O Começo de Tudo

O Começo de Tudo George R. R. Martin




Resenhas - O Começo de Tudo


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Paulo.Gustavo 15/01/2023

Bom volume inicial, apresentação de mundo bacana. Livro composto por vários contos, alguns excelentes e outros bons. Gostaria muito de estar jogando nessa mesa de RPG haha
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Milena 17/10/2022

Relerei
MARAVILHOSO. Importante ressaltar que na verdade o livro foi originalmente um RPG que alguns escritores jogavam e decidiram trnsplformar nessa coleção, o nome de George R.R. Martin é pra aumentar a popularidade, apesar dele ser o escritor de alguns capítulos.
Esse universo chega a seulr ridículo de tão bem formulado, não tem pontas soltas, alguns capítulos são um pouco mais lentos que outros por conta dos autores diferentes mas ainda assim valem a pena. Tartaruga, Fortunato e Dorminho são alguns dos melhores asses. Se você gosta d existiria e de poderes leia, você vai amar.
John 24/10/2022minha estante
Caramba, que comentário interessante!
Esses dias, eu e meu irmão estávamos especulando se "As Crônicas de Gelo e Fogo", não foram escritas com base em 'Birthright', um cenário de campanha bem antigo para o RPG Dungeons and Dragons. Ambos os universos tem muito, mas muito em comum! Seu comentário só corrobora essa conspiração. ;)




Ranier.Ferreira 28/06/2022

Heróis ?!
Wild Cards nada mais é que a história de heróis de G. R. R. Martin e seus amigos. É um grande ícone na história da cultura nerd, principalmente para os fãs de RPG. E o que tem haver RPG com este livro? G. R. R. Martin criou um cenário para jogar RPG com seus amigos nos anos 80, porém, o hobby começou a ganhar força e tomar muito, mas muito tempo de todos eles (Sim, isso acontece com muitos que jogam RPG). Foi então que eles decidiram escrever sobre seus personagens daquele cenário apocalíptico, o que deu origem ao compilado de contos chamado Wild Cards.

A premissa do livro é simples. Uma bomba alienígena explode no planeta Terra e algumas pessoas passam a desenvolver poderes, capacidades e aparências totalmente estranhas. Se você foi agraciado apenas com poderes, como ter ganho asas de anjo e resplandecer você é considerado um Ás. Agora se o que você ganhou te deformou, você é considerado um Coringa. De qualquer forma todos são considerados Cartas Selvagens, do original Wild Cards.

A obra que vai contar histórias fechadas em si, também tem personagens que permeiam todo o livro, assim dando a sensação de unidade entre os contos. Mesmo com apenas cerca de 40 páginas para cada conto, todos são muito bem trabalhados e cada escritor (sim, cada conto é escrito por um amigo do G.R.R. Martin diferente) coloca seu toque pessoal na trama, sem desconstruir a história como um todo.

Apesar do plot de ? história de super-humanos?, o contexto do livro tenta ficar o mais perto da realidade possível, assim tocando em questões sociais plausíveis, caso existissem mutações deste gênero na vida real, como por exemplo, como a sociedade civil reagiria aos ?diferentes?. Algumas vezes transplantando o drama de minorias já conhecidos, como o preconceito velado em sua própria casa de pessoas LGBTQIA+, o racismo estrutural, e até mesmo separação geográfica escancarando a desigualdade social, tudo isso coberto pela capa de ?estamos falando de seres anormais?.

Por todos os motivos apresentados Wild Cards é não só um livro que vai te dar uma história sobre super-heróis, pervertidos como na série The Boys (Prime vídeo), mas vai além, te fazendo questionar pontos de vista já solidificados sobre o ?diferente?, e a forma que lidamos com esse ?diferente? não como indivíduos, mas como sociedade.
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Robbie5 30/03/2022

Não gostei, mas recomendo
Particularmente, eu não gostei do livro
Mas isso é um mais pra um problema meu
Não é o tipo de livro que eu gostaria
Não era oq eu tava esperando
Não cumpriu minhas expectativas
A escrita de alguns autores são boas
Mas não chega a valer a pena o livro todo por 3 ou 4 contos
Mds tem alguns contos que são extremamente massantes e chatos
Essa é uma daquelas obras q é mt difícil de imaginar por ser tão megalomaníaco a coisa
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Victória 13/01/2022

Altos e baixos, mas que vale a pena
Primeiro livro da Maratona Literária de Verão #RevolucaoMLV
Missão 1 Espiões - Um livro que você sempre diz que vai ler mas nunca lê.

