Primavera num espelho partido

Primavera num espelho partido Mario Benedetti




Resenhas - Primavera Num Espelho Partido


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Bruno.Dellatorre 19/02/2019

Outra vez quase morro de sono.
Benedetti tem um lirismo bem forte, uma escrita sensível e sem dúvidas boa. Trata de um momento muito relevante para o Uruguai, que é a ditadura militar que ocorreu de 1973 a 1985. Só que isso não salva o livro de ficar na pedância e no marasmo. Beatriz me aliviava um pouco, mas foi um livro cascudo e bem chato de ler. Não me interessei pelos personagens. Apenas por Beatriz e pelo tema. A escrita acabou até sendo esquecida por mim de tanta indiferença que senti com o livro.
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Steph.Mostav 29/06/2020

Fragmentos da primavera
Minha oitava leitura da #MLI2020 também foi minha preferida até agora e por motivos muito diversos aos quais gostei dos livros lidos durante essa semana. Primavera num espelho partido é um romance que nos conquista pela forma, mais que pelo enredo. É a história que serve à estrutura e não o contrário, mas com isso não quero dizer que não há conteúdo: o contexto é fundamental, mais do que os acontecimentos. Como representar a perspectiva dos exilados, dos prisioneiros políticos, de todos os que sofreram com as ditaduras latino-americanas, especificamente a uruguaia? Benedetti escolheu a fragmentação, como esse espelho partido do título: vários pontos de vista muito diferentes entre si para destacar as semelhanças dessas tragédias sociais, mas também as diferenças da maneira pessoal de lidar com elas. Temos então a visão de Santiago, um preso político; Graciela, sua esposa; Beatriz, sua filha, uma criança ainda; Rafael, seu pai; Rolando, seu amigo de militância; e o próprio Benedetti, que insere na ficção seus fragmentos de realidade. As formas de narrar, com isso, são múltiplas: epístola, monólogo, discurso indireto livre, diálogos e frases curtas, a visão inocente mas sagaz de uma criança que não compreende muito bem, mas se esforça para que a nova realidade do exílio faça sentido. Só assim nos aproximamos ao menos um pouco da dimensão do horror, ainda que um horror esperançoso, que foi a vida dos que lutaram contra governos opressores e dos que foram obrigados a deixar o próprio país sem ter um prazo para voltar. Foi dessa maneira que o autor decidiu traduzir as angústias de quem não sabe bem como vai voltar, não no sentido de "com que recursos vou retornar ao meu país?", mas sim "que tipo de pessoa eu serei ao voltar?". Porque é impossível passar pela prisão ou pelo exílio e continuar o mesmo, é impossível não ser afetado por essa experiência traumatizante. E o trauma também está na espera por essa primavera que não chega, nessa inquietude sem fim definido. Esse romance não é um livro que se lê para saber o final e quem espera respostas muito bem definidas pode acabar se frustrando, tanto porque algumas perguntas são respondidas de maneira sutil e implícita quanto outras perguntas permanecem sem resposta até hoje e isso faz parte da desumanidade intrínseca às ditaduras latino-americanas.
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Carol 29/10/2020

Narrativa muito envolvente
Eu dei esse livro de presente para o meu namorado e permaneceu na nossa estante por algum muitos anos. Ele tinha lido e adorado. Esse ano, decidi pegar pra ler e adorei! Eu gosto muito de livros que tenham mais de uma voz contando a história. Nesse, temos Beatriz, o Velho, Graciela, Santiago, Rolando e o próprio Benedetti. O plano de fundo da história é uma família uruguaia que se exila em Buenos Aires por conta da ditadura militar. Santiago era atuante no confronto com os militares e acabou sendo um preso político. O Velho (pai de Santiago), Graciela (esposa de Santiago) e Betricita (filha de Santiago) são os exilados, juntamente com Rolando, amigo de Santiago e também parte do grupo. A história vai de desenrolando e vamos tendo acesso a vida deles, tanto durante a ditadura quanto durante o exílio, suas esperanças e sentimentos. No meio disso, ainda temos relatos do exílio do próprio autor. Particularmente, adoro a narrativa de Beatriz. Benedetti conseguiu criar um tom infantil, mas sem apelar ou acabar soando bobo demais.
Para quem já teve a oportunidade de conhecer Buenos Aires ou Montevideo, ainda dá um gosto a mais pelo fato de ter algumas citações e descrições de lugares.
Recomendo muito! A literatura latina é realmente magnífica.
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Mariana Dal Chico 04/03/2019

