Resenhas - O Conto da Ilha Desconhecida

nsimo 24/05/2024

"Não nos vemos se não nos saímos de nós"
Uma leitura rápida e aconchegante, mas que faz refletir sobre a vida. O estilo da escrita de José Saramago, usando vírgulas nos diálogos ao invés de pontos e interrogações, faz com que a história pareça uma conversa do dia a dia.
Amei a leitura, ótima para ler no fim de tarde!

"Se não sais de ti, não chegas a saber quem és. [...] é necessário sair da ilha para ver a ilha, [...] não nos vemos se não nos saímos de nós"

Denise51 24/05/2024

No conto, o protagonista gostaria que o rei lhe cedesse um barco para que ele pudesse explorar o mar e encontrar uma ilha desconhecida, para torná-la sua.
Entretanto, os pedidos feitos ao rei passavam por uma grande burocracia para serem concedidos e o protagonista demonstrou-se persistente em seu objetivo.
Neste conto pode-se refletir de forma filosófica sobre várias questões tão importantes.
O que me incomodou é que não há uma separação nos diálogos, o que pode confundir um pouco no entendimento.

Mariana113 23/05/2024

Me surpreendeu.
Comecei achando o livro raso, mas continuei por dois motivos: 1 - foi muito caro pra essa quantidade de páginas; 2 - já li Ensaio sobre a cegueira do Saramago, então meio que esperava que algo pudesse surpreender.

E me surpreendeu bastante. Não no sentido de plot, mas no tanto de reflexão que me trouxe.

?Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não sairmos de nós?.

Sthefane 19/05/2024

Honestamente?
Achei o livro um pouco confuso, não gostei da diagramação, não entendi muito bem a reflexão em si. Me perdi com a questão da pontuação, muitas vírgulas no lugar de pontos.

Leticia.Knabben 16/05/2024

É preciso sair da ilha para ver a ilha
Me diverti muito depois que vi o vídeo de uma influenciadora mostrando as resenhas dos livros do Saramago no site da Amazon. Decidi aproveitar que o autor anda muito comentado, carreguei o Kindle e sentei pra ler.
Eu tenho uma lista de livros e textos programados para esse período fora do Brasil porque quero saber o que eu vou sentir ao lê-los. Esse era um deles. Guardei-o para ler mais ou menos no ponto em que estamos agora e vou dizer: foi um tapa na cara e depois um abraço carinhoso.
Cansei de explorar em minhas pesquisas acadêmicas como a memória é uma rica fonte de inspiração para os autores. Fato é que essas inspirações coletadas no íntimo não deixam de ser viagens, curtas ou longas, dentro do nosso próprio inconsciente. É exatamente disso que se trata "O Conto da Ilha Desconhecida". É sobre a tomada de consciência. Sobre viagem. Sobre autoconhecimento. Sobre identidade. E tantas cositas mas que nos fazem ser quem somos.
Através de metáforas e dotado de uma narrativa de cunho filosófico e sociológico, esse livro nos convida a reflexão a partir de um pedido muito simples ao rei: "Me dê um barco".
Automaticamente já pensei em uma das minhas aulas de Literatura em que eu falava para alunos do 2º ano do Ensino Médio sobre Fernando Pessoa vs Camões e de como as viagens estão presentes dentro da literatura portuguesa desde o homem medieval, com suas cantigas trovadorescas, até a literatura contemporânea em que a viagem deixa de ser uma necessidade do período das grandes navegações para ser um marco de solidão.
Lendo Saramago pensei muito em "Mensagem" do Fernando Pessoa. Nesse texto, Pessoa deixa clara a busca identitária a partir da viagem e também diz muito sobre o sentimento pátrio do que é ser português.
É que viajar, no plano real ou imaginário, é se encontrar.
Durante esse tempo fora eu tenho questionado muito a mim mesma. É inacreditável que precisei sair da pátria amada, Brasil, para enfim tomar consciência de mim.
Saramago me mostrou em palavras aquilo que eu já estava sentindo desde a primeira semana na França: "É preciso sair da ilha para ver a ilha".
É preciso olhar o outro para que possamos nos enxergar.
O que eu acho que quero dizer é que depois daqui, eu me sinto TÃO MAIS BRASILEIRA (ai, que maravilhoso!) quanto eu poderia ser. Tenho me deliciado nesse sentimento pátrio e faço um mergulho em minha própria identidade — que dádiva é saber quem se é.

