogem do sensacionalismo de alguns textos, recorrentes nos dias de hoje.

Para a humanidade Hiroshima é um patrimônio. Para os estudantes de Jornalismo é uma aula sobre técnicas de como contar uma história. Constato a cada nova leitura de reportagens clássicas que estas de estilo “Jornalismo Literário”, não são outra modalidade ou gênero presente na profissão. Em verdade, creio que Jornalismo Literário seja só Jornalismo, puro, simples e de verdade.
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Arthur.Leonardo 22/05/2024

O livro é muito bom, é tudo aquilo que falam dele. Um ótimo expoente do jornalismo literário.
Obs.: a parte final escrita pelo jornalista Matinas Suzuki é excelente, não deixem de ler.
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Nena 23/02/2016

Um livro reportagem q traz os depoimentos comoventes do antes, durante e depois de seis sobreviventes (duas mulheres e quatro homens) da bomba atômica q explodiu na cidade de Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, matando 100 mil e deixando outros 100 mil feriados em uma cidade com população de 245 mil habitantes.
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Fabiana 29/03/2024

Essa é uma parte da guerra que mais me pega, como pode tanta maldade tamanha destruição para com pessoas normais, apenas civis vivendo suas vidas. Nesses últimos tempos estou buscando visões dos demais países envolvidos na guerra e estou gostando muito da experiência
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Daniel 11/07/2013

Relato à altura do fato
Pela primeira vez, uma edição da revista The New Yorker conteve uma única reportagem, sendo revogado o espaço costumeiramente concedido a críticos, colunistas e assuntos diversos da metrópole estadunidense. A escolha editorial do fundador da revista, Harold Ross, não foi por acaso: com mais de cento e cinquenta páginas, a reportagem Hiroshima, de John Hersey, seria considerada de imediato um ícone jornalístico, dando origem, na opinião de estudiosos, ao jornalismo literário. Publicada em 31 de agosto de 1946, a matéria chegou ao Brasil em 2002, traduzida por Hildegard Feist e lançada em forma de livro pela Companhia das Letras. A tardia versão brasileira veio acrescida de um capítulo final, escrito por Hersey quarenta anos após a publicação da revista.

O objetivo da publicação ao incubir a Hersey a missão de apurar os fatos e redigir a reportagem foi claro: entender e transmitir, sob o ponto de vista dos habitantes da cidade – das pessoas realmente afetadas pelo acontecimento – a extensão e as implicações da tragédia que tirou a vida de cem mil pessoas e feriu gravemente outras cem mil.Conforme editorial da revista: “Esta semana, The New Yorker devota todo o espaço editorial a um artigo sobre a quase completa obliteração de uma cidade por uma bomba atômica e sobre o que aconteceu à população daquela cidade. Isso é feito com base na convicção de que poucos de nós compreenderam todo o inacreditável poder destrutivo dessa arma, e de que todos possam ter tempo para considerar a terrível implicação de seu uso”.

Para alcançar tão pretensiosa meta, Hersey ficou no Japão de 25 de maio a 12 de junho, período no qual realizou centenas de entrevistas com os mais variados personagens. O enfoque da reportagem teria como base, no entanto, a vida de apenas seis pessoas e a maneira como a explosão da bomba atômica as afetou ou deixou de afetar, antes, durante e depois de o artefato ser lançado sobre o arquipélago que dá forma à cidade. São elas: reverendo Kiyoshi Tanimoto, pastor Metodista;Hatsuyo Nakamura, viúva, mãe de três crianças; Dr. Masakazu Fujii, médico proprietário de um hospital privado;Padre Wilhelm Kleinsorge, pastor Jesuíta; Dr. Terufumi Sasaki, médico no Hospital da Cruz Vermelha e Toshiko Sasaki, funcionária da East Asia Tin Works. O artigo é dividido em quatro grandes partes, ao longo das quais o autor reconstrói o dia da explosão de forma metódica, sob os olhares distintos dos seis personagens principais. Com um relato descritivo ao extremo, fazendo pouquíssimo uso de adjetivos, Hersey busca retratar o acontecimento da forma mais factual possível. O resultado é uma reconstrução minuciosa e rica em detalhes, que faz o leitor mergulhar no ambiente em que a tragédia se sucedeu, comovendo-se a cada parágrafo. Ao humanizar o acontecimento, o autor pode abrir mão de especificidades técnicas: a história viu-se servida com uma abordagem profunda e sincera a tal ponto que nenhum número a poderia alcançar.

