Resenhas - O Festim dos Corvos

Nathi 05/06/2015

Equilibrado
O quarto livro da série Crônicas do Gelo e Fogo, Festim dos Corvos (George R. R. Martin) conta os acontecimentos do Sul de Westeros e da cidade de Dorne, onde está a princesa Myrcella.

Depois do bombástico A Tormenta de Espadas, aqui o ritmo desacelera. Mas não de um jeito chato. Muita coisa interessante acontece. Achei o enredo bem equilibrado, nem muita ação, mas não monótono.

Começando por Brienne e Jaime. Gostei muito dos capítulos deles. Podemos ver outro lado de Jaime nesse livro, e porque é um regicida. Vemos que na verdade ele é por vezes injustiçado, e claro, sinistro, por amar a irmã de um jeito não peculiar.

Cercei é uma vadia maldosa. Porém faz tudo pelos filhos. O cerco se fechando em Porto Real a deixa encurralada e os Tyrell, do Jardim de Cima, se aproveitam.

Arya está em Bravos, aprendendo novas habilidades e tentando sobreviver. Sua irmã Sansa, foi levada por Mindinho, que tem grandes intenções com a moça.

Dorne, mantendo a princesa Myrcella, quer seu espaço em Westeros, já que a menina seria a seguinte na ordem de sucessão.

Os capítulos que mais gostei foram os de Sansa, estou muito na expectativa do que vai acontecer com ela e Mindinho. Acho que ela é a grande saída para os Starks.

Quanto ao livro, a narrativa está envolvente e gostosa de ler como de todos os outros livros. Esse quarto livro acredito que seja apenas para colocar os pingos nos i's, ou seja, são os detalhes da história, nada de realmente novo. Claro, George poderia ter colocado esses detalhes em menos páginas, mas acho que o número de páginas é para compensar o quanto demora para sair os livros novos.

Senti falta de Tyrion, pois queria muito saber o que se sucedeu com ele, mas ficará para o próximo volume. Os Starks estão fracos, os Lannister andando sobre fogo... Quem será que ganhará esse trono?

site: feitico-literario.blogspot.com

Jessica.Agustuni 15/08/2018

Regular
Ficou difícil ler o livro sem Tyrion, Jon, e os demais. É uma leitura cansativa por causa da riqueza dos detalhes, mas no meio do livro as coisas ficam mais interessantes.

Mariana113 22/08/2020

Maravilhoso!
Acho que foi meu livro preferido até o momento, por ser um pouco mais sensível e poético, e por apresentar novos cenários e mortes que não podem ser encontrados na série. Eu me surpreendi quando achei que não teriam mais mortes capazes de me pegar de surpresa e de me doer, adorei acompanhar alguns personagens e descobrir novas facetas destes, fora que achei muito interessante o desenrolar totalmente diferente do que acompanhei na série, me vi pirando fazendo as ligações e entendendo os contextos e relações, explodiu minha cabeça!

Bart 15/05/2018

Excelente!!
Tão bom quanto os demais livros predecessores, como o próprio autor, "disse, esse livro e o 5º "a dança dos dragões "acontecem ao mesmo tempo e são ligações direta do 3º livro! Nesse livro fica mais evidente coisas que não foram p/seriado:
O enterro de Lord Tywin foi punk, Loras todo queimado entre a vida e a morte, a história de Brienne ( uma das melhores personagens) sem contar que ela perdeu toda a bochecha direita prq Cão de Caça arrancou com os dentes, Sam encontrou Arya sem saber que era ela, qnd ela vendia mariscos para se tornar Ninguém, no casamento vermelho foram mortos Rob, a mãe e o lobo, a esposa dele está viva e grávida com os Freys, Sansa Stark = Alayne Stone, Cersei tem uma filha bastarda de 11 anos...não lembro dessas coisas no seriado!! Kkkkkkkkkkkkkk
Todos os livros são excelentes!!

