spoiler visualizarIzabel.Reinaldo 15/04/2024
Selvageria
Este livro estava na minha lista de leitura desde o ano passado. Li resenhas muito boas sobre ele e fiquei muito curiosa. Esse ano aproveitei uma promoção e enfim pude incluí-lo em minhas leituras.
No início achei um pouco enfadonha a descrição detalhada do ambiente, tanto que levei mais tempo do que o necessário para finalizar a leitura.
Conforme foi avançando a história, o comportamento dos meninos foi se tornando cada vez mais violento e selvagem, com exceção daqueles que desde o início se mostraram mais sensatos e abertos ao diálogo.
Aquele grupo de meninos nos dá uma ideia de como seria a sociedade se não houvesse regras, leis e normas que controlassem o comportamento.
A luta pelo poder é o centro de tudo e aquele que o detém controla todo o resto. Sem qualquer adulto por perto, as crianças começam a agir conforme a sua vontade. Uns querem liderar, enquanto outros querem um líder que os guie.
Em dado momento, há um conflito de interesses e o grupo se divide em dois. De um lado, ficam os caçadores que prezam pela caça e a diversão, e são contrários ao diálogo e às regras, liderados por Jack. De outro lado, restam os que querem encontrar maneiras de serem resgatados, e para isso prezam pela ordem e as regras para manterem a fogueira acesa, garantindo comida, abrigo e um sinal de fumaça para que sejam resgatados, esse segundo liderado por Ralph.
Eles ficam tomados de medo quando passam a acreditar que existe um monstro na ilha. Enquanto Ralph quer proteger os menores, construir abrigos e manter a fogueira acesa, Jack quer apenas caçar o monstro, porcos e se divertir com os demais.
Quando os dois grupos se formam, passa a haver uma luta pelos meios de subsistência. Ralph tem o fogo (a lente dos óculos de Porquinho) e o meio de comunicação (a concha, que inicialmente controlava o grupo e quem podia falar nas reuniões). Jack arma emboscadas e rouba de Ralph as suas armas, desse modo detém o fogo, os caçadores e passa a agir de forma autoritária e violenta.
Onde havia apenas crianças inocentes, agora há assassinos cruéis e selvagens.
A descrição dos assassinatos é detalhada e causa horror. Em determinado ponto da leitura, a impressão que dá é que tudo vai acabar em uma terrível carnificina.
Este livro traz muitas reflexões importantes sobre o comportamento humano, sobretudo sobre qual é o limite entre a civilidade e a selvageria.
Gostei tanto da história que fui procurar o filme. Está disponível na prime vídeo uma adaptação de 1990. Obviamente que a história muda na adaptação cinematográfica, mas não deixa de ser uma experiência complementar à leitura.
Fica a dica.