Mar morto

Mar morto Jorge Amado




Resenhas - Mar Morto


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Lora_Bee 19/05/2024

O marinheiro e a Rainha do Mar
Livro bem bonito. Os livros mais tristes do Jorge Amado são difíceis de ler, mas tem um lirismo sem igual, que fica em você depois que a leitura acaba. Terras do Sem Fim é parecido com esse, mas conta histórias da Terra, esse fala de histórias do mar. É sobre a vida e as dificuldades daqueles sujeitos que batalham, vivem e tentam amar nos portos. Como qualquer outra história, Jorge Amado dá dignidade pra esses sujeitos, independente de como suas vidas sejam. Bem linda a história.
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Mateus 15/05/2024

Os filhos prediletos de Iemanjá
Como diria Maria Bethânia ?Quando eu morrer, voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar?.

Esse livro do Jorge Amado é uma ode ao mar, sinto que o mar é o principal protagonista de toda história, juntamente com Iemanjá, dona janaína, Inaê, Princesa de aiocá, dona Maria, são vários nomes para a mesma divindade sagrada do candomblé baiano, nessa história encontramos aspectos interessantes do sincretismo religioso, a transformação de datas em datas católicas para obter maior aceitação da população recém convertida ao catolicismo.

A trama novelesca nos transporta para os portos da Bahia, onde o mar pode significar vida e alimento, mas as vezes transforma-se em morte certa durante as tormentas, acompanharemos a história de Guma (Gumercindo) em busca de crescimento na vida, conheceremos diversos personagens importantes, colegas de trabalho, sua mãe forte e pujante, os ritos e mitos da bahia de todos os santos e do mar de dona janaína, conheceremos o amor por meio de Livia.

Acredito que esse livro foi uma belíssima homenagem do Jorge amado ao povo de santo amaro, o povo mesmo, não apenas os cidadãos da cidade alta, mas aqui falo do povo que acorda cedo e luta contra o mar para buscar seus alimentos, que bebe água ardente para curar as dores do coração, que canta cantiga bonita quando fica aflito, que usa a água do mar para banhar as feridas, quando falo povo, é deles que falo.

Foi meu primeiro contato com esse autor, eu busquei uma leitura que me lembre o Brasil real, que tenha cheiro de vida e de mar, coisa que lembre onde moro (litoral) e o Nordeste que vivo, acredito que aqui encontrei um local imaginário, talvez até onírico onde as coisas são possíveis, o mar é vivo, e o amor é forte e resistente igual as pessoas dessa praia.

- Os homens da beira do cais só têm uma estrada na sua vida: a estrada do mar. Por ela entram, que seu destino é esse. O mar é o dono de todos eles. Do mar vem toda a alegria e toda a tristeza porque o mar é mistério que nem os marinheiros mais velhos entendem. Quem já decifrou o mistério do mar? Do mar vem a música, vem o amor e vem a morte. E não é sobre o mar que a lua é mais bela? O mar é instável. Como ele é a vida dos homens.
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carlosmanoelt 13/05/2024

?O mar é mistério que nem os velhos marinheiros entendem.?
?O mar é dono de todos eles. Do mar vem toda a alegria e toda a tristeza porque o mar é mistério que nem os marinheiros mais velhos entendem, que nem entendem aqueles antigos mestres de saveiro que não viajam mais, e, apenas, remendam velas e contam histórias. Quem já decifrou o mistério do mar? Do mar vem a música, vem o amor e vem a morte.?

A obra amadiana Mar Morto, publicada em 1936, embala o leitor a um universo marítimo e mítico, instaurado pela voz do narrador e nas ações dos personagens. Universo dialético entre as explicações místicas e míticas (representadas pela simbologia e imagem do mar e de Iemanjá) e a racionalidade da realidade trágica, ambos calcados nos fatos sociais e nas histórias do povo da beira do cais da Bahia. A narrativa ultrapassa as fronteiras físicas do cais, e não obstante, alcança as fronteiras de um cais universal, cujo limites, dores e prazeres do homem são revelados e questionados. Fronteira perigosa entre o mítico e o trágico; entre vida e morte.

