Incidente em Antares

Incidente em Antares Erico Verissimo




Resenhas - Incidente Em Antares


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Leticia 25/03/2021

Ótimo livro
Segundo melhor livro nacional que ja li. Muito legal a junção dos fatos históricos e a parte fantástica da história. É um livro politico, poético, forte e bem brasileiro... Eu cansei um pouco na parte mais histórica mas compensou quando a parte sobrenatural chegou. Recomendo demais! Umas das melhores leituras do clube do livro!
Alê | @alexandrejjr 13/04/2021minha estante
Qual seria o primeiro, Leticia? Fiquei curioso...


Leticia 13/04/2021minha estante
o primeiro é filhos da degradação-felipe castilho. ???


Leticia 13/04/2021minha estante
Eu sou fã de ficção fantástica ?




luiza 04/12/2021

todo brasileiro deveria ler esse livro.
"a troco de que Deus havia de começar o Juízo Final logo neste cafundó onde Judas perdeu as botas?"

o livro mostra muito bem todos os arrumadinhos que as pessoas fazem em cidade pequena. antares é fictícia mas a gente fica com a impressão de que ela existe de verdade depois de ler esse livro.

a primeira parte explica sobre a cidade, tem umas 200 páginas e pode ser um pouco cansativa, já que as todo mundo quer saber sobre o famoso incidente, mas eu acho essencial entender sobre as estruturas de antares e saber quem manda em tudo ali. depois dessa primeira parte tem muita fofoca kkkkkkkkk esse incidente vai colocar antares de cabeça pra baixo.

o livro, que é uma crítica ao autoritarismo brasileiro, foi publicado em plena ditadura militar. inclusive fiquei curiosa pra saber como esse e outros livros (tipo "as meninas" de lygia fagundes telles) conseguiriam passar pela censura.
Deisi 04/12/2021minha estante
Comecei esse livro, mais não conseguir terminar ?


luiza 04/12/2021minha estante
eu também fiquei com vontade de largar, mas vai valer muito a pena se você conseguir retomar a leitura um dia!!




Francisco240 16/05/2022

Uma crítica aguda e bem humorada
Verissimo aqui desenvolve de maneira mais profunda uma sátira à política e à burguesia antigetulista.
O livro se desenvolve ao acordar de defuntos que iram desenterrar verdades "podres" e criticar duramente atos, preconceitos, achismo vigentes na década pré ditadura (1964-1985).
O livro é ao mesmo tempo não escrito é marcado por alívio cômicos ao estilo bem Brasil que apenas Érico Verissimo sabe fazer.
Margô 24/05/2022minha estante
É hilário...


Francisco240 24/05/2022minha estante
Demais! Eu ri horrores com esse livro




Mitsuo 21/07/2016

A beleza está nos detalhes
Contextualizado em períodos marcantes da História do Brasil, ele é repleto de reflexões sobre os dramas individuais e coletivos da humanidade. A cidade é a personagem principal e a História seu pano de fundo. Assim é o livro Incidente em Antares.
Érico Veríssimo retrata a vida dos brasileiros e esconde reflexões sobre a humanidade como quem guarda um tesouro. Requer atenção e sensibilidade aos sinais. Não basta ler ávido pela trama, o incidente é quase complementar. É um meio. A beleza da obra está nos detalhes
Natalie Lagedo 28/10/2016minha estante
Amo Veríssimo.


Mitsuo 01/11/2016minha estante
Foi o primeiro livro que li dele. Gostei bastante!




Marlon Teske 16/10/2010

Não morram sem ler...
Este foi um dos raros casos em que eu procurei um livro motivado apenas por uma vaga lembrança de uma... novela da globo (!). Na verdade, a mini-série Incidente em Antares, que foi exibida na televisão em horário nobre na época em que eu era apenas um moleque, e lembro de ter ficado positivamente impressionado com ela.

