Uma, duas

Uma, duas Eliane Brum




Resenhas - Uma Duas


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spidersonny 01/01/2024

"você é tudo o que eu sinto de vivo em mim agora que morro"
Eu fiz pouquíssimos comentários durante essa leitura. parei de vez depois da página 90, porque foi tudo tão intenso que não deu tempo de pensar e filtrar o que eu deveria comentar primeiro. a eliane sabe usar as palavras muito bem, talvez da melhor forma possível. ela escreve de forma consciente, com propósito, faz o leitor entrar na história, sentir o que o personagem sente, levar sua vida em consideração enquanto lê. falei muito aqui mas não tenho o que falar, acho que só quem lê pode entender o quanto a escrita é preciosa, dentro e fora da ficção.
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Natalia 19/11/2023

Cru
Esse devorei. Que delícia é poder ler de maneira voraz, intimamente convidada por uma autora anteriormente desconhecida para mim. Uma, Duas é um livro muito bem escrito. Parece ter uma aura mística ao redor, simplesmente porque estamos ali observando pensamentos tão profundos que o sentimento é de invasão. Deveríamos estar chegando nesse nível? As personagens estão nuas. E essa nudez escancara.

Lendo essa obra, entramos em uma relação de mãe e filha tão complexa que dificilmente pode ser entendida. Se identificar com as humanidades ali despejadas choca, porque as vilanias também são grandes em cada uma delas. Como posso ter compaixão de duas pessoas que são, se olhadas de maneira convencional, simplesmente más? Aí é que está: não é possível ler na perspectiva da normalidade.

Uma, Duas subverte o normal. Conhecemos uma filha que parece odiar a mãe, que ressente a mãe por sua doença, que desejava, apenas, continuar longe. Esse não é o padrão dos romances ou das descrições do tipo de relação mais romantizado da existência. Isso causa uma ambivalência, que se perpetua ao longo das páginas. Nada é cor de rosa ou cinzento. Assim como a vida.

Para aumentar a ambiguidade do leitor, depois de algumas páginas temos contato com os pensamentos e a história da mãe. Ela, que era um plano de fundo às acusações da filha machucada, se torna Maria Lúcia. Bem-vinda, entender sua vida e se impressionar com os caminhos tomados torna mais palpável a crise do seu existir... E pensar o seu morrer.

A escrita de Eliane Brum é crua, direta, às vezes até demais. Chega a ser incômoda e a envergonhar. Desperta sentimentos de nojo e raiva com uma frequência grande para um livro tão curto. Me lembra um pouco de Clarice Lispector: corta. Fundo como as facas de Laura. Nas ranhuras da carne, chegamos embaixo das peles das personagens; ainda teríamos longo caminho para atingir as vísceras.

Quanto se esconde dentro das relações humanas?
Se entender as pessoas fosse simples, viver seria insuportavelmente chato.
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Pobre Coitada 11/11/2023

Uma das minhas melhores leituras desse ano! O relacionamento da Laura com a mãe dela prende qualquer
comecei ele hoje de madrugada e simplesmente devorei o livro
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nay.gba 12/09/2023

Uma Duas
Leitura rasgante, nunca havia lido nada tão visceral.

A princípio eu tive interesse pelo tema maternidade pelo viés não romantizado e com isso cheguei na indicação de Uma Duas, mas garanto que está leitura supera em muitas camadas a temática.

Sim, são mãe e filha, mas a escrita vai muito além disso. São duas vidas afetadas pela dureza da existência humana e também atravessadas uma pela a outra. É uma simbiose imperfeita, que temos o privilégio de acessar os dois pontos de vista.

