Mary Castilho 26/01/2022
Emocionante
O autor, Khaled Hosseini, mostra com maestria ambos os lados da sociedade do Afeganistão durante aquela época, 1970, no olhar dos dois garotos. Amir pode frequentar a escola e tem vários amigos, enquanto Hassan vive ocupado dos afazeres domésticos e não sabe nem ler e escrever. Hosseini constrói muito bem as personalidades diferentes dos amigos, como Hassan é leal e corajoso, Amir é egoísta e covarde.
Alguns anos se passam, e uma guerra eclode no Afeganistão fazendo que Amir e seu pai busquem abrigo nos Estados Unidos. Entretanto, após vinte anos, Amir recebe um telefonema de um amigo que o convida voltar a sua terra natal, com isso, se redimir com a culpa que carregou durante os últimos anos.
Khaled Hosseini utiliza a primeira pessoa durante o livro inteiro, na visão de Amir; ora ou outra, usa termos árabes que podem ser entendidos pelo contexto e algumas vezes traduzidos. Os ambientes são muito bem descritos e contextualizados: como era o país nos anos 70, conflitos e guerras, contraste das vidas das pessoas na sociedade com uma grande desigualdade, o preconceito, entre outros. Tudo contribuindo para o enriquecimento da história.
A obra é emocionante, carregada de sentimentalismo. Não é um livro com um final triste e nem feliz, Hosseini nos entrega um final agridoce; deixando os leitores emocionados com algo mais realista e condizente com a realidade apresentada no decorrer do enredo.
A cultura afegã, o valor da amizade, o arrependimento e culpa que corrói o psicológico; carregando a reflexão de cada ação que cometemos e como farão influencia no nosso futuro e de todos que nos rodeiam. Algo único, comovente e humano.
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