Memorial de Aires

Memorial de Aires Machado de Assis




Resenhas - Memorial de Aires


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Jandira.Antunes 12/03/2024

Memorial de Aires
"Memorial de Aires" é o último romance escrito por Machado de Assis, publicado postumamente em 1908. A obra é apresentada como o diário de um conselheiro aposentado, Dom Aires, que relata suas reflexões sobre a vida, o amor, a sociedade e a morte. Ambientado no Rio de Janeiro do final do século XIX, o livro explora a mente do protagonista enquanto ele observa e comenta os eventos ao seu redor, incluindo sua relação com a família Escobar e suas complexidades. O romance oferece uma visão penetrante da sociedade da época e dos dilemas existenciais enfrentados pelo protagonista, destacando a habilidade de Machado de Assis em retratar a psicologia humana com ironia e profundidade.
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Lívia 30/01/2021

Muito Bom
?Basta amar para escolher bem; o diabo que fosse era sempre boa escolha.?

?Se os mortos vão depressa, os velhos ainda vão mais depressa que os mortos... Viva a mocidade.?
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Cris @cristinadaitx 05/09/2021

Em seu último romance, Machado faz uma análise da velhice e da solidão, retratando muito de si mesmo ao longo das páginas. Além disso, investiga as relações humanas, familiar e, principalmente conjugais, trazendo a tona detalhes da cumplicidade e dependência amorosa, no caso do casal Aguiar. Um casal que não teve filhos, e que passa a vida sofrendo pelos filhos do coração, que vem e vão, deixando-os somente a expectativa e a saudade.
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Paulo Sousa 22/10/2021

Leitura 25/2021

Memorial de Aires [1908]
Machado de Assis (Rio de Janeiro, 1839-1908)
Nova Aguilar, 1994, 231p

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?A eternidade é mais longe , e ela já lá mandou outros pedaços da alma; vantagem grande da música, que fala a mortos e a ausentes? (Posição Kindle 2404/87%).
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?Memorial de Aires? é o último romance escrito por Machado de Assis. Foi publicado meses antes da morte do maior escritor brasileiro e fecha um longo ciclo de romances marcados pelo Romantismo e Realismo, movimentos literários então em voga.
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O livro é uma espécie de diário, a cujas entradas nem sempre regulares contém os apontamentos do Conselheiro Aires, ex-funcionário diplomático, que busca ?deitar ao papel? suas impressões da política - a Abolição havia há pouco ocorrido, da sociedade fluminense no início do século XX e de suas próprias elucubrações sobre a vida, a morte e a saudade.
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Diferente de Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, o ?Memorial? é um livro menos ácido, com uma temática mais calma, saudosista, bem apropriado para um fim de carreira louvável. Machado, a essa época, já havia perdido Carolina Xavier, sua esposa e companheira por 35 anos, sofria ainda mais com as crises epiléticas que o cacetearam por toda a vida, mas fruía da fama e reconhecimento pela bela obra literária que produziu.
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A trama do ?Memorial? gira em torno da família Aguiar e de dois outros personagens, o jovem político lusitano Tristão e a jovem viúva Fidélia que, assim como a voz sempre presente de Aires em seu diário, acabam sendo unidos pelo destino.
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Notável como Machado foi um escritor de fases. Em seus quatro primeiros romances, as marcas inegáveis do Romantismo estão bastante presentes entremeados nas histórias romanescas, o ?estilo? de então. Mas, a partir de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado dá uma guinada na forma como escreve e inaugura o movimento Realista extraindo os elementos românticos de seus livros e inserindo uma temática mais cheia de cinismo, acidez e desilusão. As narrativas dos livros dessa fase possuem uma voz narrativa que costuma adentrar o terreno dos pensamentos dos personagens, revelando intenções muitas vezes ambíguas. É nessa fase que Machado definitivamente se consagra o grande escritor que é.
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Eu leria todos os romances de Machado, na ordem de publicação, ainda quando era estudante do Ensino Médio, no fim dos anos 90. Você percebe a evolução do escritor, como ele vai se agigantando à medida que tem refinada sua técnica. Foi, creio, meu primeiro projeto de ler um autor inteiramente. Bons tempos?
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Volta a reler o Bruxo do Cosme Velho foi um bálsamo, que uniu boa leitura com entrevero de saudade, aliás como o próprio livro se destina. Prossigamos!
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Gláucia 13/05/2011