“Primavera num espelho partido” de Mario Benedetti foi meu primeiro contato com o escritor, que sempre me foi recomendado pela @prosasealgomais
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Mais uma vez, a TAG enviou para seus associados um livro onde ficção e realidade se misturam - em janeiro tivemos A Velocidade da Luz de Javier Cercas -, isso acontece nos capítulos que o próprio Benedetti narra suas experiências de expatriação na época da ditadura.
Há ainda outros cinco segmentos narrativos: Intramuros, Feridos e Contundidos, Dom Rafael, Beatriz e O outro.
Santiago é um preso político que na maior parte do tempo, se comunica por cartas onde a maior parte da leitura deve ser feita nas entrelinhas do que é escrito.
Beatriz é filha de Santiago e Graciela, uma garotinha que está há cinco anos sem ver seu pai e tenta entender o mundo com seu olhar, ainda, ingênuo. Foram os capítulos que mais me agradaram, às vezes veio em forma de conforto e em outras com humor inocente.
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A escrita do autor é deliciosa, poética mesmo nos momentos mais tensos e nada óbvia. O autor opta por não descrever em detalhes cenas de tortura, mas nem por isso, seu livro perde a potência e importância.
Gostei bastante do ritmo e cadência da leitura, a forma como foi exposto o impacto familiar perante a uma prisão política e decisões difíceis que ambas as partes - a que está isolada e a que continua no convívio em sociedade -, precisam fazer para seguir suas vidas da melhor maneira possível.
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Sei que algumas pessoas não gostaram muito do final aberto, não fiquei incomodada nesse caso por conta da decisão dos personagens já ter sido deixada clara para o leitor antes do desfecho chegar.
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Confesso que esperava me apaixonar completamente pela leitura, o que não aconteceu, ainda assim, foi uma experiência muito boa que me fez ficar com ainda mais vontade de ler outros livros do autor.
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Instagram @maridalchico

site: https://www.instagram.com/p/Bul8ZbQArvI/
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Rodrigo 20/02/2021

Literatura essencial da América Latina
Esse foi meu primeiro livro do autor, e certamente não será o último.

A obra trata com extrema sensibilidade de um triste período de ditadura (neste caso, a uruguaia), que jamais deveria ter acontecido, mas que, por outro lado, jamais deverá ser esquecido.

Com uma estrutura narrativa tão multifacetada, onde a própria ditadura assume o protagonismo na voz e no ponto de vista de diversos personagens, o autor conseguiu proporcionar aos leitores uma significativa lembrança do período, que se torna vivaz mesmo para aqueles que não o viveram diretamente. Essa é a principal contribuição do autor, e o que torna a obra uma leitura obrigatória para que conheçamos mais profundamente nossa história e, com isso, evitando a repetição dos erros do passado.
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Dani Gazaniga 19/03/2021

Primavera num espelho partido
Este livro eu conheci através da TAG Livros, clube que sou associada a 3 anos, e eu amei. Me identifiquei muito com o livro, que apesar de tratar sobre um tema delicado, que é o exílio, a leitura é muito leve.
Narrada por várias pessoas, o livro revela a história de um pai de família que foi preso, e escondido escrevia cartas para a família, mesmo sabendo que as cartas eram vigiadas.
Um dos meus livros favoritos da TAG, vale muito a pena esta leitura.
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Vitória Marcone 05/03/2019

Em "Primavera num espelho partido" o escritor uruguaio Mario Benedetti aborda a vivência de um período ditatorial, o exílio político, as relações humanas, nos faz refletir em como um regime político interfere na sociedade, com uma escrita sensível e poética.
De início, foi difícil compreender as diferentes vozes, mas ao longo do desenvolvimento da leitura se percebe como todas estão entrelaçadas de alguma forma. A diversidade de perspectivas, de diferentes fases da vida, diferentes olhares e até mesmo o relato da vivência do próprio autor, torna a leitura muito envolvente.
As lindas cartas de Santiago, a sabedoria de Dom Rafael e a "Beatricita" são o que mais gostei no romance. Beatriz tem uma perspicácia e inteligência ingênua muito bonitas de se ver.
A percepção de uma criança em meio a violência, ao autoritarismo, ao exílio, a prisão, a separação involuntária de entes queridos, é impressionante e cativante. Não é comum vermos o ponto de vista das crianças, seja em romances, seja nos momentos históricos, em geral, a percepção das crianças não são consideradas, foi muito bom ver esse destaque no romance.
A memória pessoal do escritor também é algo que merece atenção e se intercala intimamente com a obra.
Confesso que fiquei com um gostinho de quero mais ao final da leitura, não por ser decepcionante, não foi, mas por querer saber mais sobre os acontecimentos posteriores.
Publicado em 1982 o livro enviado, nessa nova edição, pela TAG em fevereiro, aos associados, traz uma reflexão de grande importância acerca da vida cotidiana em um contexto de autoritarismo e tudo o que isso acarreta sob diferentes perspectivas.
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Matheus Gonçalves 22/06/2020

Muito bom.
Pelo olhar de diversas personalidades podemos observar o mundo.
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JAssica.Bertoldi 11/05/2021

"Que esteve preso por se negar a cruzar os braços quando seu povo teve fome, dor e sofreu injustiça."
É além de um livro sobre a ditadura Uruguaia, além do viés político esquerdista, vai além de qualquer preconceito, qualquer opinião e lado partidário. É sobre amor, fraternidade, força e relações humanas. Mas também sobre dor, sobrevivência, luta, prisões físicas, morais e emocionais.

