Dayane 10/10/2011
Clayton, Meu Amor!
Li todas as 26 resenhas antes de decidir se leria ou não este livro e as opinião foram tão controversas e variadas que não pude evitar de inicar a leitura não com um, mas com os dois pés atrás.
Mas minha gente, eu vou engrossar o coro daquelas que amaram a história.
Whitney é uma garota decididamente persistente, se apaixona por Paul na tenra idade de 15 anos e o persegue com uma força militar que daria inveja a Hitler! Toda a sociedade se escandaliza com os modos traquinas da menina e o pai, já sem saber o que fazer a despacha para Paris para viver com a tia e ver se a mulher dá jeito na pimentinha. Nem preciso dizer que ADOREI a Whitney.
Whitney cresce, aprende a domar sua impulvidade, mas sem perder a capacidade de dar respostas inteligentes e ligeiras e Paris é cenário para sua entrada triunfal ma sociedade. Sem dúvida esta garota nasceu para fazer estrago no coração dos homens.
E foi lá que o nada mais, nada menos que o Duque (uau!!) Clayton Westmoreland se encanta com Whitney, mas a concorrência é grande, e o homem, arrogante que só, faz a baianada de arranjar o noivado dela com ele diretamente com o pai de Whitney, da maneira mais romantica do mundo (sarcasmo), comprando-a!
Claro que isto não ia prestar! A menina era fogo na roupa e teimosa, e uma mulher com uma missão: se casar com seu amor de adolescência, nem que para isso tivesse que engoli-lo guélua abaixo, pois ele nem era mais toda aquela brastemp que ela imaginava.
Enquanto isso o Duque se difarça de gente como a gente e vai viver perto de Whitney para tentar conquistá-la. Agora Duque? Ele é mega super hiper apaixonado pela garota e faz de tudo e mais um pouco para garantir seu lugar no coração da moça.
Neste ponto que vi muita gente criticar o Clay, enquadrando meu lindo como um psicopata possessivo, mas olha só, não vi nada disso. Vi sim um nobre arrogante e condizente com os padrões da época tendo que aprender a lidar com sentimentos mundanos como amor, ciúmes, insegurança, medo...
A única parte que ele realmente se destemperou e cometeu a obscenidade de machucá-la durante o ato sexual teve sua importância na história, pois foi a partir deste arrependimento sincero e medo de ter magoado irreversivelmente Whitney que Clayton repensa seus atos e admite seus erros e tenta fazer tudo certo.
Como eu já disse em outras resenhas, homem apaixonado fica burro. Tá aí o Duque, lindo,rico, nobre e com o mundo a seus pés para provar que isso é verdade!
Pitadinhas de delícias:
Ao se conhecerem em Paris:
"— Pode ser salteador ou até pirata, mas duque? Do mesmo modo que sou rainha — replicou.
O sorriso dele desapareceu, dando lugar a uma expressão confusa.
— Posso saber por que acha tão impossível que eu seja?
Pensando no único duque que conhecera em toda sua vida, Whitney olhou-o da cabeça aos pés.
— Em primeiro lugar, se fosse duque, usaria um monóculo — argumentou.
— Como eu poderia usar um monóculo, se estou de máscara?
— Duques não usam monóculos para ver melhor, mas por pura afetação — ela declarou. — É através deles que examinam as mulheres reunidas num baile. Mas essa não é a única razão pela qual o senhor não pode ser duque. Não usa bengala, não ofega, não torce a boca com descaso e, desculpe a honestidade, não me parece que sofra de gota."
A convivência como amigos, antes de ela descobrir que já estava prometida para ele:
"— Como parece relutante em me contar a história, acho que tenho o direito de exigir que conte, como prêmio por minha vitória no xadrez.
— Primeiro me atrai para o jogo, depois me derrota, e ainda exige um prêmio! — Whitney reprovou, sorrindo. — Não tem misericórdia?
— Nem um pouco. Vamos, comece a contar.
— Tudo bem — ela concedeu. — Mas só porque não quero fagar ainda mais sua vaidade, implorando para que desista do prêmio. Aconteceu há muitos anos, no entanto parece que foi ontem. O sr. Twittsworthy, o professor de música da vila, decidiu que precisávamos apresentar um recital de primavera. As quinze meninas que estudavam com ele deveriam exibir seus talentos, tocando ou cantando alguma coisa.
A mais talentosa de nós era Elizabeth Ashton, de modo que o professor deu aos pais dela a honra de oferecer a casa para a apresentação. Eu nem queria ir, muito menos participar, mas...
— Mas Twittsworthy insistiu para que fosse, ou o recital seria um fracasso — Clayton conjeturou, interrompendo-a.
— Céus, não! Ele adoraria, se eu não fosse. Costumava dizer que seus olhos ardiam e lacrimejavam, toda vez que ele me ouvia tocar as lições de piano, porque os sons que eu produzia eram tão agressivos aos ouvidos que o faziam chorar.
Clayton sentiu uma raiva enorme e inexplicável do professor de música.
— Ele devia ser um idiota.
