O filho eterno

O filho eterno Cristovão Tezza




Resenhas - O Filho Eterno


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Bookster Pedro Pacifico 23/05/2023

O filho eterno, de Cristovão Tezza
Publicado em 2007, o livro venceu os principais prêmios literários e aborda os conflitos de um pai que descobre que o seu filho recém nascido tem síndrome de Down. O romance também possui um forte aspecto autobiográfico, que deixa a realidade criada pelo autor ainda mais potente.

Confesso que, até ler O filho eterno, tinha lido poucos livros que abordavam a temática de pessoas com deficiência. E quando iniciei a leitura, fui surpreendido com um forte incômodo, já que o pai de Felipe não poupa o leitor na hora de expressar a sua decepção com o diagnóstico do filho. Ainda que a narrativa se passe no final do século passado, em que o conhecimento e as discussões sobre capacitismo fossem menos profundas, é difícil não sentir um desconforto com a figura do pai. Seus pensamentos chegam a ser cruéis, um reflexo de uma sociedade ignorante e repleta de preconceitos.

Aos poucos o protagonista começa uma trajetória em busca de especialistas que pudessem garantir uma condição melhor de vida para o Felipe. São poucos dias de vitórias, que se destacam a uma rotina difícil e frustrante. O pai tem dificuldades de lidar com as expectativas de que se filho se comportará igual a outras crianças típicas, mas com o tempo vemos um fortalecimento na relação entre os dois. Se no início existia uma certa rejeição na ideia de ter um filho com síndrome de Down, o personagem principal vai percebendo que não consegue mais se imaginar vivendo sem todo aquele amor.

É uma narrativa muito mais voltada ao pai, um escritor insatisfeito, com mergulhos nas suas memórias mais antigas. Felipe aparece de uma forma secundária, a partir da reação de seu pai com as dificuldades e conquistas da relação paternal. Uma das passagens que mais me tocou foi sobre a capacidade de amar que o filho possui. Felipe sabe amar incondicionalmente, o que o destaca em relação as demais crianças.

A leitura é impactante e, ao gerar um desconforto no leitor, nos faz refletir sobre temas importantíssimos relacionados a pessoas com deficiência e paternidade.

Nota 8,5/10

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MatheusPetris 04/12/2023

O livro mais conhecido de Tezza, O Filho Eterno, é o mais atípico de sua poética. O romancista defende que, quanto mais o autor se afastar subjetivamente de sua produção literária, melhor será sua literatura; se faz necessário dialogar com outras vozes. No geral, ele sempre evitou se colocar subjetivamente nos livros, todavia, O Filho Eterno faz a direção inversa, pois se relata autobiográficamente. No romance, o protagonista, um escritor frustrado que se considera um fracasso, que “tem dificuldade de preencher o espaço da profissão” (TEZZA, 2010, p. 11) em fichas simples, que é sustentado pela mulher há anos, se vê atônito diante da notícia que será pai. Após o nascimento do filho, desconfia-se que o mesmo possui a Síndrome de Down, antes chamada pejorativamente de mongolismo. O pai, desesperado, nutre esperanças que sabem vãs de que o diagnóstico esteja errado; obviamente, não estava. Felipe, o filho, é o nome do filho de Cristovão Tezza, e o escritor é o próprio em um passado um tanto distante. Embora seja uma relativa pessoal, biográfica, “não tem pretensão de ser a verdade” (ALMEIDA, 2009, p. 274). Isso posto, podemos pensar, inclusive, nas epígrafes que abrem o livro. A epígrafe de Bernhard atesta para a impossibilidade da linguagem alcançar a verdade, além de ser como uma chave para ler o livro na esteira autoficcional, isto é, o próprio romance é o afastamento da verdade. Assim, nos direcionamos à hipótese deste breve ensaio: a realidade é ficcionalizada por meio do tempo narrativo.

