Psychobooks 28/01/2012
Vocês pediram e cá estou. Vou falar de uma das minhas autoras preferidas (se não A AUTORA preferida). Conheci Marian quando ela me contou a história de Claire, uma irlandesa supersimpática que após ser abandonada pelo marido horas após dar a luz à primeira filha tenta reconstruir sua vida (Melancia). Depois, Marian me contou a vida de Rachel, sua luta contra as drogas e sua paixão por um Homem de Verdade (Férias!). Divagou um pouco com a irmã Walsh queeunãolembroonome (Maggie), e sua história chatinha, mas hey, ela ERA a irmã chata, eu havia sido avisada nos dois livros anteriores (Los Angeles). Então Marian me apresentou Anna... Anna Walsh e sua linda história. Diferente de tudo o que tinha lido até então. Marian ganhou meu amor incondicional nesse livro (Tem alguem aí?).
Aí está, uma breve sinopse - e a ordem - dos livros que em minha opinião são os melhores de Marian Keys. Estes são os livros que formam a saga das irmãs Walsh, a seguir deixo os outros títulos dela. E depois bora ler a resenha que fiz de seu último lançamento aqui no Brasil.
Casório?!
Sushi
Um Bestseller para chamar de meu
É agora... Ou nunca!
Cheio de Charme
Se você quiser saber algo sobre a história, leia a sinopse aí em cima. Vou na resenha pincelar minha opinião sobre os personagens, mas me reservo o direito de usar esse espaço para contar a vocês todos os sentimentos que me arrebataram durante a leitura não só da obra cuja resenha é focada, mas também de tudo o que já li da autora. (sim, estou piegas, me deixem)
Já li tudo que saiu da Marian. Nada que ela escreveu me escapa. Sou uma apaixonada por sua escrita e cada vez que vejo alguém falando que não 'se conectou' com a autora, sinto vontade de dar um chacoalhão e trazer de volta à razão. Sério. Mari, estou falando com você! XD
De "Melancia" à "A estrela mais brilhante do céu" é perceptível o amadurecimento da autora e o crescimento de suas obras. Marian no começo dos anos 2000, lançou alguns livros, todos mais ou menos na mesma fórmula chick-lit, sem nada genial em seus enredos. O diferencial era sua escrita, seu senso de humor latente e a capacidade de não ter dó de suas protagonistas e colocá-las nas situações mais estapafúrdias possíveis.
Na fase "mais do mesmo" de Marian temos "Melancia", "É Agora... Ou nunca", "Casório?!" , "Sushi" e "Los Angeles". Aí você pode achar que eu estou ficando louca por não ter acrescentado "Férias!" à lista, já que ele foi lançado entre "Melancia" e "Los Angeles". Ah, meus queridos, aí é que está o diferencial... Não conheço Marian ao vivo (AINDA! VEJAM BEM!), mas sinto que em "Férias!", o segundo livro da saga das irmãs Walsh, ela se encontrou e dali saíram todas as suas ideias e a partir daí começou seu amadurecimento literário.
Marian começou então a se aventurar em suas obras. Colocar detalhes instigantes, apresentar uma possível protagonista. Depois, em outro capítulo, iniciar a história de outra mocinha, aparentemente sem conexão alguma com a primeira... Não contente, apresentava subsequentemente uma terceira e a partir daí a confusão estava armada. Sempre com a narrativa em terceira pessoa, com personagens bem-construídas e sem dar dicas de onde a história estava nos levando, Marian construía seu enredo, entrelaçava vidas, sempre aumentando a cadência da escrita nos levando a um final surpreendente e impensável. (Um bestseller para chamar de meu)
Chegou no ápice da audácia ao apresentar um mocinho másculo, apaixonante e... Crossdresser. Não sabe o que é? Joga no Google. Aqui não vou falar de qual obra se trata e nem dar nomes aos bois. Só digo que foi um dos livros mais ousados de Marian. Ela foi até onde podia ir. Esticou a corda até quase arrebentar. Apresentava personagens, nos fazia crer nas verdades de cada um deles para posteriormente nos jogar um balde de água fria e enfim revelar a verdadeira face de cada um. Acredito que foi um de seus livros menos compreendidos, e ainda assim um de meus preferidos.
Em seu quarto livro da série das irmãs Walsh, Marian finalmente mostrou a que veio. Prova que todo autor pode e deve revisitar velhos personagens e dar a eles características ainda mais interessantes. Esse é um de seus livros mais tocantes, mais melancólicos e mais lindos! Uma lição de vida. (Tem Alguém aí?)
Então, chegamos à "A Estrela mais brilhante do céu". Veja bem, caro leitor. Você pode estar nesse ponto já cansado de me ler, cheio de tantos preâmbulos e quem sabe até exigindo que eu fale logo do livro em pauta e pare de tanta enrolação. Mas acredite em mim, era necessário que você entendesse minha paixão pela Marian. Compreendesse o que a obra dela significa para mim, para que, enfim, pudéssemos juntos discorrer um pouco sobre seu último livro.
Em "A Estrela mais brilhante do céu", Marian usa a figura de um narrador, um espírito que não sabemos bem se visita as vidas em questão por bem ou por mal. De início, parece apenas ser curioso, querer juntamente com a gente entender o que se passa na Star Street, 66, Dublin, Irlanda. Apresenta casais dessa vez, não mocinhos ou mocinhas. Apresenta vidas. Uma senhora cativante com o dom da midiunidade, seu filho adotivo, seu cão superesquisito que ganha para si um ou dois capítulos no livro; três roommates - Lydia, Andrei e Jan -; um casal, Maeve e Matt e finalmente Katie, uma mulher perto do aniversário de 40 anos e que ainda busca o grande amor.
E assim, com doses homeopáticas Marian nos apresenta as vidas, por meio de uma contagem regressiva que não sabemos bem onde vai nos levar, mas que passa a ficar clara com o decorrer do enredo. Não pense que em algum momento seja permitido que você solte a respiração e diga "Ah! Entendi onde estou sendo levado". Não. Marian não é dessas autoras que faz um personagem espirrar em um capítulo para que ele fique gripado logo em seguida. Não! O autor do espirro pode muito bem seguir saudável enquanto um outro personagem, que nem ao menos teve contato com ele, é tomado por uma súbita gripe e fica acamado por dias. atenção, estou falando no sentido figurativo, claro.
Li o livro em dois dias. Sofria para largá-lo. Amaldiçoei a festa de Ano-novo e a necessidade de confraternização. Fui mal-educada com meu marido quando ele disse "já chega, larga o livro e vamos passear um pouco!". Beijei o livro e pedi mil desculpas cada vez que tive que largá-lo para dormir, comer, sair, ou qualquer outra atividade relacionada à sobrevivência e que se torna tão supérflua ao lermos um livro bom. Fiquei eufórica ao final da leitura, me sentia pronta para enfrentar tudo e todos. Pronta para um novo livro da Marian... E então a decepção. Não tem novo livro da Marian. Nada que eu ainda não tenha lido. E a depressão se instalou... e logo deu lugar à raiva. E não. Ainda não cheguei à fase da aceitação.
Essa é a Marian e é isso que ela faz comigo. Espero que você se aventure pelas linhas dos livros dela e se sinta tão arrebatado/a quanto eu.
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