O tempo passou e acabei relembrando da história e indo em busca do livro. E acabei sentindo aquela pontada de pena de mim mesmo por ter demorado tantos anos para ficar curioso a tal ponto. Incidente em Antares é sem dúvida alguma um conto memorável de um humor ácido sobre o modo de vida, o quadro político nacional e o pensamento regionalista gaúcho.

Conforme as palavras do próprio Verissimo: Neste romance as personagens e localidades imaginárias aparecem disfarçadas sob nomes fictícios, ao passo que as pessoas e os lugares que na realidade existem ou existiram, são designados pelos seus nomes verdadeiros.Dividido em dois livros, onde num o autor conta os pormenores da história de Antares ao ponto de torná-la mais verossímil do que muitas cidades que conheço, enquanto noutro é narrado o incidente que dá nome ao livro.

Apesar do "Livro I" ser um pouco mais difícil de ser vencido,ele é igualmente recomendado (no tomo que tinha em mãos, um prestativo leitor deixou um aviso à lápis, sugerindo que todo o texto fosse pulado diretamente até o Livro II). O texto é carregado de um humor sarcástico que talvez seja melhor apreciado com uma "visão sulista do mundo".

Já no livro II, onde é narrado o incidente em si, a história se torna universal. Devido a uma greve geral motivada pelas condições precárias dos trabalhadores das industrias, toda a cidade de Antares literalmente pára. Inclusive os coveiros são coagidos pelos grevistas a não realizarem mais nenhum sepultamento. Por isso, sete esquifes contendo todo o tipo de cidadão antarense são abandonados nos portões do cemitério, aguardando o fim da paralisação.

O caso é que os mortos não estão dispostos a permanecerem insepultos, e regressam à uma paródia de vida, marchando pela cidade exigindo seu imediato sepultamento. Como estão livres dos ditames do mundo dos vivos, usam o que sabe como meio de coação para conquistarem seu direito ao túmulo, jogando na cara da burguesia local todos os seus podres e pecados.

Conforme o tórrido dia passa, o calor faz com que os corpos apodreçam em praça pública, empesteando o ar e as mentes da população que se vê envolta de moscados, urubus, ratos e toda a sorte de criaturas que são, no fim das contas, avatares de tudo o que a sociedade produz de pior e que oculta, de todas as formas, sob as máscaras que ostentam.

Não morram antes de ler esse livro =D
Lido em Março/08
Lyeti 24/03/2009minha estante
Muito interessante a sua explicação para o que o texto retrata: a sociedade. Como em toda a obra de Érico Veríssimo, apesar de ser um autor erradamente conhecido como sulista, as pessoas são confrontadas contra elas mesmas, para assim se reconhecerem.


Aribra 08/04/2009minha estante


Eu li este livro bem jovem e fui reler depois da série da globo, lembrava apenas que a primeira parte era chata, porém na releitura achei melhor e talvez por saber o que acontecia na segunda parte, esta já foi um pouco sem graça.



É um grande livro, realmente! Gostei de sua resenha!


Ka Castoldi 05/10/2009minha estante
Concordo que Érico Veríssimo tenha uma visão sulista do mundo. Sou gaúcha, e sei por experiência própria, que com raríssimas exceções, temos uma maneira de pensar e viver muito peculiar. O confronto das pessoas com elas mesmas, na minha opinião, é algo que apenas complementa o estilo de Veríssimo escrever.

Enfim... xD

Armageddon, a cada resenha tua que leio, me torno mais fã =D


Luiza 15/02/2011minha estante
Excelente resenha, eu ja li, então eu não vou morrer sem ler.
Sou fanzona, desde a adolescencia de Èrico,
vivo recomendando pra minha filha ler.
Muito bom, muito bom, muito bom.


Babi 22/03/2011minha estante
CONCORDO > Incidente em Antares é sem dúvida alguma um conto memorável de um humor ácido sobre o modo de vida, o quadro político nacional e o pensamento regionalista gaúcho.

adorei a resenha!