Apesar de uma profunda distância (temporal, formal e estilística) que separa Gustave Flaubert de Cristóvão Tezza, é possível tecer considerações aproximativas entre os autores. Flaubert (2005, p. 93) que dizia que “tudo se deve fazer a frio, calculadamente”, defendia a tese de que só deve se escrever sobre algo pensado, vivido, sentido, quando isso estiver distante, ou seja, só deve se escrever sobre o amor por alguém quando não estiver mais amando. Mas de que forma Tezza faz isso? Ao escolher um narrador onisciente em 3º pessoa, o autor veste uma “máscara ficcional” (RÜCKERT, 2016, p.164), é como se possibilitasse ao autor se auto ficcionalizar, falar de questões que até então estavam omissas. Entretanto, no bojo do romance, às vozes se confundem, autor, narrador e protagonista servem à ficção e não à verdade. Em determinado momento do romance, o narrador afirma que a Síndrome de Down nunca teve espaço em sua literatura, era impossível domesticá-la “numa representação literária” (TEZZA, 2010, p. 26). Porém, quando o narrador afirma essa impossibilidade, ele se refere a um passado daquele presente do escritor enquanto personagem, essa voz que ecoa (e se multiplica), é uma voz onisciente que faz justamente o inverso, transforma uma vivência em objeto literário. Quando Tezza fez isso? Quando já havia superado essa situação, o que revelou em entrevista: já não se tratava de questões emocionais, os problemas pessoais estavam resolvidos, agora se tratava de tornar tudo isso em literatura. Voltemos ao Flaubert para concluir esse primeiro raciocínio. Em uma carta a Louise Colet, poeta francesa, uma de suas paixões, Flaubert escreve que iria a um enterro da esposa de um velho amigo de seu pai. Sabendo disso, se prepara para “aproveitar tudo”, o que significa que deseja extrair desse doloroso evento, matéria prima para Madame Bovary… Para alguns isso pode soar maléfico, mas ele discorda, tendo inclusive diversos materiais angustiantes sobre si próprio. É ele quem diz na mesma carta: “Eu mesmo me dissequei ao vivo em momentos pouco alegres” (FLAUBERT, 2005, p. 109). Tanto para Tezza quanto para Flaubert, é como se fosse possível exprimir um evento, um acontecimento, apenas quanto menos senti-lo.

Quando o narrador fala que, “em nenhum momento, ao longo de mais de vinte anos, a síndrome de Down entrará em seu texto. Esse é um problema seu [do escritor-personagem], ele repete, não dos outros, e você terá que resolvê-lo sozinho” (TEZZA, 2010, p. 63), é como se tivesse atestando para o mencionado acima. Se o personagem-escritor decidisse por escrever um livro sobre a paternidade, era como se tivesse tentando resolver a questão pela via da literatura, utilizando ela como um meio e não como um fim em si mesma, o que seria uma contradição com a visão literária do personagem. Essa relação entre ficção e realidade parece estar imbricada num artifício temporal da construção narrativa. Sendo um narrador onisciente, esse narrador em terceira pessoa está localizado no futuro do personagem escritor. Entretanto, muitas vezes, a voz do presente do escritor-personagem parece ultrapassar a onisciência. O narrador, apesar de estar falando do futuro sobre acontecimentos passados, em diversos momentos, intercala diferentes tempos verbais. Fala quase sempre no indicativo alternando entre o Pretérito Perfeito e o próprio Presente, como se tudo se confundisse: "O filho finalmente subiu no banco do lado do motorista" (TEZZA, 2010, p. 133), era a comemoração de um avanço milimétrico, mas que para o garoto era muito. Logo em seguida, reflete sobre sua própria vida, agora no presente: "Sente cansaço, mas ainda tem energia de sobra aos 30 anos — é preciso decidir o que fazer da vida e se sente dolorosamente incapaz de sobrevivência (TEZZA, 2010, 133). Se uma das características da síndrome de Down é a impossibilidade de abstração do tempo, se Felipe vive um eterno presente, essa ferramenta narratológica de construção do texto não se relaciona exatamente com isso?