Não há dúvidas de que o Hersey e seus editores, Ross e William Shawn, obtiveram sucesso com a realização e a publicação da reportagem. Tanto em âmbito comercial – os trezentos mil exemplares esgotaram-se em minutos e passaram a ser disputados no mercado informal por um preço quintuplicado em relação ao original – quanto editorial – a matéria consagrou-se como um divisor de águas para o jornalismo, sendo exaltada e repercutida ao redor do mundo. Não por acaso, em 1999, uma enquete com 67 jornalistas e hitoriadores realizada pela Universidade de Nova York consagrou Hiroshima como o melhor texto publicado pela imprensa mundial no século XX. Diante de tudo isso, resta a certeza de que a obra consiste em um primor jornalístico, sendo recomendável sob todos os aspectos.

Daniel Stein Rohr
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Ana Figueiredo 10/03/2009

Relato memorável
Através da ótica de seis sobreviventes John Hersey nos transporta para aquele dia fatídico de 1945 quando uma bomba caiu na cidade de Hiroshima e vitimou aproximadamente 100 mil pessoas. O relato dele é tão incrível, tão chocante, que nos faz visualizar as cenas. Apesar da história ser triste, Hersey construiu um livro de jornalismo literário que nos instiga ler o mais rápido possível até a última página.
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Jukis 12/06/2009

Reportagem especial que John Hersey escreveu para a revista americana The New Yorker. Hersey conta, através da vivência pessoal de seis personagens, o que ocorreu em Hiroshima depois do lançamento da bomba que matou mais de 140 mil pessoas. O relato detalhista e chocante,foge do sentimentalismo já que os fatos já são suficientes para segurar o leitor.
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Carol 02/10/2012

Hiroshima
Enquanto li, pensei muito pouco nos aspectos técnicos em si, e apenas me envolvi com o livro.
John Hersey traz diversas vertentes do acontecimento, e isso coloca o leitor numa posição de entender não apenas o que os sobreviventes sentiram e viveram, mas todo o contexto da história. Há um panorama de como as grandes potências lidaram com a bomba; da maneira que essa tragédia foi e continuou sendo um jogo de interesses, em que se pensava pouquíssimo nos atingidos; da posição dos hibakusha com a situação em que se encontravam (e essa parte, para mim, foi uma grande surpresa). Além - é claro - da extrema comoção que causa, por um relato tão específico. Comoção essa que me fez, em alguns momentos, parar a leitura e ir fazer outras coisas, para tentar conter um pouco do choque.
Enfim, de qualquer maneira, vale a pena ler.



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Fer 11/03/2013

Relata a vida de pessoas que sobreviveram a bomba nuclear que explodiu em Hiroshima.
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Rafael.Sabino 05/07/2017

Magnífico
Sem palavras para descrever, o livro conta em detalhes como os sobreviventes vivenciam antes, durante e após o acontecimento.
Eu recomendo.
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Mauricio 29/09/2017

A um escombro da morte


Livro de John Hersey, Hiroshima, traz à tona a história de seis sobreviventes que estavam a poucos metros do centro da explosão da bomba atômica jogada pelos Estados Unidos no Japão. Contando com a sorte e alguns metros de concreto, todos os personagens sobreviveram ao ataque e relatam minuciosamente a experiência traumática de se tornar cobaia da primeira bomba de destruição em massa, que vitimou cerca de 100 mil pessoas. A cautela ao relatar o perfil dos personagens, por Hersey, demonstra a frieza e o impacto em trazer ao leitor, com dados precisos, a reportagem mais importante do século 20.

