Primeiras estórias

Primeiras estórias João Guimarães Rosa




Resenhas - Primeiras Estórias


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Guilherme 22/08/2020

Foi uma leitura demorada e que empurrei com a barriga. Nem sempre estamos com paciência para essa linguagem de Rosa, haja paciência. Há contos lindíssimos e outros... difííííceis.
Nem todos os contos possuem o elemento mágico do autor. Quando acontece, pouco importa, estamos enamorados da escrita. Mas se isso não acontece, se a história não cativa, a leitura torna-se dolorosa.
Nas páginas de Primeiras Estórias há diamantes na lama.
Essa é minha experiência pessoal.
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Luiz993 27/07/2022

O melhor e o pior de Guimarães
A obra reúne 21 contos de Guimarães Rosa. Não se enveredam por esplêndidas facetas literárias em rompantes de genialidade; os contos não explodem em grandes mistérios com desfechos magníficos, não. São até simples, mas mesmo na simplicidade, Guimarães é diferenciado.
Até o momento em minha leitura rosiana é o livro mais fraco, porém aquele que me deu de seus melhores personagens, a genial Brejeirinha no conto "Partida do Audaz Navegante". Não é superestimar a concepção de um gênio na figura de uma criança simples. Crianças, de maneira geral são sensíveis às emoções, e essa Brejeirinha foi sensacional em suas maluquices de contação de histórias, que, de uma delas promoveu a união de um casal que não via um palmo à frente do nariz para perceber o que a vida sempre se esmera em dar condições que aconteça: o amor. Foi genial.
Tiago 13/08/2022minha estante
Com dizer que não há grandes mistérios e que os contos são simples diante de A Terceira Margem do Rio? A Menina de Lá também é mistério puro.


Luiz993 21/09/2022minha estante
A tão polêmica "A Terceira Margem do Rio" tem um enredo elementar, previsível, ao meu ver. Para mim é claríssimo. "A Menina de Lá" é uma fofura, parece sinistro, mas é simples como uma ida à venda da esquina comprar um doce. Não são mistérios construídos ao longo da obra numa apoteose de sua elucidação como em outras obras, não.
Mas são percepções, ninguém é igual a ninguém. Para mim, esta é a obra mais simplória do gênio.




Lucas1429 02/04/2020

A sutileza dos instantes
Primeiras estórias é um bom livro para se introduzir e se acostumar com a distinta, única e diversa linguagem da escrita de Guimarães Rosa.

O livro tem um prefácio interessantissimo e profundo escrito por Paulo Ronai, sobre a obra do autor e, em específico, os contos presentes nesta.

Os contos passeiam por temas e formatos, dos mais reflexivos, a bem humorados e até estritamente filosóficos. O ambiente é sempre o sertão mineiro. Os personagens são interessantes. Os contos envolvendo crianças detém ainda um toque mágico especial de inteligência do autor que é maravilhoso.

Vale muito a leitura.
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Victor.mcrv 28/02/2020

Gostoso
Livro gostoso de se ler, mas não fácil, Guimarães tem um jeito único e peculiar de escrever, onde inventa palavras ou as escreve da maneira que o sertanejo fala, as estórias que ele escreve, os temas e os desfechos das mesmas fazem com que seja um livro tão bom de se ler.
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gabriel 23/10/2020

Estilo peculiar de escrita

Guimarães Rosa escreve de um jeito único, e o livro transpira este estilo próprio. É quase como ler um livro em outra língua, não mais o português. É algo que se aproximaria a uma "poesia em forma de prosa". É uma linguagem confusa mas fascinante ao mesmo tempo.

Temos aqui alguns contos do autor, e eu acho que eles variam muito em qualidade e estilo. Algumas histórias são fantásticas, outras enigmáticas, já outras são tão confusas que você termina sem entender nada. É uma leitura desafiadora, mas agradável se você compra a ideia do autor. O problema é até que ponto você está disposto a comprar este estilo...

Tal como um disco de uma banda qualquer, aqui temos os "fillers", que são os contos mais genéricos que soam mais como um exercício gratuito do estilo do autor. Outros já são muito bons e conseguem envolver o leitor na sua proposta. Destaco os contos "O Espelho", "A Terceira Margem do Rio" e a "Partida do Audaz Navegante", que são alguns dos melhores do livro. "Nenhum, nenhuma" é enigmático ao ponto quase do ininteligível. O "Nada e Nossa Condição" eu acho que ele pesou a mão, a linguagem está excessivamente confusa e exagerada.

É claro que a proposta é totalmente outra, o autor aqui quer reinventar a linguagem e utilizá-la de uma maneira altamente inovadora. É uma proposta radical, interessante, mas a real é que é simplesmente muito confusa e até chata em alguns momentos. Ele mais investe nas invencionices da própria linguagem e outros malabarismos linguísticos, do que na força poética das próprias coisas. É válido, mas não sei se sempre funciona... é, então, uma linguagem altamente experimental.