A carga das palavras e do enredo de uma esposa em conflito que espera seu marido sair da prisão, a filha que se descobre como um ser cidadão à partir da represália que sofreu seu então herói, o pai; o corpo e mente idosas de um pai que indaga dia e noite sua existência como útil. E Santiago, o marido, o pai e o filho, em cárcere, prisão motivada simplesmente pela sua luta, pelas suas palavras de resistência, não só palavras mas corpo, que através de cartas nos mostra vivo e livre dentro das grades que cheiram a morte.

Ler uma menina interiorizar um mundo desconhecido do seu jeito é o alívio cômico e doce dessa obra, apesar da circunstância inesquecível de um país, um povo, um pai, é através da doçura e inocência dessa menina que vemos onde nasce a vontade da revolução que cresce junto de nós desde cedo.

É lendo um homem feito, de idade, quase que no seu fim de vida assim por se dizer, vendo ele se questionar das suas opiniões, ver que ainda há medo, angustia e dúvidas numa alma vivida, mas que também há amor, que então compreendemos as raízes da vida, e que seu final não é o fim, que seu envelhecimento não é velho, que sua jornada começa onde acaba.

Lendo um homem de coragem, sangue que corre revolução, paixão pela esposa, amor pela filha, preso por suas ideias políticas, torturado física e mentalmente, que ainda possuí o voo livre de espírito quando tudo são celas e paredes fechadas, que ainda quer luta numa sociedade onde a voz é sinônimo de suicídio, que não esquece seus princípios e forças mesmo quando tudo que há ao seu redor é vazio, penumbra e solidão. É assim que vejo que a prisão vai muito além do cárcere e das correntes apertadas.

Em meio a tudo isso, toda essa bagagem de historicidade e reflexões ainda tem um fato que reside ali, que nos questiona, questiona nossa ideia de imoral, o que faríamos? O personagem está certo ou errado?

Pode ser que pra alguns a escrita de Mario Benedetti não seja fluída, mas na minha percepção pessoal, este não é um livro de pressas, é preciso esquadrinhar entrelinhas e significados ambíguos para entender o background da história, que é grandioso e necessário.

Mas como nem tudo é perfeito, o final é aberto, apesar de todas as conclusões óbvias que o livro nos direciona, ainda fica a dúvida que nos faz ficar pensando na obra, o que talvez seja a intenção, a mágica de se fazer algo se prender a sua memória. Porém, no meu ver, o livro é tão recordável, há tantas características que fazem esse cenário nos acorrentar a ele que esse final aberto não era necessário, sendo assim sinceramente não me agradou, gostaria de um desfecho mesmo que "negativo". Mas nem por isso deixa de ser uma leitura válida e rica.

"Quando se faz um ruído em Epidauro
Se escuta mais acima, entre as árvores
Em pleno ar."
- Roberto Fernández Retamar
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mattozinhos 08/02/2019

Bom livro, mas...
Um livro de angústias e angustiados. Varias narrativas e varias angústias diferentes. O marido e pai condenado e distante, a mulher sofrendo a ausência até o ponto mais extremo que uma ausência pode chegar. Uma filha que enxerga e percebe tudo, sabe sobre de muitas coisas e nada de outras. Pensa decifrar o mundo e as pessoas, mas perde ou negligência a análise de sua própria situação. E ainda, essa mesma filha, se mostra distante é indiferente a mãe, um caso em que mesmo explicado por ela mesma, não chega a bastar como explicação de seu comportamento.
Temos ainda um outro pai, este, também avô, que se sai bem e tenta vencer as angústias e por isso mesmo é uma personagem mais leve e sereno que condiz com sua condição de mais velho e experiente e também com sua religiosidade.
Faltou alguém? Ah sim, claro! Todo livro deve ter um algoz e este não é diferente. A história mostra claramente não um, mas dois! Que são? Um é o Outro e o outro, na verdade é A Outra. E talvez essa outra seja de certa forma tratada com distanciamento exatamente por isso. Será?
Bem, um livro interessante, ligeiro é fácil de ler, que confirma a tese de que coisas não ditas são muitas vezes melhores do que aquelas que foram ditas.
Vale a leitura para quem quer algo rápido para ler e pouco complexo. Esse é o grande mérito do livro, porque do ponto de vista de pano de fundo histórico dos acontecimentos da ditadura uruguaia, pouco serve para entender o contexto e não há tampouco referências históricas bem marcadas.
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@acumuladoradelivros 22/01/2022

Pra mim uma leitura muito emocionante, poética, linda e dolorida. Mas que julgo definitivamente não ser um livro pra todos. Além de uma narrativa com variados pontos de vista em alguns momentos ela também vem em fluxo de pensamento e pode deixar a pessoa um pouco perdida. E obviamente o fato de ser um enredo claramente militante, portanto, não é pra todo mundo.
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mila_braz 07/09/2020

Narrativas
Livro de vários personagens relevantes, sem que eu consiga destacar o principal e desmerecer os demais. Narrativa previsível, mas o que importou para mim foi a transformação suave dos personagens ao longo do texto.
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