Acho que não teria livro melhor pra essa missão do que esse, que comprei em 2016 e venho enrolando pra ler desde então.

O livro começa sim bastante enrolado e confuso, mas depois que venci as primeiras 40 páginas foi uma ótima leitura.
Achei incrível a premissa de ter pessoas com super poderes influenciando nos eventos da história dos EUA.
A parte histórica é muito bem construída, misturando acontecimentos e marcos reais com explicações fictícias.
Muito legal como foram abordadas tramas políticas, preconceito com minorias e propaganda em meio a todo um panorama de ficção científica.

Por ser uma antologia, tem contos que são mais legais que outros e dá aquela vontade de saber mais depois que eles acabam, e alguns que são bastante confusos na narrativa. Mas apesar de serem de autores diferentes, a maioria são interligados.

Vou ler o segundo livro porque fiquei curiosa, mas vou parar nele porque 28 livros é coisa demais.
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Rolando.S.Medeiros 29/12/2021

Wild Cards — Análise Minuciosa Conto a Conto


Wild Cards (que será adaptado para a TV pela Universal) é uma série de dezenas de livros que recontam a história da humanidade a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, quando uma nave cai nos Estados Unidos e traz consigo um vírus alienígena.

Esses livros, editados por ninguém mais ninguém menos que George R. R. Martin, são estruturados de forma similar a uma coletânea de contos: cada capítulo é escrito por um autor diferente e narra sua própria história, servindo como plataforma de lançamento para autores promissores, mas ainda aberto aos já consagrados. Os capítulos são organizados cronologicamente, abarcando um grande lapso temporal, e, assim, constroem um estilo chamado de romance mosaico, onde a narrativa é construída sob perspectivas completamente diferentes, mas que, quando reunidas, montam uma história principal.

É uma ideia fascinante, mas que tem seus pontos negativos. O principal deles sendo a disparidade entre alguns contos e a gigantesca variação de tom. Alguns autores trabalham exemplarmente com os temas apresentados, outros nem tanto.

Mas, apesar desse pequeno ponto, O Começo de Tudo é um grande inicio para toda a série, uma ótima uma representação realista dos superpoderes, e também uma reescrição da história americana, com as estórias se entrelaçando com o mundo real ou mutando-o de forma bastante orgânica e convincente.

Esse primeiro livro tende bastante para a política e para o noir. Seus capítulos quase sempre são protagonizados por anti-heróis, e transcorrem em cidades sujas dominadas pelo crime e pela corrupção, enfatizando o cinismo geral que permeia a história, provavelmente inspirado por Watchmen, que saiu no mesmo ano.

Prólogo (6/10): O livro abre com um divertido prólogo, escrito pelo Martin, imitando o estilo do Studs Terkel (radialista considerado o maior exponenciador da história oral norte-americana) apresentando um dos personagens mais importantes de toda a saga: o alienígena Tachyon. Excêntrico, sempre vestindo roupas circenses e de cores vibrantes, Tachyon viaja para Terra para impedir que um vírus criado por sua família infecte a população. Seu plano, porém, falha – devido a sua aparência humana e trejeitos estranhos poucos o levam a sério – e ele decide permanecer no planeta para ajudar aqueles que foram afetados pelo Carta Selvagem. O prólogo, faz um bom trabalho em intrigar e atrair o leitor para a história, além de definir a estrutura geral do livro, preparando para as diversas mudanças de ponto de vista ao longo da história.

Trinta Minutos sobre a Brodway (5/10): Escrito por Howard Waldrop, Trinta minutos sobre a Broadway é insosso, apesar de apresentar o importante ''herói'' pré-vírus, Jetboy, um jovem e famoso aviador que precisa sair da aposentadoria para uma última missão; e também a história de como o vírus alienígena foi liberado nos céus da cidade de Nova York em 1946 mudou toda a história mundial.