Agatha.Uchoa 31/08/2022

Ok
Demora uma eternidade pra entrar na parte de história que interessa? depois disso fica mais interessante
Alê | @alexandrejjr 11/09/2022minha estante
Mas a história que interessa é a do Brasil, não a alegoria que é Antares...


Agatha.Uchoa 13/09/2022minha estante
Entendo. Mas nesse livro o ?que interessa? é bem desinteressante.
Talvez goste mais de outras obras no futuro.




Rodolfo Vilar 02/04/2020

Um livro necessário
Obra espetacular! Além de mostrar a nossa historicidade, Érico Veríssimo se mostra mestre nas palavras e na forma de narração.
Rodrigo1001 03/04/2020minha estante
Tratando-se de literatura brasileira, é um dos meus favoritos!


Rodolfo Vilar 06/04/2020minha estante
Simmmm, Érico é Maravilhoso. Amo sua narrativa!




Rodrigo1001 09/06/2018

Extraordinária fusão de realidade e fantasia! (Sem Spoilers)
Pois bem, última página virada e eu ainda estou tentando entender como este livro conseguiu ser publicado no auge da censura do governo militar...

Com o perdão pela analogia, Incidente em Antares é uma daquelas voadoras (nas artes marciais, resultado de um pulo combinado com um mega chute de pé duplo) bem na boca do estômago (ou como dizemos por estas paragens, bem nos escornos) da História Brasileira!

Encoberta por uma criatividade de mestre, muita irreverência, um humor que varia entre o amargo e o escrachado e uma refinadíssima comédia do absurdo, a essência do livro é de natureza puramente política e social. Érico se utiliza do realismo fantástico, do sarcasmo e de ironia finíssima e elegante para tecer uma crítica mordaz à ditadura militar, enquanto traça em paralelo uma crítica não menos cáustica sobre as máscaras que nós, enquanto sociedade, vestimos no dia a dia em nome do que chamamos de civilidade (ou, ainda, o circo das aparências).

O enredo?

O tal incidente ocorre em dezembro de 63 – sim, nas vésperas do golpe militar –, na cidadezinha de Antares, fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina. Com a participação dos coveiros numa greve geral de trabalhadores, 7 defuntos – entre eles, a matriarca de uma família influente, um advogado, um operário agitador e uma prostituta – ficam no cemitério aguardando seu enterro em vão. Cansados de esperar, dirigem-se ao coreto da praça principal da cidade, onde irão desencavar todos os segredos sujos dos moradores.

É um escândalo de proporções homéricas!

Olha gente, é difícil resenhar esse livro dentro da filosofia do spoiler (quase) zero, então, vou deixar aqui algumas linhas gerais do que esperar da obra:

a) Dividido em duas partes, pra quem não manja bem de História Nacional, a primeira parte pode parecer maçante e excessivamente recheada de elementos sócio-políticos, pois são quase 200 páginas que traçam o perfil da cidade, da época e de seus moradores. Não se engane! Traçando paralelos, você entenderá muito bem a razão de tudo aquilo estar ali;

b) A segunda parte mostra o que tornou a obra célebre. Os defuntos aparecem no melhor estilo Walking Dead e causam um reboliço dos diabos em Antares. O absurdo e a fantasia tomam conta, no que pese a magistral dosagem entre realidade e fantasia, pois elas se mesclam de uma forma tão bacana, mas tão bacana que você vai virando as páginas entre gargalhadas e interjeições de “Uau!” quase como se estivesse em transe;

c) A decisão de gostar ou não do livro está intrinsecamente ligada a sua capacidade de entender o que está nas entrelinhas, o que está por trás da fantasia. Se você tem um bom conhecimento sobre a ditadura no Brasil e uma compreensão mínima sobre o lado negro do que chamamos de convenções sociais, ouso dizer que a probabilidade de você amar a leitura beira os 100%.