Impossível ler rápido, é pesado, é chocante e com narrativa muito bem estruturada. Para leitores mais maduros, recomendo.
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Polly 11/09/2023

Que isso??
Gente.... o que exatamente foi esse livro...?
To chocada kkkkkkkkkkkk
Não consigo nem fazer uma resenha bonitinha, formalzinha, como normalmente faço.
Esse livro é denso, intenso, é cru(el), é sensível. Uma leitura intimista, reflexiva, imersiva.
Foram poucos os livros que me fizeram chorar nessa vida, mas esse conseguiu. E várias vezes ainda.
Me bateu um orgulho da nossa literatura brasileira
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Polly 11/09/2023minha estante
O SKOOB TA CORTANDO MINHA RESENHA -.-
(continuação...)
Deduzo que a autora deva ter estudado psicanálise, considerando que o modo como a relação entre mãe e filha é descrita aponta para vários conceitos dessa corrente teórica. É uma relação doentia, problemática, colada. Não há nada que funcione como barra entre as duas, nem mesmo a figura de um pai. As consequências dessa relação sem limites são mostradas ao longo de toda a narrativa.
O final me deixou uma baita de uma dúvida, não sei se era a intenção da autora, mas não irei comentar aqui pra não spoilar.
Mas é isso, curti demais. Trata-se de uma experiência imersiva, ainda que seja um livro curto!
Só não dei nota máxima porque achei que a pontuação ficou um pouco excessiva, mas nada demais.




Marcianeysa 27/08/2023

O livro é intenso, narra relação de mãe e filha, as duas completamente perturbadas, que fazem mal uma a outra. Doloroso e triste.
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renan639 19/07/2023

O sangue era a palavra
A história trata do encontro e desencontro de mãe e filha, que trazem consigo cada uma cicatrizes deixadas pela vida. Entretanto, a ponte que une uma a outra foi construída pelo silêncio, que abriga um universo dentro dele.
É através do sangramento, sobretudo pela via da escrita, tanto da mãe quanto da filha, que a redenção acontece. Sem conseguir escolher um dos lados, conhecemos a visão de cada uma sobre o drama familiar e percebemos que é muito maior que um maniqueísmo clichê.
As famílias são nosso lugar de trauma e cura, nem sempre sendo este possível. Mas as personagens conseguem ressignificar tanto a relação entre elas quanto consigo mesmas, quando se vêem diante da despedida.
Eliane Brum coloca diante de nós uma ferida aberta, escancarada na narrativa e no vocabulário, sem, entretanto, abandonar a delicadeza que cada palavra exerce na atividade de cuidar dessa ferida.
Mostrando, dessa forma, o poder da escrita e da literatura no enfrentamento dos nossos demônios.
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Larissa.Goya 16/06/2023

My Favorite Things
"As mãos dele delimitam o território do meu corpo. Você me deu um corpo, eu digo. Não, ele sorri. Só estou lembrando a você que ele é seu. E que nem sempre dói".

Essa é apenas uma das passagens que me marcaram, mas o livro é repleto delas, a cada capítulo tantas frases que pedem para que nos demoremos nelas, tantas associações que podem ser feitas, sentimentos que evocam.
É meu primeiro livro da Eliane Brum, alguém que eu só conhecia pela escrita jornalística, e foi uma grata surpresa, sua escrita é tão magistral quanto. Em primeiro lugar, acho que ela utiliza de forma genial o recurso da troca e da mistura e confusão de vozes (assim como nessa capa, na qual as mãos de uma são uma cópia praticamente exata da outra).
Não há como pensar que a narrativa não parte de uma escrita experiencial, penso que a relação de filhas com suas mães são particularmente "devastadoras" e deixam marcas de uma forma muito diferente do que a relação entre filhos e suas mães. Pode haver algo de mortífero que faz com que essa relação em específico seja especialmente engolfante.

