Márcia 17/03/2013 Sabe aquele tipo de livro que você não sabe como conseguiu chegar ao fim? Lastimável.
"Asas", confesso, me consquistu pela capa e pela promessa de filme da Disney. Associei esses dois elementos com uma história de fadas divertida e leve. Achei que se tratasse de uma misturinha com pegada Sininho+romance+aventura. Terrível engano.
O livro é vazio. Assombrosamente desprovido de qualquer tipo de graça, "Asas" fala sobre uma menina mais sem graça ainda que em não tão belo dia acorda e descobre-se acometida por um estranho caroço nas costas, que desenvolve-se ao longo de alguns dias e transforma-se em uma flor. "Flor? Ué, cadê as "ASAS" da suposta fada?". Também não sei. A verdade é que me senti enganada, ludibriada e iludidade. De forma alguma há fadas nesse livro. São plantas. Isso mesmo. Plantas superdesenvolvidas com flores nas costas fazendo as vezes de asas.
Como se já não bastasse essa decepção, ainda cai sobre o pobre leitor com a essa miserável experiência de leitura, uma narração pobre de um livro "YA - Young Adult" genérico sem qualquer esforço de ser um entretenimento divertido. O livro é chato e clichê - narrado por uma menina boba e burrinha, típica. A Laurel cresce sem saber de suas origens, no seio de uma família adotiva - após ter sido abandonada na porta do casal -, e só descobre a verdade quando a flor nas suas costas resolve dar o ar de sua graça. A menina tem por volta de uns 15 anos e a narração é bem nesse nível.
Romance, nesse volume, ainda não foi desenvolvido, ou pelo menos não foi o foco. Mas já deu para entender que a "fadinha/plantinha" entrará em um originalíssimo triângulo amoroso - entre um grande amigo humano com quem compartilha seu segredo e outra plantinha que ela descobre ser um dos Guardiões do Portal de Avalon. Pff triplo.
David (a ponta humana do triângulo) é amplamente explorado pela menina/planta/fada/esquisita, que se aproveita da eminente paixonite do garoto para realizar "experiências científicas" com seu DNA e descobrir do que se trata aquela aberração em suas costas. A partir daí os absurdos científicos se sucedem de modo até mesmo ilário. Há uma cena, inclusive, em que os dois personagens trocam os gases liberados por suas respirações para não se afogarem. Sério, ela respira CO2 e ele o exala. E vice-versa com o O2.
Se parecer interessante para você, mude de ideia. Não perca seu tempo. A não ser que você tenha por volta de 12 anos e não tenha nada melhor para ler - ou queira descobrir mais sobre botânica (?) - vai saber. Mas, enfim, é melhor me divertir com as aberrações do livro que me lamentar eternamente pelo tempo perdido.
A Bertrand Brasil, apesar de errar na escolha do conteúdo, não vacilou na edição. A capa é belíssima, mas o mérito da editora consiste em apenas manter a original. Erros de digitação/tradução não me lembro, logo se há, não é algo muito "incomodante". Quanto ao filme, deste nunca mais ouvi falar.
E as continuações? Não, obrigada.