Incidente em Antares

Incidente em Antares Erico Verissimo




Resenhas - Incidente Em Antares


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Mitsuo 21/07/2016

A beleza está nos detalhes
Contextualizado em períodos marcantes da História do Brasil, ele é repleto de reflexões sobre os dramas individuais e coletivos da humanidade. A cidade é a personagem principal e a História seu pano de fundo. Assim é o livro Incidente em Antares.
Érico Veríssimo retrata a vida dos brasileiros e esconde reflexões sobre a humanidade como quem guarda um tesouro. Requer atenção e sensibilidade aos sinais. Não basta ler ávido pela trama, o incidente é quase complementar. É um meio. A beleza da obra está nos detalhes
Natalie Lagedo 28/10/2016minha estante
Amo Veríssimo.


Mitsuo 01/11/2016minha estante
Foi o primeiro livro que li dele. Gostei bastante!




Francisco240 16/05/2022

Uma crítica aguda e bem humorada
Verissimo aqui desenvolve de maneira mais profunda uma sátira à política e à burguesia antigetulista.
O livro se desenvolve ao acordar de defuntos que iram desenterrar verdades "podres" e criticar duramente atos, preconceitos, achismo vigentes na década pré ditadura (1964-1985).
O livro é ao mesmo tempo não escrito é marcado por alívio cômicos ao estilo bem Brasil que apenas Érico Verissimo sabe fazer.
Margô 24/05/2022minha estante
É hilário...


Francisco240 24/05/2022minha estante
Demais! Eu ri horrores com esse livro




@ALeituradeHoje 05/08/2018

O Prazer de um Incidente
Que Erico Veríssimo é um mestre em contar histórias, isso é tão óbvio como dizer que “o açúcar é doce”. E neste Incidente em Antares, ele só faz consumar essa caraterística irrefutável.

O livro é uma história que tem tudo para ser “engraçada” entretanto é vivamente triste. Sempre que leio sobre o vazio do ser humano, sobre seu egoísmo, sua vilania, essas características tão verdadeiramente humanas, isso me angustia.

Com seu toque debochado, Érico nos apresenta Antares, uma cidade do Rio Grande do Sul (o contato com a cultura gaúcha, mesmo para uma “catarina” como eu, é um deslumbre de ler). O livro conta sobre a inimizade de duas facções políticas da cidade e coloca como pano de fundo acontecimentos verídicos da política brasileira nos anos que antecederam 1963, o ano do fatídico incidente.

Em meio a esse cenário, ocorre uma greve geral, incluindo os coveiros e sete defuntos ficam insepultos. Veríssimo então nos mostra a insatisfação dos mortos, que incomodados com a situação voltam a cidade para exigir que sejam enterrados. E daí o “bicho pega”.

Do mais rico ao mais pobre, a primeira lição é que a morte chega para todos. Um morto rico, é igual a um morto pobre. Se tem uma hora que todas as diferenças são “enterradas” é no cemitério. Pode até ter um túmulo bonito, mas teu corpo vira pó. Apodrecer num caixão de ripa ou num caixão de mogno não te fará menos podre.

Dinheiro não te faz bem quisto. Érico me fez chorar quando mostrou o pobre, o zé ninguém, o sofrido, sendo lembrado pelo coração, enquanto o rico só foi importante enquanto gerava renda. Quando virou pó, já não era de mais valia. A história da prostituta, para mim, foi a mais triste. Tão julgada, tão sofrida, com uma carga tão pesada, no fim era o melhor coração, com o desejo mais simples e puro.

Dentre vários temas relacionados, o livro traz críticas fortes à censura e ao cenário de coronelismo. Escrito em 1970, em plena ditadura, Verissimo apresenta os ânimos que antecederam o golpe. De forma corajosa, expõe algumas das sujeiras políticas, incluindo perseguição e tortura, mesmo antes do triste 1964.

Um livro magnifico em todos os sentidos. Favoritei. Claro!
ROBERTO468 05/08/2018minha estante
Tenho aqui mas não li. Bom saber que gostou. Já vou colocar para próximas leituras.


@ALeituradeHoje 14/09/2018minha estante
Ah! Junior! Leia, leia, leia, leia... Érico Veríssimo é um deboche de tão bom!




