Manu 21/08/2021
Sympathy of the Anarchy
Reescrevendo o título da canção icônica dos Stones, ?Sympathy of the Devil? - que tem seu trecho citada por V. em um de seus assassinatos - V de Vingança é um clássico exemplo de obra com caráter atemporal por trazer nela uma sociedade com um estado totalitário que priva a liberdade de seu povo.
A importância da HQ, principalmente em seu contexto histórico, a fez se tornar uma das mais emblemáticas narrativas de protesto que se conhece. A máscara de Guy Fawkes se tornou a mais icônica máscara da cultura pop, e quem ver já a associa com algum movimento de revolução por parte de um povo oprimido. V de Vingança, então, ganha pontos quando se pensa na sua importância temática e histórica.
V. e Evey são personagens muito bem trabalhados e a relação entre ambos também é de se destacar. O que me fez muitas vezes pouco imergir a narrativa é a quantidade de personagem secundário e suas diversas funções na narrativa, as vezes ficava perdido no que se refere quem era quem. Os órgãos públicos midiáticos e suas divisões (com nomes de partes do corpo humano) foram poucos esclarecidos por Alan Moore nessa obra. Isso me afetou negativamente.
Talvez também por eu já conhecer e me interessar por histórias distópicas, já imaginava o caminho que a história iria tomar e alguns segredos que a mesma traz em flashbacks. Estado totalitário que é contra as minorias e censura a liberdade do povo até que alguém desperte essa população dessa situação crítica.
Mas V. é um personagem muito f*da e todas as vezes que ele não aparecia eu sentia falta. Alan Moore o desenvolve de forma convincente, como um anti-herói dos mais memoráveis. O que ele passou e o seu real objetivo geram bastante empatia por parte do leitor.
É uma história envolvente e crítica acima de tudo. É um olhar que não devemos perder, por mais impotentes que sejamos diante um governo desonesto: nós temos força para mudar. Cabe a nós, inteligentemente, utilizar os recursos que estão à nossa disposição.