A escrita é divertidinha, mas a visão de ''herói americano'' que o autor deixa transparecer é muito teatral (apesar de provavelmente intencional). A missão de Jetboy é impedir o perturbado Dr. Tod de liberar o vírus. Escrevendo a premissa desse jeito parece tornar o conto ainda pior, mas ele não é tão ruim quanto eu faço ele aparentar ser.

O garoto é uma figura importante na narrativa, sendo mencionado diversas vezes ao longo do livro. Os pontos positivos da história além da leveza narrativa, é a maneira com que o autor fundamenta seus personagens em lugares e tempos reais (você entenderá quando ler), e também a sacada de mostrar como os Supers-Heróis substituiram os Pulps dos anos 30 e 40 nas revistas, só que aqui veremos isso acontecendo fora páginas coloridas, com os Àses (explico logo mais) substituindo os Pulps na vida real.

O Dorminhoco (7/10): É Roger Zelazny que de fato abre o horizonte e mostra o potencial que o universo de Wild Cards tem, com a história de Croyd - o Dorminhoco. Um garoto de quatorze anos afetado pelos vírus, mas de um modo excepcionalmente incomum, sua mutação faz com que ele hiberne frequentemente, e toda vez que desperta, transforma-se em algo totalmente diferente. Às vezes ele é um Às (abençoado com superpoderes), às vezes ele é um Curinga (deformado de alguma forma estranha).

O autor utiliza de maneira muito inteligente o personagem para apresentar o mundo, e os eventos imediatos pós liberação do vírus em Nova York; a visão de crianças numa escola esperando o sinal tocar no dia do Prólogo; a lei Marshall em pleno vigor; a quebra da paz pós guerra mundial; a clínica do Doutor Tachyon; e principalmente a adaptação que ocorre no país por causa da chegada do vírus.

É um conto acelerado e divertido, que aborda desde o vício, até a defesa dos direitos dos Curingas, ao mesmo tempo que mostra o Croyd enfrentando os problemas de suas transformações e ganhando a vida como um ladrão.

Ele também descreve bastante bem a aleatoriedade dos efeitos do Carta Selvagem, com muitas descrições das mutações. O autor nos mostra o caos nas ruas de maneira brutal e surpreendente, mas com uma condução leve, e pitadas de comédia, principalmente pelo fato do protagonista ser uma criança forçada a crescer. Temos também o primeiro vislumbre que Wild Cards vai na contra mão das séries de super-heróis comuns, com Croyd tornando-se um ladrão e usuário de drogas. No geral, é uma ótima história para abrir a era pós-vírus da Carta Selvagem.

Testemunha (8/10): É aqui, com Testemunha, de Walter Jon Willians, e logo em sequência, com Ritos de Dragadação, que o livro abraça todo seu potencial, misturando política com super-heróis, e realidade com ficção. Você pode até achar a mudança chata, preferir algo mais apolítico, mas não há como negar que estes dois contos são os mais importantes de todo o livro e formam uma boa base para todas as histórias seguintes.

Logo após o caos inicial da Carta Selvagem, quatro Àses são recrutados pelo governo, e acompanhamos a Ascensão e Queda desses ''hérois''. Há muitos personagens interessantes, e até pequenos arcos de desenvolvimento; como por exemplo, o arco do Garoto Dourado, um ás com poderes semelhantes ao do Superman, mas que arruina sua própria vida não pela falta de força, mas pela falta de tato e integridade como pessoa. Vemos intimamente e entendemos o motivo de Braun ter feito as coisas que fez, mas ao mesmo tempo sentimos seu arrependimento. Mais uma vez, o protagonista não é um herói, ainda que ele desesperadamente deseje ser um, uma história recheada de profundidade e humanidade.

O autor também explora todas as consequências que super-heróis negros, judeus e mulheres têm na preconceituosa América dos anos 1950, e diversas mudanças em aspecto histórico: Àses capturam todos os criminosos nazistas que tentaram fugir para outros países, evitam a construção do Muro de Berlim, salvam Ghandi de um assassinato e subjulgam o exército norte-coreano. Ainda que alguns eventos - não por falta de tentativa - permancem os mesmos: a China continua comunista; e a América do Sul continua infestada de ditadores fascistas.