— Era, de fato — Whitney concordou com um breve sorriso. — Se não fosse, perceberia que eu punha pimenta na caixa de rapé para visitas, sempre que ele ia me dar aulas. Bem, no dia do recital discuti com meu pai, dizendo que não queria e não precisava ir, implorei, mas foi inútil. Acho que no fim ele teria concordado comigo, se eu não tivesse a malfadada inspiração de mandar-lhe um bilhete por Clarissa.
— O que você escreveu no bilhete? — perguntou Clayton, olhando-a por cima da borda do copo que levara aos lábios.
— Escrevi que estava acamada, com um ataque de cólera, mas que ele podia ir ao recital e pedir a todos os presentes que orassem por minha recuperação."
O ódio e o arrependimento:
"— Deixe-me explicar — pediu em tom suplicante.
Furiosa, ela afastou-lhe a mão.
— Duvido que seja capaz! — exclamou. — Mas, se o fizer, faça por escrito, porque eu o matarei, se você chegar perto de mim ou de minha família outra vez! Juro!
Recomeçou a chorar, e soluçou até que, exausta, foi dominada pelo sono.
Clayton Robert Westmoreland, duque de Claymore, descendente de quinhentos anos de nobreza, proprietário de propriedades e uma riqueza quase incalculável, continuou deitado ao lado da única mulher que já amara, incapaz de consolá-la e de reconquistá-la.
Olhando para o teto, lembrou-se de como a vira horas atrás, fingindo reger um grupo alegre de músicos de faz-de-conta. Como pudera magoá-la tanto, se apenas o que sempre quisera fora mimá-la e protegê-la? No entanto, tirara-lhe brutalmente a inocência. Mas perdera mais do que ela, porque acabara de perder a única coisa que realmente quisera possuir: o afeto da linda jovem a seu lado. E ela, agora, o odiava."
O amor:
"Sentindo a presença dele, uma força quase tangível, algo poderoso e magnético, Whitney ficou imóvel, à espera.
— Srta. Stone... — ele chamou baixinho. — Você é adorável.
Ela estremeceu, mas não se virou, e, por um horrível momento, Clayton pensou que o que vira nos olhos dela, na igreja, fora fruto de sua imaginação. Então, de modo quase imperceptível, Whitney deu um passo atrás e, lentamente, encostou-se nele. A emoção de senti-la contra seu corpo deixou-o sem respiração por um momento. Então, lentamente, deslizou os braços ao redor da cintura dela, puxando-a para mais perto, e Whitney não opôs resistência, ao contrário, entregou-se a seu abraço."
Os desentendimentos:
"— Todas as noivas são lindas — disse. — Isso foi decretado muitos séculos atrás, por um duque, sem dúvida, que decidiu também que todas as noivas devem corar de timidez.
— Você vai corar? — Clayton perguntou ternamente.
— Claro que não — ela assegurou, conseguindo sorrir, após o tremor dos lábios. — Não tenho mais motivo para isso. Mas não me importo. Sempre nutri um desprezo secreto por moças que coram à menor provocação.
— O que aconteceu, Whitney? — indagou Clayton, confuso e frustrado. — Você não estava assim, quando a abracei, na porta da igreja.
Ela alargou os olhos verdes, parecendo espantada.
— Era você?
Clayton apertou-a bruscamente contra o peito.
— Quem pensou que fosse?
— Não sei — ela respondeu, tendo a impressão que seu coração ia partir—se. — Poderia ser Lorde Gilmore, ou John Clifford, amigos do noivo. Eles também dizem que sou adorável. Ou Paul, que diz a mesma coisa. Ou Nicki...
Girando ao ritmo da música, Clayton tirou-a da pista de dança, levando-a para um canto.
— Pensei que fosse uma mulher diferente, mas não passa de uma namoradeira vulgar — disse por entre os dentes, olhando-a com raiva e desprezo.
Whitney encarou-o, sarcástica.
— Não devo ser tão vulgar assim, porque tirei-lhe cento e dez mil libras e, mesmo assim, tudo o que tenho de fazer para ter você a meus pés é sorrir, como aconteceu hoje — declarou. — Nenhum de nós dois é vulgar, meu senhor. Sou uma namoradeira habilidosa, e você é um grande tolo.
Por um instante, pensou que Clayton fosse bater-lhe, então ele girou nos calcanhares e se afastou. Observando-o deixar o salão, ela soube que ele estava saindo de sua vida para sempre."
A reconcilhação:
"— Clayton, por favor, me escute! — ela gritou, desesperada. — Uma vez você disse que queria que eu o aceitasse de livre e espontânea vontade, que não desejava uma esposa fria e revoltada.
— E daí? — ele indagou gelidamente.
— Estou aqui — ela disse apenas.
Clayton enrijeceu-se, quando o significado das palavras penetrou a armadura de sua ira. Apertou os lábios, apoiando-se no aparador da lareira e olhando o fogo.
Whitney sabia que ele lutava contra o que ouvira, que continuava decidido a expulsá-la de sua vida. Paralisada de angústia, ela esperou, observando-o. Então, lentamente, ele se endireitou, olhando-a nos olhos. O coração de Whitney disparou, tomado de júbilo. Ela vencera! Podia ver isso no rosto dele, que suavizara-se, embora de modo quase imperceptível. Vencera!