Eu amei de cabo à rabo. Agora, vou procurar pela minissérie da Globo que foi ao ar nos anos 90 para poder fechar com chave de ouro este livro. Imagina só: Fernanda Montenegro como Quitéria Campolargo não deve ser nada menos do que um espetáculo!

Pega as tuas 5 estrelas, finado Érico Veríssimo! Perdoe o bairrismo, mas obrigado por me fazer orgulhoso de ser sulista tal como tu fostes.

Passagem interessante:

“- Escuta, minha querida. Às vezes nesse mundo é preciso mais coragem para continuar vivendo do que para morrer” (pg 300)
Oz 11/06/2018minha estante
Engraçado, tentei ler há um bom tempo, mas abandonei a leitura pois estava achando maçante. Deve ter sido essas duzentas páginas "iniciais". Mas também acho que não tinha a maturidade para o livro. Vou dar uma nova chance no futuro.


Rodrigo1001 16/06/2018minha estante
Eu te entendo. Dei uma nova chance a Dom Casmurro recentemente e toda a impressão que tive na adolescência ficou pra trás. O livro é extraordinário. Quanto a Antares, eu era criança quando a Globo lançou uma minissérie baseada no livro. Lembro que assisti, mas fiquei somente com reminiscências. Valeu muito a pena relê-lo. Cheguei a favoritá-lo. Abraço!




@ALeituradeHoje 05/08/2018

O Prazer de um Incidente
Que Erico Veríssimo é um mestre em contar histórias, isso é tão óbvio como dizer que “o açúcar é doce”. E neste Incidente em Antares, ele só faz consumar essa caraterística irrefutável.

O livro é uma história que tem tudo para ser “engraçada” entretanto é vivamente triste. Sempre que leio sobre o vazio do ser humano, sobre seu egoísmo, sua vilania, essas características tão verdadeiramente humanas, isso me angustia.

Com seu toque debochado, Érico nos apresenta Antares, uma cidade do Rio Grande do Sul (o contato com a cultura gaúcha, mesmo para uma “catarina” como eu, é um deslumbre de ler). O livro conta sobre a inimizade de duas facções políticas da cidade e coloca como pano de fundo acontecimentos verídicos da política brasileira nos anos que antecederam 1963, o ano do fatídico incidente.

Em meio a esse cenário, ocorre uma greve geral, incluindo os coveiros e sete defuntos ficam insepultos. Veríssimo então nos mostra a insatisfação dos mortos, que incomodados com a situação voltam a cidade para exigir que sejam enterrados. E daí o “bicho pega”.

Do mais rico ao mais pobre, a primeira lição é que a morte chega para todos. Um morto rico, é igual a um morto pobre. Se tem uma hora que todas as diferenças são “enterradas” é no cemitério. Pode até ter um túmulo bonito, mas teu corpo vira pó. Apodrecer num caixão de ripa ou num caixão de mogno não te fará menos podre.

Dinheiro não te faz bem quisto. Érico me fez chorar quando mostrou o pobre, o zé ninguém, o sofrido, sendo lembrado pelo coração, enquanto o rico só foi importante enquanto gerava renda. Quando virou pó, já não era de mais valia. A história da prostituta, para mim, foi a mais triste. Tão julgada, tão sofrida, com uma carga tão pesada, no fim era o melhor coração, com o desejo mais simples e puro.

Dentre vários temas relacionados, o livro traz críticas fortes à censura e ao cenário de coronelismo. Escrito em 1970, em plena ditadura, Verissimo apresenta os ânimos que antecederam o golpe. De forma corajosa, expõe algumas das sujeiras políticas, incluindo perseguição e tortura, mesmo antes do triste 1964.

Um livro magnifico em todos os sentidos. Favoritei. Claro!
ROBERTO468 05/08/2018minha estante
Tenho aqui mas não li. Bom saber que gostou. Já vou colocar para próximas leituras.


