Resenhas - Nas Montanhas Da Loucura

bobbie 02/04/2020

Escrita incrível.
Howard P. Lovecraft viveu pouco e, curiosamente, não viu nenhum de seus livros publicados em vida. Este livro tem 4 contos de Lovecraft, todos escritos com maestria e detalhismo que parece que o autor esteve naqueles mundos imaginários. Na minha opinião, os três contos finais deste livro, que sequer aparecem no título, são infinitamente melhores. Para quem se interessa em estilo, a narrativa de Lovecraft é extremamente descritiva, riquíssima em detalhes. Tanto que, para aqueles que não curtem o estilo, por vezes o texto corre o risco de se tornar enfadonho. O primeiro conto, por exemplo, Nas montanhas da loucura, é tão longo e tão recheado de detalhes descritivos que eu mesmo não consegui fruir dele tanto quanto poderia. Senti que, neste caso em específico, menos seria um pouquinho mais. O conto, brilhante em sua composição e imaginário, torna-se extremamente cansativo. Os três últimos contos, todavia, convergem o requinte do terror e das descrições mais escabrosas e profícuas que se pode esperar.

Flavia_fernandes 27/03/2020

Razoável, muito descritivo e pouco cativante, parece que você fica esperando o climax que nunca vem.

Kev 18/03/2020

Interessante, mas a leitura é um tanto cansativa
O livro narra uma expedição à Antártida, onde são encontrados vestígios de vidas desconhecidas.
Mas o terror em si, começa quando um desastre acontece com uma parte da equipe, deixando pra trás um cenário no mínimo intrigante.
É uma leitura cheia de mistérios que consegue te deixar por vezes impaciente para descobrir logo o que ocorreu verdadeiramente.
De tanto detalhamento na narração, a história fica cansativa em vários pontos, mas em contra partida, te permite construir perfeitamente o ambiente e seus componentes no imaginário.
Pelo nível de suspense da história, esperava um pouco mais de ação, mas no geral foi uma ótima leitura.

Alexandre Torres 03/02/2020

Marco do terror cósmico
Quando avaliamos um livro, precisamos de contexto. Quando Lovecraft escreveu esta novela, o cinema estava transitando do mudo para o falado. A ficção científica ainda não tinha se definido, era um verdadeiro matagal. O terror também era uma atividade secundária dos poetas e escritores sérios. E a Antártida era uma terra ainda desconhecida, em sua maior parte. Admito que sua prosa datou um pouco, mas se levarmos em consideração tantos autores e roteiristas que beberam nesta história... Stephen King... o filme "The thing" baseado no romance "Who Goes There?", escrito pouco depois deste, possivelmente bebe nesta fonte.
A história é relativamente simples: uma equipe de pesquisa na Antártida acaba se deparando com fósseis de seres que não se encaixam na biologia moderna. Posteriormente acabam encontrando ruínas de uma civilização anterior a espécie humana... e despertando horrores indizíveis. A narrativa é precisa, ainda que um pouco detalhista, transportando o leitor para o universo gelado e desconhecido. O autor toma liberdades quanto a geografia local (que era desconhecida na época) mas isto pode ser relevado. Os leitores assíduos do autor encontrarão vários easter eggs de seus outros contos.

Victoria527 22/01/2020

Terrivelmente chato
A história narra uma expedição à Antártida, e eu passei o livro todo esperando alguma coisa interessante acontecer. O livro inteiro é só uma descrição minuciosa de todos os eventos ocorridos e das coisas encontradas durante a expedição. Ele diz que o que encontrou é terrível e não sei mais o que, e você fica esperando os eventos terriveis achando que vai sentir pelo menos um medinho, mas não acontece nada.

Erudito Principiante 26/09/2019

Horror ou ficção?
Esse conto foi meu primeiro contato direto com a obra de Lovecraft. Confesso que esperava ler uma história de horror sobrenatural, mas no fundo considerei como uma ficção. Mesmo assim gostei da história. O nível de detalhamento nas descrições ajudam o leitor a construir as imagens, apesar de às vezes ser um pouco chato. Mas no geral gostei. :)

Cassiano 13/09/2019

Decepcionante.
Nas montanhas da loucura é uma coleção com 4 histórias, a principal com o mesmo nome do livro. Infelizmente fui decepcionado outra vez.
Lovecraft possuia uma habilidade incrível para o mistério, nem tanto para o horror em si. Digo isso, pois, sendo meu segundo contato com uma obra do autor, tenho a mesma crítica: histórias muito bem desenvolvidas enquanto sob o "pano" do mistério, mas assim que nos é apresentado o "monstro", ou o porquê da história, tudo vai por água abaixo.
Não sei se porque dificilmente me assusto com algo, ou o autor que não consegue "passar" medo. A primeira história é muito detalhada, repleta de termos científicos, o que a tornou extremamente entediante e com uma conclusão deveras decepcionante. Dentre as 4, talvez "a casa maldita" seja a melhor, na minha opinião.
De qualquer forma, tentarei dar outra chance para algum livro do autor, com esperança de finalmente gostar verdadeiramente.