Rayhan Chamoun 01/05/2020

Valar morghulis...
Se você chegou até aqui na saga, não preciso comentar o tanto de coisas que faz ¨As Crônicas de Gelo e Fogo¨ ser o que é, e por que é uma série de fantasia maravilhosa, ainda assim, hei de discutir alguns pontos que muita gente comentou e que eu discordo, bora lá!

Primeiramente, irei falar da edição, a LeYa fez um excelente trabalho na tradução da série, e o apêndice também é de extrema utilidade, PORÉM, percorrer cinco tijolos com o MESMO mapa que é retratado na Guerra dos Tronos é, no mínimo, um incômodo. Por quê? Meu caro leitor(a), se você leu, ou se está para ler a série, pode perceber facilmente que a história de cada um dos personagens se passam muito longe umas das outras.

À medida em que a série avança, os personagens cada vez mais se afastam no decorrer da trama, e durante boa parte dos livros também acompanhamos suas viagens. Acontece que, em ¨O Festim dos Corvos¨, acompanhamos muitos dos personagens em viagens por lugares não tão relevantes, mas o o bendito mapa não dá qualquer indicação de locais menores, como vilarejos, estalagens, etc. Ou seja, passei metade do livro sem saber onde a Brienne estava, muito menos os personagens das Ilhas de Ferro, o que me desagradou. Minha recomendação é procurar por mapas na internet de outros artistas, pois terão mais utilidade.

Agora falemos um pouco sobre o livro em si, o que me fez dar cinco estrelas para esta obra foi o fato de que, mesmo no quarto livro, George R. R. Martin expande o cenário, evolui os personagens e apresenta as situações mais diversas para eles de forma inovadora e cativante, só fazendo-nos criar mais laços com cada um dos andarilhos, meu destaque vai para o Prólogo e o desenvolvimento de Dorne com suas respectivas personagens.

¨O Festim dos Corvos¨ é aquele livro que foi menosprezado com o argumento de que ¨A proposta de mortalidade dos personagens principais não é cumprida¨, coisa que eu discordo. As pessoas se esquecem de que ¨As Crônicas de Gelo e Fogo¨ é uma série de fantasia, e dada as previsões e a própria quantidade de livros a serem lançados, não faz-se necessário matar metade do elenco em um livro que desenvolve este de um modo tão poético, fazendo jus ao título mais intrigante e literário da série.

Um prato cheio para os fãs de fantasia, e um verdadeiro banquete para aqueles que querem saber mais sobre os outros personagens e que podem ser tão cativantes quanto aqueles apresentados no começo da saga. Uma trama cheia de possibilidades, mas todos os caminhos soam perigosos, onde quer que se vá, há morte, e os corvos, bom, eles aproveitam.

site: https://www.instagram.com/rayhan_chamoun/

Pedro Agabê 21/05/2016

O livro das mulheres
Embora meu namorado já não aguente mais me ouvir falando sobre As Crônicas de Gelo e Fogo, não fiz resenha de nenhum dos livros anteriores dessa maravilhosa série, que se tornou um grande vício meu este ano. E, como O Festim dos Corvos é o livro mais crucificado do meu querido universo criado por George R.R. Martin, me senti no dever de publicar aqui minha opinião sobre ele, que, assim como Cristo (já que falei em cruzes), é muito injustiçado.

A Guerra dos Tronos apresenta um dos melhores personagens da série, Ned Stark, e é encantador pela maravilhosa jornada de Daenerys Targaryen e a introdução das reviravoltas que permearão todos os livros. A Fúria dos Reis é uma leitura muito válida por narrar uma visão extremamente verossímil das consequências de uma guerra, principalmente nos capítulos da Arya Stark, e é responsável por inserir a magia na série, apesar de contar com capítulos que poderiam ser melhorados ou descartados. A Tormenta de Espadas é disparado o meu favorito devido às intermináveis reviravoltas (inteligentíssimas) e oferece ao leitor um breve olhar no perigo que se esconde no Norte, um problema muito mais urgente do que a Guerra dos Cinco Reis. E o que diferencia o quarto livro dos demais?