@ALeituradeHoje 14/09/2018minha estante
Ah! Junior! Leia, leia, leia, leia... Érico Veríssimo é um deboche de tão bom!




Vitor16Hq 29/10/2023

Quando não se enterra os defuntos
Um dos grandes livros da literatura brasileira, é a primeira obra do Érico Veríssimo que leio, e já adianto que foi uma grande leitura.

A grande trama do livro do livro, demora um pouco para aparecer, o autor conta toda a história de Antares, essa primeira parte não é o que gerou o interesse pela leitura, mas é muito boa, o autor coloca muita política na trama, tem muita coisa que ele retrata aqui que ainda se vê nos dias de hoje.

Ele constrói a cidade, os principais moradores e insere as críticas. Tem um pedaço da história do Brasil sendo usada, mesmo o livro não saindo de Antares.

Um dos personagens, que é o Coronel Tibério, esse é um que não tem como gostar, pensa num sujeito asqueroso.

E então o livro chega na segunda parte, onde os defuntos levantam de suas covas, e essa se tornou uma das minhas cenas favoritas da literatura brasileira, a forma como o Veríssimo narrou isso, é impactante e te deixa preso a leitura.

A sequência de acontecimentos, em que o livro vai ficando melhor a cada página, são os defuntos interagindo com os vivos, a parte da delegacia, os que negam o que tá acontecendo.

Isso vai acontecendo de um jeito, que é impossível parar de ler.

A parte da delegacia, o defunto vai se vingar dos que o torturaram até a morte, coisa que infelizmente foi muito comum na época em que o livro foi escrito, isso mostra que mesmo a história indo para um caminho insólito, as críticas a realidade continuam ali.

Como eu já disse, foi uma leitura ótima, eu quero ler mais obras do Érico Veríssimo, e eu realmente indico essa leitura.
Luiz Paulo Silvestre 29/10/2023minha estante
Me despertou a vontade de ler!


Di3gao 16/12/2023minha estante
Li a pouco tempo e achei genial esse livro




Di3gao 13/11/2023

Enterre seus mortos junto de seus podres
Incidente em Antares me chamou muita atenção pela sua proposta incrível e diferente que parece até coisa de filme. Sejamos francos, quem não se interessaria por uma história onde um bando de mortos voltaram a vida e vão fofocar no coreto da cidade? Eu só não esperava que fosse me deparar com uma trama muito mais complexa e profunda do que isso.

O livro foi dividido em dois momentos: o primeiro se passa antes do incidente e o segundo algumas horas antes dele acontecer e suas consequências. Na primeira parte, o leitor é apresentado a história da pequena cidade fictícia de Antares, que é controlada por duas famílias diferentes e futuramente será palco do famoso incidente. O enredo construiu muito bem a história dessa cidade, estabeleceu quem são os moradores e a relação entre eles, manteve um ritmo consistente, foi muito interessante e traçou um paralelo político excepcional entre a política de Antares e a brasileira. Ele mostrou os períodos políticos brasileiros desde as missões jesuítas até o governo de Jango pelo ponto de vista da pequena cidade e serviu como um microcosmo do próprio Brasil, isto é, os problemas da cidade e as críticas realizadas acerca dela são uma referência ao próprio país. Por exemplo, Antares era uma cidade atrasada dominada por uma elite rural racista e conservadora que teme a mudança por não querer perder seus privilégios, um retrato perfeito do Brasil imperial e até mesmo atual.

Por sua vez, a segunda parte do livro larga o realismo que tornou crível a história de Antares para abraçar por completo a fantasia, sem perder sua essência. A trama gira em torno de sete mortos pressionando o governo da cidade para serem sepultados devidamente, pois os cemitérios foram fechados após uma greve operária estourar na cidade. A primeira parte dedicada totalmente à Antares foi justificada aqui, pois se fez muito necessário o leitor conhecer as origens e dinâmica da política da cidade, a população que a compõe e suas raizes racista e oligarca para compreender melhor as denúncias que os mortos fizerem e o porquê dos eventos terem se desenrolado de tal forma após o incidente.