JD 31/07/2019

Horror Clássico no bolso
Nas Montanhas da Loucura e Outras Historias de Terror.
De Howard Phillips Lovecraft.
O livro começa com a alucinante história de pesquisadores e exploradores em "Nas Montanhas da Loucura", onde descreve os "Elder Thing", os "Shoggoths" e todo lado artístico, militar e histórico dos seres primevos, numa cidade da Antártida sendo uma possível civilização perdida, com uma estrutura que vai além da engenharia e compreensão humana. Lovecraft brinca com a insanidade em "A Casa Maldita" onde uma entidade primeva habita o subsolo de uma casa assombrada investigada, numa cidade onde Poe morava. "Os Sonhos na Casa da Bruxa" pra mim é o mais psicótico e além física, mostrando o poder maligno e supremo de Azathoth durante um culto anual Walpurgis; e por fim, "O Depoimento de Randolph Carter", onde a necessidade de saber se o mito Cthulhu supera o custo da vida, acarretando a libertação de alguma entidade que ficará à encargo do desespero de Carter. H. P. Lovecraft era fã de Poe, daí minha simpatia e respeito em primeira instância com o famoso pós morten e mundialmente influente Lovecraft.

Bianca.Porto 29/07/2019

Cansativo
Muito descritivo. Apresenta trechos longos com termos técnicos da arqueologia que já desestimulam a leitura nas primeiras páginas. A ausência de diálogos torna a leitura arrastada e cansativa. Precisei de muita persistência para finalizar o primeiro conto. Os demais não são tão difíceis.

Gustavo.Junqueira 03/07/2019

Primeiro livro de terror finalizado.
Pois bem!
Tal como um livro que começa não explicando nada a historia vai do inicio a fim desta forma, e ao meu ver a melhor forma de se contar o terror é desta forma. O terror tem que te entregar apenas a metade das explicações o que deixa tudo muito mais assustador.

Sem entrar muito no contexto mas agora analisando o livro como um todo de alguma forma me lembrou muito a musica fear of the dark do Iron Maidem, a parada de ter algo no escuro e você não saber o que é, ou sera que não esta la e é apenas uma imaginação.

Recomendo muito o livro pois H.P Lovecraft é um excelente autor e sem duvida nas montanhas da loucura podemos ver exatamente os lugares que são chaves para o sucesso do terror.

Edson Camara 21/05/2019

Prepare-se para pular da cadeira muitas vezes, é bom manter um copo de água perto.
Eu já havia lido este conto em uma coletânea antiga. Mas esta versão é diferente, a linguagem é mais fluída e dinâmica. A tradução de Guilherme da Silva Braga é excelente.

"Lovecraft é um mestre da narrativa em primeira pessoa. Mas também é extremamente prolixo, se o tradutor não for muito bom, o texto fica enfadonho e as vezes até incompreensível. O que não é o caso desta versão.


Por exemplo, o relato da viagem do narrador até chegar a Antártida e em especial de um pôr do sol a bordo nos transporta imediatamente para o clima da história como se fôssemos colegas de viagem."

Lovecraft escreveu este conto em 29 dias entre fevereiro e março de 1931, já em sua fase madura como contista, facilmente constatado pelos detalhes técnicos e científicos explorados por ele, o que denota um bom trabalho de pesquisa. E sem Google.

A história entretanto, como documentada no prólogo do livro levou mais de 5 anos para ser publicada e mesmo assim, a primeira publicação foi cortada e editada o que deixou Lovecraft fulo da vida.

Esta edição da editora Hidra conta com uma capa magnífica, e além da história, recebemos de presente uma carta de Lovecraft endereçada a Frank Long, um dos seus correspondentes, onde ele se queixa da vida de escritor e de seus insucessos.

Imaginem a cabeça deste homem que não tinha nenhuma referência visual para escrever coisas como essas: A equipe tinha encontrado uma caverna. No início da perfuração o arenito havia dado vez a um veio de calcário comanche ano repleto de minúsculos fósseis de cefalópodes, corais, equinóides e esporíferos, com sugestões ocasionais de esponjas silicosas e ossos de vertebrados marinhos - estes últimos, provavelmente teleósteos, tubarões e ganóides. Por si só a descoberta era importante uma vez que havia revelado os primeiros fósseis coletados pela expedição, mas quando logo depois a perfuratriz atravessou o estrato em um ponto que parecia ser uma formação oca, uma nova e ainda mais intensa onda de entusiasmo tomou conta dos escavadores. Uma grande explosão revelou o segredo oculto pela superfície; e então, através de uma abertura irregular com talvez um metro e meio de largura por um de espessura, surgiu aos pés dos ávidos pesquisadores uma formação calcária erodida pelas águas subterrâneas que corriam em um mundo tropical extinto mais de cinquenta milhões de anos atrás."