Os grupos de Àses formado para melhorar mundo, prevenir guerras e resolver incidentes internacionais, logo sofre perseguição dentro do próprio País, tornam-se alvos, e incapazes de combater a corrupção dentro do próprio governo.

Rituais de Degradação (8/10): Este é um complemento muito bom para a história anterior, com uma visão muito diferente das outras apresentadas na antologia até agora, bem mais emocional, principalmente no personagem do trágico e simpático doutor Tachyon, mostrando quem ele é e o que está disposto a fazer.

Somos (re)introduzidos a três personagens, e a maneira que suas vidas e relações um com o outro são utilizadas contra eles: Dr. Tachyon, a instável Às Blythe, e David, outro Às.

A amizade entre os três, e a ligação romântica de dois deles é muito bem desenvolvida, a autora também escreve e usa muito bem o poder da Blythe, narrando com desenvoltura o funcionamento interno da mente de diversos personagens, sem medo de revelar seus aspectos positivos e negativos ou de ir fundo na irreal absorção e simbiose de mentes. Embora o foco se encaminhe para a história trágica de amor, David, O Embaixador, também não é deixado de lado, e se mostra uma parte forte da interessante história. É um conto extremamente triste, mas necessário, e um dos melhores do livro.

Interlúdio Um - Áses Vermelhos, Anos Negros: Um breve mas interessante resumo dos anos após a audiência que declarava aberta a ''caça às bruxas'' moderna contra os infectados pelo vírus. Bem detalhado, revelador e educativo, a caça aos Àses no Interlúdio faz bastante paralelos com história real dos Estados Unidos, uma mistura da chamada onda do ''Medo Vermelho'' da Era McCarthy com a Gestapo de Hitler perseguindo a comunidade judaica.

Capitão Cátodo e o Às Secreto (6/10): Ao tentar cobrir um longo período da história americana, O Começo de Tudo deixa alguns ''buracos'' no seu todo, porém, a edição mais recente do livro tenta corrigir isso com a adição de alguns contos inéditos.

Esse é o caso do Capítão Cátodo, uma história relativamente boa, que se passa na decáda de 1950 e faz um bom trabalho ao se vincular com eventos históricos daquela época. Dessa vez, acompanhamos Karl, um produtor, e vemos a influência do vírus em Hollywood. O produtor tem que esconder sua identidade como um às, ao mesmo tempo que lida com atores mimados, pressões financeiras e o assassino em série Medusa que tem como alvo coringas.

Tudo citado no interlúdio anterior ainda está em vigência na história, a vida infâme dos Coringas, a necessidade de Karl esconder sua habilidade, etc. Os personagens são bem escritos, principalmente a apresentação da senhora invisível Esteller, que é muito boa.

O conto, entretanto, por ter sido inserido depois, não tem tanta liberdade para moldar o mundo como os outros, e serve mais como uma preparação de terreno. Se você for um leitor atento, a história torna-se previsível: a narrativa o leva a suspeitar de um certo personagem o tempo todo, e no final apenas confirma isso. É boa, mas nada além disso.

Powers (7/10): Mais uma das histórias da nova edição, aqui David Levine utiliza como base o Acidente U-2 em 1960, que aconteceu na vida real, e reconta os fatos pela ótica do mundo de Wild Cards. O conto passa uma ótima visão dos anos 60 e da guerra fria, com a corrida armamentista sendo representada pelo arsenal de áses que cada país possui. O Powers do título é um ótimo duplo sentido com o nome do real piloto do U-2.

O protagonista é um analista estatístico da CIA, que se vê no meio de uma operação internacional onde suas habilidades ocultas de Às talvez possam auxiliar a situação. Frank, também conhecido como Cronômetro, é um personagem interessante, cheio de dúvidas e hesitação, mas com um dos poderes mais insanos mostrados até aqui, o de congelar/desacelerar o tempo enquanto ele ainda consegue se mover e realizar ações por até onze minutos, porém, em contrapartida acelerando o seu envelhecimento enquanto usa a habilidade.