Memorial de Aires - Machado de Assis
Último romance do autor, o livro tem traços autobiográficos. Escrito poucos anos após a morte de sua amada esposa e companheira, conta a história de um casal de idosos, suas alegrias e a grande tristeza de não terem tido filhos. Como Machado e Carolina.
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João Lucas 26/02/2020

Nunca li uma história do Machado de Assis tão sentimental como essa. Além de ser sentimental, a história fala sobre as relações amorosas com seus prazeres e seus problemas. É mais uma boa história do Machado.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 26/10/2017

Último Romance
Eis o último romance de Machado de Assis. Publicado em 1908, mesmo ano em que ele faleceu, é ao mesmo tempo o mais triste e o menos pessimista dentre todos.

Após enviuvar, quatro anos antes, o escritor manteve a mesma ironia e o gosto pelas digressões, nas amenizou seu ceticismo em prol de um tom mais nostálgico. "Memorial de Aires" revela essa mudança, inclusive, exibe aspectos autobiográficos.

Sua história retrata a vida em família da elite carioca no final do século XIX. Curiosamente, as personagens primam pela afabilidade até mesmo uma certa ingenuidade, muito diferentes da complexa dimensão psicológica do restante de sua obra. Portanto, o livro além de ser seu testamento literário e humano, também revela uma perspectiva mais romantizada da vida.

O protagonista e narrador é o Comendador Marcondes de Aires que fez sua estreia em "Esaú e Jacó". Trata-se de um diplomata recém-aposentado que decide regressar ao Brasil em 1888, pouco antes da Abolição. Inaugurando essa nova etapa, ele decide escrever um diário, trazendo à luz suas relações com as pessoas mais próximas. Desse seleto grupo destacam-se sua irmã Rita e um casal sem filhos, Dona Carmo e Seu Aguiar. Vivendo juntos há mais vinte anos, eles transferiram seu afeto para dois protegidos: Tristão, um médico que está morando em Lisboa, e Fidélia, uma jovem viúva por quem o comendador sente-se atraído, contudo, falta-lhe coragem para revelar seu sentimento.

Polido e de caráter rígido, ele assume a postura de um simples observador que procura adivinhar o íntimo das pessoas através de suposições ou informações alheias. O professor e historiador Alfredo de Bosi define sua personalidade em poucas palavras: "ouve mais do que fala e concilia o quanto pode.? Curiosamente, o leitor mais atento perceberá a identificação da personagem com o autor, por sinal, seus nomes apresentam as mesmas iniciais (M. de A.). Em síntese, Machado transfigura-se no Conselheiro Aires, a fim de revelar suas reflexões sobre o enfado e a falta de ideais na velhice.

Outra curiosidade é a identificação entre o casal Aguiar e o casal Assis, compactuando a mesma solidão, sobriedade e tristeza no final da vida. Aliás, Carmo, Rita e Fidélia, as três personagens femininas do livro, nada mais são do que a projeção de Carolina, mulher do escritor, no papel de "mãe", "irmã" e "esposa".

Apontando para a feliz união de Tristão e Fidélia, a jovem foi casada por pouco tempo com um inimigo político de seu pai, remetendo a um dos principais temas do livro, frequentemente explorado pelo autor: a fidelidade da mulher ao marido, não importa se ela é casada ou viúva.

Como sugestão de leitura, indico o trabalho de Pedro Meira Monteiro sobre a influência da ópera "Fidélio", de Beethoven, na narrativa. Diogo Pacheco de Veloso também possui uma pertinente trabalho, "Memorial de Aires e as dilacerações da escrita e do eu", voltado para a forma como a narrativa foi escrita. Porém, não deixe de ler "Machado", de Silviano Santiago, e "Memorial do Fim", de Haroldo Maranhão, cujas considerações comprovam a importância do romance na obra machadiana.
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Ricardo256 06/03/2022

Final emocionante
Chego enfim ao último romance do Machado de Assis. Memorial de Aires é tipo um diário do Conselheiro Aires. Aqui ele vai contar a história de alguns personagens do Rio e seus entornos. Apesar dos grandes movimentos históricos da época (1888 e 1889), o Machado foca nesse livro mais na vida dos personagens. É um livro diferentão do Machado mas o final simplesmente foi muito emocionante para mim! Adorei ler este livro. 5 estrelas! ?
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Didi 16/08/2021