Contar as histórias de vida e morte no mar dos homens e mulheres que vivem na beira do cais da Bahia é a pretensão explícita da narrativa. Histórias de resistência dos mestres de saveiros, dos pescadores, de suas famílias pobres que tanto temem, quanto amam o mar. Sentimentos agudos e distintos ligados a um eixo comum: a dependência comum do trabalho no mar e a certeza do naufrágio nas águas de Iemanjá - sentimentos que tornam-se matéria prima para Jorge Amado mergulhar na linguagem poética. É a partir da amplitude significante da imagem poética do mar associada ao mito de Iemanjá, que as representações literárias desse signo são construídas ao longo da narrativa. E é essa mesma construção mítica que aos poucos revela o elemento trágico - a morte no mar, bem como suas consequências para os homens que moram no entorno e dependem dele. Sendo assim, o elemento mítico no romance é intrínseco a uma situação histórica e social da época.

A decisão para qual lado o homem irá cursar seu destino parece pertencer à natureza, visto na representação literária do mar. A natureza misteriosa revelada por meio de ritmo e linguagem poéticos não se apresenta apenas como cenário de romance, mas muitas vezes determinante das ações de personagens repletos de vitalidade. Natureza poética que consegue aproximar-se do discurso realista de alcance social, identificável com a condição de miséria e exploração dos trabalhadores do cais, e estritamente inspirado também na valorização da cultura e dos homens e mulheres do mar da Bahia na década de 30.

A linguagem em Mar Morto foi trabalhada num viés político. A união da oralidade e linguagem poética demonstra que a poesia também está na realidade do povo pobre que vive na beira do mar. A simplicidade e a beleza enriquecem esse universo marítimo tão sofrível. O verso ?É doce morrer no mar? exemplifica a condensação de imagem e ainda remete ao elemento trágico e mítico que a morte no mar representa para a comunidade de pescadores. Como uma ?Iemanjá da literatura?, o mestre Jorge Amado sabe ser sedutor com as palavras, encantando e fazendo refletir com uma história que, na realidade, ainda está muito perto de nós. Uma história de resistência e de crenças de quem, a despeito de dormir e acordar no mar, ainda continua à margem.

Sim, ?É doce morrer no mar? quando a vida tem muito de amargor.
BiolaBlues 17/05/2024minha estante
Ótima resenha.


carlosmanoelt 18/05/2024minha estante
obrigado :)




Maria10525 09/05/2024

O mar morto
Diria que é um livro meio difícil de ler mas e uma boa leitura não demorei muito pra ler e também achei meio profunda a história não esperava o final e o começo e meio confuso ... Um livro brasileiro passando na Bahia no cais sobre os homens do mar , filhos do mar e Iemanjá
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Cicero 06/05/2024

"...porque o mar é mistério que nem os marinheiros mais velhos entendem."
Uma leitura envolvente, que te faz se sentir parte da vida no cais, abraçando cada personagem, proseando com eles, indo no Farol tomar umas com os saveiristas, que até nos faz sentir aquele cheiro de maresia misutrado com mar de peixe fresco. Obrigado e parabéns por essa obra Jorge Amado.
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mica 25/04/2024

Depois de capitães da areia, esse é o meu livro favorito de Jorge. sempre quando tô aperreada lembro q o meu destino já tá feito, as vezes preciso só descansar
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Maria 17/04/2024

é doce morrer no mar
Eu acredito naquela história de que a gente encontra o livro certo na hora certa. eu já tentei ler jorge amado outras vezes mas parecia que não andava. no vai e vem da vida, que muito se assemelha as ondas do mar, encontrei jorge outra vez e agora tudo faz sentido. é doce se encontrar. destino é coisa feita, ninguém pode desmanchar.
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Zattinha0 13/04/2024

Ando sentindo saudades do mar, sobretudo de Yemanjá.
Como é difícil ler sobre o Amor, ainda que seja nos braços da Bahia.