A relação entre pai e filho, ficção e realidade, não é apenas formal, mas conteudística. A outra epígrafe também nos conduz a essa reflexão. O narrador afirma que o "filho é a imagem mais próxima da ideia de destino, daquilo de que você não escapa", e Kierkegaard que o filho "é como um espelho no qual o pai se vê", não é exatamente o que ocorre com o personagem-escritor do romance? Marina Barbosa de Almeida (2009, p. 276) chamou atenção para isso: "O treinamento neurológico nos primeiros anos de vida do filho é contrastado com o treinamento do pai em relação às tentativas de publicar seus livros e as recusas das editoras". Nas partes finais do romance, o personagem que chegou a desejar a morte do filho, que parecia comemorar com uma baixa expectativa de vida, parece, enfim, amadurecer e compreender o enorme amor que sente pelo filho. Mas não nos enganemos, não é como se o romance tivesse uma linearidade narrativa, como se fosse uma resolução geral de tudo, como se fosse um simples final feliz, ainda — e a cena final revela isso — há muitos progressos que o pai deseja que Felipe alcance. Quando começa a entender o calendário por meio do futebol e eles criam um ritual em torno do clube do coração deles, é como um abraço entre pai e filho, uma aceitação. O personagem-escritor tão refém da linguagem, que incrédulo em como o filho não desenvolverá a nossa maior capacidade cognitiva, o que nos faz diferente dos animais, que nos permite estratificar a vida de maneira complexa, parece compreender que Felipe pode ser sujeito do modo dele. E mesmo em um eterno presente. Se Maurice Merleau-Ponty nos dizia que nossa existência não está no tempo, mas é o próprio tempo, ele também está falando que “o tempo — passado, presente, futuro — é, dessa forma, o próprio meio de existência como sujeito” (MATTHEWS, 2010, p. 128). Concluímos, então, que a passagem da realidade para a ficção, para a constituição de um objeto ficcional, não constitui uma resolução da vida real, mas apenas uma forma de transformá-la em literatura, produzir efeitos com ela. E não como domesticação, mas como superação, como afastamento. Um filho é eterno e o tempo também.
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Dani de Assis 13/10/2021

Uma narrativa extremamente forte
Cristóvão Tezza acertou minha cara com um porrete. Caraca mano, que livro foi esse??? Acompanhar a narrativa do pai que rejeita o fato do filho ser portador da síndrome de down é impressionante. Ver como um pai pode ser cruel em seus pensamentos e ver como ele amadurece e nasce esse amor paternal, é tocante!
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Cleber 28/02/2021

O filho eterno
Vencedor de vários prêmios nacionais e internacionais, nesse livro Cristóvão Tezza conta a história da vida de um escritor com dificuldades no seu trabalho e o nascimento de seu filho com síndrome de Down. Por inumeras vezes sentimos raiva pelas atitudes de um pai em negação em relação ao filho e a família, mas Tezza vai elucidando os pensamentos e as dificultades que o pai vai enfrentando e começamos a entender melhor as atitudes de um pai com pensamentos arraigados pelo preconceito e ignorância. Assisti o filme também e como na maioria das vezes o livro é muito melhor.
Thais645 28/02/2021minha estante
Cristovão Tezza é excelente. Lembro que li dele o romance "Trapo", muitos anos atrás, e me marcou bastante. Não foi o primeiro romance dele, mas foi o primeiro a ser recebido com muitos aplausos e grande entusiasmo pela crítica nacional.


Cleber 28/02/2021minha estante
Não conhecia os livros dele, obrigadi pela dica, vou procurar o livro Trapo também




Cristina117 18/04/2009

Quando eu li “O Filho Eterno”, eu amei os personagens, a relação deles, a ternura, o afeto, tanto, que li a última página aos soluços. (Inclusive por eu ter de me separar dos personagens, com o fim da leitura.) E para quem está pensando que “O Filho Eterno” é piegas ou coisa do tipo; não é. Cristóvão Tezza não é piegas, nem tenta convencer ninguém de nada, absolutamente nada.