O conto sofre bastante do mesmo problema do anterior, por ter sido adicionado depois, são poucas as consequências que ele verdadeiramente causa no mundo do livro, em resumo, o conto é bom, exemplifica bem o tema e tem um ótimo protagonista, talvez sendo o runner up dos adicionados posteriormente, mas falha em interferir de maneira sólida em qualquer um dos elementos ou temas já apresentados nos outros contos.

O Jogo da Carapaça (8/10): Neste conto, Martin não só nos dá uma ótima e divertida historieta, mas também coloca o Tachyon de volta no centro de eventos, estimulando todos os contos seguintes.

A história acompanha o Grande e Poderoso Tartaruga, um nerd tímido que sofria bullyng, fã de quadrinhos e que idealiza os super-heróis. Agora, ele consegue usar poderes telecinéticos, mas apenas quando se sente seguro dentro de sua carapaça: um Fusca quebrado, modificado e blindado. Ele é um Às diria até ingênuo, que acredita que deve fazer o bem mesmo na época que eles estão sendo desacreditados, Tom Tudbury difere bruscamente dos outros Àses descritos até aqui na antologia, e seu amigo Joey, um maluco sessentista durão, além de ser um ótimo parceiro, também é um grande amigo do protagonista.

Temos aqui também uma continuação da "vida" do Dr. Tachyon após os eventos de Rituais de Degradação, e o que aconteceu nos anos intermediários, bem como a introdução de Desmond, Angelical e um vislumbre na vida noturna no Bairro dos Coringas, retratando os diversos abusos que eles sofrem por causa de suas deformidades.

Quando a amiga de longa data do Doutor, Angelical, é sequestrada durante uma invasão em sua boate na Cidade dos Coringas, Tachyon deve trabalhar com o Tartaruga, superar sua dor, recuperar sua sobriedade e redescobrir seu propósito de vida, para salvá-la de ser abusada e asassinada por policiais corruptos em uma comovente história de redenção.

O resultado de tudo é uma ótima narrativa, e um belo exemplo de como a conexão e coesão entre as histórias é um dos pontos mais fortes de Wild Cards. O Grande e Poderoso Tartaruga puxa consigo e detalha o surgimento de toda uma nova era de Àses.

Interlúdio Dois - Clínica no Bairro dos Curingas abre no Dia da Carta Selvagem: George R.R. Martin continua logo após os eventos do conto anterior com esse pequeno enxerto detalhando a nova fase da vida do Dr. Tachyon: a abertura de sua clinica com o nome de Blythe, que pretende ajudar os Coringas fornecendo gratuitamente auxilio médico e emocional.

A Noite Longa e Obscura de Fortunato (7/10): Uma coisa que com certeza não podemos dizer que faltou ao Lewis Shiner é coragem. Ele escreveu talvez a história e o personagem mais insálubre e inquietante do livro.

Fortunado é um cafetão negro meio-asiático, cujos poderes incluem projeção astral, desaceleração do tempo e talvez até telepatia. Mas, ele só pode recarregar suas habilidades por meio do sexo tântrico, absorvendo o poder de seus parceiros, desde que não permita que ele próprio... bem... orgasme.

A coisa escalona e vai ficando cada vez mais estranha, principalmente quando ele mergulha fundo no livro ocultista do Crowley, e tem um vislumbre de utilizar seu poder em uma pessoa morta (sim, é isso mesmo que entendeu, um homem que adquire poder através do sexo utilizando isso em uma pessoa morta) apenas para descobrir descobrir um terror cômisco que provavelmente nunca mais será retomado no livro, não sei se foi uma boa idéia adicionar um conto que envolva o Cthulhu no meio de um livro de super heróis e política. Mas a deixa no final dá a entender que ao menos o Fortunato retornará, o que é no mínimo interessante, pois o personagem é bem peculiar.

Transfigurações (7/10): Apesar de demorar para emplacar, a história do Victor Milan é boa. O conto é sobre Mark, um estudante tentando entender e mergulhar na contracultura da Costa Oeste dos anos 60, já que deve fazer seu TCC sobre drogas psicotrópicas. É uma bela mistura de super-heróis, com o movimento hippie, e o rock n 'roll dos anos 60. Além de mostrar como os comícios anti-Vietnã do final dos anos 60 e início dos anos 70 foram alterados pela presença do vírus Carta Selvagem.

