naniedias 10/05/2012Gregor, O Guerreiro da Superfície, de Suzanne CollinsGregor era a única criança de sua idade que não havia ido para o acampamento. Aliás, todas as crianças entre 4 e 14 anos tinham partido. Gregor havia ido em outros anos, mas dessa vez ele precisava ficar para cuidar de Boots, sua irmãzinha de apenas dois anos. Ela ainda não tinha idade suficiente para ir para o acampamento e a mãe precisava trabalhar. O pai do garoto, infelizmente, havia desaparecido há mais de dois anos, inexplicavelmente. Dessa forma, mesmo tendo apenas 11 anos, o menino ficaria encarregado de olhar a pequena.
As férias seriam um tédio.
Ao menos, era isso o que Gregor pensava. Até que um duto de ventilação na lavanderia do prédio engoliu as duas crianças, levando-os ao mundo subterrâneo. Um lugar inacreditável, onde eles encontraram insetos gigantes e humanos de olhos violetas, que tinham sua própria cidade construída debaixo de Nova Iorque. Gregor fica preocupado com a mãe e logo quer voltar para casa, mas essa viagem de volta não será nada fácil, pois reserva ao garoto muitas aventuras e surpresas.
O que eu achei do livro:
O máximo!
Vou já agora começar a minha peregrinação por lavanderias que fiquem no subsolo de prédios e me certificarei procurar por dutos de ventilação. E, caso eu encontre, farei vígilias por lá - até que sinta uma corrente de ar que me leve para o mundo subterrâneo! Posso sonhar, né?!
Eu nunca havia lido nada de Suzanne Collins, então esse livro foi o meu primeiro contato com a escritora e eu adorei o que encontrei! A escrita de Suzanne é bem simples, ideal para crianças que adoram aventuras. O livro não é muito longo e a leitura é bem rápida, com um ritmo dinâmico.
Gregor é um garoto comum, o que torna a identificação não só possível, mas certa! Eu nem sou um garoto e pude me "a" Gregor (acho que se eu tivesse onze anos, eu esperaria por uma carta, ou uma camisa laranja ou ainda um duto de ar! Um dos três, certamente, aconteceria). Suzanne Collins leva o leitor a se sentir na pele de seu protagonista e viver intensamente a aventura! E não é só Gregor que é bem construído - eu fiquei verdadeiramente impressionada com Boots, que apesar de ter apenas dois anos é a personagem mais encantadora do livro e trava diálogos hilários. A autora conseguiu construir diálogos bem realistas para Boots, passando a impressão de um bebê que está apenas aprendendo a construir frases.
O mundo subterrâneo criado, entretanto, não foi tão bem explorado. Somos apresentados a algumas criaturas - não diferentes das que já conhecemos: são ratos, baratas, morcegos, aranhas, exceto pelo tamanho (são sempre enormes), mas senti falta de que o mundo fosse melhor explorado. Espero que nos próximos volumes a autora conte maiores detalhes sobre o cotidiano dos moradores do submundo, afinal de contas, eles já estão distantes da civilização da superfície há muitos anos e não tem várias das facilidades do mundo moderno, além de não contarem com sol e chuva. Eu fiquei muito curiosa para saber maiores detalhes sobre essa nova maneira de se viver.
A minha edição é desse ano, uma nova edição lançada pela editora Galera e, portanto, tem uma bola vermalha na capa onde está escrito "Da autora de Jogos Vorazes (Hunger Games)". É a coisa mais feia do mundo. Eu particularmente detestei essa adição à capa, que é tão bonita! Se fosse um adesivo, eu já acharia ruim, por marcar a capa, mas é ainda pior: a bolota vermelha é impressa. Eu não tenho a 1ª edição para comparar, portanto não sei dizer o que mudou, mas já que foi lançada uma nova edição eu senti falta de que o livro fosse revisado de acordo com a nova ortografia. Achei que nunca iria me acostumar à ideia de que ideia não teria mais acento, mas agora o acento já me parece errado e eu ficaria mais satisfeita com um livro com a nova ortografia.
Uma das coisas que mais me agradou foi o final do livro! Quando Gregor... brincadeira! Eu não vou contar o final. Apesar de ter gostado bastante do que aconteceu, tampouco foi isso o que realmente me chamou a atenção. O final do livro é realmente bastante fechado - daquele tipo que poderia fazer com que Gregor, O Guerreiro da Superfície fosse um livro único e não parte de uma série. Claro que há ganchos para uma continuação, mas todo o arco dessa primeira história foi fechado e isso sempre me agrada muito em livros.
A série Crônicas do Mundo Subterrâneo conta com cinco volumes lançados, mas somente três foram traduzidos para o português. A editora Galera Record já prometeu o lançamento do quarto livro para a Bienal de São Paulo desse ano e o quinto também não deve demorar. Eu já estou com o segundo e o terceiro aqui em casa e espero ler logo, pois quero reencontrar Boots, Gregor e outros personagens que me encataram bastante!
PS: Como toda mulher que se preze, não sou uma grande fã de baratas. O livro não me deixou fã desses insetos nojentos (desculpem, baratas, vocês são nojentas), mas acho que nunca mais vou conseguir matar uma.
Nota: 9
Dificuldade de Leitura: 4
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