A impressão que me dá é que Guimarães é um cara sem humor. Ele só quer fazer poesia das suas histórias, enxergar um lado "maravilhoso" (digamos) das coisas (e, para isso, produzindo seus efeitos de linguagem), mas o fato é que a leitura é quase desprovida de qualquer senso de humor. Essa é a impressão que fica. Tudo no final soa muito sério, para uma linguagem tão inventiva e lúdica. Não que não haja histórias divertidas aqui, mas elas são a exceção à regra.

Outra impressão é de que Guimarães, no radicalismo da sua proposta, pesa um pouco demais a mão. Poderia ser um pouco mais leve. Não precisava ser tão confuso toda hora. Às vezes a leitura simplesmente não flui. E, muitas vezes, a linguagem fica entre você e as coisas relatadas. Fica uma barreira.

Mesmo assim, é uma ótima leitura, e sou super favorável à literatura de Guimarães Rosa. É um bom preâmbulo aí para encarar a sua grande obra-prima, que é o Grande Sertão: Veredas (livro pouco lido, mas sempre muito comentado). Eu só seria desonesto comigo mesmo se dissesse que gostei muito do que li. Em alguns momentos, simplesmente bocejei ou fechei o livro. Mas é uma escrita muito inventiva e criativa, que vale ser checada.
Guilherme Amin 01/07/2023minha estante
Excelente resenha! Inclusive me identifiquei.


gabriel 02/07/2023minha estante
Obrigado!




Ronaldo Thomé 25/06/2019

Não Deu
Essa resenha terá um tom mais pessoal e mais opinativo que as demais que faço.
Não é meu primeiro contato com a obra de Guimarães Rosa; foi Sagarana, quando eu tinha 16 anos. Já naquela época, fiquei espantado com a qualidade de seu texto em relação ao trabalho linguístico. No entanto, algo me incomodava: as histórias dos textos me pareciam muito simples, sem grandes detalhes. Sem contar que o texto em si já dá uma barreira com seu vocabulário peculiar. O tempo passou; hoje, após muitos anos, resolvi reencarar o desafio de ler Guimarães Rosa, por meio deste seu livro de contos iniciais, que já estava na estante há alguns anos. Infelizmente, a sensação permanece. Não é de modo algum um livro ruim: apenas não parece o tipo de livro que eu gosto. Há contos maravilhosos, como "A Menina de Lá", "O Espelho" e A Terceira Margem do Rio", os três entre meus favoritos. Mas o restante não funcionou para mim. Alguns dos contos são muito simplórios, outros, simplesmente parecem não fluir devido ao desafio da escrita. Posso dar uma futura segunda chance, mas talvez Guimarães Rosa não seja mesmo um autor de quem goste.

Neste caso, não me sinto apto para dar uma nota ao livro; prefiro deixar que os que lerem este texto conheçam o livro e criem uma opinião.
Marlo R. R. López 09/07/2019minha estante
Te entendo. É um livro difícil, mesmo. Esses três contos que você citou também são alguns dos meus favoritos. Alguns contos, infelizmente, eu li três páginas e entendi uma linha, se tanto.


gabriel 23/10/2020minha estante
Engraçado. Eu li também Guimarães na juventude (e o mesmo "Primeiras Estórias" aqui) e virei fã de carteirinha, simplesmente cai de cabeça neste estilo "maluco" do autor. Acho que era uma época em que eu estava muito mais aberto às inovações. Li mais velho recentemente e gostei bem menos, ainda que ainda reconheça as inúmeras qualidades literárias da obra. O problema é que a experiência nos faz perceber com mais clareza as "malandragens" do autor, o que antes era uma criatividade poética pura vira só um maneirismo linguístico muitas vezes gratuito e até forçado. O tempo nos torna céticos e amargos... ou simplesmente menos sensíveis, talvez.