Leiam.
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Jeh 30/05/2021

Nota retroativa
Também li esse obrigada pela faculdade rs. É um livro bastante desconfortável por trazer um olhar diferente do que se tem idealizado para a paternidade, o que acho muito importante (hoje, na época em q li eu nem sabia o q pensar rs). Dos 3 q resenhei retroativamente hj, acho q este eu releria.
Fico pensando se a mesma narrativa e perspectiva fossem de autoria de uma mulher, se o livro seria bem aceito, visto q a maternidade é muito mais envolta em romantização.
Ainda não assisti ao filme, mas tenho vontade.
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Dorly Neto 13/08/2010

Relacionamento
O livro possui o caráter biográfico apenas para quem se intromete em saber a vida do autor. Porém, para quem escreve, sabe que não é apenas nossas experiências pessoais que motivam nossas escritas. Elas podem deixá-la mais autêntica, mais refinada, mas não melhor que outra.

Bom, eu penso que a essência do livro não seja o nascimento e crescimento de uma garoto com Síndrome de Down, e sim o descortinar de uma relação conturbada entre pai e filho e a descoberta da ignorância (por parte do pai), que durante vários anos da vida se trancou no mundo imaginário da leitura, se distanciando das pessoas, quebrando relações interpessoais por puro orgulho de se ferir.

É isso.
LilianSinfronio 13/12/2011minha estante
Acho que vc deveria manter o bom hábito das resenhas. :)




Fabi 12/04/2023

O autor queria fazer uma autobiografia mas aí lembrou que tem um filho com Down e resolveu inserir o menino como personagem.
Narcisista é pouco.
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Paula 26/09/2010

Alimentei uma grande expectativa em relação a esse livro por conta das várias resenhas que li a respeito e por conta de todos os prêmios que o autor recebeu. Mas preciso confessar que não me encantou. Não consegui sentir amor pelo livro.
O tema é sem dúvida bastante delicado: um pai que tem um filho com síndrome de down relata com extrema sinceridade tudo o que sentiu desde o nascimento do filho, quando descobre o problema, até os dias de hoje. Mas o que era para ser um livro sobre uma relação pai e filho, acaba por se tornar um livro sobre os sentimentos quase sempre egoístas e cruéis de um pai que não deseja esse filho, que não o aceita e que chega a desejar a sua morte.
O livro todo é esse lamento desse homem falando de si mesmo, de suas lembranças de juventude e suas frustrações e só. Fiquei esperando o tempo todo o momento em que ele começaria a falar de sua relação com o filho, mas isso quase não aconteceu. Achei chato a maior parte do tempo. Só no final do livro é que um pouco de sentimento aparece, quando o filho desaparece e o pai começa a sentir pela primeira vez que a ausência do filho seria dolorosa. Só no final esse filho surge na história, o que pra mim foi o que salvou um pouco o livro. Mas não acho que seja um livro bonito, nem que tenha deixado uma mensagem positiva. Será que em outro momento de minha vida mudaria de opinião sobre o livro? Não sei dizer. Mas acho que por enquanto não ficou muito a vontade de relê-lo.
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victor.victor.victor 29/10/2022

Antipático
O problema do narrador não é ser uma pessoa horrível, mas desinteressante.

É uma autoficção, em teoria, sobre o filho com Down do Cristovao Tezza. Mas, logo logo o próprio pai toma o relato pra ele. A desculpa do filho era só pro autor escrever sobre si mesmo com menos culpa.

O livro é preenchido por cenas em hospitais (muito parecidas), descrições acadêmicas sobre a síndrome de down e um flashback sem sentido com a juventude rebelde do narrador.

Não gostei.
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Wellington.Pimente 01/08/2022

Faltou mais do filho eterno.
A história se passa com um homem reflexivo, em que chega em seu mundo, o seu filho Felipe, com Síndrome de Down. A forma dura que o narrador contempla a sua volta e principalmente seu filho, as vezes choca e fica num limite de humor negro, com um homem que parece lutar para não cair num sentimentalismo. São muitas e muitas páginas de reflexão do pensamento do narrador, apesar de interessante e instigante em muitas partes, enfadonho em outras, na minha análise, o livro ficou a dever em maior aprofundamento e maior sensibilidade ao tratar do filho eterno. Um livro bom, porém fiquei com vontade de entrar mais nesse universo tão singular.
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Gabriela M. 30/07/2014

Nossa. É como descobrir (mais) um novo mundo, totalmente diferente, um mundo de pensamentos - tão confusos e ao mesmo tempo tão fáceis de se entender - de um homem.

