Jonathan 17/02/2017
Para mim, um dos melhores títulos de apocalipse zumbi.
Não lembro exatamente quando o li, mas acho que em meados de 2011, quando eu estava começando a comprar livros, me desvencilhando um pouco da biblioteca da escola.
Foi um dos melhores títulos que já li, contando que minha "vida literária" começara lá por volta de 2009/2010. Achei este sem querer em uma livraria no centro de Pelotas. Estava lá, comprando alguma continuação de Crepúsculo (não me recordo qual) e eis que pela capa, me interessei de súbito. Me lembro que o preço foi salgado, na época uns 40 reais, bem carinho pela encadernação brochura e molenga (as páginas são amarelas, à quem interessar, a fonte aparenta ser 13). O livro é todo contado em perspectiva de diário/postagens de blog, dividido em passagens ao longo de dias, às vezes em um horário específico do dia.
O estilo do escritor é primeira pessoa, o personagem, um advogado ("sem nome") costuma escrever sua rotina em um blog. A narrativa é bem rápida nessa questão da rotina; Lá pela página 15, já temos indícios de que há, de fato, algo de errado acontecendo em algumas cidades da Rússia. O interessante é que a obra trata de locais reais, e as notícias, são geralmente vistas por programas também reais, como CNN. Logo mais algumas páginas, a situação se agrava, e o que parecia apenas alguma rebelião de algum grupo militar extremista, acaba tomando proporções maiores. Países começam a fechar suas fronteiras, decretam estado de sítio; Logo, a cidade onde o personagem reside (alguma cidade na Espanha) também começa a ser afetada. O famoso "toque" de recolher é instaurado, e a sensação de caos se instaura. O personagem, à princípio, é muito bem "munido" de meios de sobrevivência. Estoca a casa com comida, possui um sistema para gerar energia elétrica etc. O diferencial é justamente se passar antes da contaminação, diferente da maioria dos títulos que vemos por ai; todo mundo já começa no caos, em fuga, e ao longo das páginas narra os fatos e opiniões sobre a origem de tudo aquilo.
A transmissão de TV, cessa, apenas pode se "pegar" alguma informação por frequência de rádio. A internet logo é interrompida, e em uma noite, nos vemos rodeados, literalmente, por mortos vivos na vizinhança do nosso personagem. Daí segue a premissa do livro. Um apocalipse com proporções inimagináveis.
O autor realmente conseguiu criar uma obra diferenciada. Conta, é claro, com alguns clichês, e às vezes tudo parece estar clinicamente posicionado de uma maneira a beneficiar o personagem, mas não tira de maneira nenhuma o ritmo da narrativa. O gato, animal de estimação do advogado (adorei o nome, Lúculo) muitas vezes é ápice de tiradas cômicas. Se com uma pessoa, já é difícil atravessar uma cidade lotada de mortos vivos, imagina com um gato, à tira colo, que adora escapulir? é maravilhoso. Recomendo e muito esse livro. Hoje em dia já possui duas continuações (não li ainda, mas em breve farei o serviço completo). Se você gosta desse estilo de literatura, esse não pode faltar, até porque, é um dos melhores do mercado. Salvo que a editora planeta não fez o dever de casa, poderiam ter divulgado muito mais, é bem difícil encontrar pessoas comentando sobre Apocalipse Z.