mattozinhos 08/02/2019
Bom livro, mas...
Um livro de angústias e angustiados. Varias narrativas e varias angústias diferentes. O marido e pai condenado e distante, a mulher sofrendo a ausência até o ponto mais extremo que uma ausência pode chegar. Uma filha que enxerga e percebe tudo, sabe sobre de muitas coisas e nada de outras. Pensa decifrar o mundo e as pessoas, mas perde ou negligência a análise de sua própria situação. E ainda, essa mesma filha, se mostra distante é indiferente a mãe, um caso em que mesmo explicado por ela mesma, não chega a bastar como explicação de seu comportamento.
Temos ainda um outro pai, este, também avô, que se sai bem e tenta vencer as angústias e por isso mesmo é uma personagem mais leve e sereno que condiz com sua condição de mais velho e experiente e também com sua religiosidade.
Faltou alguém? Ah sim, claro! Todo livro deve ter um algoz e este não é diferente. A história mostra claramente não um, mas dois! Que são? Um é o Outro e o outro, na verdade é A Outra. E talvez essa outra seja de certa forma tratada com distanciamento exatamente por isso. Será?
Bem, um livro interessante, ligeiro é fácil de ler, que confirma a tese de que coisas não ditas são muitas vezes melhores do que aquelas que foram ditas.
Vale a leitura para quem quer algo rápido para ler e pouco complexo. Esse é o grande mérito do livro, porque do ponto de vista de pano de fundo histórico dos acontecimentos da ditadura uruguaia, pouco serve para entender o contexto e não há tampouco referências históricas bem marcadas.