Ele apresenta três novos interessantes Áses: O Rei-Lagarto, um violento manifestante anti-Vietnã que simpatiza com o Presidente Mao e quer desencadear uma revolução. O Operário, um imigrante polonês que sofreu sob o regime soviético e acredita nos valores tradicionais americanos. E Radical, que só quer dar mais uma chance a vibe paz e amor.

Ambas as histórias que se passam nos Anos 60 (Transfigurações e Fortunato) impulsionaram a série em uma direção mais realista. Mas acho que essa funciona muito melhor. É apresentado aqui uma interessante visão da cultura hippe dessa época, com personagens bem definidos interessantes. E ainda termina com uma ótima deixa para os personagens serem utilizados em histórias seguintes.

Interlúdio Três - Wild Cards Chic: Em um ótimo interlúdio que retoma diversos personagens dos contos anteriores, Martin mostra a virada de chave para os Àses, eles estão famosos, Tachyon está feliz, e até possuem o especial e recém construído restaurante Aces HIgh, finissimo, apenas para Áses e seus acompanhantes.

Bem Fundo (6/10): Escrita por Eward Bryant e Leanne Harper, esse conto é literalmente ame ou odeie, disputando com o Fortunato a posição de história mais estranha da antologia, a narrativa envolve guerra de mafiosos, uma mulher que fala com animais, um crocodilosomem e até um vagão fantasma de metro que é senciente. E não me surpreenderia se esses personagens se tornassem recorrentes na série, dado a todo o plot dos Coringas do subterrâneo.

Jack Esgoto é um crocodilo assassino gigante que vive nos metrôs da cidade de Nova York. Nômada é uma senhora sem-teto com a habilidade de se comunicar com animais (mas seu próprio uso de drogas e colapso mental contribuem de modo tão importante quanto a Carta Selvagem ao desempenhar essa habilidade). CC Ryder, que apareceu brevemente em Transfigurações, é uma ativista vítima de estupro que se transformou em um vagão de metrô após ser empurrada nos trilhos. E por fim, Rosemary Muldoon, é filha de um chefe da máfia e se tornou assistente social para se reconciliar com os pecados cometidos pela sua familia.

A história é verdadeiramente uma bagunça, recheada de clichês e esteriotipos, circulando em torno dos personagens sem formar um enredo coerente; coisas demais tentam ser agrupadas, e uma porcentagem dessas coisas agrupadas não são nem ao menos boas ou interessantes. Entretanto, sendo bem honesto, para uma história que envolve todos esses elementos citados, e ao mesmo tempo tenta funcionar por si só e não comprometer demais o universo, Bem Fundo não me parece tão ruim quanto poderia ou dizem ser. Ainda prefiro ela à história inicial do Jetboy.

Interlúdio Quatro - Medo e Delíro no Bairro dos Coringas: O Interlúdio Quatro e as histórias seguintes nos dão bastante insights na política e vida dos Coringas, e nos apresentam alguns Coringas tão interessantes quanto os famosos Àses.

Fios (7/10): Com o Titereiro, um senador democrata que deseja ser presidente, Stephen Leigh faz um ótimo trabalho representado um às-vilão sociopata, com habilidade de manipular pessoas, tornando tudo ainda mais aterrorizante.

O autor consegue fugir dos clichês do gênero de ''super-heróis'', e nem ao menos foca toda a história no personagem central, os protestos políticos que irrompem no Bairro dos Coringas, a ação e o tumulto racial, são tão importantes quanto o Titereiro e servem para nos colocar no olho do furacão; e toda desordem manipulada por essa figura sombria.

Interlúdio Cinco — Trinta e Cinco anos do Carta Selvagem, uma Restropectiva: Literalmente um retrospecto da história, com diversas frases que ficaram marcadas na história do mundo de Wildcards.

“Eles chamam de quarentena, não de discriminação. Não somos uma raça, eles nos dizem, não somos uma religião, somos doentes, então o correto é nos separar, embora eles saibam muito bem que o carta selvagem não é contagioso. A nossa é uma enfermidade do corpo, a deles, uma doença contagiosa da alma.”

