Resenhas - Primavera Num Espelho Partido

Lis 04/05/2024

A sensibilidade que o autor teve ao descrever um período tão conturbado, vivenciado por ele mesmo e por seus personagens, tornou a leitura, indescritivelmente, marcante. a medida que eu lia, conseguia entender os pensamentos e as ações de cada personagem diante das consequências da separação causada pelo exílio e como ele afetou a família e seus entes, buscando ressignificar as memórias vividas a partir de suas novas realidades.

Dilso 21/03/2024

Muito bom
Um espelho quebrado primaveril, o ter que recomeçar... Assim ficará a vida de Santiago ao retornar de sua prisão política decorrente da ditadura uruguaia. Pedaços de memórias... vozes... solidão...

Obs: Confesso que vi Pepe Mujica no protagonista, mesmo que tenha passado 12 anos no cárcere e não 5, como o personagem. O resto vocês descobrirão nos sentidos, no toque, nas imagens, lendo...

Denise365 09/01/2024

Primavera num espelho partido
Livro que fala sobre relações familiares durante a ditadura militar no Uruguai.
Tem o preso político (Santiago), os exilados: sua esposa (Graciela), seu pai(Rafael),Beatriz filha do casal e Romero amigo do casal.
Cada capítulo tem uma narrativa, aparece o que cada personagem pensa e está vivendo.
Santiago sonha em voltar para casa, sair da prisão, Graziela e Romero se apaixonam, Beatriz é uma menina cheia de vida, engraçada e tem muito orgulho do pai preso político.
Dom Rafael é o pai que tudo sabe, é uma pessoa sábia que entende os apaixonados e ao mesmo tempo protege seu filho de uma dor maior.
No livro o autor também fala um pouco sobre suas vivências durante a ditadura.
Um livro muito bem escrito, personagens interessantes, história de amor e ao mesmo tempo um drama familiar.
Para quem gosta de saber e ler sobre ditadura militar na América Latina é uma ótima leitura.

Bella :) 03/01/2024

Bom mas falta um toque
Acompanhamos uma trama dramática que se passa em um período de ditadura. a história gira em torno do fato de um dos familiares estar em exílio e isso ter gerado consequências principalmente em seu casamento.

há uma alternância na narração que traz uma dinâmica interessante, conseguimos acompanhar o dilema presente na mulher porém o final que seria o grande ápice não há continuação

entendo a proposta de deixar "vago" mas sinto que faltou uma melhor estrutura

Eliane406 01/01/2024

Maldades
?O amor nos tempos da ditadura foi uma condição forçada.
A distância é uma prova para as relações humanas?

?Mario Benedetti é um dos escritores mais importantes da America Latina, o uruguaio sentiu na pele e na alma o exílio da ditadura entre 1973 a 1985, o livro traz a narrativa da perspectiva de 6 vozes peculiares, inclusive a do próprio escritor. O relato dos sentimentos, da adaptação, do enclausuramento, da culpa, do idealismo; a vida de cada pessoa transformada pela opressão, cada um exilado em sua condição, cada um vivendo a sua realidade. Quebrados e reconstruídos, transformando-se a cada primavera. De acordo com Benedetti e uma expressão inventada por ele, o desexílio é pesaroso, as cicratizes deixadas deixadas pelo enclausuramento são terríveis, a dor de perder anos de vida é irreparável.
O título ainda carrega a força política, pois refere-se à Ode a primavera, de Pablo Neruda, poema cuja metáfora se refere à justiça social; além de uma bela justificativa poética.

?"a primavera é como um espelho mas o meu está com a ponta quebrada/ era inevitável não ia sair inteirinho desse bem nutrido quinquênio/ mas apesar da ponta quebrada o espelho serve a primavera serve"

??O Uruguai é um país que desejo muito conhecer

Emanuela.Godoy 21/12/2023

Histórias partidas
O livro é uma colcha de retalhos. Lindo. Delicado. Forte. Retrato partido de paixões e dores. Recheado de exílio. Prisão e repressão. As narrativas, que compartilham o mesmo tempo, viajam por espaços distintos. Cada personagem no seu pedaço de pano. É estilhaço de fragmento de história. Os narradores são múltiplos. Da criançada até a meia idade. O texto emociona. Mas além de bonito é trágico. TEM que ler!

Caroline Vital 30/10/2023

Livro sensacional, lido em 2019. Sentimos na pele o exílio. A Beatriz é o melhor personagem.