O Festim dos Corvos é o livro das mulheres.

É incrível que, apesar da ausência da Mãe de Dragões (que mesmo não tendo uma história tão interessante quanto a do primeiro livro nos dois posteriores, prossegue como uma das personalidades mais peculiares da série), este seja o livro mais feminino até então. O autor sempre nos apresentou personagens femininas fortes, mas aqui elas são um grande destaque. Arya, Sansa, Cersei, Arianne, Asha e Brienne veem-se diante de situações extremamente desafiadoras e frequentemente são confrontadas por homens que desqualificam-nas. Os capítulos de Brienne, que são um grande motivo de reclamação entre os leitores, inacreditavelmente foram alguns dos meus preferidos (o capítulo no qual é narrada a aposta que os cavaleiros do acampamento de Renly fizeram por sua virgindade é inclusive um dos melhores do livro para mim). Talvez a jornada da personagem tenha me agradado tanto por eu ser gay e, logo, estar familiarizado com discussões sobre minorias, o que me faz ter grande empatia pelo desafio de gênero que ela vive por ser uma “cavaleira”. Talvez porque gosto de enredos de investigação/mistério, embora nós leitores saibamos que Brienne não está chegando a lugar algum (e que final angustiante a personagem tem). Talvez por ambas as razões.

Os personagens masculinos também não decepcionam. O misterioso Areo Hotah; o conflituoso Arys Oakheart; o já querido Samwell Tarly; Jaime, cada vez melhor, atormentado pelo atrito com Cersei e pela promessa feita a Catelyn, tramas cujas conclusões são geniais. Contudo, os destaques certamente são aqueles sem capítulo de ponto de vista: Euron Greyjoy, Doran Martell e Petyr Baelish, grandes jogadores dos tronos, principalmente os dois últimos, cujos planos de vingança são extremamente empolgantes.

No entanto, acho compreensível o descontentamento de algumas pessoas com o livro. Como se sabe, a trama foi dividida por região com A Dança dos Dragões, e em alguns momentos isso atrapalha no andamento da história, como quando recebemos a notícia da suposta morte de um personagem querido, ocorrida numa região cujo enredo não é coberto aqui e imagino como isso deve ter irritado profundamente os fãs na época de lançamento, que precisaram esperar seis anos para saber se tal morte de fato ocorreu (e, convenhamos, revelar algo assim sem antes narrar a forma como aconteceu é uma tremenda sacanagem). Além disso, alguns dos melhores personagens (Tyrion, Jon e Daenerys) estão ausentes aqui ou, no caso do nosso bastardo favorito, fazem uma breve aparição, mas como eu já vim preparado, eles não me fizeram falta.

Dos quatro livros que li até agora, eu diria que esse é o "menos melhor", porém, certamente tem uma história acima da média que merece ser contada. As trapalhadas de Cersei no pequeno conselho, achando-se inteligentíssima, são imperdíveis. A inclusão das tramas de Dorne e das Ilhas de Ferro não são nada invasivas e chegam até a ser tímidas. A escrita de Martin continua concisa e seus diálogos, maravilhosos (as comparações das personalidade dos personagens com os símbolos de suas casas são um ponto alto desde o primeiro livro). E o final para mim foi o mais intrigante de todos (não o melhor, não me entendam mal).

Agora que só me falta A Dança dos Dragões, já me junto aos fãs ansiosos por Os Ventos do Inverno. Mas George pode demorar o tempo que precisar se for para escrever um livro tão delicioso quanto esses quatro.