Obra menos conhecida mas tão boa quanto as demais
Mais uma obra muito bem escrita por Machado de Assis. Trata-se de um diário, das confabulações de vida e solilóquios da própria personagem principal, o Conselheiro Aires - um diplomata sexagenário recém aposentado. Ler MA é uma aula de português, talento puro. A história é engraçada até - na visão do sagaz e sábio Aires. É uma maneira de enxergar o mundo pelas lentes de uma pessoa mais velha, mas também muito instrutiva para os mais novos. Considero importante ter lido Esaú e Jacó antes de ler Memorial de Aires, pois é lá que aparece pela primeira vez o Conselheiro Aires - como coadjuvante de peso. Gostei !!
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Milena12 13/04/2022

Memorial de Aires
Este é o último livro de Machado de Assis.

Tudo começa com um brasileiro que depois de dois anos na Europa, retorna ao Brasil e faz uma aposta com a irmã de que uma viúva - conhecida deles - irá casar-se novamente.

Durante o percurso existem especulações entre os irmãos para saber quem estará certo.

No meio, mais ou menos, eu achei que a viúva Fidélia casaria com o Aires. Mas ainda não sendo assim, achei perfeita a história.
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Marcio 28/09/2022

Memorias
Último livro publicado em vida por Machado de Assis em 1908. Conta a história de diversos personagens sob a perspectiva do conselheiro Aires que narra a história através de um diário. O que achei de mais interessante no livro foram as descrições dos modos e costumes da época e a escrita em si de Machado de Assis que sempre é o ponto alto de suas obras. No entanto, salvo algumas boas reflexões sobre a vida, a história fica enfadonha com intermináveis cenas de jantares e chá da tarde. No geral gostei.
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Jackie Morena 26/02/2009

Adoro o estilo de escrever do Machado. O livro é bom, mas nao o colocaria entre os melhores que li na vida. Ele faz sentido lido em conjunto, ou melhor, logo após, Esaú e Jacó. E acredito que foi a empogação com o primeiro que me fez ler o Memorial até o final.
TaTá 18/10/2011minha estante
gostei da dica de leitura dupla:D o bom mesmo é sempre ter uma ideai superficial do livro para não criar falsas expectativas!




Elexandra.Amaral 30/12/2020

Um passeio com Machado
Em sua obra de despedida, o inigualável Machado de Assis nos leva para conhecer lugares e pessoas no Rio de Janeiro do século XIX em companhia de Aires, um conselheiro que parece mais interessado em descrever os pormenores das vidas alheias que da sua próprio em seu diário.
Muitíssimo bem escrito (claro) e divertido (Ah, se o conselheiro se decidisse a pedir...!).
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23/05/2020

Realismo seco
Com o realismo e o português irretocável de Machado, a narrativa se deixa entrever entre os detalhes banais da rotina do eu lírico; não deixa de ser um retrato vívido da vida da burguesia carioca do século XIX, como em grande parte de obra de Machado. Não é uma obra prima do autor, mas eu diria que é um bom livro para uma tarde lenta.
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Lucas 09/01/2023

A velhice como instrumento de contemplação e reflexão
Foi cerca de dois meses antes de falecer, em setembro de 1908, que o escritor Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) lançou a sua última preciosidade literária: Memorial de Aires marca as derradeiras linhas do maior escritor brasileiro de todos os tempos. Mesmo que não possa ser comparado às obras mais famosas de Machado de Assis, este seu último livro funciona como um grande compêndio da carreira literária do "bruxo do Cosme Velho".

Se Memorial de Aires é a última obra da vida de Machado de Assis, ela é a segunda "escrita" por José Marcondes da Costa Aires, conselheiro (espécie de cônsul, com carreira diplomática internacional) que já havia narrado Esaú e Jacó, livro de 1904 que trata das contendas entre dois irmãos da aristocracia carioca. Lá, o conselheiro Aires já tinha dado pistas da existência de um diário onde ele escrevia passagens dos seus dias. Estas anotações diárias correspondem ao próprio Memorial de Aires, estruturado sob uma forma de diário com relatos não contínuos ocorridos entre 1888 e 1889. Diplomata aposentado e viúvo, Aires tinha voltado ao Brasil em 1887 para aqui viver seus últimos anos de vida.