O que será esta terrível criatura que o narrador ocultou sua existência por temer que sua liberação causaria a destruição do planeta? Isso acontece com o conto ainda antes da metade.
"A narração em primeira pessoa é às vezes cansativa mas na maior parte o texto vai lhe prendendo e não temos vontade de parar a leitura. Não dá para revelar muito para prevenir spoiler mas não tenho como segurar que além das montanhas da loucura a ruínas de uma civilização ancestral de milhões de anos da qual Lovecraft faz minuciosa descrição.

Uma coisa é certa, já assisti um ou mais filme de ficção científica que beberam nesta história.
Lovecraft era um gênio, infelizmente só reconhecido depois de sua morte, o legado que ele nos deixou mexeu com a turma toda, de cineastas a escritores.

Jose 28/04/2019

Terror Cósmico
Neste livro, semelhante a alguns que já li do H.P. Lovecraft, um sobrevivente narra a história de uma pesquisa na Antártida onde uma equipe de pesquisadores, ao encontrar resquícios de vida inteligente (e muito mais antiga que o ser humano) se deparam com seres monstruosos e uma perspectiva obscura para os habitantes da terra. O livro foca no terror especulativo, o que provoca no leitor certa angústia ao descrever de forma minuciosa como uma sociedade de seres inteligentes, possivelmente de outras dimensões, estamos mais próximos dos humanos do que imaginamos.

Adriana Scarpin 22/01/2019

Antes deste livro só havia lido The Call of Cthulhu do Lovecraft, porque o tinha achado muito racista nunca mais em atrevi outra obra dele, até ver o documentário Lovecraft: Fear of the Unknown (2008) que dentre as participações estão Gaiman, Del Toro e Carpenter dizendo que ele abandonara na maturidade todo esse ranço xenófobo e racista, por isso dei uma nova chance aqui e fiquei feliz com o que encontrei.
Nessa edição da L&PM constam as estórias At the Mountains of Madness, The Dreams in the Witch House, The Statement of Randolph Carter e The Shunned House, dois quais o primeiro é o mais notável, talvez por ter influenciado Alien e The Thing from another World (como bem a versão do Carpenter, é claro).
O que mais salta aos olhos na escrita de Lovecraft é o seu potencial barroco descritivo, seus exercícios de descrição são altamente visuais, talvez por isso mesmo o cinema se interesse tanto por ele.

Jano 20/12/2018

Um tanto quanto decepcionante, mas tem seu valor
Comecei a desbravar a literatura de H. P. Lovecraft a partir do conto "O Chamado de Cthulhu", tendo em seguida partido para a novela "Nas Montanhas da Loucura". Agora, fico feliz de não ter iniciado a jornada por essa última, visto que a experiência certamente teria me causado uma péssima primeira impressão.
"Nas Montanhas da Loucura" é excelente enquanto enciclopédia da cosmogonia lovecraftiana - porém, enquanto narrativa, não funciona. No início, a fim de passar uma credibilidade ao relato, o autor lança mão de infinitos termos científicos e explicações minuciosas sobre a expedição feita para a Antártica. Parágrafos e parágrafos batendo na mesma tecla, para dizer a mesma coisa: o grupo estava muito bem preparado, tinha todos os equipamentos possíveis, nada podia dar errado. Nesse momento, foi difícil não me lembrar do fato de que Lovecraft escrevia, inicialmente, para revistas temáticas dedicadas a um determinado grupo de fãs do gênero - o tempo todo eu sentia que ele estava "explicando" tudo para esse público (que o acompanhava na época), e não que estava focado na história em si.
Durante a primeira metade da novela cria-se um grande suspense sobre o quê, exatamente, estaria "escondido" naqueles confins do planeta. O narrador-protagonista, inicialmente, mantém o mistério quanto a tudo - ainda que diga que muitas coisas "se assemelham" aos mitos antigos e livros insanos aos quais teve acesso no passado, em nenhum momento demonstra ter "ligado os pontos" e acreditado, de fato, que tais mitos eram verídicos. A partir da segunda metade, entretanto, ele parece ter compreendido tudo quase que magicamente - não consegui sentir um pingo de verossimilhança quando Dyer e Danforth reconstróem toda a gênese e a história dos Anciões simplesmente ao observar esculturas na parede. Além disso, a leitura do trecho em que os dois personagens examinam as ruínas da cidade abandonada foi para mim quase excruciante, e perdi a conta de quantas vezes é repetida a expressão "entregue à morte através dos éons"...
A impressão que tive foi que a novela teria funcionado melhor se fosse uma narrativa breve, mais enxuta. "O Chamado de Cthulhu", por exemplo, tem quase a mesma estrutura narrativa, porém (sendo um conto) funciona perfeitamente - nível de suspense e horror ideais, deixa lacunas suficientes para que o leitor fique intrigado e imaginando que mais poderia haver por trás daquela história.
Apesar de tudo, é inegável que "Nas Montanhas da Loucura" teve uma importância imensa para o gênero, influenciou muitas outras obras e certamente trouxe muitas inovações temáticas à época em que foi escrita. Felizmente, não foi dessa vez que perdi o interesse na na obra de Lovecraft - ainda pretendo explorar mais de seu universo.