Gabriele 16/02/2022

O cerco está se fechando ...
No quarto livro das Crônicas de Gelo e Fogo, alguns personagens como Jon, Tyrion e Dany não aparecem, o que faz bastante falta, pois a narrativa está mais concentrada em Porto Real e Dorne. No entanto, somos apresentados a novos personagens de ponto de vista bem interessantes.
Além disso, nesse volume as maquinações e verdadeiras intenções de alguns personagens começam a se revelar o que choca o leitor ( algumas me deixaram bastante intrigada).
Este livro me trouxe várias supresas ainda mais por que o livro é bem diferente da série. A Senhora Coração de Pedra é uma grata supresa e a burrice da Cercei também kkk.
O volume é ótimo como de feitio de George R.R Martin, e espero que ele termine a saga embora as chances sejam escassas.Enfim, que venha o próximo livro.

Vitor 14/04/2014

Releitura após 7 anos:

Minha primeira leitura de O Festim dos Corvos não foi tão decepcionante como foi para muitos fãs da série, acredito que devido minhas expectativas estarem controladas. Hoje, relendo o quarto volume logo após terminar A Tormenta de Espadas, suas falhas ficaram bastante claras, apesar de ter ainda muito apreço pelo trabalho do Martin.

Inicialmente, o autor planejava fazer um salto temporal de vários anos entre o terceiro e quarto livros. Porém, alguns plots sofreriam com uma lacuna temporal tão grande. Ao desistir dessa ideia, e prosseguir com a história logo após as múltiplas reviravoltas de A Tormenta de espadas, o autor pecou na decisão de dividir o próximos livros geograficamente. Tanto o festim dos corvos quanto o dança dos dragões são muito mais longos do que precisavam ser, se demorando em personagens e plots que poderiam ter sido enxugados e unidos em um único livro consistente.

Diferente da opinião de muitos, não acho que a seleção de personagens seja um ponto fraco desse volume. Além de Cersei, Brienne, Arya, Sansa etc, temos ainda um trabalho mais aprofundado das casas Martell e Greyjoy, que possuem um papel muito importante no jogo dos tronos. Não há aqui mortes aos montes de personagens principais, mas há um acréscimo valioso às informações que já possuíamos. O Festim dos Corvos, ao se debruçar mais sobre os conflitos políticos da série, mostra novamente como as crônicas têm uma história incrivelmente intrincada e bem planejada.

O que dificulta o andar da carruagem é, justamente, a extensão do livro. Ele tem praticamente o mesmo tamanho dos dois primeiros volumes, e não consegue apresentar a mesma quantidade de história, ou o mesmo ritmo coeso. Pelo que me lembro, o mesmo acontece em Dança dos Dragões. Espero que no sexto volume o autor saiba focar no que realmente importa e dar andamento à historia que já tem tudo o que precisa para avançar.

BurnedbyLobster 03/01/2024

É um bom livro, mas acaba se tornando meio massante por causa de uma decisão narrativa que o martinho explica só no fim do livro. Só fui perceber o quanto a narrativa ser intercalada por vários personagens é algo necessário pra GoT nesse livro.

Douglas MCT 26/02/2015

As Crônicas de Gelo e Fogo: O Festim dos Corvos (ou: O Livro de Cersei)
Ao terminar o quarto livro, me pergunto porque ele foi tão massacrado pelos fãs, sendo este um livro TÃO bom?

Primeiro, imaginei que esses fãs se referissem a jornada de Brienne. Perdida, sem rumo, anda de um lado ao outro e não chega em lugar nenhum. A Donzela de Tarth busca por Sansa nos arredores do Tridente, mas sabemos que ela está no Vale. A obviedade nos leva a crer que a feiosa vai dar voltas e voltas até encontrar a ruivinha. Mas obviedade não faz parte da literatura segura de George R. R. Martin. Através de Brienne, o autor dá um desfecho com bom sabor de vingança para o restante dos Saltimbancos Sangrentos, a inspirada passagem pelos Murmúrios, Ilha Quieta, o mistério sobre o Cão de Caça, e ainda fecha com a aterrorizante participação da Senhora Coração de Pedra com seus enforcamentos aflitivos. O gancho ao final é insuportável. Teria a Donzela de Tarth sobrevivido a vingança cega da criatura que um dia foi Catelyn?