laura3105 16/05/2024

?
Confuso do início ao fim, mas de um jeito bom, não sei explicar
confesso q fiquei meio sem entender o final, mas depois de refletir por um tempo e analisar opiniões e pontos de vista alheios, tive uma perspectiva bem interessante. o linguajar e formato de escrita são um caso a parte, mas tornam a experiência ainda mais intrigante.
esse livro foi muito rapidinho e confortável, gostei mt!!

Victoria Madeira Mattos 14/05/2024

É preciso sair da ilha para vê-la.
Saramago é intrigante demais. Primeiro tentei ler Ensaio sobre a cegueira, mas não me adaptei muito e estava lendo de pouco em pouco, vi a recomendação sobre esse conto no Instagram e decidi ler, como é u.a leitura rápida foi mais fácil, talvez procure outras leituras dele nesse estilo e aí sim parta para o livro novamente!

Sah 09/05/2024

??
O livro fala de um homem que vai pedir ao rei um barco, que é o caminho para o auto conhecimento, o livro é médio, fica bom se vc fizer toda uma filosofia

marcelaataide 09/05/2024

a ilha desconhecida somos nós.
amei.
a história, mesmo sem travessões e repleta de metáforas do início ao fim, chegou a mim como um tufão.
gostei, principalmente, de como desde o início do conto as pessoas são referenciadas pelas profissões que exercem. o rei é o rei, a mulher da limpeza é a mulher da limpeza ? e mesmo quando deixa de ser a mulher da limpeza para tornar-se outra coisa, nunca pode deixar de ser a mulher da limpeza, pois não se apaga o que já foi ?, o capitão é o capitão. isto, aliado ao momento em que o autor aborda bem explicitamente o fato da ilha desconhecida sermos nós, as pessoas, faz uma alusão interessante a como somos resumidos ao que fazemos (mesmo quando nos apresentamos aos outros tendemos a dizer nossa profissão), mas que, ainda assim, não passamos de ilhas desconhecidas; e há aqueles que queiram descobrí-la, como o homem e a mulher da limpeza, e aqueles que se contentam com o pensamento de que existe apenas ilhas conhecidas, como todos os outros.
jose saramago criou uma obra profundamente interpretativa, pensante, critica. há camadas sobre camadas e muitas nuances. no geral, o que fica é: ?não nos vemos se não saímos de nós.?

luAza39 02/05/2024

é necessário sair da ilha para ver a ilha
Um conto rápido e bem escrito, gostei bastante
escolhi esse conto para me introduzir no mundo da literatura clássica e acho que precisarei reler para compreender totalmente, embora já tenha começado a entender certas coisas

"é necessário sair da ilha para ver a ilha, não nos vemos se não saímos de nós"

anna2978 01/05/2024

Se não sais de ti, não chegas a saber quem és...
Conto maravilhoso! A leitura é bem fluida e a história é recheada de metáforas. Não acho que seja bom tirar conclusões fixas sobre o que cada personagem representa, pois é o tipo de livro que se "revela" com o tempo. Isso porque acredito que é o leitor quem faz a sua própria leitura, então cada fase da vida a impulsiona para um rumo diferente. Mas se tem uma coisa que certamente aprendi é o clássico sair da ilha para ver a ilha... As ambições humanas são enormes a ponto de nos fazer decidir embarcar em uma viagem pelo mar onde não se sabe o destino. Esse desejo pelo novo foi tão emocionante de ler que o autor te faz querer conhecer essa tal ilha, para no fim revelar que ela não existe, mas o amor sim. O amor, para mim, foi a grande surpresa. Gostei do final se aproximar com o "felizes para sempre" das fantasias, o homem e a mulher "ilhados" entre eles.
Enfim, foi o meu primeiro contato com o Saramago e me surpreendi muito! Com certeza irei reler muitas vezes! ??

