Minha Velha Estante 29/04/2013Este é um livro que certamente vai emocionar o leitor e despertá-lo para uma realidade chocante, apesar de um pouco distante (?!) da nossa. O autor enfoca a determinação daqueles que se esforçam para combater o tráfico de pessoas, principalmente de crianças e mulheres.
A história se passa no continente asiático, na Índia. Sita e Ahalya são duas garotas comuns, integrantes de uma classe social abastada, o que lhes proporciona uma vida confortável e estável. Mas tudo se modifica radicalmente depois que um tsunami devastador arrasa o litoral leste deste país. A catástrofe natural acaba com a vida de muitos indianos, entre eles a família das adolescentes.
Sem ninguém para protegê-las, as meninas confiam nas pessoas erradas. Assim, se transformam em vítimas de atividades ilícitas. É angustiante testemunhar a transformação que essas doces e inocentes criaturas, ainda meninas, sofrem nas mãos de seus algozes, e como se processa a transição para o universo dos adultos.
Paralelo a essa história, em Washington, nos Estados Unidos, o advogado Thomas Clarke, até então um profissional sem muitos escrúpulos, que abdicou de seus princípios e de sua família, passa por uma crise existencial e por dilemas morais em sua profissão. Disposto a mudar, ele abandona tudo e parte para a Índia, onde pretende atuar em uma Ong cujo objetivo é erradicar o comércio de pessoas e tenta reatar com sua esposa, que o abandonou.
A narrativa é bela e sensível; impossível não se abalar diante da trajetória das protagonistas, lançadas em um universo perverso, no qual a existência não tem valor. O mais triste é constatar que não se trata apenas de um enredo de ficção, e sim que todas aquelas reportagens que assistimos e deixamos esquecidas na memória são sim reias.
Para mim, não foi um livro fácil de ser lido, afinal, a tristeza não me enche os olhos. Mas é uma história que te cobra, e faz com que você queira saber o destino de todos os envolvidos.
Acredito que o livro pode servir como alertar para, principalmente mulheres, que acreditam em empregos milionários e fantásticos fora do país, ou paixões repentinas de um príncipe encantado... Nem tudo o que reluz, é ouro.
Corban Addison é graduado em Direito pela Universidade de Virgínia e em Engenharia pela California Polytechnic State University, San Luis Obispo. O autor interessa-se especialmente por direitos humanos internacionais e é apoiador de inúmeras causas, inclusive da abolição da escravatura moderna. Mora com a esposa e com seus dois filhos em Virgínia. Cruzando o Caminho do Sol é seu primeiro romance.
Começou a demonstrar interesse pela escrita aos 15 anos, ao mesmo tempo que viu que gostava de viajar para outros países.
Conhecido por todos como alguém que gosta de pesquisar, durante 8 anos quis escrever uma história comovente mas que tivesse fundo verdadeiro dizia que queria algo com asas, foi então que como diz: a história o achou!
Foi ideia de sua esposa que escrevesse sobre direitos humanos, foi assim que acabou indo para Índia para pesquisar e escrever Cruzando o Caminho do sol.
Chegou a ir a Europa para pesquisar para o livro e ainda pediu ajuda de amigos para fazer sua pesquisa nos corredores dos tribunais de Washington e formar o personagem principal da história.
Na Índia, ficou impressionado com as histórias de tráfico humano de Mumbai e voltou com a história quase completa na cabeça.
Sucesso de venda em diversos países, o livro é, segundo ele, uma ajuda para que crimes como esse sejam cada vez mais expostos e evitados e espera que com o livro ajude a abolir a escravidão moderna.