Título: Hiroshima
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 172
Preço: R$47,90
Autor: John Hersey

Hiroshima é uma aula de empatia. E o fast-journalism, hoje, sente a ausência disso. O autor busca, por meio da descrição, criar a imersão do leitor ao fato, imaginando, por meio das características e o sentimento de tensão da Segunda Guerra Mundial, o fato que chocaria o mundo - a explosão de uma bomba atômica. Hersey achou na precisão dos dados uma das formas de chocar e trazer o debate aos leitores da New Yorker, que tiveram o privilégio de ler uma matéria completa, com uma edição inteira, sobre os horrores que se passaram na cidade japonesa. Ele poderia - e faz - provar que a precisão de dados não se antepõe à descrição literária; é necessário saber utilizar ambos em conjunto. É como uma fuga do maniqueísmo político que viria a tomar o mundo posteriormente na Guerra Fria. O Dr. Terufumi Sasaki, um dos seis personagens do livro, é descrito, por meio do que fazia, no momento exato do acidente: desde suas angústias ao que viria acontecer posteriormente. O clímax do livro, como uma boa chamada de uma matéria, vem logo no início, no momento da explosão. E nesse período o autor se consolida como repórter nato: ‘‘Então a explosão sacudiu o prédio (a 1485 metros do centro). Os óculos do médico voaram longe; o frasco de sangue se espatifou contra a parede; as sandálias saíram-lhe dos pés - mas isso foi tudo que lhe aconteceu, graças à posição em que ele se encontrava.’’ (Pg. 20). Percebe-se que, pelo número quebrado, sua precisão em relatar o local onde se encontrava o médico demonstra o alto nível de apuração realizado pelo autor, não deixando de lado as minúcias do fato, que mantêm o leitor preso à reportagem.

Na década de 60, o debate entre Jornalismo de Dados e Jornalismo Literário se antepôs. Não há duvidas a um leitor de Hiroshima que trata-se literatura, mas sem qualquer tipo de invenção - tudo é verdade no fato, por se tratar de jornalismo. O que não se observara naquele período é que os dados eram complemento à literatura. É impossível fazer jornalismo sem dados tal como é improvável contar uma boa história sem qualquer tipo de descrição. A Sangue Frio, de Truman Capote, pode resumir perfeitamente o tipo clássico de Jornalismo Literário, por conta da apuração em trazer o melhor tipo de descrição ao assassinato brutal de uma família no Kansas, mas só Hiroshima soube complementar ambos os tipos de fazer jornalístico. O único problema da reportagem de Hersey - e que é dito por Harold Ross, um dos fundadores da New Yorker, onde o texto foi publicado - é que em nenhum momento se fala o motivo da morte de todas aquelas pessoas descritas, adjacentes aos seis personagens: elas faleceram pela intoxicação, pelos escombros ou pelas queimaduras? O autor não responde isso; deixa como interpretação vaga ao leitor.

A reportagem - apesar de dissolver seu clímax logo no início, no momento da explosão - se tornou um alento por dois motivos: o primeiro é que ela aborda o ponto de vista de seis pessoas que não se conheciam ou que tinham um contato superficial antes da explosão, mas que, apesar das divergentes características e ramos profissionais, acabam convergindo pela tragédia e se conhecendo, como em uma série de televisão; isso é observado claramente entre o Padre Kleinsorge e a trabalhadora de uma fundição de estanho, Toshiko Sasaki. Tudo parece ficção, o que deixa a narrativa mais interessante: não foge à cabeça do leitor, o tempo inteiro, pensar que tudo aquilo era verdade e de fato aconteceu. Pensar nisso, hoje, é algo inimaginável. O segundo ponto é que o autor sobre precisamente trabalhar com o pré e o pós; com os fatos, de cada um dos personagens que sucederam nas horas anteriores até a explosão, às 8h15, em Hiroshima, mas, também, valorizando a destruição posterior, o caos de pessoas que, ao serem encostadas, tinham a pele arrancada, a história de uma cidade civil que teve um raio de 8km devastado pela justificativa norte-americana de um ‘‘mal necessário’’ para terminar de vez com a Segunda Guerra.