"o sonho é um prestidigitador hábil, muda as proporções das coisas e as suas distâncias, separa as pessoas, e elas estão juntas, reúne-as, e quase não se veem uma a outra, a mulher dorme a poucos metros e ele não soube como alcançá-la, quando é tão fácil ir de bombordo a estibordo."

Maria.Eduarda 30/04/2024

O conto da ilha desconhecida
Li ele há um tempo e esqueci de fazer resenha kskskks. Esse é um daqueles livros que vc lê em um fim de semana, até no mesmo dia com foi meu caso. Ele é leve divertido e aborda temos profundos que nos fazem refletir sobre nossa própria vida. Como um espelho. Pode haver um pouco de dificuldade na leitura, já que o autor tem seu jeito particular de escrever. Contudo, vale o esforço. Tenho certeza que não vai te decepcionar.

katrine25 24/04/2024

A melhor parte do livro é lembrar dele depois de ter lido
Falo isso porque senti que o impacto foi maior só depois de um tempo? quando li não entendi tanto mas depois de terminar fui começando a entender o que o livro queria passar.

? Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar. ?

Lust 24/04/2024

O barco...
Eu acabei de terminar a leitura do conto "O Conto da Ilha Desconhecida" e tenho que dizer que fiquei completamente encantado! A história é envolvente e misteriosa, com uma atmosfera única que me transportou para um mundo desconhecido e cheio de surpresas.
O autor, José Saramago, mais uma vez mostrou sua genialidade ao criar personagens cativantes e uma trama que prende a atenção do leitor do início ao fim. A forma como ele descreve a ilha desconhecida, com todos os seus segredos e enigmas, é simplesmente fascinante.
Além disso, o conto aborda temas profundos, como a busca pela identidade e a coragem de se aventurar no desconhecido. Fiquei impressionado com a maneira como Saramago consegue transmitir mensagens importantes através de uma narrativa tão envolvente.
A escrita do autor é fluida e poética, o que torna a leitura ainda mais prazerosa. É como se cada palavra tivesse sido cuidadosamente escolhida para transmitir emoções e sensações.
No geral, "O Conto da Ilha Desconhecida" é uma leitura que recomendo a todos que apreciam histórias intrigantes e bem escritas. Tenho certeza de que você também ficará fascinado por essa obra-prima de José Saramago.

Malau López 24/04/2024

História para ninar gente grande
“Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me um barco.”
Em determinadas fases da vida, as pessoas costumam se deparar com o fato de estarem meio perdidas. Seja na adolescência, quando temos que responder constantemente ao que queremos da vida, no futuro desconhecido e iminente que se aproxima assustadoramente aos 20 e tantos anos, ou ainda na crise de meia idade, em que a suficiência do presente é questionada. “O Conto da Ilha Desconhecida”, não fala diretamente sobre nenhum desses momentos, mas abarca todos eles no fluxo constante da escrita de Saramago.
Brincando com os saberes, deveres e desejos das pessoas, o conto, que tem seu livro próprio, é daqueles que se resolvem em uma hora e te deixam com um sorriso gostoso no final. Talvez depois, o leitor até se pegue assumindo o lugar de contador, repassando adiante os acontecimentos narrados.
É como se o conto pedisse para ser contado a outras pessoas, como histórias de dormir, dessas que te aconchegam para o sono. Deve ser porque ele nos aconchega para a vida.