Vikram.Rodrigues 19/01/2024

De gosto duvidoso
O autor é bastante racista, hipersexualiza o corpo da mulher negra, reduz à histeria as religiões de matriz africana, e é raso ao escrever sobre os pouquíssimos personagens negros da trama. Por isso, alguns parágrafos da leitura se tornam intragáveis.
A primeira parte é bastante arrastada e estrutura do ponto de vista coronelista e sulista a história presidencialista do Brasil.
O Incidente passa a ser tratado na segunda parte, em que trata-se da podridão da alta sociedade burguesa.
Alê | @alexandrejjr 20/02/2024minha estante
Existe uma razão bem clara nas personagens do porquê o "autor é bastante racista"...


Vikram.Rodrigues 24/02/2024minha estante
Tratar religião de matriz africana como comportamento de histeria e nudez não tem razão "clara"




Rafaela 16/08/2020

"[...] depois dessas transfusões todas, quando o sangue que me corre nas veias não é mais o meu velho sangue, mas o de centenas de doadores... acho que muitas outras pessoas, que nunca vi, estão falando agora pela minha boca..." (p. 104)

"A progressão social repousa essencialmente sobre a morte. Os vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mortos." (P. 312)

"[...] se por um lado o homem jamais se habitua à idéia da própria morte, por outro aceita sempre, e com admirável facilidade, a morte alheia." (P. 327)
Alê | @alexandrejjr 25/08/2020minha estante
Destacasse trechos incríveis, Rafaela! Que livro maravilhoso, chê!




jjuniorig 03/12/2020

Incidente pessoal coletivo nacional
?Um povo como o nosso adora meias soluções, as compressas d?água quente. Nada é sério mesmo neste país.? Um livro lançado em plena ditadura e com verdades que até hoje são difíceis de se dizer sem ser censurado. A primeira parte do livro é sobre a história do Brasil, extremamente necessária e quase um requerimento do autor para se ler o livro, a segunda parte é intensa e surpreendentemente bem escrita! Leia!
Dtorreshp 03/12/2020minha estante
Queria muito ler esse livro.




Bruna 08/07/2021

Dentre os autores brasileiros que deixaram uma profunda marca em mim, Erico Verissimo talvez seja o que mais se destaca. Sua riqueza de detalhes e minuciosa pesquisa com personagens e informações históricas mescladas com maestria aos personagens fictícios são traços que me conquistaram e admiro desde a leitura de O tempo e o vento.

Há tempos planejava a leitura de Incidente em Antares, especialmente pela temática. Sete defuntos que, ao não serem sepultados em meio a uma greve, levantam-se de seus féretros, marcham até a praça principal da cidade e expõem as hipocrisias, as mentiras e mesmo os crimes - em suma, os podres - dos cidadãos da alta sociedade de Antares. Sem pender exatamente para o fantástico, a obra trata de uma alegoria à época em que foi escrito, isto é, 1971. Com causas mortis diversas (algumas, inclusive, não corretamente esclarecidas aos cidadãos), os insepultos mortos de Antares encontram-se em uma posição de certa forma privilegiada, pois podem informar tudo o que sabem aos antarenses presentes na praça central no fatídico 13 de dezembro de 1963 (uma sexta-feira), sem temer represálias. Casos extraconjugais, corrupção, torturas em interrogatórios policiais, entre tantos outros fatos, escandalizam os moradores da pequena cidade fronteiriça à Argentina, assim como o público apodrecimento e a infestação de ratos trazida pelos sete.

Após o reestabelecimento da normalidade, pouco a pouco, de forma não tão pacífica e muito menos natural, a cidade volta a apresentar os mesmos problemas, os mesmos aspectos de hipocrisia denunciados pelos mortos. Especialmente pelos acontecimentos do ano seguinte, 1964.

Mais do que um livro escrito durante o período da ditadura que conta com diversos trechos em que o discurso permanece tristemente semelhante à atualidade, Incidente em Antares diverte e faz observar o funcionamento da sociedade, especialmente em pequenas cidades (mas não apenas). Recomendo a leitura para quem tem interesse em temas como história, sociologia e antropologia, mas também em uma narrativa bem construída, com personagens bem desenvolvidos e facilmente identificáveis. E, claro, para apreciar a maestria de Erico Verissimo na construção de romances.
Alê | @alexandrejjr 03/09/2021minha estante
Belíssima resenha, Bruna.




Coruja 21/04/2016

Fim de semana passado rolou debate do Clube do Livro de Bolso sobre Incidente em Antares, do Érico Veríssimo, e, para um livro que foi escrito 45 anos atrás, a essência da história continua surpreendentemente atual.

