Fernanda631 05/07/2023
O Restaurante no Fim do Universo (O Mochileiro das Galáxias #2)
O Restaurante no Fim do Universo (O Mochileiro das Galáxias #2) foi escrito por Douglas Adams.
O Guia do Mochileiro das Galáxias do autor Douglas Adams é um clássico do mundo geek.
O segundo volume mantém a mesma linha satírica e irônica do primeiro, porém fazendo críticas ainda mais diretas.
No segundo livro da série O Mochileiro das Galáxias, Arthur e seus amigos partem para uma jornada rumo ao Restaurante no Fim do Universo, passando por planetas desconhecidos e viajando no tempo.
Depois de encerrar sua primeira aventura, o improvável grupo composto por Arthur, Trillian, Ford, Zaphod e Marvin, o Androide Paranoide, decide fazer uma parada no Milliways, literalmente o restaurante no fim do Universo. Porém a ida até lá é apenas o início de uma viagem através do tempo onde as coisas mais absurdas podem acontecer de maneira imprevisível. E assim eles dão mais um passo rumo à Pergunta Fundamental sobre a Vida, o Universo e Tudo o Mais, além de descobrirem outros segredos da galáxia.
A combinação de ficção científica e humor é a característica principal desses livros de Douglas Adams. Assim como o primeiro, nada faz muito sentido quando o assunto são coisas do espaço, porém, quando atitudes humanoides e terráqueas acontecem lá, elas continuam não fazendo sentido, mas dão um clique na nossa cabeça e a gente se dá conta que nem na Terra elas teriam razão de ser.
A nave dos protagonistas, a Coração de Ouro, é movida por um gerador de improbabilidade infinita, uma peça importante que justifica diversos acontecimentos inusitados e improváveis, como o nome sugere. Juntando isso com viagem no tempo, a coisa fica ainda mais complexa e absurda, de forma que eu não recomendo ficar esperando por muitas explicações lógicas. As coisas simplesmente acontecem de um modo aleatório (ou não).
A ironia é feita a partir de situações absurdas, como a vaca que se oferece como refeição no Restaurante no Fim do Universo, tomando o lugar do churrasqueiro que vai passando de mesa em mesa oferecendo a picanha suculenta em um espeto fino e pesado. Assim como a rotina maçante do mundo corporativo que se faz presente em um “escritório” no meio da floresta, na pré-história, como um aviso de que esse modelo de trabalho já passou e muito do seu tempo.
Dessa forma, o autor vai construindo um universo propositalmente exagerado que mostra performances dos humanos que nem eles — nós — estão se dando conta de que estão fazendo. Sem medo de tratar de assuntos polêmicos, como religião e a volta de Jesus, que no livro é uma entidade espiritual aguardada por fiéis e que ao chegar diz “Desculpa o atraso”, Adams vai tirando o peso de certas questões e preenchendo com sátiras, como alguém que não necessariamente quer motivar debates, mas talvez só colocar lenha na fogueira.
A narrativa de Adams está bem mais ácida, com críticas mais explícitas. Ele sempre esteve envolvido com causas ambientais além de se posicionar em defesa da vida animal, então não perdeu a chance de alfinetar pessoas e setores que que não se importam com essas questões.
Caso você deseje uma leitura mais divertida e descontraída, sem dúvida, esse é o livro certo.