Priscila.Pieper 07/07/2020
DOIDAS E SANTAS
Ler Martha Medeiros é obrigação de qualquer pessoa que se diga leitor. Desculpe-me por “taxar” dessa forma, mas se você assim como eu, ama uma leitura maravilhosa, essas de estourar os neurônios, não perca tempo, e corra ler as crônicas dessa gaúcha.
Em Doidas E Santas nos deparamos com uma escrita leve, cheia de humor, ironia e boas pitadas de sarcasmo, típicas da autora, o que deixa ao meu ver, a leitura mais prazerosa e de certa forma atemporal, já que ela não mede esforços para falar da essência humana.
Eu disse essência humana? Pois é exatamente o que ela faz. Com a maior delicadeza, a autora toca em assuntos por vezes evitados, esquecidos, ou quem sabe, negligenciados pela sociedade, e não se limita pelos caracteres, já que sua escrita é como aqueles buracos cheios de água: parecem poças rasas, mas são craques em romper os ligamentos do calcanhar.
Martha Medeiros é dessas escritoras que sabe ir nas entranhas do problema de forma curta e grossa, mas com a leveza de uma pluma, fazendo nosso mundo virar de ponta cabeça, e nos obrigando a rever diversos conceitos, ou melhor, pré-conceitos. Sua atemporalidade é tanta que apesar de suas crônicas serem de 2006, se encaixam perfeitamente nesse ano maluco no qual estamos vivendo.
Ler Doidas E Santas, é um caminho sem volta. É reflexão, descobrimento e revelação a cada linha. É revisão de conceitos, ideias e lugar. Exato, é rever nosso lugar nesse planetinha que chamamos de lar. É entendimento e aceitação.
Uma leitura que todos devem enfrentar pelo menos uma vez na vida, em especial todos aqueles que tentam se limitar às caixinhas impostas pela sociedade, já que a cada novo final, entendemos que não passamos de ambiguidades ambulantes.
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