Dividido em duas partes, o livro começa com uma ampla contextualização histórica da cidade de Antares, que aqui serve como microcosmo para o Brasil. Veríssimo utiliza-se aqui de transcrição de relatos, diários e artigos de jornal para emprestar verossimilhança à narrativa, misturando ficção e História.

A segunda parte, quando ocorre o incidente propriamente anunciado no título, é característica do realismo fantástico latino-americano: no mesmo dia em que é deflagrada uma greve civil dos operários de Antares - incluindo aí os coveiros - sete antarenses morrem e têm negado seu sepultamento enquanto não se resolver a questão.

Sem poderem ser enterrados, os sete mortos retornam ao convívio dos vivos para reclamar seu justo descanso e expôr, sem quaisquer pudores, a hipocrisia e podridão de toda a sociedade.

A história se passa às vésperas do golpe de 64 e não há meio termos na forma como as convulsões sociais da época estão apresentadas. Antares é dominada por uma elite conservadora, machista, preocupada com a manutenção de seus privilégios contra as nascentes idéias políticas surgidas entre a classe social operária.

Isso é mostrado na corrupção generalizada dos políticos e mandatários da cidade; no descaso e desprezo por qualquer justiça social - e acho que nada é mais doído nessa história que a morte de Erotildes no hospital -; na tortura como instrumento de manutenção da ordem e segurança social.

O final desce amargo pela garganta - com a operação borracha para esquecer o dia em que os mortos se levantaram e apontaram os dedos para o que temos de pior em nossa sociedade; com o golpe militar e a perseguição aos poucos personagens pelos quais tínhamos alguma simpatia - em especial o padre Pedro Paulo, dos poucos a levantar a voz para defender e lembrar os humildes e esquecidos, os deixados à margem da própria humanidade.

Considerando que o livro foi publicado em 71, e as implicações claras ao regime militar, corrupção e falta de liberdade, é surpreendente que o livro tenha passado pela censura.

Irônico e repleto de espírito crítico, Incidente em Antares é um livro que deveria ser mais lido, mais estudado, mais comentado. Talvez assim evitássemos viver a cometer os mesmos erros...

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2016/04/clube-do-livro-incidente-em-antares.html
Stefani 21/04/2016minha estante
Esse livro é um dos melhores livros nacionais q eu li, tem de tudo, politica, critica social, e uma narrativa super envolvente e fantastica. Amo a segunda parte da historia!




Raí 04/03/2021

Um novo favorito da vida
Eu já devo ter falado desse livro umas mil vezes (quem me conhece, sabe), do quanto fui surpreendido em tantos aspectos por essa leitura. Eu fiz questão de ler a conta-gotas, mas, ainda assim, estou bobo. Que livro incrível! Eu estou me sentindo tão pequeno e iniciante, intelectualmente falando, perto desse autor. A narrativa aborda tantas áreas da sociedade, tantos temas pelos quais me interesso - coronelialismo brasileiro, estado de exceção, história do Brasil, política, imprensa, liberdade e tantos outros - e o fato de ele se passar num período tão crucial da nossa história - a ditadura militar brasileira - só me fez amá-lo mais ainda, de modo que, agora que o livro terminou, embora completamente satisfeito, estou meio vazio da companhia de personagens tão incríveis. O livro é cheio de tiradas sarcásticas, repleto de ironia, porque o bom humor é uma ferramenta usada pelo autor para contar essa história tão pesada, baseada na nossa realidade, mas de uma forma mais leve, ou mais tragável. Antares é o Brasil condicionado numa pequena cidade que reflete todas as nossas mazelas históricas e contemporâneas. É brilhante. Certamente uma das melhores e mais originais leituras que já fiz na vida!
Dickson 09/03/2021minha estante
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Camilla 08/08/2010

Depois de terminar o livro é que a gente vê quão fiel é o retrato da sociedade feito pelo Erico. E quão profunda é a análise dos personagens e quão rica de detalhes é a história.
Um romance bem embasado, sóbrio e com um toque de fantástico. Muito bom.

Mas isso a gente só vê depois de terminar o livro. Apesar do quê já era de se esperar: a magnitude do Erico se revela em seus romances.
Cleuzita 24/03/2017minha estante
Você deu zero estrelinhas mesmo?




