Telma 03/08/2012A Vida em Tons de CinzaApátrida, de Ana Paula Bergamasco é bonito desde a capa, que por si só é uma sinopse do livro: em diferentes tons de cinza, com um olho de um azul magnífico ao centro: o olho de Irena!
Irena conta sua história em primeira pessoa. Vai desde sua infância que é muito similar à nossa, passando por uma adolescência precocemente madura, até sua velhice cheia de marcas físicas e psicológicas.
Eu já havia tido contato com livros que narravam a história da Segunda Guerra: O Diário de Anne Frank que fala da ocupação nazista nos países baixos, A Lista se Schindler e a versão do meu marido, que é alemão e que sempre procurou inteirar-se dos acontecimentos de uma guerra que dividiu seu país em 2 e que gerou tanto sofrimento. Ainda com o conhecimento que já tenho do ocorrido, Apátrida é surpreendente. Surpreende porque, apesar de todas as atrocidades da guerra, o livro é permeado de amor, paixão, docilidade.
É impossível não estar, tanto quanto possível, presente na época! Em impossível não ver diferentes emoções arrancadas pela narrativa simples e objetiva de Ana Paula Bergamasco!
Durante a leitura, não chorei, não sorri... mas senti com profundidade! (digo isso porque chorei em “Marley” e sorri em “Melancia”...rs*).
O aspecto psicológico da humanidade, que sempre me surpreende e é constante objeto de meus estudos, também está em abundância no livro. Até onde o ser humano vai quando o poder está em suas mãos? O que faz em decorrência do fanatismo, seja religioso ou político e até onde se vai por amor?
Ao ler, naturalmente essas reflexões aparecem, mas não de maneira cansativa. A Filosofia, A Psicologia está lá, mas sem a teoria de Sócrates ou Lacan. Está ali na prática. Numa leitura que não cansa, ao contrário, pede a próxima página.
Altamente recomendo!