Como dito anteriormente, o livro se utiliza de Antares para traçar um paralelo com o Brasil, mas ele também fez críticas gerais. Ao meu ver, cada morto representa um problema presente no Brasil e a volta a vida deles seria uma metáfora para os podres políticos que chegam à tona no conhecimento popular; e a relação do incidente com a greve não é coincidência, pois penso que esses dois acontecimentos possuem uma relação mútua, já que a greve acarretou nos "mortos" falarem e, só após as revelações feitas por eles, o povo vai tomar consciência de quem os governa e de seus direitos para a revolução poder acontecer. Visto isso, após o fim do discurso dos defuntos, o enxame de ratos que invadiu a praça, vindo da favela e de dentro das casas, representa a população marginalizada que vive de restos escondida nas sarjetas dentro da sociedade e, que ao tomarem consciência, se uniu para reinvidicar sua posição e inclusão social, sem contar também as pichações com mensagens políticas que passaram a aparecer nos muros.

Diante de todas essas qualidades ditas e da análise feita, é inegável que Erico Veríssimo tem uma mente brilhante e criativa, mas quero reforçar mais esse fato. A escrita do autor é muito fluída e envolvente, ele construiu toda a história com excelência, a narrativa é muito imersiva, ele transitou muito bem entre pontos de vista diferentes, a trama política e seus paralelos foram bem pensando e elaborados, toda a base histórica criada para a cidade é incrível, tem muitos diálogos filosóficos e as críticas feitas por meio do humor ácido e irônico dele tornam o livro tão especial. Além disso, Erico foi muito corajoso em lançar esse livro durante plena ditadura militar, pois ele crítica abertamente a tortura, o autoritarismo e a burguesia.

Portanto, Incidente em Antares tem uma história única e bem construída, uma leitura muito boa, um enredo com muitas camadas, críticas certeiras e é fundamental para compreender a atualidade por fazer o leitor se aprofundar e refletir sobre a história, a política e a sociedade brasileira. Aprendi mais sobre Era Vargas lendo esse livro do que em qualquer aula de história. Recomendo muito!!
Lucas2086 25/11/2023minha estante
Comprei este livro,estou no aguardo para ler .Ótima resenha


Di3gao 26/11/2023minha estante
Obrigado amigo. Vale muito a pena a leitura, com certeza vc vai gostar




Jefferson Vianna 30/06/2020

Um clássico da nossa literatura e que todos deveriam ler...
Não posso negar, este livro está na minha estante há pelo menos seis anos e somente agora eu o notei e senti vontade de lê-lo... “Incidente em Antares” é a prova de que obras preciosas podem estar acumulando pó, ao invés de serem lidas, portanto uma dica: revise a sua estante periodicamente! Lançado em 1971, em plena repressão da Ditadura Militar, o livro é uma espécie de crítica política e, sobretudo social, onde a narrativa tende a ser cômica e por vezes trágica. Verissimo faz um magnífico apanhado histórico em relação à política brasileira e brilhantemente une a ficção com a realidade. O livro é dividido em duas partes, na primeira parte acompanhamos a fundação da cidade de Antares, assim como a rivalidade dos Campolargos e dos Vacarianos, duas famílias que anseiam pelo poder e pelo domínio local, sendo uma a opositora da outra. Na segunda parte é narrado o incidente, uma grave geral que inclui os coveiros e como consequência sete defuntos acabam insepultos, levantam de seus caixões e exigem um enterro digno, porém, antes chamam a todos para um “acerto de contas” espalhando as suas podridões para a indignação dos vivos. Eu ri e não foi pouco! Após a leitura fica a seguinte reflexão: “Ano após ano nada muda na sociedade e na vergonhosa política brasileira!” Livro fantástico, um clássico da nossa literatura, que todos deveriam ler. Leitura recomendada. Ah, e antes que eu me esqueça #forabolsonaro.