Segundo, imaginei que alguns ainda odiassem Sansa, agora Alayne Stone, no Ninho da Águia, com Mindinho, o chato Robin e toda aquela treta que se desenvolve sobre a morte de Lysa Arryn e os senhores do Vale. Mas é tão incrível como a raposa Baelish faz artimanhas para sair ganhando e como Alayne aprende a jogar o jogo da maneira mais improvável possível.

Terceiro, Jaime. Ele era odiável no primeiro livro, mas depois e gradualmente, se revelou um dos personagens mais ricos da saga e aqui, nesta quarta obra, ele brilha mais do que sua mão de ouro. Destaques para sua passagem por Darry e principalmente as consequências em Correrrio, onde ele prova seu valor, mais para si do que para os outros (e ele ter ligado o foda-se para Cersei no final é de se aplaudir).

Quarto, as poucas cenas em Dorne. Arianne Martell é uma personagem fortemente humana, tridimensional e interessante, e o núcleo de personagens (Garin, Estrela Negra etc) que a acompanha na arriscada missão com Myrcella, também não deixa nada a desejar. A cena dela aprisionada pelo pai, Doran (que no último capítulo dela no livro dá uma de Mestre dos Magos e não diz coisa com coisa, mas mostra uma relação com os Targaryen), é de uma riqueza ímpar. Ela e as Serpentes da Areia ainda tem muito o que render na trama. Posso compreender a fúria dos fãs aqui, por quererem mais (e tem muito pouco), mas isso jamais tira a qualidade da obra. Pelo contrário.

Quinto, Victarion e Euron. Os irmãos Greyjoy, o Deus Afogado, o rei dos piratas etc. A cultura desse povo é riquíssima, e inicialmente não entendemos onde Martin quer levar essa parte do enredo. Acredito eu que Vic e Euron ainda terão um grande papel a desempenhar contra Dany. Os personagens são muito interessantes e não ocupam tanto espaço assim, somente o suficiente -- por isso o mimimi aqui não se aplica.

Sexto, Cersei. Eu brinquei acima, falando que o livro é dela, porque é a personagem com mais capítulos. De todos após o terceiro livro, a Rainha é a que continua a jogar do jogo dos tronos e se revela a personagem com menos camadas de evolução. Desde criança, sempre foi mimada, nojenta e insuportável. Além das interessantes cenas dela com o novo Alto Septão (os Estrelas e as Espadas tem um conceito de "Cruzada" e os "Inquisidores" que é sensacional), a montagem do novo Conselho e de seus esforços pra derrubar Margaery, ainda somos presenteados com aquele flashback inspiradíssimo envolvendo Maggy, a Rã. O desfecho de Cersei neste quarto livro me alargou um sorriso de satisfação. Eu queria muito que ela se ferrasse e Martin sabe como agradar seus leitores (ainda que sacrifique outros tantos queridos pelo caminho).

Sétimo, Arya, ou a Gata dos Canais. Poucos capítulos, mas todos entre os melhores da série. Excepcionais. Arya, aliás, sempre protagoniza as melhores cenas dos livros. A Casa do Preto e do Branco, o homem gentil, as docas de Bravos etc. Arya segue evoluindo incrivelmente, na tentativa de se desprender de quem é, ao mesmo tempo que vive um conflito com sua vingança pessoal. E o cliffhanger motherfucker: deixá-la cega no final. Isso vai render.