Luconto 25/12/2020

Ótimo livro, me surpreendi com a descrição tanto histórica da primeira parte, quanto com o incidente, nos detalhes críticos, trágico, mas cômica, absurda.
Lucas 25/12/2020minha estante
Esse livro é divertidíssimo!
Pena que poucos se dão conta disso.
A antiga minissérie que passou na Globo também foi muito boa! ;)




Suemi.Oliveira 17/02/2021

Incidente em Antares - Érico Veríssimo
Publicado em 1971, o livro ?Incidente em Antares? é dividido em duas partes, sendo a primeira dedicada à contextualização do período histórico brasileiro ? Era Vargas ?, à explicação de como teria surgido a cidade fictícia de Antares/RS, na qual se passa toda a narrativa, e à apresentação das famílias Campolargo e Vacariano, cuja rivalidade atravessou diversas gerações. A segunda parte, por sua vez, é dedicada ao Incidente propriamente dito, que ocorre pouco antes do início da ditadura militar.

Ambas as famílias são coronelistas e latifundiárias. Os Vacariano são conservadores, ao passo que os Campolargo se intitulam progressistas, no entanto, ambas são elitistas e contra o progresso do proletariado. A rivalidade com o tempo chega ao fim, e ainda que com pensamentos divergentes, nasce uma amizade entre Tibério Vacariano, Zózimo Campolargo e suas respectivas esposas.

O desenvolvimento da trama é marcado pelas relações político-sociais que objetivam atender aos interesses individuais dos poderosos de Antares, sem jamais se preocupar com a coletividade. E é em 11 de dezembro de 1963, com o anúncio da greve geral de trabalhadores pertencentes aos mais diversos setores que ocorre uma interessante reviravolta: 7 moradores da pequena cidade falecem; sete indivíduos de classes sociais distintas, indo desde o bêbado Pudim de Cachaça até a matriarca da família Campolargo.

Já mortos, os 7 antarenses descobrem um único interesse em comum ? e tratam de se planejar e agir para ver seu objetivo ser concretizado. Para isso, não são medidos esforços: são levados a público os nomes de todos os envolvidos em corrupção e outros crimes arquitetados para o favorecimento de certos grupos da cidade gaúcha; os frágeis alicerces de diversas famílias são expostos, profissionais têm suas condutas altamente antiéticas escancaradas para todo o povo ? e não para por aí.

Porém, o que a população de Antares faz com as relevantes informações fornecidas pelos defuntos foi o que mais me surpreendeu. Assim como outros títulos da nossa literatura nacional, este clássico pode ser classificado como atemporal e deveras realista, embora se trate de ficção. Érico Veríssimo usa um pequeno povoado para descrever toda uma nação que, ao que tudo indica, parece não aprender com os erros, mesmo quando são escancarados em praça pública, e segue empurrando o que não é conveniente para baixo do manto da hipocrisia.
Alê | @alexandrejjr 17/02/2021minha estante
Perfeito, Suemi! É um romance de uma lucidez incrível! Encerrar uma obra da magnitude do Erico com esse romance é um feito para poucos.




Barbara.Pinheiro 06/07/2021

Fabuloso
Eu não tenho palavras para descrever essa obra. Estou impactada e acredito que lê-la no momento atual do Brasil (Desgoverno Bolsonaro em plena pandemia em 2021) fez com que ela mexesse muito mais do que simplesmente recordar e se alertar.

É uma obra completa, riquíssima em questões históricas políticas e sociais.
Conseguimos ver todas as camadas da sociedade e como o jogo político acontece.

Eu queria escrever algo que realmente expressasse tudo o que essa obra me causou, todo o impacto sociológico que ela proporciona, mas não consigo.

Leiam
Ana 07/07/2021minha estante
Tive essa mesma reação quando li. Pra mim, é a obra-prima do autor.




spoiler visualizar
Maria Paula 03/11/2021minha estante
A data ficcional, 1963, tem tudo a dizer do tema deste romance.




Nanda 19/07/2021

Genial e atual
Livro para ler sem pressa, a primeira parte é bastante informativa, e a segunda, simplesmente genial.
Mas o melhor de tudo, é o tanto que ele fala, sem dizer. As sutilezas e as entrelinhas que o Veríssimo dominava, tornam esse livraço um clássico!
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Elziana.Sousa 04/12/2021minha estante
Tive essa mesma percepção!




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