— Não vou facilitar as coisas para você — Clayton avisou em tom comedido, correndo os olhos pela extensão de carpete que havia entre eles.
Whitney compreendeu que, se o quisesse, teria de vencer a distância que os separava. Ele não daria um passo em sua direção, porque ainda não confiava completamente nela.
Olhando-o nos olhos, começou a andar, sentindo as pernas trêmulas. A um passo dele, precisou parar, tentando acalmar as loucas batidas do coração e controlar o tremor que a sacudia. Com a cabeça baixa, esperou, mas Clayton não fez menção de tocá-la. Por fim, ela ergueu a cabeça e olhou-o nos olhos.
— Pode me abraçar agora, por favor? — pediu.
Clayton hesitou. Então, num movimento repentino, pegou-a pelos braços e puxou-a para si, esmagando-a contra o peito, a boca firme abrindo-se sobre a dela, faminta. Com um gemido de alegria, Whitney retribuiu o beijo apaixonadamente. Abraçando-o pelo pescoço, comprimiu-se ainda mais contra ele, moldando o corpo macio aos duros contornos masculinos.
— Oh, como senti sua falta — ele murmurou roucamente, correndo as mãos sofregamente pelas costas dela, pelos quadris, beijando-a no pescoço.
Voltou a beijá-la na boca, profundamente, e ela o aceitou, abandonando-se completamente à carícia exigente. Quando interrompeu o beijo, finalmente, manteve-a nos braços, ofegante de desejo.
Depois de longos momentos, ele recuou ligeiramente para fitá-la nos olhos.
— Quer mesmo casar comigo, Whitney?
Ela apenas moveu a cabeça, afirmando, porque não conseguia falar.
— Por quê? — ele insistiu.
Whitney sabia que tinha de render-se por inteiro. Lágrimas de alegria e alívio rolaram por suas faces, e o nó de emoção que a impedia de falar dissolveu-se lentamente.
— Porque te amo — ela murmurou.
— Que Deus a ajude se for mentira, porque nunca mais a deixarei ir."
A insegurança:
"Não, não adiantava tentar enganar-se. Ela se entregara a outro homem, tivera um amante, podia ser até que continuasse a se encontrar com ele, pois vivia encontrando desculpas para ir a Londres. Era uma cadela, uma vagabunda, mentirosa, traidora... Atormentado, achando que enlouqueceria, Clayton refletiu que amara uma farsante, uma atriz consumada, um corpo sem alma. Um corpo que nem fora apenas dele.
Fora tudo mentira. O medo de fazer amor com ele, a rendição, a paixão, os beijos, sorrisos, carícias, elogios, tudo uma sórdida, uma nojenta mentira!
O vendaval da dor amainou, deixando no lugar uma raiva fria e implacável. Ele amassou o bilhete, transformando-o numa bola e jogando-a na gaveta, que empurrou para dentro com violência. A gaveta não fechou. Um pano, que ele vira, mas para o qual não dera atenção, prendera-se entre a gaveta e a moldura. Puxou-o para fora. Era uma camisolinha de bebê, exibindo na gola um "W" bordado com linha azul.
Era aquilo que ela queria que ele encontrasse, Clayton percebeu com fúria. Jogou a roupinha no chão, pisoteando-a com o salto do sapato.
— Vejo que encontrou — disse Whitney, entrando no quarto, olhando com ar confuso do rosto contocido do marido para a camisolinha no chão, sob o pé dele.
— Quando? — ele indagou com voz irreconhecível.
— Para daqui a... a sete meses, acho — ela gaguejou, assustada.
— Não o quero — Clayton declarou, proferindo cada palavra como se a cuspisse."
O arrependimento:
"— A única estupidez que Whitney cometeu na vida foi casar-se comigo — Clayton declarou, interrompendo-a.
Lágrimas subiram aos olhos de Emily, e ela levantou-se apressadamente, encarando-o.
— Isso não é verdade. Whitney amava... ama o senhor.
— Obrigado novamente — ele murmurou.
Por muito tempo, depois que Emily foi embora, Clayton ficou parado no mesmo lugar, sentindo os minutos se escoarem, sabendo que a mágoa e a raiva de Whitney aumentavam com o passar do tempo e que um dia se transformariam em ódio."
Finalmente, a felicidade:
"Calou-se abruptamente ao virar-se para pegar a toalha, e toda a cor desapareceu de seu rosto, enquanto ela olhava para Clayton, que sem dizer nada ajudou-a a sair da banheira e envolveu-a na toalha. Então, ele começou a enxugá-la. As mãos grandes friccionaram os braços, as pernas, os seios... mas ele não a tocava como faria um marido. Era como se fosse um criado..."
"— Se um dia eu imaginar que você está pensando em me abandonar, juro que a trancarei no quarto e porei barras nas portas e janelas — ele disse por fim, erguendo um dos pés dela e envolvendo-o na toalha.
— Você ficará lá dentro comigo? — Whitney perguntou com lágrimas na voz.
Clayton beijou-lhe o pé.
— Ficarei — afirmou."
Amei!!!!!