Quotes: “Morte não é privilégio de ninguém. Todos morrem. Os ricos e os pobres, os inteligentes e os estúpidos. Uma coisa que eu aprendi com a velhice, foi fazer as pazes com a minha morte.” – pag. 117, “o homem jamais se habitua à ideia da própria morte, por outro lado aceita sempre, e com admirável facilidade, a morte alheia.” – pag. 348 e “se a morte é a única coisa absoluta da vida, por que não hei de fazer da minha existência também um fato absoluto?” – pag. 442.
Juliana Rodrigues 30/06/2020minha estante
hahahaha

Amei a resenha! ??

É sempre maravilhoso quando encontramos preciosidades perdidas na nossa estante, esses dias também separei vários clássicos que tenho há anos e nunca consigo parar para ler, pois não estão visíveis.


Jefferson Vianna 01/07/2020minha estante
Obrigado, Juh... ??

Sim, é sempre bom verificar a estante e "desvendar" novas histórias, livros que sem querer acabam ficando "esquecidos"... Estou "descobrindo" a minha estante esses dias... rsrsrs




Helena Eher 22/10/2015

Uma verdadeira crítica política e social
Esse foi o último romance escrito por Érico Veríssimo. Apesar de ter sido escrito em 1971, a crítica política e social que ele trás, infelizmente, continua muito atual.

O Incidente em si aconteceu numa sexta-feira, 13 de dezembro de 1963. Nesse dia, a população de Antares, uma cidade pequena do Rio Grande do Sul, estava em greve geral. Uma greve que afetou até mesmo os coveiros, o que impediu que 7 pessoas que morreram aquele dia fossem enterradas no cemitério.

Em função disso, esses mortos se levantaram de seus caixões e foram acertar as contas com o prefeito, ou eles eram devidamente enterrados, ou ficariam apodrecendo no coreto da praça principal, afetando a todos com a imagem e o cheiro desagradável. Essa atitude gerou muita confusão na cidade e afetou a todos.

Mas antes de falar desse caso em particular, o livro apresenta todo um panorama histórico que abrange não só Antares, mas todo o Brasil, focando principalmente em sua história política. Érico Veríssimo decidiu criticar inclusive a ditadura enquanto ela estava reinando na vida real.

Eu diria que o livro não se trata nem da história de um acontecimento, mas o "personagem" principal é a própria cidade juntamente com sua população que não deixa de ser uma representação do Brasil como um todo.

Recheado de críticas políticas, abordando corrupção, racismo, status e desigualdade social, recomendo a leitura desse clássico que faz com que reflitamos sobre nossas próprias atitudes, sobre o nosso país e seu povo.

site: http://leitoranaholanda.com.br
Caci 14/01/2016minha estante
Foi-me exigido como um trabalho para a faculdade e acabou sendo um prazer ler. Sabe sentir estar presente no enredo do livro? Foi isso que eu senti. Vale muito!


Rodrigo Alves 13/11/2016minha estante
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Adrielly 23/10/2012



Publicado em 1971, Incidente em Antares é o último romance de Érico Veríssimo e se enquadra no estilo modernista não só pelas inúmeras referências e fatos e pessoas da época atual, como também pela presença de ingredientes que configuram, no livro, o gosto modernista. De sentido claramente político, este romance tece, de um lado, o panorama sócio-político do Brasil contemporâneo; de outro, faz um fantástico julgamento dos vivos alguns mortos insepultos, numa Sexta-feira, 13 de dezembro de 1963.

Érico Veríssimo utiliza-se de todos esses recursos para organizar a sua narrativa, dando, dessa forma, a impressão de que tudo aconteceu e é verdade.


Michele 17/11/2012minha estante
O começo é interessante, mas depois a história muda...fica chata


Cleuzita 24/03/2017minha estante
Você deu zero estrelinhas mesmo?




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