A Garota Fantasma Conquista Manhattam (6/10): Mais uma das adicionadas posteriormente, A Garota Fantasma de Vaughn faz um ótimo trabalho ao captar a cena punk do começo dos anos 80 e da Nova York dessa época. A história é agradável, mas praticamente não leva a lugar nenhum, terminando de forma anticlimática ao ignorar alguns conflitos e negar a existência de outros. Entratanto, só o fato da narrativa ser divertida e ter a participação de personagens de contos anteriores, já torna o conto incrivelmente atraente para mim.

Chega o Caçador (6/10): Apesar de possuir inicio, meio e fim bem delineados, O Caçador de John Miller funciona mais como uma apresentação e gancho para próximos livros, com uma interessante história como plano de fundo.

Por causa do vírus Wild Card, o livro se concentra quase exclusivamente em Áses e seus irmãos menos afortunados, Coringas. Aqui, pela primeira vez, temos uma mudança, onde somos apresentados a Yeoman, uma pessoa ''normal'', confundido com um Ás devido ao seu treinamento militar nas forças especiais e seu domínio do kyudo (arco e flecha zen).

Ele é o arquétipo do arqueiro-corajoso-herói; Yeoman, o nosso Oliver Queen, busca vingança, e mesmo sem poderes, deve enfrentar um Às que consegue se teleportar. Ele é um vigilante filosófico, interessante, e Miller o insere muito bem na história, apesar do sabor de quero mais.

Miller está apenas montando seu tabuleiro, e aqui ele posiciona os personagens em seus devidos lugares, preparando-os para o futuro.

Epílogo — Terceira Geração: O Epílogo é um pouco desinteressante, e tenta transmitir a ideia de passagem de tempo, focado no legado de Jetboy. Em contrapartida, o Apêndice é muito bom, e faz um bom trabalho fechando o livro e dando uma visão geral da patologia do Wild Card.

site: Rolando Silva no Goodreads e Takezzo no Medium
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Oscar30 19/11/2021

A base de uma longa saga
Acho que existem duas formas de se analisar este livro. A primeira é vendo o livro como um todo, e a segunda é separando cada um dos contos como uma peça de um autor diferente.

O ponto mais importante: eu amei o universo que criaram, mas não posso dizer que achei o livro a altura de sua proposta.

Não digo que o livro é ruim, ele me fez ir a procura de suas continuações e me interessar pela maioria dos personagens, mas a obra é um fruto dos anos 80 e quando vai falar de temas como discriminação ou tenta criar uma atmosfera madura acaba mostrando uma narrativa que não envelheceu bem, não chega a ser um problema por ser injusto querer cobrar uma narrativa que seja parecida com os dias de hoje, porem, alguns clichês da época estão mais presentes aqui do que em outras obras podendo causar algum estranhamento. Principalmente quando iam colocar violência ou temas sexuais na narrativa, se destacavam de forma negativa.

Uma das coisas que eu gostaria que tivessem se focado mais nessa parte são os coringas, que ainda que tenham muito destaque nos outros livros, nesse a falta do ponto de vista deles faz com que parece que só estão contando metade da historia, entendemos que ele são deformados e banidos do resto da sociedade, mas nunca mostram o ponto de vista deles.

O livro acertou apresentando os personagens que vão ser destaque nos próximos volumes. Desde Dr. Tachyon, o alien que se considera responsável pela tragédia, Jack Braun, que começa como um estereótipo de jogador de futebol americano babaca e aos poucos passa por uma evolução interessante, o Tartaruga (que apresenta a melhor historia, essa sendo escrita pelo George RR Martin), entre outros que são incríveis, esquecíveis ou um pouco problemáticos hoje em dia.
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Nelson.Nogueira 05/06/2021

Uma excelente coleção de histórias em um mundo fantástico. Para quem gosta de rpgs é um prato feito. Gostei muito!
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Ralibô 29/03/2021