Oitavo e último e não menos importante, Sam, Goiva, Aemon deixando uma herança de conhecimento, uma pontinha com Snow, outro crossover de Tarly com os filhos de Ned Stark, e aquele desfecho redondinho, onde Martin prova sua maestria que, ainda que tenha tomado a estranha decisão de dividir um livro em 2, não cronologicamente, mas por região, acaba amarrando bem ao colocar Sam de encontro a Marwyn, o Mago, e aos acólitos de Vilavelha. Lá está Pate, que na verdade é o Alquimista (do Prólogo) e que, sem sombra de dúvidas, é também Jaqen H´ghar, um dos Homens Sem Rostos de Bravos. Isso vai render ².

PS: Nymeria, a loba fugidia de Arya no livro 1, está causando bastante na região do Tridente. Sim. Isso vai render ².

O Festim dos Corvos conta uma história de consequências. A Tormenta de Espadas é, de longe, o melhor livro da série até agora (enquanto que A Fúria dos Reis é a mais fraquinha, mas nunca 'ruim'). Só que OFdC, na minha opinião, disputa bem o segundo lugar. A obra desenvolve o contexto pós-guerra e o impacto das ações passadas de alguns personagens de maneira muito rica e inspirada. Me estranha muito um leitor de Martin, a essa altura do campeonato, não perceber isso. É o estilo do autor, faz parte da construção de terreno pra o que virá depois. O livro tem grandes momentos e os últimos capítulos são tão impactantes, ou desesperadores, ou agonizantes quanto o final do primeiro ou terceiro livro, sem erro.

O Festim dos Corvos vale a pena. É um puta livro, ao contrário do que alguns são levados a acreditar ;)

Danielle.Rosa 30/08/2014

O mais fraco livro da série
Decepção. É essa a palavra que me veio para falar sobre O Festim dos Corvos, quarto livro d'As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin.

Mesmo a história se passando em Westeros, que é o meu local preferido e que contém os personagens mais desenvolvidos, todos os eventos são cansativos e sem-graça. Os "melhores" momentos da obra, se é que posso chamá-los assim, ocorrem perto do final do livro, dando a sensação de que Martin poderia nos ter poupado de tanta encheção de linguiça, seja diminuindo o número de páginas ou mesmo unindo este ao Dança dos Dragões (que, por não se passar em Westeros e pela decepção com o livro quatro, estou realmente sem vontade de ler). O livro é pedante e sem energia. Só é importante para sabermos as consequências de todas as confusões ocorridas ao final de Tormenta de Espadas.

Neste Festim dos Corvos, as mortes épicas deram lugar a pensamentos e comentários sexuais em praticamente todos os pontos de vista. Me pareceu que todos os personagens eram movidos a pensar e a viver apenas para o sexo, como que animais irracionais que copulam pela sobrevivência da espécie (só que em excesso). Vocês podem me dizer: "ah, sua careta, mas em todos os livros do Martin há comentários desse tipo". Respondo: nem todos; A Guerra dos Tronos, o primeiro livro, mal se lia algo assim. E nos outros dois anteriores, os comentários e pensamentos eróticos/sexistas eram medidos e por vezes necessários para dar realismo a determinados contextos ou estilo de vida/modos de pensar de alguns personagens. O que li em Festim dos Corvos foi um festival de piadinhas exageradas de cunho sexual, o que me pareceu também ser uma tentativa de compensar e dar mais "graça" a uma história tão fraca e sem emoção. A iniciação sexual de um personagem, digamos, "rejeitado" pela sua forma física, é de uma bizarrice que eu não sabia se ria ou se me enojava.

Os acontecimentos em Dorne, com Doran Martell, sua filha Aryanne e as filhas do saudoso Oberyn Martell, foram uma boa surpresa. Até chegar às Ilhas de Ferro, com os aborrecidos Greyjoy lutando pelo trono do igualmente aborrecido e falecido Balon Greyjoy. Nessas horas, só com leitura dinâmica para suportar.