Felipe1503 12/09/2023

Lírico
Benedetti trata o exílio e a prisão de modo extremamente lírico e poético, a partir da perspectiva dos diversos personagens. É um livro em que o exílio e a ditadura são personagens, os vilões, que você pode atribuir culpa sobre as realidades dos personagens.

lAvia 05/09/2023

As primaveras da prisão e do exílio
Mais uma obra latino-americana lida. achei o livro interessantíssimo e fiquei encantada com a escrita e a narrativa de benedetti. a sensibilidade com a qual ele retrata a prisão de santiago e o exílio de sua família é exímia. os poucos capítulos não-ficcionais, esses narrados pelo próprio benedetti, são relatos belos e carregam uma carga de nostalgia, mas não saudade, por um tempo de estranheza (ou seria tempo de extrañar?) fora da própria nação. ainda assim, o livro não me cativou tanto quanto eu gostaria. uma boa história, mas senti falta de algo.

Cristiane 16/07/2023

Lindo
O romance é construído com a intercalação de várias vozes e conta a história de Santiago, preso político por conta da ditadura militar no Uruguai, e de sua família, que foi obrigada a se mudar para a Argentina.
O livro é de uma beleza enorme! Explora de forma muito profunda, bonita e íntima os sentimentos dos personagens. Lindo!

Isa 12/06/2023

O que é a primavera de cada um?
Um livro com viés político que tem como plano de fundo a ditadura uruguaia. O momento aqui é o exílio faz com as pessoas. Quem está de fato preso? De quem a presença foi arrancada? O que se passa com essas famílias? Como isso as marca? Profundas questões que permeiam todos que tiveram um ente exilado ou porque não dizer preso?
Como o exílio afeta as pessoas que em várias narrações (o livro é feito por capítulos em que cada um narra uma parte) se abrem ao leitor, revelando medos e angústias.
Como o tempo modifica as coisas, ao passo que sempre tentamos buscar a primavera ainda que rota.
O suspense final decepciona a não dar um final certeiro, mas deixa aberto o que pode ser. Eu ainda queria muito saber como se desenrola tudo.
O trecho que mais me marcou: "Tener notícias tuyas és como abrir una ventana, pero todavia no és como abrir una puerta".

Lucikelly.Oliveira 08/06/2023

Livrão meus camaradas
A história tem como pano de fundo a ditadura do Uruguai e a prisão política do personagem principal do livro. Confesso que não esperava muito do livro mas fiquei completamente envolvida na história.

Lucas990 20/05/2023

Esta foi a leitura escolhida para este mês no meu clube do livro, e que grata surpresa!
O livro conta a história de Santiago, um preso político nos tempos da ditadura uruguaia, e de seus familiares em exílio e liberdade. Narrado por diversos personagens e pontos de vista diferentes, é um livro não só interessante por parte da história, mas também enriquecedor por parte do contexto histórico em que se passa.
Confesso que eu pouco conhecia sobre o período da ditadura no Uruguai, e foi através desta obra de Mario Benedetti e outras pesquisas que fiz durante a leitura que comecei a aprender um pouco mais.
Excelente história e excelente autor. Pretendo ler outros livros dele.

Lilian 18/03/2023

Conflitos
O tema do livro é a ditadura, mas tb o conflito interno que existe entre quem é prisioneiro e quem está em liberdade

Isabella93 01/02/2023

Uma história que motiva pela fofoca e cenário
Queria começar o ano com uma leitura um pouco diferenciada e esse livro entregou tudo que eu esperava.
Se passando durante uma época bem tensa, que foi a ditadura militar do uruguai, a história é muito bem construída e cada personagem é marcante. Todos eles têm seus problemas e dilemas, visto que a maioria tá exilada e o protagonista tá preso, e você entende cada um deles, mas a melhor coisa do livro são os flashbacks da época anterior ou o que aconteceu antes de serem presos e exilados, além de um draminha envolvendo o principal, sua esposa e o melhor amigo, que mesmo certas partes sendo meio arrastadas te motiva a continuar pela fofoca. A filha do protagonista também é um amor e muito engraçada. A forma dela tentar entender o mundo e especulando as frases que ouve, além de representar muito bem como é a crise de identidade sendo alguém muito nova nascida em um local e tendo que se mudar para outro por causa das razões daquele período histórico.
Para além disso, a identificação dos discursos que tentavam justificar o regime de merda instaurado no país com o que aconteceu no Brasil nos últimos 4 anos é fascinante. O fantasma do comunismo e como aquelas pessoas se deixavam levar por não saberem do que estavam falando é terrível. A parte que está preste acontecer uma vistoria nas casas e um dos personagens começa a pegar os livros e queimar para que nada fosse usado contra eles e eles deixando certos autores porque como nas palavras dele: "eles nem sabem o que combatem", me fez rir horrores e lembrar de uma situação muito similar que vivi.
Única coisa que de fato deixou a desejar foi o final em aberto, mas dá pra relevar.

Enfim, uma obra de arte.?