Desse modo, o conselheiro se apropria do seu conhecimento como diplomata e de uma robusta capacidade de observação para registrar no papel as suas relações pessoais daquele período, sem um viés apaixonado ou tendencioso. A começar pela irmã, Rita, pela qual nutre um afeto especial. O escopo do olhar de Aires, no entanto, recai sobre o casal Aguiar e D. Carmo, que se não eram família do protagonista, foram claramente baseadas na própria vida de Machado de Assis e sua esposa, Carolina Augusta Xavier de Novais (1835-1904). Assim como na ficção, Machado e Carolina não tiveram filhos, algo a qual parece ter deixado-os melancólicos especialmente com a chegada da velhice.

Mas Aguiar e D. Carmo, se parecem espelhar esse sentimento de frustração, tiveram dois "filhos" de criação. O primeiro deles foi o afilhado Tristão, que passou boa parte da sua vida até a adolescência cercado pelos cuidados e mimos dos padrinhos. Depois, o moço acompanhou seus pais em mudança para Lisboa. Posteriormente, o casal Aguiar "adota" Fidélia, rica viúva que havia casado sem a permissão dos pais, fazendeiros do interior do Rio de Janeiro.

Fidélia é a protagonista feminina das memórias do conselheiro. A contemplação da moça aos pés do jazigo do seu marido falecido é o pano de fundo da primeira cena do livro, inclusive. Tal cena é o gatilho para a questão da viuvez, que gera nas páginas do memorial várias e cirúrgicas reflexões de como se dá a relação entre quem fica e quem foi. Na retaguarda desse contexto, Machado (ou melhor, o conselheiro Aires, pois ambos parecem confundir-se) traz ao leitor outra tônica: a velhice, com todos os seus desdobramentos (positivos ou não).

As memórias escritas pelo conselheiro Aires são, numa definição exageradamente curta, uma grande reflexão não linear sobre essa fase da vida. Se aos olhos dos mais jovens a velhice pode ser uma sucessão de monotonias (a leitura da obra, inegavelmente, alimenta essa sensação), a terceira idade é sim um momento de reflexão. Aires nos ensina que ser idoso não é ser inútil: é estar mergulhado num contexto que preza pela observação, pelas companhias amigas, pelas relações desenvolvidas durante os anos (relações estas mais pessoais, próprias do final do século XIX, quando tudo certamente parecia passar mais devagar), o convívio com a solidão e seus meandros (nem todos negativos), a já citada viuvez e a relação com entes queridos que já partiram, os tipos de legado que uma geração pode passar para a outra, entre inúmeros outros temas. E tudo isso é derramado por Machado de Assis não de uma forma melancólica, mas sim com uma narrativa serena e com os já recorrentes traços irônicos e de bom humor machadianos.

Aires, entretanto, não olha só para os seus companheiros de velhice: boa parte do seu diário dedica-se a observar e refletir sobre uma linda história de amor, que envolve dois personagens já citados. Temos, assim, o contraste entre a velhice e o nascimento de um relacionamento entre dois jovens. Estes elementos não são apresentados ao leitor dicotomicamente, entretanto. O olhar do conselheiro Aires tempera com ainda mais sabedoria e maturidade a sublime decisão de passar a vida com alguém. E isso era lindo em 1889 e é lindo ainda hoje, apesar de esquecido por uma realidade fútil e imediatista.

Tal fato também amarra a narrativa e traz substância ao raciocínio exposto inicialmente: ao usar um discurso em primeira pessoa sem estrutura convencional (o diário propriamente dito) e colocar nisso uma boa dose de romantismo, Machado de Assis une os traços de romantismo de suas primeiras obras com o verbo realista que o caracterizou a partir de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Por mais que Machado de Assis nunca tenha esquecido-se do papel do romance em seus últimos livros, aqui ele atinge um nível superior de equilíbrio entre romantismo e realismo, vertentes que confundem-se na sua trajetória literária.

Memorial de Aires é um livro que sela com qualidade a carreira literária de seu autor. Apesar dos momentos de monotonia, a terminante obra de Machado de Assis oferece lindos momentos de contemplação, descritos sob um olhar simpático e aprazível do conselheiro Aires. Machado de Assis não poderia, portanto, ser mais certeiro: ao escrever um livro que trata da terceira idade no Rio de Janeiro do final do século XIX, ele deixa um relato com muito de si mesmo, elevando ainda mais grau de qualidade do seu perene legado literário.
Natalie Lagedo 09/01/2023minha estante
Gostei das tuas observações, Lucas. Ainda não li Memorial de Aires, vou adicioná-lo à minha lista.




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