Este quarto livro mereceria apenas 1 estrela. Mas lhe dei mais uma por conta do ponto-de-vista de Brienne de Tarth, minha personagem preferida até aqui, que continuou mostrando sua bravura, lealdade e coragem ao tentar encontrar as filhas de Catelyn Stark. E também pelo respeito que ainda irei manter, mesmo com este péssimo livro, pelas Crônicas de Gelo e Fogo, que não merecem ser reduzidas a um único livro que não deu certo.

Posso ter exagerado; avaliação literária é algo subjetivo. E também minha impressão pessimista pode ter sido consequência do ótimo Tormenta de Espadas, que para mim, é o melhor livro da série e um dos meus preferidos de muitas obras que já li. Mas temos que concordar que até mesmo o mestre George R. R. Martin pode pecar pela falta do que dizer.

Joylande 04/07/2016

OMFG
Que final espetacular
Este é o melhor livro da série: OK? OK.

Arcos incríveis: Arya e Sansa Stark, Cersei e Jaime Lannister e Ironborns.
Arcos medianos: Sam Tarly e Brienne Tarth.
Arcos ascendentes: Arianne e Doran Martell.

Se atentem ao prólogo e o último capítulo. Existe conexão.

Silvia 27/12/2015

Nossa! O quarto livro da série As Crônicas de Gelo e Fogo é tão enfadonho, e tão cansativo: que perdi a vontade de ler o quinto livro...

Raphael 27/04/2014

"Depois da tempestade vem a bonança"
Seria este provérbio-título útil para explicar o porquê de "O Festim dos Corvos" ter uma dinâmica diferente dos anteriores de "As Crônicas de Gelo e Fogo"? Pois sim, algo está diferente; e não se trata apenas da divisão geográfica gritante adotada por George R. R. Martin neste livro e no posterior. Há algo mais para explicar o motivo de muitas opiniões divergentes sobre o quarto livro da saga. Mas o que seria?

"O Festim dos Corvos" começa exatamente após "A Tormenta de Espadas", talvez esta seja a chave do enigma. Um ávido leitor, ao terminar o terceiro livro (que não restringe nem a sua última página das surpresas e reviravoltas), estranha a suposta "calmaria" encontrada no quarto. Estranha também o montante de novos personagens envolvidos na trama, a perspectiva política em primazia, a redução de clímax ao final de cada capítulo, a falta de batalhas épicas (não que sejam determinantes na qualidade de um livro, mas sim características da primeira trilogia de Martin). Soma-se a isso a ausência de Daenerys, Tyrion, Jon e outros personagens com destinos curiosos e até inexplicáveis; assim encontra-se a raiz das opiniões em contraste.

Mas o livro não é ruim, longe disso. O senso descritivo de Martin continua inigualável e as características psicológicas dos personagens se aprofundam cada vez mais, sendo Cersei Lannister a cereja do bolo. Os leitores que entenderam o verdadeiro objetivo da obra percebem que trata-se de um livro de recomeço, um preparo para o segundo ato de uma peça teatral, um novo "A Guerra dos Tronos".

Sendo focado nos arredores de Porto Real, "O Festim dos Corvos" explora o governo da rainha regente Cersei e seus embates com uma nova manifestação religiosa (além de sua rivalidade com uma outra rainha em ascensão); os Greyjoy em sua busca por um novo representante; Jaime em sua tentativa de tomar Correrrio; Arya em Bravos e outras tramas paralelas.

Deixando de lado a ideia da nova dinâmica, admite-se que o quarto livro possui mais desapontamentos se comparado aos anteriores, seja histórias e capítulos que poderiam ser suprimidos ou resumidos (como a cansativa busca de Brienne por Sansa), seja pelos novos personagens não serem tão interessantes (no momento) quanto o esperado, salvo Arianne Martell.