Sim pela primeira vez li um homem, não um Aslan, não um Mo, não uma menina sonhando com a leitura na neve. E foi tão especial, Cristóvão Tezza soube narrar de um jeito tão autêntico e tão verdadeiro que é impossível não se deixar cativar pelo pai e claro por Felipe. Ótimo livro, agradeço ser leitura obrigatória da UFRGS.
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Anica 27/01/2009

O Filho Eterno (Cristovão Tezza)
Antes de tudo: não acredito em um autor buscando o tema "Síndrome de Down" apenas para gerar polêmica, especialmente quando um filho portador da síndrome faz parte da biografia dele. E para falar a verdade, não vejo o protagonista (sem nome, apenas Felipe, o filho com síndrome de down tem identidade) como um monstro, pelo menos não lendo a história toda. Na verdade eu não conseguia deixar de lembrar do filme Eraserhead do Lynch ou de O Bebê de Rosemary do Polanski, que no final das contas são uma metáfora para o medo da primeira vez como pai/mãe e/ou as relações iniciais com o primeiro filho, só que ao invés de usar o fantástico/sobrenatural, ele parte para o realismo.

É algo natural, não saber o que esperar. Ou pela primeira vez estar ligado moralmente a uma pessoa, sendo que em determinadas situações você sequer planejou aquilo. Aquela coisinha que chegou depende de você, e sua vida nunca mais será a mesma. O fato de Felipe ter síndrome de down faz com que o leitor desvie o foco para o principal: o narrador lamentaria pela liberdade perdida mesmo que fosse uma criança "normal". Mesmo que quem nascesse antes fosse a menina.

O que está em jogo ali - e a dica fica justamente por conta dos retornos ao passado, quando estava só e não precisava "cuidar" de ninguém a não ser ele mesmo - é que no momento que Felipe nasce ele sabe que as coisas não serão mais como eram. No mais, a questão da amargura sobre o filho na minha opinião residiam em dois pontos básicos:

a) O acaso: o narrador deixa isso bem claro já no início. Não há culpados, porque é uma obra do acaso. A falta de ter a quem culpar, ou a de pensar de que maneira isso poderia ser evitado.

b) O futuro: ele teme pelo futuro do filho, que nasce "condenado". Aqui, acredito que as reações dele não foram muito diferentes de um pai que descobre que o filho é homossexual. Um misto de ignorância sobre o assunto e a certeza absoluta que o filho não estará no grupo "dos normais", e justamente por isso irá sofrer e, em consequência, ele mesmo sofrerá.

Mais para frente a visão sobre o filho vai mudando, de forma sutil. Acho interessante inclusive que mesmo que com uma visão amarga, ele começa a ver no filho qualidades que ele mesmo não têm (como a questão dos desenhos). A história acaba chegando a uma conclusão simples e ao mesmo tempo bonita: o registro do primeiro diálogo entre pai e filho. Antes disso, o que tínhamos eram quase que citações, não conversas. E aí, enquanto falam do time de Felipe, fica a sensação de que o pai finalmente compreendeu que ter uma personagem a mais na própria história não precisa ser necessariamente ruim.

Concluindo, eu não acho que um livro precisa necessariamente ter grandes inovações estilísticas para ser um livro bom, ou cuja leitura vale a pena. Boas histórias já fazem uma leitura valer a pena. E O Filho Eterno é uma boa história.
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Fer 17/01/2022

É um bom livro, com um tema muito relevante, mas pela importância do assunto, achei que o livro teria mais profundidade em torno da relação pai e filho. O autor divaga muito sobre histórias pregressas da sua vida, o que tira totalmente o foco do livro, mesmo que seja algo interessante (muitas vezes não é hehe).
Achei que faltou trabalhar a relação, inclusive com a mulher, que a partir de uma parte do livro, apenas some, não deixando claro se houve uma separação ou o que.
Espero ter melhores experiências futuras com o autor, fui com muita sede ao pote desta vez.
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