Camille 05/01/2013http://revistainnovative.com/quando-cai-o-raioJessica, uma menina cuja personalidade é daquelas que funciona bem em livros, é mestre em defender sua melhor amiga, Ruth. Sarcástica e durona, sempre tem que lidar com as várias detenções que recebe por seus atos quase justificáveis. Foi um comentário que, logo no início, garante mais uma semana para ficar sentada durante uma hora após as aulas.
Ruth é quem deveria buscá-la no dia, afinal de contas ela tem um carro e é sua vizinha. Por isso, ela volta para casa e, uma hora depois, volta. O que Jess não esperava é que ela fosse resolver fazer exercício justo no dia que as pessoas olham para o céu e sabem que vem tempestade. É por isso que Jess recusa a carona de Rob e volta, andando, para casa.
O problema é que o péssimo tempo não esperou tempo suficiente nem para que andassem um pouco e, apesar de saberem que não se deve ficar debaixo de uma arquibancada de metal quando há raios, é exatamente lá que elas encontram abrigo. A Lei de Murphy prova sua capacidade e a arquibancada é atingida por um raio – azar de Jessica, que estava encostada nele.
Ao contrário do que deveria ter acontecido, ela não morre, não fica chamuscada e poucos segundos depois já está levantando e agindo exatamente como… Ela mesma. Até que, quando dorme, acorda sabendo exatamente onde estão as duas crianças desaparecidas que ela viu na caixa de leite. Logicamente, ela liga para o Disque-Denúncia e diz os endereços completos. No dia seguinte, o mesmo acontece e a partir de então, quase estabelecendo uma rotina.
Todavia, nem tudo é fácil para alguém que todo dia dá informações corretas sobre pessoas desaparecidas. Quem afinal é essa pessoa? Como ela sabe? Essas são poucas das perguntas que o governo, e o país, querem saber. É dessa forma que Meg nos envolve na série "Desaparecidos", mais uma que entra na lista de sucessos. E não é para menos: a história tem tudo que é necessário para que seja boa.
Desenvolvimento dos personagens muito bem feito, ideia criativa e adaptável, e ainda que tudo pareça surreal a princípio, basta se permitir entrar no mundo de Jess para se envolver na trama. Apesar do foco ser uma adolescente sabendo onde achar desaparecidos, o "entorno", por assim dizer, do livro é encantador. Desde a parte de Jess conhecer um instrumento até o muro que separa pessoas como ela de pessoas como Rob ser desfeito, pelo menos entre eles.
É o primeiro livro que, mesmo sem ser excelente, mostra o potencial da série e faz com que queiramos acompanhar como ela vai ser desenvolvida. É por isso que, para os curiosos, vale a pena ter por perto a continuação, Codinome Cassandra. Recomendado para quem curte um romance, com um pouco de ação e muita comédia.