Jacques.Bourlegat 29/04/2021
Cai o pano...
Já sabemos desde o início que se trata do último caso de Hércules Poirot, o mais famoso detetive de Agatha Christie.
Uma ponta de dor e tristeza acompanha a leitura ao nos depararmos com a figura estranhamente deprimente e ressequida do velho detetive belga. Para esse último ato, Poirot volta a Styles, onde resolveu o misterioso caso em sua primeira investigação, marcando o início de suas aventuras. Mais uma vez, a história é narrada por Hastings, seu velho parceiro (quem assistiu à série com David Suchet como Poirot e Hugh Fraser como Hastings, deve estar marcado para sempre com a imagem daquela parceria).
A autora lança migalhas de pão nas demais páginas, nos leva como sempre a diversas pistas e diversos suspeitos. Todos tinham um motivo para cometer o crime, todos pareciam culpados de algo e inocentes na próxima página. E vice-versa. Mas Poirot está em uma cadeira de rodas e muito debilitado. Até Hastings não sabe se Poirot está em condições de resolver qualquer coisa.
Hastings e Poirot fizeram alusões a diversas outras investigações passadas, creio que seja o livro com mais referências de outros livros seus que Agatha Christie já tenha escrito. Para leitores mais "rodados" será um deleite!
Porém, detestei a visão de um Hércules Poirot sem as suas afetações e extravagância, sem o sua elegância e o bigode brilhante... tudo deprimente. Ele está longe do auge de sua forma, assim como Agatha Christie estava no fim da sua vida e poucos esperavam dela algo mais. Porém ela demonstra que ainda lhe cabia um último sucesso!
Aconselho a leitura deste livro quando tiverem um pouco mais de afinidade com o Poirot, pois só assim sentirão o contraste da decadência.