Books Friends & News 17/03/2012Romântico e Divertidohttp://1.bp.blogspot.com/-OIjAE6lYQ7M/T2F4O6dNtjI/AAAAAAAACts/P36cDC3pJeo/s1600/Resenha+A+Dama+da+Ilha.jpg
O meu gênero preferido dentre qualquer outro é romance histórico, já que é um gênero que tem tão poucas publicações no Brasil, não estou contando com livro de banca (que gosto muito), mas sim livros de formato de livraria, praticamente a cada 6 meses lançam um, e isso com muito otimismo, tanta é a falta, que tem leitoras importando livros de Portugal devida a carência enorme desse gênero aqui.
E uma das poucas editoras que nos presenteiam com esse gênero é a Essência, um selo da Editora Planeta, e que me apresentou a autora Patricia Cabot, que na realidade é um pseudônimo da autora Meg Cabot, conhecida no mundo teen pelas séries Diários de uma Princesa, Mediadora entre outros, e como Patricia ela publica o gênero histórico.
Para quem nunca leu nenhum romance de Patricia, eu indico A Rosa do Inverno, Aprendendo a Seduzir em minha opinião são os melhores, depois tem Pode Beijar a Noiva, ele não é ruim, pois Cabot não consegue escrever algo ruim, mas posso dizer que é o mais fraco em enredo em relação os outros citados.
E a editora publicou uns meses atrás o livro da resenha, A Dama da Ilha, que eu coloco como o terceiro da minha preferência, ele é romântico, engraçado e sensual. O estilo da escrita da Cabot me lembra na questão feminina a Jane Austen, porque sempre em todos os livros dessas autoras e mesmo retratando uma época regencial onde as mulheres eram obrigadas a serem submissas, e ambas as autoras retratam mulheres independentes e com atitudes.
"- Não pode ser – o pescador desdentado insistiu. O Stuben não pode ter morrido. Ele nunca morreu.
- Ora, mas essa é a natureza da morte, não acha? – Reilly procurou sorrir com simpatia. – Costumamos fazer isso uma única vez.
- Mas não Stuben. – Cabeças grisalhas anuíram enfaticamente ao redor do cadáver. – Ele já caiu na água várias vezes, mas nunca morreu."
O personagem tem sua própria narrativa, e realmente você se diverte com as colocações e comparações que o personagem faz de sua situação e também da situação da ilha em questão. A primeira cena citada acima retrata bem o que estou tentando explicar, então devem imaginar, um nobre cavaleiro inglês numa ilha que a maioria da população é pobre, desprovida de cultura e educação.
Nessa confusão inicial ele conhece Brenna Donnegal, a "médica", já que ela é filha do médico, e quando ele foi embora, ela ficou no lugar, ela é o perfil da mulher de atitude e ideais, e um desses ideais é o motivo que faz ela ficar na ilha, gostei muito da personagem, que também possui narrativa própria, mas as situações e diálogos divertidos realmente ficam por conta de Reilly.
"- Glendenning, se a senhorita Donnegal está realmente louca, milorde não pode se casar com ela – Reilly o preveniu, desgostoso.
- E por que não? Há algum impedimento legal contra isso?
- Provavelmente. Mas mesmo se não houvesse, milorde haveria de querer para a mãe de seus filhos uma mulher que perambula em cemitérios no meio da noite?
Glendenning ergueu o queixo.
- Meu pai sempre dizia que minha mãe não era boa da cabeça, e eu não tenho nenhum problema.
Reilly considerou que essa era uma questão de ponto de vista, mas resolver ser caridoso."
Na verdade o coitado do médico foi chamado pelo lorde Glendenning, praticamente o dono da ilha e o garanhão local, outro personagem hilário, ele faz aquele tipo intimidador, mas na verdade é um bobão, o lorde quer casar a qualquer custo com a Brenna, porém ela não quer, primeiro não gosto do lorde e segundo ela tem alguns objetivos nos quais não deseja se relacionar com ninguém.
E toda essa confusa situação se desenrola na narrativa, temos trechos descritos dessas atrapalhadas entres esses três personagens que realmente levam o leitor a gargalhar, só para ter uma ideia tem um jantar no castelo do lorde onde há ratos embaixo da mesa kkkkk.
E o caminho de Reilly também é tortuoso, primeiro ele tem que aguentar as exigências do lorde que praticamente o obriga a ser um conselheiro amoroso para tentar convencer Brenna a casar com lorde, e outra é conquistar a confiança do povo local para exercer a profissão porque inicialmente ele é “promovido” a veterinário.
Apesar de toda intimidação exercida pelo lorde Glendenning, não conseguiu impedir os sentimentos que irá se desenvolvendo entre Brenna e Reilly, claro que Brenna não irá se entregar fácil, até porque a aproximação de Reilly pode atrapalhar os seus planos.
Gostei da forma que a autora conduziu o relacionamento do casal, nada tão rápido e sim foi algo construído gradativamente, até porque inicialmente eles discordavam principalmente da forma de cada um exercer a medicina, Brenna o julga como um médico esnobe, e no decorrer do livro descobrimos os motivos dessa reação de Brenna, enquanto ele ao mesmo tempo admirava Brenna quanto a odiava a forma que ela conduzia e interferia muitas vezes nas suas atividades.
As cenas sensuais têm aquele toque de Patricia Cabot, bastantes leves, românticas e a mocinha sempre com pensamentos engraçados e temerosos no decorrer da relação, quem leu Aprendendo a Seduzir, e sabe muito bem como Caroline tinha certas preocupações kkkkk.
Além dos personagens principais, alguns personagens secundários merecem destaque, os amigos de Reilly, Pearson e Shelley que aparecem mais no final do livro, porém nos trazem momentos divertidos, Hamish uma criança bastante astuta, e sempre em todos os livros da Cabot, tem uma parte especial aos animais que sempre recebe uma atenção especial.
Outra questão que foi debatida no livro foi a epidemia de cólera que aconteceu naquela época, apesar da Ilha Sky e a aldeia Lymming sejam fictícias, a doença realmente aconteceu, e a autora retratou todas os dramas que as pessoas passavam naquela época, a personagem Brenna tem dentre seus principais objetivos combater a doença.
Conclusão: Recomendo o livro para quem gosta de um romance histórico com personagens divertidos e de grandes atitudes, uma narrativa bem desenvolvida, com muito romance e sensualidade, realmente não tem livro da Cabot que seja ruim, mas A Dama da Ilha entrou nos meus favoritos. E adoraria que a editora pudesse lançar os outros livros da autora citados na montagem abaixo.
Para ler a resenha completa com citações ilustrativas acesse ---> http://www.guardiadameianoite.com.br/2012/03/resenha-dama-da-ilha-patricia-cabot.html