Bem George
Muito louco, cheio de mil personagens surreais. Imagino que só George Martin consiga escrever uma cena erótica sem tornar desse um livro pornô. O livro é cheio de política, é basicamente todo o alicerce do livro. Fico imaginando a mente de uma criança como ele, quanta imaginação, as ideia devem ser cheias de ramificações, uma ideia levando a outra.
George Martin devia ser um gênero literário. Romance, ficção, suapense, George Martin, etc... seria... que gênero voce gosta de ler? Leio de tudo, mas meu preferido é George...rsrs
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Jothamon 01/03/2021

Mudanças...
Um vírus fez com que uma parcela da população sofresse alterações em seu DNA.
Alguns tiraram um "Ás" obtendo uma incrível habilidade sobre-humana ou algo poder mais simples.
Já outros tiraram um "curinga" obtendo uma deformidade ou transmutação homem/animal.
Como em qualquer sociedade, a Carta Selvagem que cada um "recebeu" afetou a própria vida, conferindo ótimos estatus ou grandes problemas.
O governo também não ficou de fora disso, procurando obter o maior números de benefícios que pode.
A leitura é marcante, mostrando o melhor e o pior de todos, revelando a verdade de cada um, seja Curinga ou Ás.
O livro prende do início ao fim, mesmo com histórias separadas, elas convergem em um grande propósito sobre a vida da humanidade.
Diferença. Valores. Medo. Descoberta.
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Gui 19/02/2021

O monstro de Frankenstein em forma de livro

Antes de experimentar a obra li vários elogios acerca dela, que sua história era muito legal parecendo até mesmo com as de quadrinhos de super-heróis e também que era bastante realista já que usava elementos do cotidiano (acontecimentos como segunda guerra mundial, guerra fria e famosos como Einstein, Joseph McCarthy) por isso esperava uma aventura incrível, ao nível de As Crônicas de Gelo e Fogo, afinal ambas têm o mesmo autor, contudo nada aconteceu conforme o esperado.

Wild Cards: O Começo de Tudo é uma verdadeira orgia literária, o próprio monstro de Frankenstein, afinal foram construídos da mesma forma, juntando partes de diferentes pessoas., a obra, apesar de estar sob o nome de George Martin, é feita por vários autores, cada capítulo na realidade é escrito por alguém diferente, em um primeiro momento até pode parecer uma proposta interessante, contudo quando observamos a realidade, percebe-se que foi catastrófica. O livro virou basicamente uma coletânea de "historinhas", todo aquele realismo tão falado, foi decepcionante, e quanto ao fato de ser semelhante às HQs, é realmente verídico, pois em vários momentos foi um verdadeiro plágio de X-men. Como cada capítulo tem como foco um personagem, não há protagonistas (o que não é algo ruim, afinal Game of Thrones é do mesmo jeito e continua incrível), dessa forma quando se alcança o clímax de um capítulo, quando finalmente está começando a ficar envolvente e seu protagonista interessante, ele acaba e a cada novo o ciclo se repete, em uns até há algumas relações com os outros mas nada que seja relevante, não há revelações fodas que mudam a visão sobre o que foi lido, são historias paralelas, tendo como resultado um cansaço absoluto ao chegar na metade do livro, mesmo tendo finalmente chegado na parte escrita por George Martin, não havia mais motivação para continuar lendo, não havia mais curiosidade para querer saber o que aconteceria depois, afinal com com esses capítulos separados não há um senso de prosseguimento da historia, alguns estão lá simplesmente pra encher linguiça, não possuem praticamente nenhuma influencia na historia principal, já que ela na realidade não existe, pois como já foi dito anteriormente, esse livro é apenas um amontoado de narrativas.

Este é definitivamente um livro que não recomendo, nem mesmo para os leitores iniciantes, apesar de ter uma linguagem de fácil entendimento, devido às referidas complicações, estes podem podem se sentir empacados, como se a historia não tivesse prosseguimento, pois de fato não tem haha.
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Denzel 21/01/2021

Foi uma leitura que me chamou atenção pela história , porém para ser o primeiro livro de contos lido não foi uma experiência agradável. Algumas histórias boas mas não são o suficiente para melhorar o livro, gostaria de ler o livro 2 porém se for semelhante ao primeiro, deixarei de lado
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