Recentemente me apaixonei pelo Brasil. Descobri tardiamente que há um mundo de beleza por nossas bandas e que a desvalorização de nossa cultura é uma doença crônica que nos atinge ainda quando criancinhas. Bom, "antes tarde do que nunca".

Jorge me traz muito disso: da beleza do nosso povo, da nossa cultura, de nossas paisagens. Ele traz visibilidade para causas que muitas vezes são esquecidas, histórias que lidam com minorias e que mostram que, apesar dos pesares, a vida ainda pode ser bela. Ainda bem que há quem conte os detalhes desse mundo, os detalhes do Brasil.

Existem milhares de temas que decorrem ao longo do livro, mas eu gostaria de registrar dois deles aqui, a Religião do Cais e o Amor.

Para quem não sabe, o auge da minha espiritualidade se deu em um centro de Umbanda, do qual minha mãe frequentava. A religião de matriz africana, que com a Bahia tem tudo a ver, foi quem me trouxe meus momentos mais íntimos com meu próprio Deus. Infelizmente, essa parte de mim minguou, e atualmente resta pouco da minha espiritualidade, creio eu que por culpa dos homens e do desencanto que é amadurecer. Ainda assim, as vezes que me emocionei nesse livro, umas cinco, tinham relação com uma saudade de me sentir como os marinheiros se sentiam em Mar Morto. Há uma beleza naquela religião que era muito distante da que eu vivi. Havia liberdade, havia espaço e havia compreensão. A espiritualidade deles era mundana e alcançável, e eu realmente aprecio isso.

Sobre o Amor, esse foi meu ponto fraco. Me deixou dois meses com o livro parado, porque esse é um tópico dolorido no momento em que estou escrevendo. Apesar disso, é lindo ver como o Amor se apresenta de várias formas e, mesmo que faça sofrer como a Lívia sofria, Ele ainda proporciona a graça da vida. Histórias de amor nem sempre são bonitas ou como a gente gostaria, mas há muita força nelas. Talvez essa seja a única certeza que tenho sobre esse Salafrário, ando mudando muito meus pensamentos sobre Ele. Inclusive, amo que o autor não esconde Suas sujeiras, Jorge o retrata como Ele é, e todo seu poder destrutivo. Dito isso, meu capítulo favorito foi Água Mansa.
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Viní 13/04/2024

Ótimo livro, com uma boa construção do romance em primeiro plano e a natureza/religião logo em segundo plano, que influenciam diretamente no desenvolvimento do livro. Não gostei das repetições de informações que o livro traz, não achei necessário.
Com amor e ódio do personagem principal ?Guma?, o que fez eu ficar bem surpreso e impactado com o final do livro.
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Hannah.Guedes 08/04/2024

Que livro SENSACINAL. Obrigada, Jorge Amado.


Obs.: Não lembrava que a novela Porto dos Milagres tinha usado a obra como inspiração. Mas lembro de assistir a novela criança e foi legal reconhecer algumas coisas.


?Mas pra os olhos de Lívia as água estão paradas e são cor de chumbo. É como se o mar tivesse morrido (?).?
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Miocna 29/03/2024

A história de um marítimo
Nunca havia lido Jorge Amado e me peguei lendo este livro que foi sugestão do vestibular e não me arrependi.
Conta a história de Guma, um marítimo, dono de um saveiro, que faz entregas de produtos. Na história ele fica dividido entre o amor ao mar e o amor de uma mulher, Livia. No pano de fundo dessa história de amor, os acontecimentos na vida das pessoas da beira do cais: fome, desespero, acidentes com os saveiros, mortes, nascimentos, canções, espiritualidade. Tudo muito bem colocado na narrativa.
Confesso que no começo do livro eu achei um pouco chato porque queria logo ir para a história do casal. Entretanto, fui me afeiçoando às narrativas de espiritualidade e dos outros personagens e o fim desse livro eu achei espetacular. Recomendo a leitura.
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