Como não lembrar da música do Pearl Jam, "Daughter":
"Don't call me daughter, not fit to
The picture kept will remind me
[...]
She holds the hand that holds her down
She will rise above, ooh, ooh"

Também entre Laura e Maria Lúcia há uma dança entre conflitos, tensões e uma cumplicidade beirando a simbiose, em outros momentos. Gosto da forma como a escrita é honesta e quebra com tantos tabus sobre a "feminilidade", ela não tem medo de ir em lugares extremamente desconfortáveis.
"A Noviça Rebelde" era um dos meus filmes favoritos na adolescência, época em que eu também, de forma similar à Laura, enfrentava algumas questões que diziam respeito a uma necessidade de separação do corpo/controle materno e a assunção de um corpo/voz próprios, assim como a automutilação que por vezes acompanha esse processo doloroso. Mas, muitas vezes, a dor autoinfligida que se sente na pele é menos intensa se comparada com o sofrimento de se sentir não-existente, é um "mal necessário" para que se sinta viva, por assim dizer, ou como uma forma de desenhar limites entre as fronteiras do meu corpo e do corpo do outro. Penso que essa experiência não é algo tão estranho ou incomum a meninas e jovens mulheres.
Curiosamente, "A Noviça Rebelde" pode parecer, até certo ponto, uma ode a ideia da família idealizada e feliz, no entanto, apesar da euforia de Maria cantarolando e dançando nas montanhas, o pano de fundo do filme é justamente o início do nazismo na Europa (o filme se passa na Áustria), e a própria Maria é a madrasta das crianças Von Trapp, o que subverte a ideia de família tradicional que se espera. Fiquei pensando o quanto esse filme em específico faz sentido e se encaixa na narrativa do livro, já que em alguma medida há um sofrimento em se perceber fazendo parte de uma família que fuja ao ideal, e o quanto esse ideal, no fundo, abriga algumas realidades pesadas e obscuras. Mas é só a partir do reconhecimento dessa história que se pode fazer alguma coisa nova, diferente com ela.
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Maria 12/06/2023

Dor
Como foi difícil ler esse livro. Cada página era um corte. É um livro para poucos realmente. Foi escrito com dureza e verdade, o que o torna mais complicado ainda.
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Gomes 08/06/2023

Visceral.
"Nossos corpos, o meu e o da minha mãe, são essa casa sem limites definidos."
Esse é um livro que cutuca onde dói, que procura no seu mais íntimo um motivo para te fazer sofrer e abusa disso. É uma narrativa crua, sem floreios e sem redundância, direto ao ponto; cruel.
Temos aqui uma relação adoecida, machucada, traumática, entre duas pessoas que não sabem amar, não sabem cuidar e nenhuma das duas tem culpa disso, ambas sofreram traumas irreversíveis.
Temos o reflexo de traumas geracionais e de como cada mínima coisa conta pra sermos como somos.
Eu amei essa leitura, apesar de curto o livro não é muito rápido, tem diversas coisas que são difíceis de absorver e momentos que eu tive que parar de ler pra racionalizar o que tinha acabado de passar diante dos meus olhos.
Minhas partes favoritas, sem dúvida, foram os momentos da narrativa sobre o passado da mãe da Laura, eu amei ver a história dela e eu amei entender o sentido de toda a brutalidade. Apesar de tudo, esse é um livro muito bonito no final das contas, eu fiquei emocionada com o final e fiquei pensativa demais.
Que obra prima. Recomendo pra todo mundo, mas principalmente para mulheres.
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Lourena2 06/06/2023

Que livro mais confuso e chato, esperava algo mais concreto sobre o ódio da personagem sobre sua mãe, e não suposições que a autora descreve, e para mim a personagem é igual à mãe ou até pior. Não achei esse livro tudo isso que o pessoal está falando nas resenhas.
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Luiza 18/05/2023

"Fui ao mesmo tempo sua assassina e sua heroína. E acredito que é isso que todas as mães são em alguma medida."
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Augusto 15/05/2023

Apenas um que dor, essa é a resenha
Que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor que dor.
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livrosmortificados 28/04/2023

Um drama visceral, grotesco e humano.
"Não há como escapar da carne da mãe. O útero é para sempre."

eu verdadeiramente nao sei nem o que falar sobre livro, eu to sentindo e pensando nele ate agora e acredito que por uns dias vou continuar assim sentindo ele como se agora fizesse parte de mim.
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