Ana 19/02/2016InsôniaE mais uma vez, cá estou eu com meu Amado Mestre Stephen King. O livro dessa vez foi o Insônia., meu primeiro livro com mais de 500 páginas. Admito que no início a leitura foi meio devagar quase parando, ainda mais porque comecei a ler as vésperas do Natal e aí, já viu né?! Mas não desisti. Viajei, levei comigo e todo dia eu tentava ler o máximo que eu conseguisse. Nem que esse máximo resultasse em uma mísera página.
E agora, quase 30 dias depois, consegui concluir essa leitura fascinante que foi Insônia.
Hoje mais cedo, quando olhei e vi que faltavam 50 páginas para acabar o livro eu pensei: “Motherfucker!!!! Quando eu acabar esse livro eu vou soltar fogos de artifícios! Meu primeiro livro relativamente longo e eu finalmente acabei... Puts!!! Vou fazer um puta post no face me vangloriando por esse ato histórico em minha vida!!”
Bullshit!
O livro acabou e eu fiquei simplesmente arrasada! DPL das brabas! Segurei o choro e tudo! Sinistro!
Expectativa
x
Realidade
Bem, a história começa um pouco arrastada, com certa demora no desenvolvimento de cada personagem, mas acho que esse meu “julgamento” foi causado pelo momento extremamente inoportuno ao qual comecei a ler. O fato de toda hora ter que parar, acaba desanimando e te fazendo perder o foco. Acabei achando o início muito maçante.
Mas depois que acabaram todas as festas e voltei a minha amada rotina, comecei a ler de maneira constante e a mergulhar na história como sempre acontece comigo com as obras do King. Acho incrível o modo como ele consegue numa historia, te fazer rir, chorar, ter medo, nojo, ódio... Tudo numa coisa só. Stephen consegue navegar por todos esses mares de maneira muito coerente, sem fazer a história perder o foco principal. É simplesmente magnífico.
Como podemos ver na sinopse, Insônia conta a história de Ralph Roberts. Um coroa recém-viúvo do Maine, que passa a sofrer de insônia devido a essa tragédia.
"Tornara a sentar, esperando o próximo arquejo, querendo se certificar de que o respirador não ia entortar de novo, mas não houve o próximo arquejo...Lembrou-se de aguardar enquanto os minutos passavam – um, depois três, depois seis - , incapaz de acreditar que todos aqueles anos bons e momentos bons (para não mencionar os poucos maus)tinham findado dessa maneira inexpressiva e silenciosa.... Mas antes que o locutor pudesse terminar de descrever como seria o primeiro dia de viuvez de Ralph Roberts, aquele palavrório todo sobre clarear, esfriar e mudar vento para nordeste, ele finalmente compreendeu. O relógio parara de tiquetaquear, o trem chegara, a luta de boxe findara. Todas as metáforas tinham desmoronado, deixando apenas a mulher no quarto, enfim muda. Ralph começou a chorar. Ainda chorando, fora aos tropeços até o canto e desligara o rádio. Lembrou-se do verão em que tinham feito um curso de pintura a dedo e da noite em que terminaram pintando com os dedos o corpo nu um do outro. Essa lembrança o fez chorar ainda mais forte. Chegou até a janela e encostou a cabeça na vidraça fria e chorou. Naquele primeiro minuto terrível de compreensão, só tivera uma vontade: morrer também."
Sem filhos, Ralph agora vive sua vida com os coroas de seu bairro jogando maratonas de xadrez, visitando a biblioteca e colocando sua dispensa em dia com seus enlatados e sopões.
Após quase três meses dormindo cerca de duas a três horas por noite, Ralph passa a ver coisas estranhas, cores em torno de tudo e de todos, que definem suas emoções, sua saúde e pensamentos...
Ralph começa a imaginar que está enlouquecendo.
Contudo, em meio a essa “insanidade causada pela insônia”, conhecemos os amigos de Ralph, temos vislumbres de sua falecida esposa, e vemos uma nova história de amor acontecer.
"- Então? –Ela perguntou com um vestígio de sorriso. – Você vai falar comigo ou vai ficar só me olhando?Ralph, normalmente um homem cauteloso, disse irrefletidamente a primeira coisa que lhe passou pela cabeça.-O que gostaria mesmo de fazer era lamber você como sorvete.O sorriso de Lois aprofundou-se o suficiente para formar covinhas nos cantos da boca.Talvez mais tarde a gente confira qual é o tamanho da sua fome de sorvete, Ralph. Mas, por enquanto, me diga porque me trouxe aqui. E não vai me dizer que não sabe, porque eu acho que sabe."
Mas como nem tudo são flores, ainda mais se falando de uma história de Stephen King, também vemos Ralph descobrir como usar esse “dom” de maneira muito objetiva, pois a final de contas, não foi à toa que Ralph passou por isso tudo. Foi com um objetivo. Objetivo esse que se der errado poderia causar danos inimagináveis. Talvez até o fim do mundo.
"Encontraram uma sala de visita do outro lado, e o que viram ali Fez o estomago de Ralph se contrair de horror. Duas mulheres tinham sido encostadas contra a parede... As duas tinham sido mortas com tiros na cabeça, à queima-roupa; miolos, retalhos de escalpo e lascas de ossos espalhavam-se pelo papel de parede florido. Uma das mulheres estava grávida."
Insônia é considerado um prólogo da saga A Torre Negra do mesmo autor. No final do livro, além do desfecho emocionante, também podemos ver explicitamente a ligação entre os dois. A deixa para o primeiro livro da serie, intitulado O Pistoleiro.
Gostei muito do livro, o que não é novidade pra ninguém, e li Insônia como um “esquenta” para os próximos “montros” do mesmo autor que quero ler... It – Uma Obra Prima do Medo, com 1104 páginas e A Dança da Morte com 1248 páginas...
Que dê tudo certo, amém!
site:
http://www.viciadosemleitura.blog.br/2016/01/resenha-131-insonia-stephen-king.html