Para maior apreciação da obra, convém avaliar os capítulos dos personagens de ponto de vista. Então, aqui vai:
- Prólogo: infelizmente é o prólogo mais chato de todos os quatro livros, nem o protagonista salva.
- Cersei: detém as melhores tramas do livro, mas, diferentemente de Jaime, não temos nosso ódio apaziguado por ela. Martin criou uma personagem fantástica, deve-se admitir.
- Brienne: a cansativa e nostálgica personagem só tem dois capítulos bons, os últimos por sinal.
- Samwell: é clara a evolução que o personagem apresenta, mas é mínima a curiosidade em sua jornada para se tornar meistre com todas as outras tramas da saga, pelo menos por enquanto.
- Arya: desapontamento resume. Arya tem poucos capítulos no livro, e os que tem mostram-na deslocada da história, além de não serem tão emocionantes quanto os dos outros livros. Mesmo assim, a personagem continua incrível e eternamente favoritada.
- Sansa: parece que finalmente aprendeu um pouco sobre o jogo dos tronos, principalmente sob a perspectiva de Alayne. Infelizmente, quando isso acontece, Sansa tem poucos capítulos.
- Os Greyjoy: Asha, Aeron e Victarion representam uma nova leva de personagens (estes já vistos anteriormente) que ainda terão maior importância na trama.Por hora, fizeram bem por representar a Assembleia de Homens Livres e uma nova ameaça iminente.
- Em Dorne: dos novos personagens centrados em Dorne, só Arianne Martell merece destaque. Mesmo assim, Arys Oakheart e Areo Hotah representam bem o núcleo dornês da história, que se mostrou mais interessante do que o esperado.

Levando tudo o que foi dito em conta, "O Festim dos Corvos" é um bom livro que deve ser lido sem pesares. Ao contrário do que muitos afirmam, Martin não perdeu sua genialidade na escrita, apenas utilizou um papel diferente, mas adequado à sua nova caneta preta, já que usou demais a vermelha.

Edson Camara 10/08/2017

Ouça-me Rugir!
Até o terceiro livro, as crônicas de gelo e fogo e a série Guerra dos Tronos andavam mais ou menos na mesma trilha, os livros traziam mais detalhes, mas quem já havia os havia lido, não se surpreendia muito ao assistir a série e vice versa.
Mas, neste livro 4, a coisa muda de figura, a linha do enredo permanece similar, mas os pormenores, os detalhes, o relacionamento entre os personagens, e as explicações deixadas em aberto na série, são todas respondidas aqui.
George R.R. Martin, é um narrador e um contador de histórias genial, ele consegue nos prender a atenção de uma forma que não há cansaço ou olhos ardendo que deem conta. Da metade do livro em diante, desafio qualquer um a não aproveitar cada momento livre para devorar as páginas.
Os personagens, e são muitos, mostram tudo de si, seja de bom ou de mal, a cenas tão realisticamente descritas que lhe fazem sentir cheiros, temperaturas e chegam a doer.
A Cersei aqui deixa a da TV no chinelo, ela é diabólica, maquiavélica, patife, mentirosa e ardilosa, mas tudo com muita elegância e muito charme, e o deleite maior são os seus pensamentos, o que a rainha regente tem na cabeça assustaria até os demônios. Neste livro Cersei ganhou a minha preferência, mas todos os outros, Jaime, Arya, Sansa, Brienne e principalmente Sam, ganham importância na trama.
Neste livro também reencontramos a senhora Catelyn Stark que volta como a Senhora Coração de Pedra surpreendentemente.
Você sentirá falta de alguns personagens como Jon Snow, Daenerys e Tyrion que não aparecem neste livro, só em menções de outros personagens, o autor explica a razão no último capítulo.
Uma menção especial, a cena da prisão de Cersei pelo septão Pardal é infinitamente superior a versão apresentada na série da tv e deixa claro alguns pontos obscuros desta.
Concluindo, leia o livro, se nunca viu a série melhor, mas se já viu, como eu, não se preocupe, o livro é muito, muito, muito melhor.
Ouça-me rugir!