Ana Aymoré 22/02/2019

Um mundo de belezas várias
Guimarães Rosa merece, sempre, estar no topo de qualquer lista. Mereceria estar no topo desta, sem dúvida. Mas tenho bons motivos para inverter um pouquinho a ordem da retrospectiva (que, de todo modo, não pretende ser uma ordem exata, mas uma rememoração de todos os livros que marcaram meu ano de lindezas várias), e escrever hoje [no dia de Natal] sobre ele.
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Em primeiro lugar, porque é um livro que, através de contos curtos, escritos naquele diapasão poético inimitável de Rosa, fala principalmente de amor e de esperança. Dos momentos em que, mesmo quando "Tudo se amaciava na tristeza", quando o mundo "trevava", um ponto de luz acaba por surgir para guiar, como estrela de Belém, ainda que minúsculo e aparentemente insignificante: "[...] vindo mesmo da mata, o primeiro vagalume. Sim [...], era lindo! - tão pequenino no ar, um instante só, alto, distante, indo-se. Era, outra vez em quando, a Alegria." Alegria que precisamos e merecemos viver, num dia como esse, com quem amamos, com quem nos respeita pelo que somos, e apesar de tanto ódio ao redor.
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Segundo porque, de forma ainda mais explícita do que em seus escritos anteriores (sim! ao contrário do que se possa imaginar, Primeiras estórias é uma obra da maturidade de Rosa, de 1962), suas personagens trazem, quase todas, as auras de profeta, santo/a, mártir e de benfazeja demência que marcam a passagem histórica de Cristo no mundo. São crianças, velhos, loucos, bruxas, extraterrestres, solitários - seres à margem da ordem social, ligados através dos fios das narrativas pela bondade, pela compaixão, pela infinita sabedoria.
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Finalmente, porque a beleza do mundo de Rosa encontra-se aqui, frequentemente, com o que, para mim, comporta a maior beleza desse nosso mundo. Como já observara Graciliano, Rosa era um apaixonado animalista, e os bichos, em Primeiras estórias, são frequentemente esses pontos de convergência, de (re)encontro e de catarse. Eles parecem estar, sempre, num grau mais elevado que o nosso, figurando, como os bichos do presépio, mais próximos da essência divina.
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Feliz Natal!
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Futebol07 11/04/2024

Bom ??
Tem algums contos legalzinhos, mas nada de muito interessante. Minha crônica favorita é a da menina de lá pq foi um dos únicos que realmente me fez querer saber o final.
Enfim um livro bem normal mesmo ?
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Ana 26/12/2022

Que obra-prima da literatura!! A forma com que Guimarães Rosa faz o uso do português é fantástica. Eu amei ?A terceira margem do rio?, que conto maravilhoso! Dá vontade de reler várias vezes de tão precioso.
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Elvis Gomes 31/01/2021

Crianças e loucos: um mundo onde se era permitido ser
o meu primeiro contato com Guimarães Rosa foi: 20 dias pra ler 200 páginas. a experiência de ler esse cara é de uma leitura à parte. uma leitura em que você precisa diminuir o ritmo, se permitir dar uma saída do globo girando muito rápido e estar ali no que tá sendo dito. é praticamente ler em outra língua, porque é mais experienciar do que entender em si, as palavras tão sempre dizendo mais do que os puros acontecimentos, tem algo ali de uma essência da vida que tá pedindo pra ser tocada, mas cê precisa tá disposto a se desconectar por um tempinho pra chegar a isso.
*
gosto desse livro porque seus protagonistas não são os neuróticos de sempre que a leitura contemporânea nos faz simpatizar. rosa traz crianças e loucos na maioria das vezes. crianças como a beleza de quem descobre o mundo, os loucos como aqueles que redescobrem. uma visão de mundo que se perdeu, de uma época onde as crianças podiam ser, ao invés de vir a ser (os projetos de adultos de hoje), assim como aos loucos era permitido compartilhar e vivenciar sua outra experiência de mundo. além disso, a natureza cerca tudo. em um dos contos, a protagonista é uma vaca. simples assim. em outro, um louco se pendura numa mangueira. mais um: quando uma criança deprimida com a mãe doente consegue extrair um pouco de beleza na vida ao observar, todo dia de manhã cedinho, um tucano numa árvore.
*
esse livro me fala de uma época de mais esperança (que serve, assim, para ressuscitar um pouco dela hoje, mesmo que seja assustadoramente difícil).
raphaela.campano 28/04/2022minha estante
foda


raphaela.campano 28/04/2022minha estante
concordo muito




Ulisses 04/09/2013

Informações básicas sobre o livro
Livro de contos que já traz algumas nuances da excepcional literatura de Rosa. A obra é composta de 21 contos que se inter-relacionam e se complementam.

1. As margens da alegria
2. Famigerado
3. Sorôco, sua mãe, sua filha
4. A menina de lá
5. Os irmãos Dagobé
6. A terceira margem do rio
7. Pirlimpsiquice
8. Nenhum, nenhuma
9. Fatalidade
10. Sequência
11. O espelho
12. Nada e a nossa condição
13. O cavalo que bebia
14. Um moço muito branco
15. Luas-de-mel
16. A partida do audaz navegante
17. A benfazeja
18. Darandina
19. Substância
20. Tarantão, meu patrão
21. Os cimos

lispector 10/02/2019minha estante
Por mais comentários assim,com os contos




22/09/2009

Tem um conto que é uma poesia!
Leia para descubrir a terceira margem do rio e a maneira mais singela de falar do medo, do desconhecido, do falível...
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