Hiroshima é um prato cheio para um historiador que busca a contextualização do maior conflito do planeta até então. Seu impacto histórico é irreversível. Quando Hersey volta ao local, 40 anos mais tarde, no capítulo Depois da catástrofe, descreve os fatos sucessivos ao fim da Guerra, como a polarização entre URSS e EUA, o desenvolvimento de bombas atômicas por outros países e o auxílio - e principalmente a ausência dele - internacional às vítimas do experimento.atômico. Hersey traz à tona, também, pelos relatos, o orgulho de pertencimento à nação, desdobrados através da Revolução Francesa; esse foi um dos motivos do início da Grande Guerra. A banalidade do mal, de Hannah Arendt, se torna um complemento essencial às questões éticas presentes na reportagem. O autor busca explicar o termo utilizado pelos que sobreviveram à explosão; eles não gostavam de ser chamados de sobreviventes, pois era um desrespeito aos mortos que não tiveram a mesma sorte. Hibakusha se tornou a palavra precisa às pessoas. Ela significava ‘‘pessoas afetadas pela explosão’’. Houve um grande traço de humanidade, como toda reportagem responsável deve ter, no autor em se utilizar da expressão no restante do livro. O que separava um morto de um vivo era uma parede. A maioria dos que sobreviveram estavam a um escombro da morte. E isso bastou.


Maurício Rabaiolli Paz
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setantarpgs 27/02/2019

Pérola do jornalismo literário
Essa obra possibilitou a descoberta de um gênero literário pelo qual me interesso bastante: jornalismo literário. O relato direto amplia o espectro de compreensão do leitor sobre a tragédia de Hiroshima e suas consequências inesperadas. Inesquecível e necessário!
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Henrique Fendrich 24/09/2019

Para lembrar de Hiroshima
É justo que o acontecimento mais emblemático do século XX também tenha sido o tema da melhor reportagem daquele século. O impressionante esforço de pesquisa de John Hersey para reconstituir o dia 6 de agosto de 1945 na vida de seis personagens faz de “Hiroshima” o relato mais aproximado e humano daquilo que foi a tragédia japonesa. Embora os fatos narrados por Hersey criem por si só um ambiente de tensão, também é de se admirar o quanto a sua estrutura narrativa prende a atenção – e, sobretudo, emociona.

Os pequenos detalhes coletados pelo autor sobre o dia do ataque da bomba atômica e os que se seguiram dão a dimensão do horror a que fomos capazes de chegar, e não será surpresa se a ele um dia retornarmos. Lê-se o livro, primeiramente, na expectativa daquilo que sabemos que irá acontecer. Depois que acontece, lê-se com avidez ainda maior, tão compenetrados ficamos na tentativa de sobrevivência dos personagens e no drama daqueles que não conseguem.

Os momentos de solidariedade em meio à tentativa de salvação individual são bastante comoventes, especialmente porque às vezes eles fracassam e mais pessoas morrem. Em alguns há até mesmo um curioso sentimento de culpa pela sobrevivência. E Hersey não precisou apelar para as frases de impacto ou para os adjetivos que arrastam: sob sua escrita, a simples descrição dos fatos já é capaz de conduzir à emoção.

Entre os vários momentos dignos de emoção da obra está o da mulher sentada com a filha morta no colo, à espera do marido, um soldado que fatalmente também havia morrido. Seu argumento para não se afastar da filha morta ou mesmo sepultá-la era de que o seu marido era um homem tão bom que merecia vê-la ao menos mais uma vez. Quatro dias depois, com a criança já em avançado estado de decomposição, aquela mãe permanecia no mesmo lugar, sentada com a filha ao colo, à espera de um marido que não viria nunca.

O trabalho de Hersey mereceu uma edição inteira do The New Yorker antes de ser publicado em livro. As edições mais recentes também contam com um capítulo escrito pelo jornalista quarenta anos depois, quando voltou à Hiroshima para descobrir o que havia acontecido com os seis personagens que havia retratado. A obra cobre, portanto, desde o inesperado ataque, cuja origem e dimensão ainda era ignorado, até os efeitos, físicos ou não, que deixou em seus sobreviventes.

Estes personagens (um reverendo, uma viúva, o proprietário de um hospital privado, um jovem médico, um padre jesuíta e uma funcionária administrativa) tem histórias significativas o bastante para serem evocadas em qualquer conflito internacional – e, convém dizer, não apenas naqueles em que a ameaça são armas químicas. O relato de Hersey é constrangedor para a humanidade, e infelizmente passa despercebido para as forças que movem as guerras no mundo.
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