Mycaelle 14/02/2024
A guerra nos tira tudo!
Mesmo sendo uma coleção, quando passamos do primeiro para o segundo livro não parece que houve essa "quebra", pausa. Já mergulhamos, profunda e rapidamente, na continuação da história, algo difícil de se conseguir e que nos impede de parar de devorar um por um.
Este livro tem uma narrativa ainda mais acelerada, visceral e triste em comparação com o primeiro. Aqui, os protagonistas finalmente descobrem a realidade chocante vivenciada por seus parentes, bem diferente do mar de rosas que estavam imaginando e que a mídia informava: confinamentos insalubres, estupros, perseguição de ex-militares, traidores, até mesmo uma colonização. Enfim interagem mais diretamente com o inimigo e lidam com suas terríveis ações.
De novo, há muitas reflexões sobre questões éticas na guerra, agora com algum espaço para os impactos psicológicos dela, especialmente a depressão, a ansiedade e a culpa. Também acompanhamos o aprofundamento da relação entre os personagens, principalmente do romance entre Ellie e Lee.
Mesmo sendo uma saga antiga, podemos fazer muitos paralelos com a realidade e os conflitos atuais: a visão da mulher como frágil e inútil, o preconceito contra casamentos interraciais, o fato de que pouco ou nada os países e seus cidadãos podem fazer pelos vizinhos em guerras etc.
O livro nos apavora com essa ideia de não só tudo ser destruído e saqueado, mas também de os inimigos ocuparem o território e escravizarem as pessoas, o que já aconteceu tantas vezes durante a história e poderia nos ocorrer também em um piscar de olhos.
É uma leitura envolvente e reflexiva, e estou muito ansiosa para ver se o Marsden tem coragem de matar seus protagonistas e parentes, e o que mais essa galera pode aprontar pra ajudar seu país.